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Renan Calheiros: “Bolsonaro pensa que delegado é jagunço”
“PF não tem competência para indiciar senador, só o STF. Bolsonaro pensa que a Constituição e a PF são dele, que delegado é jagunço. Quis tumultuar a CPI: plantou áudio, mandou investigar o dono da Precisa para ele obter HC e calar-se. Mas a cada dia chegamos mais perto dos seus crimes.”
Como noticiamos, a PF afirmou em relatório enviado ao STF ter reunido indícios de que Renan recebeu R$ 1 milhão em propina da Odebrecht.
De uso político das instituições, Renan Calheiros também entende.
Publicado em Sem categoria
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Mural da História
Publicado em Aviso aos Navegantes
Com a tag Charge Solda Mural, honestidade, mural da história, O Estado do Paraná
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Flagrantes da vida real
Governo paga R$ 1,2 milhão por mês a herdeiras de militares acusados de crimes na ditadura
Segundo Ustra, a visita da filha era um “gesto humanitário” para com os presos políticos, ideia sua e da esposa, Joseíta Ustra. A passagem foi narrada na obra escrita pelo próprio coronel, livro que o atual presidente Jair Bolsonaro disse estar na sua cabeceira em 2018. Já para os presos políticos, a presença de uma criança junto a pessoas que denunciaram torturas em paus de arara e cadeiras elétricas “era mais uma terrível e macabra forma de tortura aplicada pelo então major Ustra às suas vítimas”, escreveu em artigo o jornalista Moacyr Oliveira Filho.
Quase 50 anos após a pequena Patrícia ter visitado o centro de tortura comandado pelo pai, a Agência Pública, com a agência de dados especializada na Lei de Acesso à Informação Fiquem Sabendo, revela que a filha de Ustra continua recebendo benefícios da atuação do pai no Estado brasileiro: uma pensão mensal e vitalícia de R$ 15.307,90; sua irmã, Renata, recebe o mesmo valor mensalmente.
Publicado em Ultrajano
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“Uma coisa que deixa Bolsonaro com urticária é mostrar que o governo dele é corrupto”
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz, tratou como “um fato” a prevaricação de Jair Bolsonaro ao não ter determinado qualquer tipo de investigação sobre as denúncias de irregularidades no contrato da Covaxin.
Em entrevista a O Globo, o senador afirmou ainda que o presidente está “incomodado” com a CPI e que ele pode ser responsabilizado por outros crimes.
“O presidente está incomodado porque a CPI mostrou a ineficiência da administração dele. Mas não só. Uma coisa que deixa o presidente com urticária é a gente mostrar que o governo dele é corrupto também. Estamos com fortes indícios disso. Isso aí deixa ele com urticária. Ele fica louco. E ele não consegue debater. Ele vai debater com a ema? Não vai, né? Então, sobe no palanque. O negócio é restrito a ele, já preparado, está me entendendo? É base militar, é área de motociata e tal. É o habitat, né. Não é uma universidade.”
Publicado em Antagonista
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Essa mania que muito nos custou
Nós, os latinos, temos muitas virtudes, isso é inegável. Em compensação, sofremos de um apagão mental, uma personificação do atraso capaz de eclipsar todos os nossos aspectos bacanas: acreditamos em salvadores da pátria.
Porém, como salvadores da pátria não existem, costumam aparecer dois tipos para assumir esse papel vacante: os vigaristas e os fanáticos – muitas vezes unidos na mesma pessoa. Em torno dessas figuras lamentáveis se reúnem os aproveitadores, os inimigos da razão, os profissionais do fracasso, os monstros morais e outras espécies de perturbados, dando força para o pior lado dos seus chefes.
O atraso de vida, então, é consequência. Além de não terem a mínima ideia de como equacionar os problemas reais ou tocar o dia a dia de modo minimamente aceitável, os salvadores da pátria não entregam as ilusões que prometem. Não por não quererem. Mas porque não podem, porque é impossível, porque não funciona, porque é doideira da cabeça deles. Ainda bem. Se tivessem a miraculosa capacidade de cumprir as promessas, seria ainda pior.
Aí então, temendo a cobrança, elegem inimigos externos, soltam os fantasmas para acalmar a claque, revelando o outro dogma do sangue latino: a sagrada culpa dos outros. E a claque, cheia de fé, louca para acreditar, aplaude, agarra-se às palavras de ordem e passa a rosnar para os supostos adversários. Os salvadores da pátria da oposição, aproveitando a oportunidade, lutam para assumir, gostosamente, o papel de algoz, criado pelo salvador da pátria do governo.
Governado por seres irracionais, o que faz o povo? Vai trabalhar, como sempre, porque é maluco, mas não vagabundo.
O promotor, o juiz e o padre
“Ademais, também já afirmei neste espaço: o Ministério Público não é parte em processo judicial. É uma instituição pública – como a magistratura – que vela pela observância das leis e promove-lhes a execução.”
Acrescento hoje: as conversas podem tratar, sim, de acertos de procedimento, desde que sempre em nome do Direito e no cumprimento da lei. E, claro, que os agentes do Ministério Público e da magistratura sejam decentes, bem intencionados e ajam em favor da coletividade.
Por falta de espaço, não lhes contei um caso concreto, envolvendo, inclusive, meu falecido pai, então promotor público (naquela época, era promotor público; só depois virou promotor de Justiça) da comarca de Piraí do Sul, no interior do Paraná. Como juiz, recém chegara o Dr. Tadeu Marino Loyola Costa, que viria a ser desembargador e depois presidente do Tribunal de Justiça do Estado, hoje também já falecido.
