Um craque chamado Alex

Acabo de ler, com algum atraso, mas com imenso prazer, “Alex, a Biografia”, escrito com a ajuda de Marcos Eduardo Neves, para a Editora Planeta, edição de 2015, e, como admirador do bom futebol, recomendo a leitura com entusiasmo.

Alexsandro de Souza nascido em Curitiba e criado em Colombo, de mãe cozinheira e pai pintor de paredes, é um orgulho para o Paraná e o Brasil não apenas como jogador de futebol, craque de bola, mas como pessoa, bom caráter, consciente, bom marido, bom pai, bom amigo.

Quando chegou ao Coritiba, aos nove anos de idade, era mirradinho e nem idade tinha para compor o time infantil do Alto da Glória. Foi levado por Alzemiro Bueno, o prof. Miro, para a Associação Atlética Banco do Brasil, onde conheceu o futsal. E já naquele tempo, enquanto a maioria dos garotos chutava de canela, Alex arredondava a bola, matava no peito, saía driblando e na hora de chutar nem olhava para a bola, só para o gol – como lembra o treinador Luciano Melo.

Aliás, durante toda a carreira, no Coritiba, no Palmeiras, no Cruzeiro e depois no Fenerbahçe, da Turquia, Alex desfilou em campo com talento, inteligência e extraordinária intimidade com a bola. Tratava a redonda com carinho e ela lhe retribuía com lances espetaculares e gols antológicos. Ambos se completavam. Foi um dos melhores meias armadores do mundo, reconhecido até pelos adversários. E pelos gênios dos gramados, como Zico, para quem Alex “era dono de uma capacidade sobrenatural de enxergar o jogo. Inteligente e técnico, conseguia observar tudo o que estava acontecendo na partida e tocava a bola com incrível facilidade”.

Outro que não escondeu a sua admiração por Alex foi Casagrande, ídolo maior do Corinthians, hoje comentarista da TV Globo: “Ele desequilibra, lança, bate falta, se coloca bem e, apesar de baixo (tem 1,76 de altura), faz gols de cabeça. Sabe dar fantasia e espetáculo”.

Para o mestre Armando Nogueira, Alex não precisava procurar a bola: “a bola é que tenta estar sempre no lugar em que ele quer que esteja. Se ele se omite, é pro bem da bola e da equipe”.

A carreira, porém, nem sempre foi um mar de rosas para Alex, muitos foram os obstáculos, as incompreensões, mas ele soube superá-los com categoria e coragem. Primeiro, com a ajuda de sua companheira de vida, a esposa Daiane; depois com o apoio e o incentivo dos filhos Maria Eduarda, Antônia e Felipe.

Do Palmeiras, Alex foi para o Parma, da Parmalat, na Itália, que patrocinava a equipe paulista. Foi uma relação tumultuada, esquisita, cheia de mistério e malandragem da empresa/equipe italiana. Isso fez com que ele voltasse para o Brasil, para uma rápida e decepcionante passagem pelo Flamengo. Também a sua presença na seleção brasileira foi cheia de altos e baixos, com muita falsidade por parte dos dirigentes e treinadores. Melhor esquecer.

A primeira participação no Cruzeiro foi, igualmente, turbulenta, em razão da pendência judicial com o Parma. Voltou para o Palmeiras. Depois, ao Parma. E novamente ao Cruzeiro, onde o reinício também não foi nada fácil. Ouviu de torcedores que estava ali para enganar de novo. Calou a boca de todos. Em 2003, a Raposa foi campeã brasileira, com 31 partidas ganhas e aproveitamento de 72,5%. E Alex poderia bem ter sido eleito o melhor jogador do mundo. Não foi, por injustiça aos sul-americanos. Mas conquistou a “Bola de Ouro” como melhor jogador do campeonato, e a “Bola de Prata” por ter sido o melhor meia da competição.

Aos 27 anos, Alex fechou contrato por três anos com o Fenerbahçe e transferiu-se para a Turquia, onde foi rei, mais popular que o primeiro-ministro do país. Permaneceu no país turco até 2013, e conheceu a melhor (e a mais apaixonada) torcida do mundo. Ganhou até estátua de bronze em praça pública, próxima ao estádio, bancada pelos torcedores. O Fenerbahçe queria contratá-lo até o final de sua carreira. Mas ele tinha planos de despedir-se do futebol no seu time do coração, o Coxa.

A despedida do Fenerbahçe foi também tempestuosa. A diretoria do time concordou com a saída, mas a torcida não. Um empresário comprou uma página no jornal e escreveu a seguinte mensagem: “É, Alex, você realmente tem que ir. Você merece ir embora porque foi muito profissional, passou um conceito familiar diferente, trabalhou sério, jogou um futebol acima das nossas expectativas e carregou esse time durante muito tempo nas costas. Você tem mesmo que ir. O povo turco não merece um cara com tanto sucesso aqui”.

