Mural da História

1980

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Holoharness_024. © IShotMyself.

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Mônica e os Rogérios

Quando Mônica Rischbieter foi demitida do Teatro Guaíra, sem qualquer comunicação pessoal, via Diário Oficial, deixei um comentário num dos textos que o Zé Beto publicou, lamentando o mérito e a forma da exoneração. Volto ao tema em virtude de dois textos publicados no dia 9 de fevereiro pelos dois Rogérios: O Galindo (Mônica Rischbieter questionou uso de verba da Lei Aldir Blanc antes de ser exonerada – Plural) e o Distéfano (Oxigenação é a … – O Insulto Diário).

É evidente que todo aquele que exerce cargo em comissão, de livre nomeação e consequentemente de livre demissão, pode ser exonerado sumariamente pelo agente que o nomeou. Como a demissão é discricionária, nenhuma satisfação precisa ser dada. ao exonerado. Caso seja servidor público, resta voltar ao seu cargo originário. Ao não servidor público, o caminho é o de casa. É a regra do jogo. Mônica, ao que parece, não é servidora pública e se encontra no lar, junto aos seus. A boa educação recomenda, apenas, que antes do ato ser publicado no Diário Oficial, o demitido seja avisado, ao menos recebendo um telefonema, sendo que o ideal é uma conversa franca e aberta, daquelas “olho no olho”. Preferiram a falta de educação, o que é lamentável, conforme se vê de todos os textos publicados sobre a questão. Quanto à competência de Mônica, é indiscutível e unânime. Vai fazer muita falta, muito embora o substituto seja do ramo.

No caso de Mônica, segundo o texto do Distéfano, era melhor não haver explicação alguma. As apresentadas, com uma semana de atraso, são de lascar.

Sorte Mônica não ser servidora pública de carreira. Quando Perón assumiu o poder na Argentina, sua assessoria resolveu dar uma “oxigenada” na Biblioteca Nacional, onde o já mundialmente famoso poeta Jorge Luís Borges dava expediente como diretor. Alguém lembrou que Borges era servidor público e não poderia ser simplesmente demitido. Perón resolveu a questão nomeando Borges como diretor do Mercado Público de Abasto. Borges, com toda razão, não querendo mexer com cebolas e repolhos, entregou o cargo, recolheu seus pertences, foi ao aeroporto e embarcou para a Suíça, onde viveu até morrer. Mônica, ao menos, não vai ser nomeada para um cargo muito abaixo de suas capacidades, que são imensas.

Já sobre a tal “oxigenação”, que tanto repúdio mereceu do Distéfano, é importante apontar que as mesmas, operadas na “subpasta” da Cultura, foram de doer a alma. Primeiro, “oxigenaram” a TV Educativa, que virou Turismo. Pelo nível da programação, era melhor ter sido modificada para TV Turfística, ao menos divulgariam e transmitiriam as corridas do Hipódromo do Tarumã e fomentariam a criação nacional de equinos.

A Rádio Educativa, então, foi devidamente “oxigenada”. Da melhor da cidade, passou a ser a pior. Ouvir a sua “nova programação” é manifestação sadomasoquista a ser tratada por um bom psiquiatra.

Meu medo é que com a “oxigenação” do Teatro Guaíra o mesmo venha a ser privatizado. Se faz uma licitação e assume a concessão a BR Travessias… Antes que algum chato apareça dizendo que a tal BR não tem experiência em teatros, respondo que também não tinha em travessia marítima e mesmo assim ganhou a licitação.

Com a tal empresa, já é possível imaginar o primeiro concerto da Orquestra Sinfônica do Paraná: No primeiro ato, a “9ª Sinfonia”, de Beethoven, em ritmo sertanejo, com Bruno e Marrone cantando a “Ode à Alegria”, de Friedrich Schiller. No segundo ato, todas as Bachianas Brasileiras, de Villa-Lobos, em ritmo funk, com solo da Anitta. Vai ser um sucesso de arromba. Corre o risco o Teatro Guaíra, com a fantástica lotação que vai ter, de afundar, já que tudo da BR Travessias vai por água abaixo.

