Lina (Manal Issa) é uma garota libanesa de 18 anos, que é cheia de força de vontade e se muda para Paris para fazer faculdade. Lina havia planejado ficar com tio, mas ele acaba tendo um interesse doentio nela, fazendo-a fugir e ir morar com outros alunos. Começando sua vida parisiense, ela conhece o jovem garçom Julien (Damien Chapelle). Ele aparenta ser um bom partido, exceto pelo seu lado criminoso que Lina acha perigosamente atraente.
Peur de Rien – Direção de Danielle Arbid, França, 2015. Manal Issa, atriz que faz a libanesa, no filme chama-se Lina Karam. O drama dos imigrantes, que em geral ocorre por motivos pessoais ou pela busca de melhores condições de vida e de trabalho, ou ainda para fugir de perseguições ou discriminações por motivos religiosos ou políticos, sempre atual neste “Destemida”, que no Brasil foi traduzido para “Marianne”.
Kenny Shiels, da Irlanda do Norte, diz que mulheres levam gols porque são mais emotivas
Abril de 2022. Carros dirigem por conta própria, robôs fazem tarefas domésticas e escolhem a música que ouvimos. E ainda precisamos debater declarações sexistas.
O autor da mais recente aqui no Reino Unido se chama Kenny Shiels, treinador da seleção feminina de futebol da Irlanda do Norte. Ao perder para a Inglaterra por 5 a 0, Shiels disse na entrevista coletiva: “No futebol feminino, se você olhar padrões, quando um time leva um gol, toma um segundo em um espaço de tempo muito curto. Acontece no futebol feminino porque meninas e mulheres são mais emotivas que homens. Então, elas não lidam bem com tomar gols”. Diante de olhares incrédulos, completou: “Eu provavelmente não deveria ter dito isso”.
Seria uma noite memorável. Mais de 15 mil pessoas no Windsor Park, em Belfast, recorde de público no futebol feminino. Não sabe quem é Shiels? Eu também não sabia, até este se tornar um dos assuntos mais comentados da semana. Mas você provavelmente já conheceu alguém parecido.
Shiels é aquela pessoa “sem filtro”. Ao longo da carreira como treinador, a maioria em times na Irlanda do Norte e na Escócia e no futebol masculino, acumula suspensões por comentários polêmicos sobre arbitragem e rivais. Já falou que o futebol de seleções não era mais o mesmo e que, se um jogador toma Guinness, pode representar a Irlanda. O próprio médico recomendou que parasse de dar entrevistas pós-jogo porque tende a ficar desequilibrado emocionalmente. Ao assumir a seleção feminina em 2019, classificou a equipe para a Eurocopa, primeiro grande torneio de sua história. Chamou este de “o maior feito esportivo no Reino Unido de todos os tempos”.
A declaração de que mulheres levam mais gols porque são mais emotivas que homens é errada em muitos sentidos, mas caras como ele não acham necessário embasar o que falam. Não há dado científico que mostre uma falha emocional no cérebro feminino causadora do problema. É óbvio que pode acontecer com homens. Como exemplo recente, o PSG levou três gols do Real Madrid em 17 minutos na Liga dos Campeões.
Shiels usa uma tática conhecida. Em vez de reconhecer o próprio erro, que suas jogadoras são inexperientes (a Inglaterra é 8ª no ranking da Fifa, e a Irlanda do Norte, 46ª), elogiar a superioridade das rivais, apelou para um velho truque: desqualificar mulheres usando uma característica física ou as acusando de ser fracas emocionalmente, alimentando a narrativa de que são dramáticas e descontroladas (e imagino que ele tenha visto Cristiano Ronaldo quebrar o celular de um torcedor, Zverev dar uma raquetada na cadeira do árbitro e os últimos minutos do Manchester City contra Atlético de Madrid).
Diante de críticas, o que fez? Pediu desculpas. Típico. Na entrevista, ao criticar suas atletas, ele não muda o tom da voz. Fica a impressão de que o responsável pela seleção adulta de futebol de um país realmente acredita no que disse.
Por fim, comete um engano: achar que é errado ter emoções. Se elas existem, qual o problema? A beleza do esporte não está justamente nisso? Se não gosta, por que continua no futebol? Mas ainda não é hora de se aposentar. Pelo bom trabalho que fez, segue no cargo e com as mesmas jogadoras, ao menos até a Eurocopa, em julho, classificação da qual tanto se orgulha. Se alguém com histórico de declarações infelizes não se arrepende, pelo menos o esporte deveria aprender com isso.
