‘Anos de chumbo’, livro de contos de Chico Buarque, retrata um Brasil que desperta fascínio e horror

Deve ser duro ser o Chico Buarque. Ou deve ser mole ser o Chico Buarque? Deixo para os historiadores da cultura brasileira do futuro essa resposta (caso haja tudo isso, historiadores, cultura, Brasil — e futuro). Mas é uma pergunta honesta que pode perseguir a leitura dos oito contos que compõem Anos de chumbo.Deve ser duro ser o Chico Buarque. Ou deve ser mole ser o Chico Buarque?

Deixo para os historiadores da cultura brasileira do futuro essa resposta (caso haja tudo isso, historiadores, cultura, Brasil — e futuro). Mas é uma pergunta honesta que pode perseguir a leitura dos oito contos que compõem Anos de chumbo.

São 168 páginas, coisa rápida de ler. Formatinho menor, capa dura, um mimo. Não é a estreia de Chico escritor na forma breve, como diz o site da editora. A não ser que hoje em dia se use dizer forma breve em vez de conto, Chico Buarque já circulou várias vezes pela brevidade das formas: o conto “Ulisses” (1966, publicado no songbook A banda e no Suplemento Literário do Estadão), a novela-pecuária Fazenda modelo (1974), o poema-narrativo A bordo do Rui Barbosa (publicado em 1981, foi escrito com o colega da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo Vallandro Keating nos anos 60). Isso sem falar em mais de um cancioneiro que reúnem centenas de letras em mais de trinta álbuns de estúdio; algumas que se aproximam do poema, outras tantas da crônica e aquelas (mais ainda) excepcionais de manifestos lidos aos gritos em praça pública.

No entanto, desde que estreou no mercado editorial com um romance — Estorvo, de 1991 — Chico de fato não havia publicado nada parecido com os oito contos deste volume. Se os oito se dividem entre temáticas — e vozes variadas —, a vertigem entrópica do Brasil entre 2016 e 2021 parece ser o traço comum. Em seu último romance, Essa gente (2019), já essa velocidade se apresenta na figura do narrador-personagem, que registra entradas de diário, e-mails mal-educados ao editor, anotações de sonhos alternadas a mensagens de áudio de uma das ex-mulheres, a e-mails em português escorreito de outra e respostas de mensagens educadíssimas do editor em questão e do amigo de colégio. O narrador-personagem é um escritor em crise, devendo originais do “próximo romance genial”, algo misantropo, antissocial, mas com poder agudo de observação para uma civilização que se esboroa a sua frente. Num arco de tempo que vai de dezembro de 2018 aos primeiros meses de 2019, é evidente que ele está falando do Brasil que está se havendo com o fato de ter elegido um presidente de extrema direita.

São 168 páginas, coisa rápida de ler. Formatinho menor, capa dura, um mimo. Não é a estreia de Chico escritor na forma breve, como diz o site da editora. A não ser que hoje em dia se use dizer forma breve em vez de conto, Chico Buarque já circulou várias vezes pela brevidade das formas: o conto “Ulisses” (1966, publicado no songbook A banda e no Suplemento Literário do Estadão), a novela-pecuária Fazenda modelo (1974), o poema-narrativo A bordo do Rui Barbosa (publicado em 1981, foi escrito com o colega da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo Vallandro Keating nos anos 60). Isso sem falar em mais de um cancioneiro que reúnem centenas de letras em mais de trinta álbuns de estúdio; algumas que se aproximam do poema, outras tantas da crônica e aquelas (mais ainda) excepcionais de manifestos lidos aos gritos em praça pública.

No entanto, desde que estreou no mercado editorial com um romance — Estorvo, de 1991 — Chico de fato não havia publicado nada parecido com os oito contos deste volume. Se os oito se dividem entre temáticas — e vozes variadas —, a vertigem entrópica do Brasil entre 2016 e 2021 parece ser o traço comum. Em seu último romance, Essa gente (2019), já essa velocidade se apresenta na figura do narrador-personagem, que registra entradas de diário, e-mails mal-educados ao editor, anotações de sonhos alternadas a mensagens de áudio de uma das ex-mulheres, a e-mails em português escorreito de outra e respostas de mensagens educadíssimas do editor em questão e do amigo de colégio.