Durante nove anos em Istambul, Alex fez 378 jogos pelo time turco, marcou 185 gols e deu 162 assistências.

Em 2012, assinou seu derradeiro contrato com o Coritiba. Ficou no time do Alto da Gloria até o jogo final, em 2014. Antes disso, fora um dos criadores do Bom Senso Futebol Clube, com o propósito de moralizar o futebol brasileiro e valorizar os atletas.

Depois disso, durante algum tempo, Alex foi comentarista de TV, contratado pela ESPN Brasil. Depois iniciou a carreira de treinador. Atualmente, dirige a equipe sub-20, do São Paulo Futebol Clube. E, certamente, tem ainda um belo futuro pela frente. Opinião sincera de um atleticano.

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#ForaBozo!

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Global Stalker

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Olavo de Carvalho morreu por não saber o que era preciso para não ser idiota

Aqui!

Ele morreu de estupidez, e levou muita gente junto, ao defender os malefícios da vacina e os benefícios do cigarro. Até relógio parado consegue estar certo duas vezes ao dia, diz o ditado. Venho aqui louvar a coerência e também a sorte de Olavo de Carvalho, que em 74 anos de vida conseguiu não ter razão nem um dia sequer. Não é fácil não acertar nada sobre coisa alguma.

Entre os seus muitos legados, se destaca uma contribuição inegável na identificação do imbecil brasileiro. Seu livro mais vendido tinha a palavra idiota escrita em letras garrafais na lombada, facilitando muito o nosso trabalho na identificação de um energúmeno. Olavo tirou o idiota brasileiro do armário: deu a ele uma carteirinha, um livro, um candidato.

Conheci Olavo n’O Globo, quando comecei a ler jornal. Tinha 13 anos e fiquei fascinado com sua coragem. Ele era o único que possuía informações que provavam que o PT estava mancomunado com as Farc pra dar um golpe comunista —ele e, então, eu, seu leitor, esse privilegiado que fazia parte do seu círculo mais íntimo, tínhamos acesso a essas informações tiradas lá do fundo do seu círculo mais íntimo. Sua obsessão anal se justificava: era no fundo desse instituto privado que ele ia buscar seus argumentos. Nem da direita nem da esquerda, sua formação veio do reto.

Acompanhei ele na Bravo, na Folha, ainda abismado com aquela coragem advinda da estupidez mais profunda. Lula ganhou, nenhuma das suas previsões catastróficas se concretizou e, ainda assim, ele nunca deixou a realidade contaminar seu discurso. Suas teorias nunca se deixaram abalar pelos fatos. Não se curvaram nem sob o temporal de uma pandemia. E convenceram muita gente. A estupidez tem o fascínio das coisas inabaláveis.

Olavo morreu porque não sabia o mínimo que era preciso pra não ser um idiota. Defendeu, até o fim da vida, os malefícios da vacina e os benefícios do cigarro. Morreu de estupidez, e levou muita gente junto.

Mas não estava sozinho. Nunca teria conseguido matar tanta gente se não tivesse tido tanto espaço, por tanto tempo, em jornais como este. Sua estupidez pode ter causado a morte de muita gente, mas antes disso gerou muitos anunciantes, movimentando a economia de cliques. E podem ter certeza de que não será esquecida.

Podem vir meteoros e erupções vulcânicas. Uma opinião estúpida é uma espécie de sacola plástica. O mundo pode acabar numa explosão nuclear: vai sobrar uma barata lendo um livro do Olavo de Carvalho.

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Síndrome do Messias

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Vale a pena ver de novo

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Quem prejudica passageiros deve ser penalizado

Em 2019 o Ministério Público da Bahia entrou com uma ação pedindo indenização por danos morais coletivos pelos atrasos constantes no embarque do ferry boat.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal assinala que no contrato de transporte terrestre de passageiros, o transportador está sujeito aos itinerários e aos horários previstos, sob pena de responder por perdas e danos, salvo motivo de força maior. Desse modo, o atraso significativo da viagem em decorrência de falha mecânica de veículo automotor – fortuito interno – caracteriza falha na prestação de serviço e enseja indenização por danos morais.

Resumindo: são indenizáveis os atrasos em transporte aéreo, terrestre, ferroviário e aquaviário.

Filas intermináveis, falhas no serviço, atrasos por quebras ou defeitos durante a prestação do serviço também entram nessa conta – e a favor dos usuários.

Os consumidores podem entrar também contra o Estado pela ausência de fiscalização e os seus gestores podem responder administrativa e penalmente por isso.

Quais as soluções?