O Procon de São Paulo, que possui um Núcleo de Inteligência, indicou a variação de 144,5% nos preços dos ovos de Páscoa, informa a Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor IDEC.
Nas barras de chocolate a diferença é de 223,64%, o chocolate meio amargo de 92 gramas da Hershey’s varia de R$3,85 a R$12,44.
Entre os ovos de Páscoa, a maior diferença encontrada foi de 144,65% no Ferrero Rocher de 365 g., de R$ 178,35 a R$ 72,90.
Nas caixas de bombons a coisa fica ainda mais difícil, a diferença é de 96,54%: a caixa de Sortidos Garotices de 250g da Garoto custa entre R$ 16,49 e R$ 8,39, com a diferença de R$ 8,10, quase outra caixa a mais.
Os produtos típicos da Páscoa subiram até 21,50%, conforme a pesquisa da FGV.
O levantamento do Procon-SP foi realizado em nove sites, no período de 14 a 17 de março. A pesquisa abrangeu 81 itens entre caixa de bombons, ovos de Páscoa e barras de chocolate. Foram comparados os produtos encontrados em, no mínimo, três dos locais consultados.
No estado do Rio de Janeiro, o Procon carioca constatou diferenças de até 50% quando comparado com produtos da mesma marca em diferentes estabelecimentos.
Na capital carioca, o ovo de Páscoa que teve a maior variação percentual de preço foi o Galak, o chocolate chegou até 44,37% de diferença, encontrado por valores de R$ 62,90 e R$ 34,99. Nesse caso o consumidor poderia economizar até R$33,00.
A caixa de bombom Garoto também teve variação de preço em 40,77%. Comparando os valores de 2021 e 2022, o Galak foi o ovo que teve o maior aumento de preço, cerca de 57,29% no município do Rio de Janeiro, em 2021 estava por R$39,99 e atualmente custa R$62,90.
O Kit Kat custa entre R$62,50 e R$37,99, o Serenata de Amor, por R$49,90 e R$34,99. E o Paraná?
Apesar do Código de Defesa do Consumidor prever que é proibido ao fornecedor de produtos ou serviços elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. Os aumentos arbitrários de preços na Páscoa ocorrem quase impunemente em todo país.
O coelhinho da Páscoa assustou muita gente, e quem se ferrou foram os consumidores.
Calma, coração. Essa é só uma crônica banal sobre chatices
Você não vai acreditar como está Ana Paula Arósio hoje! Você não vai acreditar como está a sósia mirim de Ana Paula Arósio hoje! Você não vai acreditar quem é o marido de Ana Paula Arósio hoje! Você não vai acreditar quem é a mãe de Ana Paula Arósio hoje! Quem escreve essas matérias? Quem clica nelas?
Influencers brancas de Pinheiros, com pouca flacidez e uma pequena cicatriz, ensinam tudo sobre autoaceitação e autoconhecimento. Sabe, não é todo dia que ela consegue. E ela precisa ser sincera nesse momento superdescontraído em que seu vídeo fica preto e branco e ela cochicha. Tem dias emque ela se sente um lixo. Caramba! Que força!
Existe uma quantidade indecente de tapeçarias nas paredes, águas saborizadas, begônias maculatas que recebem sagrados femininos uma vez por mês.
E a Covid, o fascismo, os grupos neonazistas, a guerra, o aumento de pessoas em situação de rua, as balas que ainda tiram as vidas de jovens pretas, o aumento da violência contra as mulheres? Calma, coração. Essa é só uma crônica banal sobre chatices e, por isso, você, que toda semana reclama que minha crônica não é tão séria quanto deveria, está devidamente representado aqui.
Existem vários grupos de WhatsApp com uma infinidade de homens solteiros e mulheres solteiras que passam o dia analisando cada frase do Lula e do Alckmin e do Mamãe Falei e de completos desconhecidos do Twitter. E ninguém no grupo jamais flerta ou transa.
Se eu tiver que ler mais um livro de psicanálise pra saber como lidar com a minha filha, eu vou rasgar, morder, atirar pela janela. Se eu tiver que ler mais um livro de psicanálise pra saber como lidar com a minha vontade de fazer isso com os livros de psicanálise para lidar com crianças, eu vou me rasgar, me morder e me atirar pela janela.
