Todo dia é dia

© Macaxeira

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Governo brasileiro é alçado a líder de aliança ultraconservadora mundial

O governo brasileiro foi alçado ao papel de protagonista na defesa de uma agenda antiaborto do cenário internacional, aplaudido pelo movimento ultraconservador, de extrema-direita e religioso no mundo.

O gesto de reconhecimento do papel do Brasil ocorreu na semana passada e quem fez questão de reforçar a postura foi Valery Huber, ex-representante de Donald Trump para temas relacionados à saúde da mulher.

Huber usou um discurso durante a adesão da Guatemala a uma coalizão antiaborto, conhecida como Consenso de Genebra, para deixar claro que o bloco tem hoje o Brasil como líder. A aliança havia sido estabelecida no dia 20 de outubro de 2020, numa das últimas ações lideradas por Donald Trump e que contou com o apoio de Jair Bolsonaro, além de outros atores como Hungria, Polônia e governos do Oriente Médio acusados de restringir direitos de mulheres, entre eles a Arábia Saudita.

Jamil Chade

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Absorvente e as regras do jogo

É um tema que trata de uma questão íntima, mas se tornou um grande debate político: a distribuição gratuita de absorventes para estudantes pobres, presidiárias, mulheres em situação de rua. O projeto é de autoria da deputada Marília Arraes (PT-PE) e foi vetado por Bolsonaro.

Desde a década de 1960, alguns homens, como eu, foram alertados sobre a importância da menstruação na psicologia feminina. A aparição do livro de Simone de Beauvoir “O segundo sexo” nos despertou para essa e outras importantes realidades da vida da mulher. Lembro-me de sua célebre frase: é difícil sentir-se uma princesa com um pano ensanguentado entre as pernas.

O projeto aprovado na Câmara não se limita apenas ao marco psicológico da menstruação, mas também a sua dimensão social e econômica: milhares de estudantes pobres deixam de ir à escola por falta de absorventes adequados.

De uma certa maneira, o tema já foi discutido na administração de Fernando Haddad em São Paulo e no próprio governo Dilma. Não prosperou. Com o avanço da presença feminina na Câmara, foi possível aprovar o projeto, mas não está havendo, acho eu, o debate necessário com Bolsonaro.

Muitas mulheres afirmam, com razão, que, se os homens menstruassem, o caminho do projeto seria mais fácil. Não se pode aplicar o argumento à Câmara, onde a ideia triunfou apesar da maioria masculina.

Mas é aplicável a Bolsonaro, e há argumentos para isso. Quem acompanha, como eu, as declarações dele, sabe que, em muitos momentos, revelou preocupação com a higiene íntima masculina.

Talvez pela experiência em quartéis com soldados pobres e menos escolarizados, Bolsonaro acha que esse problema deveria ser abordado pelo governo. Segundo ele, por falta de água, sabão e uma campanha educativa, muitos homens deixam de lavar adequadamente o pênis, expondo-se a doenças e mutilações.

Bolsonaro não lê meus artigos, não ajudam sua autoestima, mas alguma pessoa próxima poderia despertar sua consciência, estimulando-o a abordar as duas questões simultaneamente e a financiá-las pelo SUS. Esses atalhos que o diálogo propicia são praticamente impossíveis no Brasil de hoje. Quase não se discute verdadeiramente.

Estou muito sensível a esse impasse porque leio no momento um interessante livro chamado “A armadilha da inteligência”, de David Robson.

A tese do autor é que pessoas inteligentes às vezes fazem coisas estúpidas, às vezes porque partem de um forte viés político, às vezes porque acham que sabem demais — enfim, é um longo estudo sobre o funcionamento do cérebro.

A parte que me interessa destacar : a tecnologia acaba dificultando nossa capacidade de raciocínio por causa do volume de informações que nos traz e, com ele, o hábito de navegar rapidamente entre elas. No momento em que discutimos o bombardeio de fake news, vale a pena examinar o combate por outro ângulo. Discutimos leis e mecanismos de controle.

Nos Estados Unidos, já existem alguns cursos universitários que ensinam a refletir sobre os fatos: quem disse isso, quais são suas fontes, quais as evidências, existem visões alternativas? — são algumas perguntas que, ao lado de mostrar lógicas falaciosas, também introduzem o aluno na leitura das estatísticas.

Em alguns casos, são estudadas as técnicas mais avançadas para enganar as pessoas. Um clássico exemplo é a indústria do cigarro, que financiou uma poderosa campanha para negar os efeitos do tabaco na saúde humana.