O narrador-personagem é um escritor em crise, devendo originais do “próximo romance genial”, algo misantropo, antissocial, mas com poder agudo de observação para uma civilização que se esboroa a sua frente. Num arco de tempo que vai de dezembro de 2018 aos primeiros meses de 2019, é evidente que ele está falando do Brasil que está se havendo com o fato de ter elegido um presidente de extrema direita.

Bia Abramo

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Bolsonaro já tem mais rejeição do que Bolsonaro

Nesta semana, a rejeição ao governo Bolsonaro alcançou seu maior índice, com 55% e 60% em pesquisas diferentes. Bolsonaro já é mais odiado que Bolsonaro, dizem especialistas. Jair já é mais rejeitado que ligação de operadora de celular oferecendo “vantagens”.

Ele já é mais rejeitado que pessoas que batem escanteio curto, do que bater o mindinho em uma quina, do que cortar o dedo com papel, até do gente que anda devagar na calçada e escreve a expressão “é sobre isso” nas redes sociais. Bolsonaro está tão rejeitado que o autor dessa matéria fugiu ao escrever “Bolsonaro” pela quinta vez no texto e não conseguiu escrever a última piada.

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Padrelladas

Diário da Croroquinha

Estava eu aqui a matutar: Se você der quitutes ou lavagem a um porco ele não perceberá a diferença. E se notar que tem algo estranho ficará na dele. Se você der pérolas a um porco, ele não conseguirá fazer um colar. Estava aqui pensando que se elegermos um prefeito cabeça de bagre ele não conseguirá legislar com a cabeça. Vai sempre dizer “onde é que eu estava com a cabeça”.

Não se pode confiar num deputado que ofereça uma verdade e só apresente meia verdade, ficando com o resto pra ele. Ou num governador que crie galinhas e raposas no mesmo espaço físico. Ou num presidente que sempre esquece o cérebro no copo onde guarda a dentadura. As eleições estão aí. Dia 25. Com certeza todo mundo vai sentar no colo de papai Noel. Depois não se queixem.

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© Reinaldo Figueiredo

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Chamas

Dentro daquela visão, estavam em meados do século XIX. O que aconteceu na época impacta ainda os encontros e desencontros da existência atual. Uma casa incendiada e o minúsculo fruto daquela união foi engolido por chamas que, descontroladas, romperam a segurança com que explodiam dentro do peito dele para, em ato criminoso ou de infeliz descuido, se desesperarem em labaredas enormes de culpas, de perdas e de abandonos. O sofrimento anestesiou as feridas que se entranharam nela e que verteram lavas de dores profundas, hemorrágicas, incandescentes. O sofrimento ansiava pela partida, por um respiro qualquer, longe da fumaça intoxicante da ira que flambava sua pele, deixando o ar impregnado do aroma etílico do remorso.

Nenhuma explicação diminuiria a culpa que ela lhe atirou com todas as forças que pode reunir em tal ação e nem retardaria a velocidade com que ele prontamente admitiu e aceitou as reações dela. Separaram-se sob o peso de uma pendência espiritual de magnitude incalculável e retornariam quando fosse possível colocar em teste os avanços no aprendizado de ambos, no perdão mútuo, de um para o outro e consigo mesmo, e na possibilidade de um resgate único, purificado na ardência de tamanhas dor e aversão. Eram muito apaixonados e tiveram o privilégio de viver aquele amor com a intensidade de um fenômeno da natureza, mas erraram na mão quando se sufocaram e se inebriaram também pelas incompreensões, vícios e equívocos do modo de vida da época, forjados no fogo dos seus costumes.

