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Tem que interditar: Bolsonaro solto é uma ameaça à saúde pública
Confesso que fiquei espantado ao ouvi-lo se esgoelar no microfone contra todas as medidas de contenção do coronavírus, mentir compulsivamente sobre as vacinas, a supernotificação do número de mortos e o uso de máscaras, defender de novo o “tratamento precoce”, que não cura mas pode matar, e louvar Deus, os militares e a PM, aos gritos, como se estivéssemos em guerra.
Bolsonaro continua ameaçando a saúde pública, na contramão da ciência e da OMS, dobrando a sua aposta no negacionismo doentio que já deixou quase 500 mil mortos no país. Tem que ser interditado urgentemente.
Os alvos principais do seu discurso delirante foram o isolamento social, o governador paulista João Doria e a CPI da Pandemia, que investiga, e já tem centenas de provas da responsabilidade do governo federal no enfrentamento da pandemia. Milhares de brasileiros não precisavam ter morrido, vai ser a conclusão.
O tempo todo sem máscara, aglomerando e acenando para os seguidores, o presidente ainda teve a coragem de dizer que não está em campanha eleitoral. Qual foi, então, a finalidade do novo rolê de motos, que congestionou o trânsito na cidade e interditou rodovias?
Em seu discurso, Bolsonaro amitiu que estamos com um problema sério do vírus, o que já é um avanço, mas se mostrou mais preocupado com a economia, o desemprego e a fome, e garantiu que o Brasil estará entre os cinco países com maior crescimento econômico no mundo este ano, sem citar a fonte de onde tirou esta afirmação. Foi o Paulo Guedes quem lhe falou?
A manifestação motorizada sobre duas rodas foi batizada de “Acelera para Cristo”, mais uma vez misturando política com religião . Para homenagear os devotos, o capitão levou na garupa da sua moto o deputado Cezinha de Madureira, líder da Frente Parlamentar Evangélica.
“Eu nunca mandei fechar igrejas”, proclamou, como se alguém o tivesse acusado disso. Era a senha para os apoiadores gritarem “Fora Doria”.
Como se estivessem bem ensaiados, quando falou que quem já foi vacinado não precisa mais usar máscaras, o que é uma mentira, a massa de motoqueiros exultou: “Eu autorizo”.
Pulando de um assunto a outro, cada vez mais empolgado, só faltava atacar a imprensa. Lá pelas tantas, mirou na Folha _ “jornal que não serve nem para limpar chiqueiro” _ para dizer que o país “não está despiorando, mas melhorando”.
Em sua campanha para desmoralizar o quarto ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu novamente um decreto para “flexibilizar” o uso de máscaras, a única defesa de quem não pode manter o isolamento social porque precisa trabalhar.
Em resumo, ao dizer que nunca se curvou à pandemia, o discurso do presidente da República foi todo dirigido à CPI, para justificar as ações e omissões do seu governo, que estão sendo reveladas nos depoimentos, e provar que ele sempre esteve certo, ao boicotar as vacinas e receitar cloroquina.
“Eu peguei Covid, tomei cloroquina e, no dia seguinte, estava curado”, voltou a repetir, para os aplausos da plateia.
Quem sabe, poderia também ter tomado um suco de laranja, que teria o mesmo efeito. Mas assim como acontece com seus devotos, não há argumento científico capaz de faze-los mudar de ideia. Eles têm ideia fixa.
No meio do passeio do Dia dos Namorados, o governador Doria multou Bolsonaro em R$ 500 por não usar máscara, o que é troco perto do que custou ao governo do Estado a montagem do esquema de segurança do presidente.
Para protegê-lo, foram mobilizados 1.433 policiais, cinco aeronaves, 10 drones e 600 viaturas, sem contar os agentes da Polícia Federal, do GSI e da PRF, requisitados para garantir o sucesso do passeio presidencial. Custo total: 1,2 milhão.
Se ninguém contiver e interditar esta insanidade, milhares de brasileiros continuarão a morrer e ser contaminados todos os dias pelo coronavírus, superlotando hospitais e cemitérios. E eles continuarão alegremente passeando e se divertindo pelas ruas e rodovias deste país, com direito a um discurso do grande líder no final.
Eleições 2022: Bolsonaro diz que é “impedrejável”
“Vocês não sabem o que é uma cadeira presidencial para desejar 2022 para gente. Mas, tem aí [nas manifestações públicas] uma demonstração clara de quem dominava o Brasil. E eles querem voltar a qualquer custo. Não é apenas o pessoal do ‘nove dedos’. Tem gente mal acostumada aí”, disse Bolsonaro.