Nos tempos do secretário René Dotti, também havia muita pressão pela “popularização” do Teatro Guaíra e da Orquestra Sinfônica. Deputados e prefeitos queriam que a orquestra se apresentasse nos seus municípios, mas com um repertório “popular”. Dotti topou, desde que, como disse a Mônica, os municípios se responsabilizassem pelo transporte dos músicos e dos instrumentos. As ordens do secretário chegaram aos maestros da orquestra e eles foram peremptórios: não tocariam música popular. Sabendo da novidade, o professor René ligou para o Guaíra e perguntou se os maestros estavam presentes. Disseram que sim. O secretário levantou da mesa e foi andando até o teatro. Chegando lá, pediu uma reunião com os maestros. Depois de uma curta conversa, estava tudo acertado: A orquestra iria ao interior e começaria atacando com “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso. Depois, com chorinhos de Ernesto Nazareth e “Trenzinho Caipira”, do citado Villa-Lobos. Quando menos se esperava, a orquestra enfiava Mozart, Franz Liszt e outros da mesma qualidade. No “grand finale”, vinha a já citada 9ª de Beethoven. Para o “bis”, reservavam a “Abertura 1812”, de Tchaikovski. As vezes, invertiam, fechavam com o russo e deixavam o alemão para o “bis”. O público, em praça pública, delirava.

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O que o presidente precisa aprender com Patativa e Luiz Gonzaga

Com vida simples de homem do campo e sem estudos, Patativa é um dos principais representantes da arte popular do século XX no Nordeste.

O presidente Bolsonaro é do tipo sincerão que não perde a viagem em matéria de preconceito. Deve achar bonito pisar na casa dos outros e tratar os anfitriões como paus de arara, cabeçudos e aratacas — para ficar apenas nos escárnios mais recentes da sua visita aos sertões de Pernambuco, do Ceará e do Rio Grande do Norte.

Há quem siga normalizando todas as infâmias que saem da boca do homem. Uma pequena claque vê até como piada, pilhéria, gracejo etc. Sou da terra do humor e não vejo nada de engraçado nisso. Prefiro não me acostumar com essa fala que repete uma surrada maneira de diminuir ou folclorizar, no pior estilo, o povo do Nordeste.

“Eu sempre me referi com os amigos, né, cabra-da-peste, pau de arara. Me chamam de alemão também, sem problema nenhum. Arataca, cabeçudo, pô”, disse o veterano político em Salgueiro (PE). A novidade é o uso desse “arataca” no seu discurso. Trata-se de uma armadilha para pegar pequenos animais silvestres. É também uma velha denominação depreciativa para os brasileiros nascidos nos estados do Norte, não do Nordeste.

Xico Sá

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Dois paus

Até na hora de assumirem a castração, resolveram perder para outro homem

Na faculdade, o professor de Marketing 3 tinha uma máxima: desodorante roll-on vende muito porque tem o formato exato de um pênis. Ele ainda completava, achando que provocava as moças da classe: “Quem aguenta entrar em uma farmácia e já não ir logo segurando um?”.

Dessa frase tiro uma quantidade enorme de conclusões. A primeira, mais óbvia, é a de que eu estava no curso errado. A segunda é que o pênis do professor não era exatamente grande. A terceira é que o professor não sabia que seu pênis era médio-menos (se ainda fosse um aerossol família!), pois profanava suas teorias mercantis com a segurança trouxa de um “exibe rola” de vestiário. A quarta é que ele provavelmente não explorou sua bissexualidade antes de casar e tentava tirar alguma emoção de uma gôndola de antitranspirantes em promoção (e sonhava com pelo menos 48 horas de proteção aos desejos que lhe faziam suar). A quinta, e paro por aqui para não perder uma crônica dissecando esse senhor, é que o homem branco já era bem ridículo em 1999, mas eles ainda não eram demitidos por isso.

Houve um tempo em que os únicos vibradores do mercado eram um pauzão meio torto. Era como esconder na gaveta um troféu errado, trocado, que deveria agraciar outra pessoa. Eu não vou fazer essa pesquisa, mas aposto meus dois sugadores de clitóris e a minha língua pink com 25 estimulações diferentes que as vendas aumentaram vertiginosamente quando entenderam que era muito mais negócio para a mulher ter um batonzinho pequeno e discreto que salpica, estremece e peteleca os pontos certos do que ostentar uma ode descabida a outro gênero. Para que eu vou ter uma escultura feia de pinto, um ex-voto emborrachado e macabro no quarto? Até na hora da masturbação feminina tinha designer macho sem talento que resolvia homenagear a si mesmo.