Por isso mesmo, os senhores do tempo e do destino impuseram à arrogância com que eles se fecharam para o mundo e se dedicavam única e exclusivamente, em pequenos descompassos, aos apegos erguidos pelos seus egos. Deveriam se desprender daquele amor mundano para aprender, com muita dor, a verdadeira arte de amar na sua natureza mais pura, saudável e edificante. As autoridades foram implacáveis na punição. O acordo prévio era que cultivassem a paciência, esperassem e progredissem suave e tranquilamente, antes do encontro consagrado para irradiar ao mundo a beleza e a extensão dos poderes do universo. Naquele instante, o mundo era um local inóspito para as aspirações desenhadas à transformação da realidade. Mas eles não conseguiram se conter e cederam aos estímulos do campo magnético para além do que o acordo estabelecido permitia, em arbítrio desafiador. Pagaram um preço altíssimo por aquela atitude afoita, atropelada. E ainda pagam por isso. Quando sentem a conexão, hoje, ela vibra com a bagagem de uma carga emocional antiga, de saudades estranhas e com o acúmulo de uma espera confusa, que atravessam planos existenciais, vidas inteiras, crenças, hemisférios e mundos…

Helena observa a chuva torrencial e constante. Descobriu que não via uma precipitação assim há muito tempo. Nem se deu conta, mas tinha se esquecido de como ela era: que cheiro deixava no ar, como lavava o chão, que sons marcavam sua presença e como sentia-se nesses dias, cujas horas passavam lentas, alternando as sensações de calor, frescor e de umidade na sua tarde distraída. Uma luz se acende na janela do último andar da fachada de um prédio, não muito distante dos seus pensamentos. Pode-se ouvir, escorregando pela fresta, o som da música clássica que atravessa os espaços e chega intacta, mansa e doce nos ouvidos dela. O toque instrumental embala agora uma Helena atônita pelas revelações que despertam uma clarividência maluca, nervosa e inconcebível na sua racionalidade, mas que repousam plenamente aceitável e audível nos anúncios que sua intuição grita e insiste em alardear para acordar a consciência.

Mágicas que somente quando são colocadas na conta do poder divino que nos rege é que são possíveis de serem assimiladas. Já estivera a ponto de perder a fé nos esclarecimentos daquela jornada, até que, novamente, por meio de uma manifestação da natureza, esculpida pelos traços e conspirações do universo, um sopro ciclônico jogou tudo para o ar e recolocou aquelas duas almas, ao mesmo tempo, em uma esquina onde seus caminhos puderam voltar a se cruzar para, enfim, acertarem as contas com o passado.

Não foi à toa que um fenômeno poderoso e amedrontador veio girar as chaves das percepções. Há um propósito: lembrar e reanimar nos dois a consciência não só da pequenez, mas como da fragilidade e da finitude da vida; Deveriam exercitar com humildade as suas insignificâncias para poderem refletir o brilho do universo e somar, com tantas outras almas nessa missão privilegiada e extenuante, a grandiosidade da obra imaterial que os une e que os aterra. Quando aprendessem a se amar, enquanto centelhas divinas e não deixassem de ser reféns de apelos egoístas, aprisionadores e efêmeros, estariam preparados para o salto definitivo e para se lançarem ao abraço universal, por impulso de suas miseráveis, mas potentes chamas apaixonadas… Livres para aquele aconchego, acolhida e livres também para se moverem rumo ao prometido retorno das duas almas pródigas para o calor e o conforto do lar.

Precisavam compreender a renúncia – e o amor que de fato ela expressa e expande – no contexto dos propósitos da elevação da vibração positiva à edificação dos novos tempos, no ambiente desta civilização e para a evolução que o momento atual demanda e já permite favorecer. Sem medos, imposições, cobranças, disfarces ou maquiagens, apenas confiando nos direcionamentos edificantes. Só quando eles naturalizassem esse entendimento, praticassem o desapego e despertassem para as verdades singelas e intuitivas que ele revela, as chamas internas poderiam voltar a queimar livres, com todo vigor e força, para contarem uma nova história, ofertarem uma nova chance a eles e para irradiarem no horizonte um amanhã promissor, semeado no desprendimento e no poder de contágio dos vapores e calores dos afetos incondicionais.