Ao comentar os ataques dos possíveis adversários, Bolsonaro declarou: “Eu sou impedrejável.”
Os perigos dos agrotóxicos nos alimentos
Os consumidores têm direito à toda informação sobre os alimentos que consumem.
O Código de Defesa dos Consumidores garante a informação adequada e clara sobre as características e a composição dos produtos. E os agrotóxicos que fazem parte dos alimentos são informados aos consumidores conforme a lei?
Nas frutas, verduras e legumes que comemos não são devidamente informados, apesar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, ter o dever de fiscalizar esse comércio.
O Instituto Brasileiro de Defesa dos Consumidores – Idec realizou uma pesquisa inédita, em alimentos ultraprocessados. A avaliação é impressionante.
Foram coletadas quatro marcas de bolachas ou biscoitos de água e sal, quatro marcas de biscoitos recheados, quatro marcas de bisnaguinhas, refrigerantes, néctares, bebidas de soja, cereais e salgadinhos, em um pacote de 27 produtos.
Desse total: 59,3% continham pelo menos um tipo de agrotóxico; 51.8% apresentavam resíduos de glifosato ou glufosinato, dentre quatorze substâncias.
Constataram a presença de resíduos: na bebida de soja Naturis Batavo; no cereal matinal Nesfit tradicional, nos salgadinhos Baconzitos clássicos feitos de trigo e Torcida sabor queijo; nas bisnaguinhas Pullman Bisnaguito, Wickbold Turma da Nutrição, Panco e Seven Boys; nos biscoitos de água e sal Marilan, Vitarella, Triunfo, Zabet; em bolachas recheadas Bono, Negresco, Oreo e Trakinas.
O que a Anvisa fará a respeito disso? Por fim, a União Europeia e boa parte do mundo civilizado proibiu centenas de agrotóxicos que, no Brasil, são liberados, em tempo recorde.
Para sair desta maré
‘É tudo um tecido de mentiras.’ Essa frase de um personagem de Ingmar Bergman às vezes me vem à cabeça quando tento sintetizar a política do governo Bolsonaro contra a pandemia.
Noutros momentos, procurei destacar a base dessa atitude devastadora, que é a negação de fatos. A negação como fenômeno psicológico foi teorizada por Freud em 1923. Sua filha Anna Freud ampliou os estudos do tema, sobretudo em crianças.
Não ver ou ouvir certos fatos às vezes é uma tentativa de evitar a dor ou o desafio que abale nossas convicções do mundo. Nas crianças indefesas, até que isso, em determinadas condições, tem um lado positivo e permite seguir adiante apesar de experiências traumáticas.
Em política, esse conceito de negação foi usado também para definir as teses que negam o Holocausto e as atrocidades do regime nazista.
Mas às vezes essa tendência se infiltra na sociedade. Michael Milburn e Sheree Conrad escreveram um livro sobre as principais políticas de negação na sociedade norte-americana.
Bolsonaro se recusou a aceitar a existência da pandemia. Da célebre comparação do vírus a uma gripezinha a todos os passos posteriores, sua atitude foi negar.
No auge da pandemia, já com 480 mil mortos, ele ainda fez uma tentativa desesperada de negar que todas essas mortes foram causadas pela Covid-19. Para isso, um auditor amigo produziu um relatório fake e o introduziu no sistema do Tribunal de Contas da União.
No entanto, na CPI da Covid, onde se apuram as responsabilidades, a tendência do governo é negar sua política de adesão à hidroxicloroquina e recusar a vacina. É a negação da negação.
O que fazer com tanta mentira? Para a CPI, a tarefa é simples: alinhar declarações, atitudes e documentos e provar que esse tipo de política causou mortes.
No campo político, entretanto, coloca-se uma questão importante: como atuar na vida pública com um país tão intoxicado pela mentira?
Não tenho ilusões de que o clima será muito melhor no futuro. O crescimento da internet mostra como os grupos se atacam: como enxames de abelhas, parecem morder diante de um pensamento que lhes desagrada.
Outro dia, questionado sobre a possibilidade de atenuação do clima, respondi longamente. Percebi como o tema me preocupa.
Um dos caminhos é unificar o campo da oposição e reduzir a hostilidade mútua diante do adversário comum. Coalizões mais heterogêneas, como em Israel, surgiram da necessidade.
