Uma lei federal, estadual ou municipal pode proibir o uso do passaporte de vacinação?
A resposta é muito simples: se a pessoa tiver expressa contraindicação médica para não se vacinar, para essa pessoa, não pode ser exigido o passaporte.
Para todas as outras é exigível e não pode lei, de qualquer espécie, proibir tal exigência. O direito constitucional à vida suplanta o negacionismo à vacinação. O Supremo Tribunal Federal já se pronunciou a respeito em algumas ações.
Na verdade, as leis deveriam estabelecer multas e severas restrições de frequência em locais públicos, para aqueles que se negassem à vacinação e que não possuíssem contraindicação para se imunizarem.
A discussão faz parte da estratégia olavista de polemizar tudo quanto é assunto científico, para causar dúvidas nas populações menos esclarecidas. Depois disso, pela cartilha do saudoso “filósofo”, vem os ataques pessoais e xingamento aos opositores.
E os testes em massa? que nunca tivemos no país? No resto do mundo a testagem é gratuita e em grande escala, aqui se tem que pagar por isso, e aos que possuem plano de saúde, somente com prescrição médica para fazê-lo.
Talvez, estejamos passando um momento no qual, no futuro, nossos descendentes se envergonhem por tudo isso. No boxe, quando o sujeito está nas cordas é porque ele está em apuros e prestes a levar um noucate.
A ciência está nas cordas? A Constituição está acima de leis municipais, estaduais ou federais, que lhe suprimam o conteúdo e a força normativa, especialmente, o direito fundamental à vida.
Benett. Arte e Letra , 100 pp., R$ 40. Tiras de humor.
O novo livro de ilustrações do cartunista Benett, chargista da “Folha de S.Paulo” e um dos fundadores do Plural, é um compilado de tirinhas que falam sobre o amor. O lançamento será no fim de fevereiro pela editora curitibana Arte e Letra.
As próximas eleições dirão exatamente quantos brasileiros ergueram o braço dentro da urna
Na segunda-feira (7), o youtuber Bruno Aiub, vulgo Monark, e o conhecido Kim Kataguiri, vulgo deputado federal (DEM-SP), defenderam o direito de existência no Brasil de um partido nazista. Na terça, um ex-BBB, vulgo comentarista político, tratou do assunto em seu canal e ergueu o braço à maneira nazista. Diante do clamor nacional, todos amarelaram. Um estava “bêbado”, outro foi “mal interpretado” e o terceiro queria ser “galhofeiro”. Quem não sabe beber, se expressar ou fazer galhofa não deve descer para o play. Inúmeras vozes responsáveis repudiaram as declarações. Só Jair Bolsonaro, vulgo presidente da República, não se manifestou.
Mas há mais debaixo disso do que a irresponsabilidade de três patetas. Desde 2019, em vários estados, sujeitos têm passeado em shoppings com suásticas no braço, abanado bandeiras nazistas na janela e enviado emojis referentes a Adolf Hitler. Um professor, temo que com jovens sob sua influência, decorou o fundo da piscina com uma suástica.
Há estímulos para tal. Em 2021, o secretário especial de Cultura de Bolsonaro, Roberto Alvim, citou em pronunciamento oficial uma frase de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do Reich. Em seguida, Filipe Martins, assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, fez para milhões um gesto dos supremacistas brancos. Bolsonaro não se alterou. E nem podia porque, pouco depois, recebeu em palácio uma líder da extrema direita alemã e neta do ministro das Finanças de Hitler.
Em 2020, estimava-se em 530 o número de células nazistas no país –uma célula é um grupo de pessoas numa mesma cidade. Por quanto esse número já não terá se multiplicado pela ação de youtubers, podcasters e —perigo— influencers?
Em breve, será muito fácil calcular. Como não há mais possibilidade de um apoiador de Bolsonaro ser um democrata, as eleições dirão exatamente quantos brasileiros ergueram o braço dentro da urna.
Uma leitora do meu site, há tempos, pediu o desenho de uma abelha pra ela tatuar no seu corpo. Fiz a abelhinha e mandei. Em seguida ela enviou esta foto, da Inglaterra, onde está morando.
Nois dois vivia intocado e clandestino Nosso destino era fundo de quintar Desconfiavam que nois era comunista Ou terrorista, de manchete de jornar Nois aluguemo casa na periferia No mesmo dia, se mudemo para lá Levando uma big de uma metralhadora Que a genitora se benzia ao oiá. Nois pranejemo de primeiro um assarto Com mãos ao arto, todo mundo pro banheiro Nois ria de pensar na cara do gerente Oiando a gente, conferindo o dinheiro. Mas o tal banco acabô saindo ileso E fumo preso, jurando ser inocente Nois não sabia que furtar de madrugada Era mancada pois não tem expediente. Despois de um ano apertado numa cela O sentinela veio e anunciou: “O delegado pergunto se ocês topa Ir prás oropa, a troco de um embaixador” Na mesma hora arrumemo passaporte Pois com a sorte não se brinca duas vez E os passaporte que demos no aeroporto, Era de um morto e de um lord finlandês. E quando veio aquela tar de anistia Nem mais um dia fiquemo no exterior E hoje já fazendo parte da história Vendendo memória, hoje nois é escritor.