Ligo pra ginecologista e pergunto por que ela não me avisou que o DIU com hormônio podia me deixar assim. Ela diz que não é o DIU. O Google inteiro diz que é o DIU. Eu poderia rasgar, morder, atirar pela janela…
Fiz um plano médico empresarial e meti minha família inteira. Ele custava uma moto por mês. Passou a custar um Corsa usado. Esse mês veio a fatura de um apartamento de frente pro mar.
Não sei o que aconteceu com o número do meu celular, mas ele deve estar em alguma central publicitária do descaramento e da desgraça porque o dia inteiro me ligam “Oi, somos de uma churrascaria, queremos convidar você e um acompanhante pra comer aqui até morrer. Bebidas não inclusas. Pedimos um combo de stories e duas fotos no feed”. Eu odeio todos vocês.
Eu não suporto mais estar em redes sociais. Dane-se que participei de uma reunião boa, que ganhei uma camisa 100% sustentável, que sou amiga de algum progressista conhecido.
Um monte de apoiador do pior presidente da história se junta pra ficar andando de moto e qual o nome do evento? Acelera pra Cristo. Penso em escrever no Twitter que é exatamente o que eu desejo pra eles. Acelerem bastante, amigos, pra ver logo Cristo.
Tenho um vizinho que canta ópera o dia inteiro e outro vizinho que briga com o marido e berra pela janela: “Eu não aguento mais sofrer por amor, chamem a polícia” e eu quero declarar minha admiração a essas duas pessoas absolutamente estranhas e maravilhosas.
Eu tenho um namorado que anda pela cidade trepando em árvores, que quis melhorar meu guacamole colocando suco de laranja, que diz que tem uma conexão espiritual com aranhas, que come meus restos de maçã com a coluna mais ereta que eu já presenciei na vida e que um dia ficou obcecado pela música “É só o fim”, do Camisa de Vênus, e ficava desesperado “por favor, tira isso de mim”. E eu quero declarar meu amor infinito a você
“Ninguém fala mais dos escândalos diários de corrupção, das rachadinhas, dos pastores ou das mansões. Só se comenta que não há forças nem armadas nos quartéis brasileiros”, observou o analista de guerras híbridas Bráulio Maciota. “Mas o Brochagate pode ir longe. ‘Follow the dildo’”, completou.
Para manter a cortina de piadas, o governo vazou nudes secretos que mostram que o Exército brasileiro está em guerra com o Peru. “Mas é bom deixar claro que, até agora, apesar de muito estímulo, o conflito não parou em pé. Não tem nada firme”, evidencia um memorando produzido em papel manteiga.
Para tirar o foco do enriquecimento ilícito distribuído pelo orçamento secreto, o gabinete do ócio entrou em ação.
O governo brasileiro solicitou uma inspeção no centro nuclear de Alexandre Frota em busca de evidências de enriquecimento de testosterona acima de 90%. “Por enquanto, a comunidade internacional pode dormir em paz. Ainda não temos tecnologia para produzir uma bomba platônica”, explicou o diretor Brian Idle Cock.
A notícia desabonadora caiu como uma meia-bomba nos círculos militares. Em paralelo, o general Eduardo Pazuello foi destacado para organizar a logística de distribuição de próteses para os cabos aposentados.
Analistas mais experientes garantem que, apesar de fazer muita força, a popularidade de Bolsonaro não sobe mais.
Obcecado com a ideia de empatar a foda eleitoral caso sua candidatura permaneça flácida, o presidente prometeu apresentar provas de que as ereções foram fraudadas. “O PT acabou com a liberdade de brochar nesse país”, argumentou, com o cenho em repouso.
No final da tarde, generais de cinco estrelas subiram o tom e fizeram ameaça quase contundente às ereções. “A compra de Viagra e de próteses penianas mostram que não vamos medir esforços em busca de uma dita dura.”
O ÚLTIMO lance da saga sexual do governo Bolsonaro: a compra do lubrificante KY, adjuvante sexual, originariamente desenvolvido para as mulheres e hoje também usado pelos homens – com as mulheres e entre eles. Fake, fofoca petista? Pode ser e pode não ser. A suspeita é plausível. Primeiro, porque tudo é fake em governo fake. Segundo, porque depois das compras de Viagra e próteses penianas, lubrificante vagino-anal é pinto, este no sentido de coisa pequena, insignificante (e aqui vou me perdendo nas metáforas).