O Estado pode declarar a caducidade da concessão, isto é, o encerramento do contrato, mediante notificação, cobrar multas e até pedir judicialmente o bloqueio de bens das empresas faltosas.

Como fica o serviço nesse meio tempo, entre a exclusão da empresa que incorre em falha até uma nova contratação?

Tem-se várias saídas: o Estado pode encampar os serviços, isto é, requisitar os meios materiais e empregados e administrar provisoriamente; pode contratar emergencialmente; cadastrar transportes alternativos; e pode chamar os próximos colocados na licitação da concessão, tudo irá depender da situação em concreto.

O que não pode ocorrer é a população ser castigada com serviços baixa qualidade, de duvidosa segurança e ficar à mercê de serviços precários e atrasos constantes.

O gestor público precisa de coragem para fazer isso? Não!

O administrador tem que cumprir a lei que o obriga a tomar uma atitude em favor dos consumidores e não “passar o pano” ou “fazer vistas grossas” para concessões flagrantemente ineficientes que causam danos coletivos.

Contudo, no Brasil há leis que pegam e outras leis que não pegam.

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Flagrantes da vida real

zanatta-e-beto-batataPaulo Zanatta e Robert Amorim, in vino veritas, do balacobaco! © Maringas Maciel

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Playboy|1970

1979|Sylvie Garant. Playboy Centerfold

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Fraga

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Filha de Olavo de Carvalho posta nas redes: “Que Deus o perdoe”

Brigada com o pai, Heloísa de Carvalho também publicou que comemorar a morte de qualquer pessoa é “atestado de total falta de humanidade”

Filha de Olavo de Carvalho, Heloísa de Carvalho lamentou nas redes sociais a morte do pai, deixou mensagens críticas ao escritor, mas também afirmou que “comemorar a morte de qualquer pessoa é assinar o atestado de total falta de humanidade”. Em uma das postagens, ela também pediu que Deus perdoasse todas as “maldades” que o pai cometeu.

Olavo de Carvalho morreu na noite desta segunda-feira (24/1), madrugada no horário brasileiro, em um hospital na região de Richmond, no estado norte-americano da Virgínia. Ele estava internado com problemas de saúde. Na nota do perfil do escritor, não há menção sobre a causa do falecimento dele. Entretanto, Olavo anunciou no último dia 16 que estava com Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

“Comemorar a morte de qualquer pessoa é assinar o atestado de total falta de humanidade. Deus tá vendo e eu também”, escreveu Heloísa nas redes sociais. Em interação com internautas, ela falou dos sentimentos naquele momento.

Ela rompeu com Olavo em 2017. Nesta madrugada, ao responder uma pessoa no Facebook, ela disse que sempre foi “órfã de pai e mãe”.

“Olavo morreu de Covid. Não tem como eu sentir grande tristeza pela morte dele, mas também não estou feliz. Sendo sincera comigo e meus sentimentos”, publicou. “Tô bem, bem e em paz comigo, minha consciência e com Deus”

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Brumadinho, crime e impunidade

Livro e documentário abordam a tragédia de 2019 em Minas gerais

Com atraso, li a obra “Brumadinho – a engenharia de um crime” (editora Letramento), dos jornalistas Lucas Ragazzi e Murilo Rocha, que está sendo relançada no momento em que o desastre completa três anos. O livro traz uma impressionante reconstituição dos fatores que levaram ao desmoronamento da barragem da Vale, que matou 272 pessoas e poluiu o rio Paraopeba.

Tanto quanto o colapso do reservatório da Samarco, em Mariana (19 mortos e o rio Doce contaminado), o rompimento em Brumadinho era uma tragédia anunciada. No caso da barragem da Vale, o livro mostra que a empresa sabia dos riscos e não tomou as medidas adequadas porque teria que paralisar atividades no local e interromper ganhos. Ao agir assim, a mineradora escreveu uma sentença de morte contra os trabalhadores, os moradores das redondezas e todos os que tiveram a infelicidade de estar ao alcance da lama em 25 de janeiro de 2019.

E, finalmente, por que o Judiciário brasileiro não foi capaz, até agora, de julgar os responsáveis? As respostas a essas questões tão elementares preenchem de dor, sofrimento e revolta a vida dos que perderam amores e amigos na voragem da lama mineral, tão violenta que até hoje não foi encontrado nenhum vestígio de seis vítimas.

Sobre essa dor, cortante como lâmina, recomendo o premiado documentário do jornalista Fernando Moreira, “[O vazio que atravessa]”, que estará disponível gratuitamente nos dias 26 e 27 de janeiro (amanhã e quarta) em mostratiradentes.com.br.

De um ponto de vista delicado e intimista, o filme reverbera o clamor das vítimas contra a impunidade.

Publicado em Cristina Serra - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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