Língua de Trapo, um grupo musical paulista de humor, em diversos ritmos musicais.
Surgido em 1979, Ditadura Militar, no interior da Faculdade de Comunicação Social Casper Libero, fizeram bastante sucesso, principalmente entre o público jovem e universitário, por seu conteúdo de crítica política e social e postura de esquerda festiva.
Sua formação inicial contava com Laert Sarrumor, Guca Domenico, Luiz Domingues (na época também conhecido como : Luiz “Tigueis”), e Pituco. E chamavam-se de “Laert e seus Cúmplices”. Logo juntou-se ao trio Carlos Castelo (que assinava as músicas como Carlos Melo) e Lizoel Costa, colegas de faculdade do trio.
Em 1980, começava oficialmente o grupo Língua de Trapo, com o lançamento de sua primeira fita demo, denominada “Sutil como um Cassetete”, que era vendida nos corredores da faculdade e nos shows, principalmente no circuito universitário e em festivais de MPB. Nessa altura, outros músicos também estavam incorporados , como o percussionista Fernando Marconi e o tecladista, Celso Mojola. O lançamento de tal fita, lançou também o nome da banda no circuito.
Em 1981, já acrescido dos novos integrantes Luiz Lucas no contrabaixo, João Lucas nos teclados e Sergio Gama e Silva na guitarra, e com Ademir Urbina assumindo a bateria, estes gravam seu primeiro e antológico LP, pelo Selo Lira Paulistana.
Amigo Solda, em 1987 fomos a Florença e não encontramos Dante, o Alighieri, em casa. Em Verona o encontramos numa praça, meditabundo. Abraços, Dico Kremer.
Meu amigo Vilmar Farias entusiasmou-se com o lançamento do Telescópio Espacial James Webb. E teve razão para isso. O TEJW foi lançado no Natal, da base Kourou, na Guiana Francesa, e se encontra em plena atividade. É uma complexa parafernália, que sucede o Hubble, lançado de 1990 e que ainda orbita a uma distância de 570 mil km da Terra. O Webb tem como destino um ponto cósmico a cerca de 1,5 milhão de km da Terra e pretende ver aquilo que o Hubble não consegue ver.
Vilmar espera que ele possa se aprofundar na viagem rumo ao passado e enxergar as galáxias primitivas de até 100 milhões da anos após o Bang Bang. Torce que aprofunde as pesquisas sobre a evolução do Universo. Por exemplo: o novo telescópio tem a capacidade de captar a radiação infravermelha, que o Hubble não consegue. Mais: com seus espectrógrafos poderá sondar a atmosfera de exoplanetas de porte terrestre que estejam na zona habitável de estrelas próximas. São mais de 300 elementos independentes dobrados numa condição de origami.
O entusiasmo de Vilmar é justificado e compartilho dele. Muito provavelmente, o Webb revelará novidades sobre a origem da civilização humana e até poderá comprovar que não estamos sós no Universo. Precatai-vos, ETs!
Vale acrescentar que o artefato, desenvolvido pela NASA, pela Agência Espacial Europeia (ESA) e pela Agência Especial Canadense (CSA), atingiu a sua órbita no final de janeiro. Sua vida é limitada pela distância do Ponto de Lagrange L2, além da órbita da Lua e fora do alcance de qualquer nave tripulada atualmente disponível, o que impedirá a manutenção do telescópio.
O alvo inicial do Webb será a estrela HD 84406, situada aproximadamente a 241 anos-luz da Terra.
Difícil dizer o que o novo telescópio revelará nos próximos 10 anos (período previsto para a sua atividade), mas ele, com certeza, nos surpreenderá.
John Mathers, cientista sênior do projeto, que conquistou o Prêmio Nobel em 2006, recorda que, durante toda a história da astronomia, os estudiosos pensaram que o universo funcionava de uma forma, enquanto que novas descobertas mostraram o contrário. Acrescenta que o próprio Einstein errou ao imaginar que o universo tinha uma idade infinita. Mathers confessa que não sabe o que irão encontrar, mas diz que é exatamente essa a coisa mais empolgante de trabalhar com um telescópio como o Webb.
O físico norte-americano Michio Kaku garante que faremos contato com uma civilização alienígena muito em breve, graças, sobretudo, ao avanço que fazemos na astronomia.
Meu amigo Vilmar prefere ficar com a opinião de Carl Sagan: “O Universo não parece nem benigno nem hostil, mas meramente indiferente às preocupações de criaturas tão insignificantes como nós.”
Resta-nos, como criaturas insignificantes, aguardar e torcer pelo sucesso do nova e poderosa luneta. Já o meu amigo extraterrestre, sobre o qual lhes tenho falado de vez em quando, acha graça (se ele for capaz de achar graça) que estejamos procurando lá fora o que já está aqui, entre nós.
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