Um dia desses, em um grupo de WhatsApp com jornalistas, escritores, economistas e intelectuais de toda espécie, alguém lançou uma “bomba”: os tubarões têm dois pênis. Das mulheres do recinto virtual não se ouviu qualquer deslumbramento. Era como se nosso silêncio dissesse: caros, francamente, tô muito ocupada aqui e caguei pra um peixe com dois pintos. Amigos tão eruditos e progressistas, sinceramente, por mais que Freud tenha sido o único homem que amei de verdade nos últimos 20 anos, pau é uma coisa muito legal se antes todo o resto de vida que há no dono do membro tiver servido para, no mínimo, provocar nossa audição com inteligência e a nossa tez com criatividade.

Mas os homens do grupo, meu Deus. O assunto durou dias. O que o tubarão faria, o que eles fariam, teria a baleia duas vaginas, com quantos “dois paus” se faz uma canoa, por isso o “dois de paus” significa autoridade e domínio no tarô, por isso aquela canção infantil diz “como é legal lá no fundo do mar?”. Nunca senhores com especializações internacionais foram tão falantes, histéricos, humoristas e garotos. E daí chegaram aonde sempre chegam: o que o escritor português Ricardo Araújo Pereira tem que na presença dele os homens se sentem sem pau? Até na hora de assumirem a castração, resolveram perder para outro homem. Alto, branco, bonito, rico, europeu.

Um brinde às vibrações vulvísticas, às parceiras que me salvaram nos últimos tenebrosos meses, à minha filha genial e sobretudo a uma mulher trans, minha grande amiga Tuba, que vem me ensinando a ser mais forte. Eu pago uma vagina para vocês. Ou duas.

Publicado em Tati Bernardi - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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Premeditando o Breque – Marcha da Kombi

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Fraga

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William Shakespeare

Para os usuários de PC que gostam de ter MacBeth na sua área de trabalho.

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Na moldura

© Jean Jacques Lartigue

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É claro que o Brasil tem jeito! É a política, estúpido!

Afirmar que Lula e Bolsonaro são faces do mesmo mal corresponde a repudiar a vontade de 70% do eleitorado, como se o povo atrapalhasse o Brasil

Falemos de futuro em vez de alimentar as ideias mortas que ainda matam. É preciso cultivar nosso jardim. Sempre me incomoda quando os tais “mercados” —às vezes, com cara; com frequência, sem ela — resolvem comparecer ao debate público para demonizar a política, como se a empresa de expectativas chamada “Brasil” fosse uma potência massacrada por interesses mesquinhos, que têm de ser exorcizados.

No que há de sincero nessa conversa, trata-se de uma ilusão entre tecnocrática e autoritária. No que há de insincero, é só o vício de sempre se vendendo como virtude, muitas vezes na pena de rufiões da opinião. Isso tem custo. Observo, à partida, que nem sei direito quem é esse “ente” que fala.

As vozes parecem vir de alguma racionalidade empírea, que nos faz o favor de baixar lá do mundo das ideias para nos libertar das correntes da escuridão. Na última vez em que esses arautos julgaram ter visto a luz para nos relatar a verdade do mundo, escolheram Jair Bolsonaro e Paulo Guedes para nos tirar da caverna. Deu no que deu.

Ah, obviamente eu não quero esculhambar as contas públicas; mandar o teto de gastos às favas —até porque a dupla milagrosa já fez isso—; defender que se gaste à vontade; que se aposte em um pouco mais de crescimento ainda que isso custe um tanto extra de inflação.

Noto à margem que temos produzido inflação alta, com baixo crescimento e juros na estratosfera. Se indagarmos ao “ente” o que há de errado na equação, a resposta vem de pronto: é a questão fiscal.

Eu gostaria sinceramente que os nossos pensadores, que tiveram acesso às luzes, oferecessem, então, o seu padrão de resposta fiscal, mas sem provocar uma convulsão social —afinal, suponho que o plano não contemple tropas nas ruas. Em outubro de 2020, por exemplo, Guedes especulou sobre a privatização das UBSs. A Covid-19 já matava a rodo.