Publicado em Thea Tavares - Blog do Zé beto | Deixar um comentário
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O extravio de bagagens em viagens aéreas

Passou a lua de mel em Paris e, na volta, a mala foi extraviada.

Diante do conteúdo valioso contido na bagagem, a consumidora pediu 100 mil reais de indenização. Contudo, a indenização em viagens internacionais é regida pela Convenção de Varsóvia que limita em R$5.940,00 a indenização por mala extraviada.

Resultado: a consumidora pediu 100 mil, mas fi cou com 5 mil.

O Código de Defesa do Consumidor – CDC garante a indenização integral do dano material, mas não foi aplicado no caso, o que é um grande erro, pois deveria valer a regra mais benigna, no caso o CDC e não a convenção de Varsóvia.

A Constituição do Brasil prevê a aplicação da convenção internacional, no caso a de Varsóvia e Montreal, e afasta o Código de Defesa do Consumidor nesses casos, e há repercussão geral junto ao Supremo Tribunal Federal sobre o tema, no caso de indenização dos bens materiais.

Ressalve-se que as indenizações por danos morais decorrentes de extravio de bagagem não estão sujeitas às convenções de Varsóvia e Montreal.

A Convenção de Montreal admitiu a possibilidade de o consumidor/passageiro afastar o limite indenizatório nela previsto para os casos de extravio de bagagem, realizando uma declaração especial que indique o valor dos bens transportados. Esse procedimento é o mais correto, em viagens internacionais, caso a bagagem exceda o valor de R$5.940,00.

Em viagens nacionais vale o Código de Defesa do Consumidor, tanto em danos materiais quanto morais, e recomendo que o consumidor fotografe o que coloca em suas malas para o caso do extravio das bagagens e o posterior pedido de indenização.

Publicado em Claudio Henrique de Castro | Com a tag | Deixar um comentário
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Padrelladas

Hoje é 19 de dezembro. No dia de hoje, há muito tempo atrás, um homem ficou pelado na Praça do Homem Nu. Ele tinha visto uma mulher pelada e estava se engraçando com ela. Veio e Erbo Stenzel com sua varinha mágica e os dois viraram pedra. Hoje, o local é muito vigiado, principalmente na época natalina. Nem uma e nem duas vezes tentaram armar presépio perto do casal.

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Bolsonaro quer vingança por Anvisa liberar vacina para proteger crianças

Chegou a notícia que muitos pais e mães, pelo menos os responsáveis, esperavam ansiosamente: a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou, nesta quinta (16), a vacina da Pfizer contra a covid-19 para crianças de cinco a 11 anos. Quem não gostou nada foi Jair Bolsonaro, que defende a liberdade do coronavírus no Brasil.

Tanto que prometeu, em live, divulgar a seus apoiadores os nomes dos diretores da agência que participaram da liberação do imunizante. Isso não é uma ação de transparência, mas uma intimidação visando ao assédio e à violência. Vale lembrar que a Anvisa recebeu ameaças de morte de pessoas contrárias à vacinação de crianças enquanto analisava os dados da Pfizer.

“Eu pedi, extraoficialmente, o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de cinco anos, queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento quem são essas pessoas e obviamente forme seu juízo”, afirmou Jair. Forme o seu juízo de quê? De como atacá-las?

Isso é vingança contra a Anvisa, que cumpriu o seu papel de colocar a ciência e a saúde pública acima dos desejos do presidente da República. Para uma pessoa insegura e autoritária como Bolsonaro, deve ter ficado um gosto amargo na boca ao constatar, mais uma vez, que sua vontade nem sempre é lei no governo federal. O que nos lembrar que, apesar dos sequestros de instituições por Jair, algumas ainda funcionam.

Leonardo Sakamoto

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Jeju Loveland

Sex Themed Sculpture Park na Coreia do Sul (NSFW)

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#ForaBozo!

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Carlos Careqa – Ser solteiro

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2022

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Flagrantes da vida real

Banquete dos mendigos.  © Maringas Maciel

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Todo mundo lá!

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