Para reduzir a hostilidade no campo de oposição, não basta boa vontade. É preciso reconhecer que existem candidaturas diferentes, representando a esquerda, o centro e até a direita.
Os que afirmam que não querem nem um nem outro, nem Lula nem Bolsonaro, precisam avançar nessa forma simplificada, reconhecendo que não são forças equivalentes; existe uma diferença de qualidade entre elas.
Isso seria um primeiro passo. O centro seria criticado apenas por pensar de forma diferente, mas não por estabelecer uma equidistância artificial entre esquerda e extrema-direita.
Outra ideia que me parece válida é reconhecer que Bolsonaro pode perder apoio. A tática correta não é estigmatizar seus mais de 50 milhões de eleitores. Erros históricos coletivos acontecem. A tarefa principal é tornar leve o caminho de volta para uma posição mais sensata. O estigma, pelo contrário, dificulta a vontade de mudar.
São ideias iniciais. Quando as exprimi numa conversa com Fernando Henrique Cardoso, Sergio Fausto lembrou o plebiscito no Chile e como uma posição mais solar, mais leve, acabou derrotando a herança de Pinochet.
São ideias iniciais, mas uma reflexão sobre o caminho. É insatisfatório apenas denunciar as mentiras do governo Bolsonaro e seus passos rumo a um golpe.
É necessário criar uma base comum de resistência e, sobretudo, algumas razões para acreditar em mudanças. Isso não purifica a atmosfera política, mas pelo menos ajuda a respirar.
Publicado em Amostra Grátis
Com a tag elas, http://www.ishotmyself.com/public/main.php
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Após motociata, Bolsonaro defende cloroquina e estudo para desobrigar máscaras
“Brasil na verdade tem um dos índices mais baixos de mortes por Covid graças ao tratamento precoce (…) Eu tomei cloroquina e no dia seguinte estava curado. A cloroquina é uma solução barata, por isso ninguém fala dela”, afirmou. O presidente também voltou a defender um estudo para desobrigar o uso de máscaras.
“Eu agora propus, há dois dias, para o ministro da Saúde que estude a possibilidade, levando-se em conta a ciência, se podemos ou não sugerir a não obrigatoriedade de máscara para quem já contraiu o vírus ou para quem já foi vacinado. Quem porventura for contra essa proposta, de não obrigatoriedade para quem já foi vacinado, é porque não acredita na ciência. O vacinado não tem como transmitir o vírus.”
Seleção fez política da arminha e tabelou com Bolsonaro
A essa altura a singela cartinha, com adornos patrióticos, já evaporou do “story” da rapaziada. Sumiu do Instagram, mas ficará na memória como uma omissão histórica de personalidades que poderiam contribuir para esse momento triste do país. Nem um genérico reforço sobre a campanha de vacinação foi mencionado. Nada de viva o SUS. Um não-manifesto de um grupo que se diz coeso, porém se revelou anestesiado dos problemas de saúde pública.
“Quando nasce um brasileiro, nasce um torcedor”, diz a nota oficial. E quando morre quase meio milhão desses mesmos possíveis fãs da Seleção Brasileira? É só uma dúvida de quem leva em conta a influência de vocês para milhões de jovens que amam futebol e querem ficar vivos, apesar das autoridades crentes nas receitas do charlatanismo e na imunidade de rebanho.
A singela cartinha se revelou tão alienada quanto uma missiva que a dona Lúcia remeteu ao Felipão e ao Parreira depois do 7×1 da Copa de 2014. Quase plágio, em matéria de desligamento do mundo real. Até a crítica do grupo à Conmebol pareceu um cordial puxão de orelha de uma vovó nos seus netinhos.
Publicado em Ultrajano
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Publicado em vi você no site do solda
Com a tag foto de lina faria, vi você no site do solda
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Piauí
Publicado em piauí
Com a tag em algum lugar do passado, praça d. pedro II, teresina|piauí, vera solda
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Golpe em doses homeopáticas
Os fundamentos de um governo autoritário já estão sendo estabelecidos no País.
Quase todos os o recentes livros que tratam da ameaça à democracia nos últimos anos ressaltam que o golpe já não funciona como antigamente. Não mais pronunciamentos militares e velhos tanques desfilando pelas ruas empoeiradas. Os autores desses livros dizem que a democracia é golpeada por dentro e as instituições vão tombando progressivamente, de forma que quando as pessoas se dão conta o regime autoritário já se instalou no país.