Conto-lhes agora:
Determinado domingo, realizava-se na praça principal uma festa promovida pela igreja, em homenagem à santa padroeira da cidade. O Dr. Tadeu constatou a existência de um jogo de roleta em plena atividade em meio à festividade. Indignou-se e foi ao encontro de meu pai.
– Dr. Honestálio, o senhor viu um jogo de roleta em praça pública?!
– Pois é – respondeu o velho promotor -, é um absurdo! Mas o padre insiste, diz que é uma tradição e visa apenas recolher fundos para a igreja. Conversei, anteriormente, com os juízes que o antecederam, mas ninguém quis se meter.
– Não, é inaceitável! O jogo é proibido e promovê-lo publicamente, além de contrariar a lei, é um acinte às autoridades – aduziu o magistrado.
– Tudo bem – retorquiu o meu pai. “Se o senhor pensa assim, eu faço a denúncia”.
A denúncia foi feita. O Dr. Loyola Costa acatou-a e determinou a imediata retirada da roleta da festa, sob pena de prisão do padre.
Piraí do Sul entrou em polvorosa. “Como?” – bradou o padre. “É um costume de vários anos e nunca ninguém protestou!” E disse que não cumpriria a determinação judicial.
O Dr. Tadeu voltou ao representante do Ministério Público:
– E agora, Dr. Honestálio? Telefonei para o Corregedor Geral da Justiça, em Curitiba, e sabe o que ele me disse? “Por que você foi se meter com o padre?”! A força policial da cidade é só de dois meganhas, incapazes de enfrentar o padre. O que podemos fazer?!
– Telefone para Ponta Grossa e peça reforço policial – aconselhou meu pai.
Feito isso, o reforço chegou e o padre não teve alternativa senão tirar a roleta da festa para não ser preso.
Os festeiros ainda reclamaram, mas a decisão judicial foi cumprida.
Não sei como é hoje nas festas religiosas de Piraí do Sul, mas no tempo dos doutores Tadeu Marino Loyola Costa e Honestálio R. Guimarães a roletinha não voltou à praça pública.
E os então promotor público e juiz de Direito seguiram suas carreiras com dignidade e correção.
Hoje, talvez fossem considerados parciais e suspeitos no desempenho de suas funções, e a denúncia e a sentença anuladas…
Cães de aluguel em debandada
Brasília está vivendo um momento de casa tomada e de espelhos quebrados. Os deputados Ricardo Barros e Arthur Lira, expoentes do Centrão, estão no centro de uma explosiva crise política e institucional que pode afastar seu amigo Jair Bolsonaro da presidência. O líder do governo foi denunciado na CPI que investiga contratos irregulares na compra da vacina indiana Covaxin, na base de propina de um dólar para cada dose. Ao mesmo tempo, sobe a pressão sobre o todo poderoso presidente da Câmara, que controla o orçamento e o destino do presidente.
Um “superpedido” de impeachment, reunindo outras 123 solicitações, foi protocolado na secretaria da Casa, apontando a prática de 23 crimes de responsabilidade. Os dois deputados agem com liberdade para negociar acordos à base de troca de favores e ameaças de chantagem aos que resistem, como ocorreu com Eduardo Cunha no processo contra Dilma Rousseff. Os três mosqueteiros são integrantes de um agrupamento que domina o Congresso Nacional, denominado vagamente de Centrão. Parece algo inofensivo. Eles não têm ideologia, projetos políticos nem compromissos com o futuro do país.
Estão sempre de paletó e gravava e tratam-se cerimoniosamente por vossa excelência. Uma parte é constituída de evangélicos, que propagam negócios com suas igrejas. Foram eleitos como representantes do povo. Andam de carro preto com motorista, que conduz suas mulheres e filhos nos afazeres do dia. Muitos responderam e outros respondem a processos de corrupção ou agressão a mulheres. Nada que os incomode. São amigos dos juízes que lhes devem favores. Andam armados e são sócios de Bolsonaro em diversas empreitadas.
Constituem parte substancial do atraso brasileiro. Quando apanhados em flagrante e encurralados, jogam pesado. São capazes de mandar matar seus acusadores e adversários políticos. Formam uma casta dominante civil, conhecida nos escritórios jurídicos e rodas boêmias de Brasília como “cães de aluguel”. São íntimos de lobistas, subornam funcionários e cobram caro por seus votos. Agem de forma diferente da dos personagens de Quentin Tarantino no filme, mas há entre eles uma ligação sugestiva representada pela delinquência.
Em Cães de aluguel, o filme, cinco bandidos assaltam uma joalheria para roubar diamantes. Um deles é ferido na ação e outro torna-se suspeito de ser traidor. Na fuga, num ambiente de tensão, extrema violência e muito sangue, como é próprio de Tarantino, escondem-se num galpão. Harvey Keitel, Steve Buscemi, Tim Roth e Michael Madsen, qual dos personagens bandidos é o infiltrado? A honra dos mafiosos é paga com sangue.
Nos palácios e nos corredores do Congresso em Brasília, o ambiente também é de tensão e apreensão. Dois dos mais eminentes cães de aluguel do Centrão estão encalacrados. Terão que responder nominalmente por seus atos suspeitos. Convocado para prestar esclarecimentos à CPI, Barros se recusou a deixar a liderança e disse que sabe se defender Sua situação se complicou.
Publicado em Ultrajano
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