O Brasil precisa urgente de uma guerra, não da guerra civil que corre solta, a ser intensificada se Jair Bolsonaro não for reeleito. Caso de inventar uma Ucrânia, quem sabe na Bolívia, porque Paraguai, Uruguai e Argentina dariam corridão no agressor brasileiro. As compras de utensílios sexuais demonstram o quanto as forças armadas estão inativas, apelando para o sexo como substitutivo da instrução bélica. O governo ainda autoriza o auxílio-motel para as forças armadas. Não surpreenderia/á pela desfaçatez e pelo cinismo do governo Bolsonaro.
Não demora o pasticho bananeiro-fisiológico-corrupto das compras de aditivos sexuais alcança o ridículo nos talk shows dos EUA, Grã Bretanha e França, e o Brasil mais uma vez paga o mico do ridículo. Mais uma vez, sim, porque vem pagando desde que o brasileiro imbecil elegeu Jair Bolsonaro. Os estrangeiros darão risadas de comiseração pela tragédia brasileira. E os brasileiros darão de ombros, metade deles resignados pelo atraso que se intensifica nestes ano terríveis, metade a aplaudir o tirocínio do presidente destrambelhado.
Brochanaro bate a prótese peniana na mesa e decide que Viagra Netto vai ser o candidato a vice. “Nosso Viagra jamais será vermelho, continuará azulzinho”.
NO DIA da reunião secreta com pastores evangélicos, Bolsonaro soltou tuíte dizendo que não educou o filho Jair Renan, a quem “às vezes recebe em casa”. Mais: que nada sabe dos supostos negócios do filho, porque o garoto de 24 anos foi criado pela mãe, não por ele, Jair Messias. Conselho do conselho de pastores corruptos, que o ensaiaram para lavar as mãos sobre as traficâncias do filho, investigado pela Polícia Federal por suspeita de venda de prestígio. Jair Bolsonaro, que os bolsomínions consideram seu messias, está mais para Pôncio Pilatos.
E fique claro que isto aqui é figura de retórica, não que considere Jair Renan santinho. Filho do messias do mal, ele paga ou repete os pecados do pai. Quem sai aos seus não regenera e o único fruto que caiu longe da árvore foi Damares Alves, a virgem da goiabeira. Nessa hora como faz falta um Fabrício Queiroz.
Segundo Rubem Alves, o meu filósofo favorito, “a vida é uma sonata que, para realizar a sua beleza, tem de ser tocada até o fim”.
Não sei se Ricardo Silva, querido irmão do nosso mestre Zé Beto e que nos deixou esta semana, conseguiu levar a sua sonata até o fim. Talvez não. Mas lutou bravamente, como destemido alagoano, até o derradeiro momento. Acometido de insidiosa moléstia, enfrentou-a com valentia. Acreditava que seria capaz de vencê-la. E quase conseguiu. Era um forte. Artista de grande sensibilidade, amava a beleza e dela fazia a sua arte e tirava a sua força. Quando não foi mais possível resistir, seguiu em paz. Sabia, como Rubem Alves, que “o terrível não é morrer; é deixar de viver”. Mas sabia também que deixaria, além de saudade, uma vida bem vivida, com dignidade e amor. Ao que eu saiba, não deixou filhos, não escreveu livros, mas plantou muitas árvores e flores e cuidou com carinho e alegria do quintal de dona Zefa, exibindo-o ao Brasil através de seus primorosos flashes.
Restou o mano Roberto José da Silva, o nosso Zé Beto, que em boa hora Curitiba acolheu e afaga como filho. Sua dor é uma dor doída, embora ele soubesse que Ricardo poderia embarcar a qualquer momento. Essa dor bruta que ele agora sente, sem forma e sem cores, como uma pedra assentada sobre o peito, há de amenizar. E a enorme tristeza transformar-se-á em saudade.
Zé Beto é outro forte. Um sobrevivente, que enfrentou com coragem e brava resistência terríveis inimigos. E suplantou a todos. Sua sinfonia ainda está longe de terminar. E isso o impulsiona a seguir em frente. Vamos juntos.
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