Essa tática foi transplantada para a negação do aquecimento global e esteve muito presente também não só no movimento antivacina, mas em vários aspectos da pandemia de coronavírus.

Alguns analistas com que concordo acham que será impossível escapar completamente das fake news, simplesmente porque não há tempo de examinar com um olhar crítico toda a informação que nos chega. Essa digressão foi apenas para acentuar que uma das maneiras de contornar os aspectos odiosos da polarização política não passa apenas pela crítica aos atores do processo.

Por meio da rapidez e do estímulo ao conflito, as grandes plataformas digitais envenenaram o mundo. O problema é como sair dessa.

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Mural da História

Beto Batata, 12 anos, em algum lugar do passado.

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Playboy|1970

1976|Patty McGuire. Playboy Centerfold

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Mural da História

28 de fevereiro|2010

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João Negreiros

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Musas

Maria do Céu Whitaker Poças, Céu. © Reuters

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Desgoverno

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‘Bora escrever!

Há um momento exato em que o escritor percebe que a história ganhou pernas próprias e que estas fogem do seu controle. Enveredam por um caminho novo ou para um desfecho que não estavam ali antes, quando a primeira ideia surgiu na mente e o levou a rabiscá-la. É também quando o texto flui mais rápida, espontânea, gostosa e magicamente da cabeça e dedos à tela. Apesar de todo o lirismo empregado na embalagem de tal descrição, esse é um exercício muito prático e real, que brota do hábito de simplesmente sentar e começar a escrever o que se pensa, no ritmo ditado pela velocidade dessas divagações.

Já na primeira aula e em meio às provocações iniciais, uma dica vem desenhada de maneira tão lógica quanto profunda: é escritor quem escreve. Bingo! Parece óbvio, né? Então, encare! O compromisso ditado era de construir pelo menos uma página e apenas uma única página de texto todo santo dia.

– ‘Bora lá! Ele disse a si mesmo, engolindo às pressas o café que esfriava na xícara e com os olhos, ouvidos e olfato determinados a buscarem ao redor uma situação digna de ser contada e, por derivação, de ser lembrada nesse exercício literário. O que você enxerga da sua janela neste instante, questionava o professor aos seus alunos, cujas participações se alternavam entre quadros animados, desanimados e outros, de fundo escuro, onde apenas se conseguia ler os nomes dos prováveis interessados ausentes. Aliás, nosso autor acompanhava apenas a gravação de uma aula que já havia sido ministrada e, à exceção dele, tudo o mais já não se fazia presente. Até a interação estava conjugada no passado.

Enxergava apenas as distâncias que cabiam na resposta à indagação do professor. Inclusive aquela por vencer, até ultrapassar os próprios limites e alcançar a tal janela. Ainda impregnado por barreiras físicas e pelas coisas táteis que estavam ao seu redor, os aromas e toda espécie de bloqueios ou de âncoras entre as projeções e suas concretudes, percebia inicialmente apenas o que se encontrava disposto dentro do seu espaço, naquela sua zona de conforto, pode-se assim dizer.

A janela estava fechada… Uma chuva repentina e muito pedida em orações, depois de quase dois anos de uma escassez rigorosa de água na cidade, ornava de gotas a estrutura à sua frente. Eis a chuva! Nem se deteve por muito tempo, mas deixou suas marcas molhadas no vidro, que logo mais secarão na superfície, restando apenas os rastros de sua passagem em desenhos secos da mistura de água com pó e das fuligens que viajaram longas distâncias nas asas de um vento preciso.

Não se atrevia a avançar para observar além da vidraça. O coração batia e queimava acelerado de apreensões. Havia inúmeros apelos da janela para dentro, que retardavam aqueles passos, distraíam e roubavam sua atenção. Mesmo o barulho no apartamento vizinho lhe dava um puxão repentino para dentro do ambiente. Será que queria mesmo sair e aventurar-se em espiar aquele leque desconhecido de possibilidades que habitavam o lado de fora?

Deteve-se a observar os discos, os livros, o rádio de aparência antiga e as quinquilharias que uma mente bagunçada, desorganizada, espalhara e entulhara pelos cantos. Olhou para aquelas coisas inacabadas, pensou que bem poderiam ser sinais de um certo transtorno de acumulação e próprias das dificuldades de desapego… Carência exponencial gritava daquela bagunça toda.