Em abril de 2021, com o gráfico de mortos em escalada vertiginosa, resolveu refletir sobre a Saúde nos seguintes termos, com a habilidade de sempre quando trata da questão social: “Pobre? Está doente? Dá um voucher para ele. Quer ir no Einstein? Vai no Einstein. Quer ir no SUS, pode usar seu voucher onde quiser”. Já havia proposto, àquela altura, a “vaucherização” da Educação.

Eis aí. Então vamos cortar radicalmente as despesas, acabando com as vinculações orçamentárias. Ao mesmo tempo, é preciso tocar as reformas administrativa e tributária e levar adiante as privatizações. E por que não se fez? “Ah, é que a política e os políticos impediram o governo de levar adiante o seu projeto”.

É? O atual comando da Câmara decorreu de uma escolha feita por Bolsonaro, com o aplauso de seu ministro da Economia.

Ocorre que a política existe. E não é só aqui. Um governo que quer formar consensos, ou quase isso, em defesa de algumas ideias que, em princípio, podem até ser recusadas pela maioria tem de mobilizar seus apoiadores e articuladores para, então, fazer o trabalho de convencimento, que pode ou não ser bem-sucedido.

Bolsonaro ocupou seus dois primeiros anos tentando articular um golpe. Nos dois finais, atuou como refém daqueles a quem teve de comprar para não cair. E estes, reconheça-se, por contraste, desmobilizaram o seu golpismo.

Guedes está por aí a pedir uma segunda chance para o que chama de união bem-sucedida entre “liberais e conservadores”. Santo Deus!

“Não entendi aonde você quer chegar, colunista!” Eu explico. “É a política, estúpido!” Se o próximo presidente não tiver a habilidade de sentar para conversar, de buscar o ponto de equilíbrio entre forças aparentemente inconciliáveis, de inserir na equação —e já— os milhões desassistidos pela crise, não há ponto de chegada virtuoso.

A cada vez que leio raciocínios tortos, segundo os quais o Brasil precisa se livrar, a um só tempo, de Lula e Bolsonaro porque supostas faces do mesmo mal, cercados por políticos interesseiros, constato, com estupefação, mas não com surpresa: querem mesmo é exorcizar a vontade expressa de pelo menos 70% do eleitorado. Mais um pouco, e alguém sugere que o Brasil tem cura, mas só com outro povo. São os iluminados das cavernas.

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A ciência está nas cordas?

Uma lei federal, estadual ou municipal pode proibir o uso do passaporte de vacinação?

A resposta é muito simples: se a pessoa tiver expressa contraindicação médica para não se vacinar, para essa pessoa, não pode ser exigido o passaporte.

Para todas as outras é exigível e não pode lei, de qualquer espécie, proibir tal exigência. O direito constitucional à vida suplanta o negacionismo à vacinação. O Supremo Tribunal Federal já se pronunciou a respeito em algumas ações.

Na verdade, as leis deveriam estabelecer multas e severas restrições de frequência em locais públicos, para aqueles que se negassem à vacinação e que não possuíssem contraindicação para se imunizarem.

A discussão faz parte da estratégia olavista de polemizar tudo quanto é assunto científico, para causar dúvidas nas populações menos esclarecidas. Depois disso, pela cartilha do saudoso “filósofo”, vem os ataques pessoais e xingamento aos opositores.

E os testes em massa? que nunca tivemos no país? No resto do mundo a testagem é gratuita e em grande escala, aqui se tem que pagar por isso, e aos que possuem plano de saúde, somente com prescrição médica para fazê-lo.

Talvez, estejamos passando um momento no qual, no futuro, nossos descendentes se envergonhem por tudo isso. No boxe, quando o sujeito está nas cordas é porque ele está em apuros e prestes a levar um noucate.

A ciência está nas cordas? A Constituição está acima de leis municipais, estaduais ou federais, que lhe suprimam o conteúdo e a força normativa, especialmente, o direito fundamental à vida.

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Playboy|1980

1986|Teri Weigel. Playboy Centerfold

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Flagrantes da vida real

Se dirigir, não beba. E vice-versa. © Maringas Maciel

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#elenão

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