Algo parecido está acontecendo no Brasil. Não me canso de denunciá-lo, correndo o risco de parecer exagerado.
A decisão do Exército de não punir o general Eduardo Pazuello, que subiu num palanque em manifestação pró-Bolsonaro, é um exemplo dramático desse processo. As Forças Armadas foram seduzidas pelo governo e inundaram os cargos públicos federais. Agora, o Exército rasga seu estatuto disciplinar para, segundo alguns, não criar uma crise maior com Bolsonaro.
A participação na pandemia, ocupando o Ministério da Saúde com um general que ignora a doença, o SUS e a própria medicina, já foi uma demonstração de insanidade, complementada pela produção em massa de comprimidos de hidroxicloroquina nos laboratórios do Exército. Abrir mão do estatuto disciplinar é simplesmente capitular. Se a Bolívia quisesse o Acre e a França o Amapá, iríamos conceder o território só para não criar uma crise maior? No domínio simbólico, abrir mão da disciplina para agradar a Bolsonaro é ceder terreno moral, tão grave como abrir mão de território físico para não criar crises maiores.
Alguns importantes observadores garantem que as Forças Armadas não aderem a uma aventura golpista. Isso me lembra um pouco os argumentos da esquerda, que a cada batalha perdida dizia: não importa, venceremos a guerra. É uma tradução da crença religiosa de que, apesar de todas as quedas e dos sofrimentos, isso nos leva ao reino dos céus.
As coisas chegam já ao absurdo de termos como suspeita de difundir fake news e propaganda antidemocrática uma brigada de artilharia antiaérea. Supostamente deveria estar bombardeando inimigos externos, em caso de guerra, e não disparando tuítes contra adversários do governo, ou mesmo defensores da democracia.
Isso faz parte de um processo que a Procuradoria-Geral da República quer enterrar. Interessante observar como essa instituição também capitulou ao longo do tempo. Bolsonaro escolheu para sua chefia um nome que não estava na lista tríplice. Augusto Aras é um homem agradecido ao presidente e espera dele, na melhor das hipóteses, uma cadeira no STF e na pior, seguir com novo mandato em seu posto atual.
Durante a crise em que Bolsonaro impôs sua vontade ao Exército, dois pesados silêncios foram registrados no campo político. Os presidentes da Câmara e do Senado, ambos eleitos com apoio de Bolsonaro, nada falaram. Forças Armadas, dirigentes do Congresso, Procuradoria-Geral da República, quase como na Venezuela, está tudo dominado pela vontade presidencial.
Como se não bastasse, há o lento processo de sedução das Polícias Militares, que respondem afirmativamente aos acenos de Bolsonaro. Segundo relatos da imprensa, o próprio comandante da PM em Pernambuco ordenou a repressão a manifestantes. Em Brasília, um comandante da PM encerra seu discurso com o slogan do governo Bolsonaro. Se levarmos em conta o discurso de Bolsonaro de que as pessoas devem ter armas para se rebelar contra governos e sua campanha de combate às urnas eletrônicas, é possível concluir que não aceitará derrota nas urnas. Pode-se pensar que isso seja um problema para 2022. Mas a verdade é que os fundamentos de um governo autoritário já estão sendo estabelecidos no Brasil. Uma política de terra arrasada na cultura, a sistemática destruição de nossos biomas e bandeira branca na porta das instituições, tudo isso já é um sinal de profunda decadência da democracia.
Em países como Israel e Hungria, por motivos diferentes, foi erguida uma frente única agregando forças até mais heterogêneas do que existem no Brasil.
No entanto, aqui ainda não há o sentido de urgência. Reina uma certa tranquilidade, muitos se dedicando aos projetos políticos próprios, sem levar em conta que a posição do Exército indicou uma inflexão radical na conjuntura. Poucos levam em conta que Bolsonaro usa dinheiro público para fazer sua campanha de reeleição. Suas viagens custam caro. Nos lugares onde se manifesta com seus motociclistas, a sociedade local também paga pela segurança. No Rio, os gastos da PM para protegê-lo foram de R$ 645 mil.
Enquanto muitos parecem aceitar silenciosamente esse destino, o governo avança e quer estender sua influência a outros campos. O bolsonarismo quer um novo técnico para a seleção de futebol, o general vice-presidente sugere que Tite deve treinar o Cuiabá. Brevemente vão nos ensinar como viver. E aí talvez seja tarde demais para resistir.
Publicado em Fernando Gabeira - Blog
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