Cada palavra ali era uma marca e uma sinalização da identidade retumbante que habitava o espaço. O que uma chave de fenda fazia solta, próxima, perdida e a colecionar pó apenas? Lembrava de tê-la usado para apertar um parafuso espanado no assento da cadeira do escritório… Estava quase atingindo a meta da aula de redação – escrever uma página – e nem havia ultrapassado a janela fechada. Adiantou, com todo cuidado, um olhar para fora daquele espaço, da segurança, do conforto, da bagunça do seu mundinho e da sua arduamente cultivada quietude, que era rompida apenas pela MPB tocada na rádio. “Rádio”, hoje em dia, é somente um modo de dizer. Ele sintonizava uma estação pelo seu telefone celular e, por meio da tecnologia, o som ganhava liberdade através das caixas acústicas – aí, sim – do seu aparelho de rádio.

Mas e a janela? A janela o encarava com ar de quem pergunta se ele a havia esquecido, abandonado ou se estaria por capricho apenas a ignorá-la? Nem se ouvia mais os barulhos da chuva, os chuviscos eram silenciosos. Os galhos e as folhas das árvores, lá fora, também se balançavam discretos. Saiu! Foi inesperado, natural, espontâneo e desapercebido. Quando deu conta de si, já havia vencido a barreira dos receios ou de qualquer coisa que o reteve por inúmeras e mais linhas de sofrimento, preso dentro de si.

Saiu sem se mexer exatamente e foi levado por um impulso invisível a movimentar-se. Percebeu-se livre daquela fronteira imaginária, erguida e sustentada por apreensões, egos e outras formas de aprisionar um espírito que só deseja integrar-se ao quadro todo e ser inteiro conectado. Não existe um “lá fora” ou um distante e isolado “aqui dentro” quando se percebe integrado e íntegro em indeterminado ambiente. Nem limites físicos que impeçam de atingir e de transcender para onde habitam desejos e aspirações de completude. É o que a janela está lhe dizendo e lhe ensinando com seus pingos, a partir da aula e sob o direcionamento mágico do professor que lhe pede para exercitar aquelas abstrações.

E quase que ele supera em uma página inteira a meta pedida no exercício literário. Simples assim!

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Jaguar

Retrato do incrível  Jaguar, e seus  90 anos bem vividos, que integra meu projeto com cartunistas brasileiros. A prova de que cartunistas são essenciais tem nome e se chama Jaguar, uma das pessoas mais importantes  na imprensa brasileira nos últimos 50 anos.

Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe (Rio de Janeiro RJ 1932). Caricaturista, ilustrador, desenhista, jornalista, cronista. Jaguar inicia sua carreira como cartunista, em 1957, na página de humor da revista Manchete.

No ano seguinte, a convite de Carlos Scliar (1920 – 2001), passa a colaborar com a revista Senhor, onde conhece Ivan Lessa e Paulo Francis (1930 – 1997). Na década de 1960, trabalha por oito anos no jornal Última Hora. Em 1968, lança Átila, você é um bárbaro, uma antologia de seus cartuns. Paralelamente ao trabalho de cartunista, é, durante 17 anos, escriturário do Banco do Brasil, emprego que abandona em 1971.

No banco, conhece Sérgio Porto (1923 – 1968), também funcionário e escritor, que sob o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, tem vários de seus títulos ilustrados por Jaguar. É um dos fundadores da famosa Banda de Ipanema, inaugurada no primeiro carnaval pós-golpe militar de 1964, e que congregava jornalistas, escritores, cineastas, atores, músicos, artistas plásticos e cartunistas.

Funda em 1969, o semanário carioca O Pasquim, ao lado de Millôr Fernandes (1923), Tarso de Castro, Sérgio Cabral (1937), Henfil (1944 – 1988), Paulo Francis, Ziraldo (1932), entre outros. Em O Pasquim, cria o rato Sig, uma alegoria de Sigmund Freud (1856 – 1939), que se torna símbolo oficial do jornal, aparece na capa e no começo das matérias, e é o mascote da publicação. Dentre os personagens criados por Jaguar, além do rato Sig, destacam-se: Gastão, o vomitador; Boris, o homem tronco e o cartum Chopnics, publicado inicialmente no Jornal do Brasil.

Em 1999, edita a revista Bundas – satirizando a publicação Caras -, com Ziraldo e outros remanescentes de O Pasquim. Em 2000, lança o livro Ipanema – Se Não Me Falha a Memória, pela editora Relume Dumará, e, no ano seguinte, Confesso que Bebi, Memórias de um Amnésico Alcoólico, pela Record.

Paulovitale@All Rights Reserved

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Vocês não perdem por esperar

Editorial: “Certos escritores se pretendem eternos e são apenas intermináveis”.Millôr Fernandes.

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Quaxquáx!

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Janela indiscreta

© Iara Teixeira

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