Ex-presidente do Ibama não espera novidades de Bolsonaro na Cúpula do Clima

O governo Bolsonaro não vai adotar na Cúpula de Líderes sobre o Clima, que começa nesta quinta (22), nenhuma iniciativa relevante. A avaliação é de Suely Araújo, especialista do Observatório do Clima e ex-presidente do Ibama.

Em entrevista a O Antagonista, ela disse que “o governo Bolsonaro tem mudado um pouco o discurso, mas mesmo nesse discurso as promessas são vazias”.

“Na verdade, o governo vem, nos dois primeiros anos [2019-2020], praticando uma antipolítica ambiental, fazendo todos os esforços possíveis para desmontar o que o Brasil tinha em termos de prevenção e controle do desmatamento.”

Ela acrescenta que “a expectativa de receber recursos do governo norte-americano, amenizaram a narrativa e estão prometendo desmatamento ilegal zero, mas só em 2030 – quer dizer, em todo o governo Bolsonaro, pelo menos até 2022, o desmatamento ilegal vai poder continuar”.

Como mostramos, o vice-presidente Hamilton Mourão assinou um plano para a Amazônia que tem como meta deixar o desmatamento ‘apenas’ 15% maior do que quando Bolsonaro tomou posse. O texto foi publicado no Diário Oficial na semana passada, às vésperas da cúpula convocada pelo presidente Joe Biden.

“O governo, na prática, desmontou a estrutura de fiscalização, a estrutura de apuração das infrações ambientais e a aplicação das sanções. Não faz qualquer sentido acreditar que eles vão mudar as ações”, afirmou a ex-presidente do Ibama.

Ela afira também que o Ministério do Meio Ambiente tem dinheiro à disposição para combater o desmatamento, mas escolheu não usar.

“Nós temos R$ 2,9 bilhões no Fundo Amazônia sem uso, específicos para o controle do desmatamento da Amazônia. Esse dinheiro está parado desde janeiro de 2019. Quer dizer, se eles tivessem realmente alguma intenção de controlar o desmatamento, eles não teriam causado a paralisação do Fundo Amazônia”. Essa questão foi parar no STF.

Suely Araújo avalia que a Cúpula de Líderes sobre o Clima é importante para marcar o retorno dos Estados Unidos ao debate sobre mudanças climáticas, depois do abandono da pauta pelo governo Trump. Os EUA deixaram o Acordo de Paris em novembro de 2020, no fim do governo Trump; a decisão foi revertida por Joe Biden em seu primeiro dia como presidente.

“Esse encontro agora no dia 22 [de abril] marca o reingresso dos Estados Unidos nessa discussão toda. Marca uma chamada do presidente Biden para uma atuação mais efetiva dos líderes mundiais em relação a questão climática”, diz. Para ela, o encontro é “uma sinalização positiva” para a próxima conferência da ONU sobre o clima, a COP26, a ser realizada em Glasgow, na Escócia, em novembro.

Suely alerta ainda que o Brasil está ficando para trás na pauta da economia verde.

“Os principais países na economia mundial [estão] pensando numa retomada da economia pós-crise muito mais adequada do ponto de vista dos parâmetros climáticos. E o Brasil olhando para trás, isso que é inadmissível. Um país com o potencial que a gente tem para fazer um crescimento econômico pautado pelo respeito ao meio ambiente, a gente tem fontes de energia, a gente tem capacidade de estender e muito a aplicação de energia éolica, solar; de controlar o desmatamento da Amazônia mantendo a economia da região com a floresta em pé, aproveitando a biodiversidade, investindo em biotecnologia; quer dizer, a gente tem um potencial enorme, provavalmente muito maior do que todos esses países, para fazer certo”.

Qualquer mudança, diz ela, não virá durante o governo Bolsonaro.

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Fraga

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Júri condena policial branco que matou homem negro nos EUA

Após 10 horas de deliberações, um júri em Minneapolis, nos Estados Unidos, apresentou seu veredicto no final da tarde de terça-feira (20/4), no julgamento de Derek Chauvin, o policial branco que matou George Floyd, um homem negro, em maio de 2020.

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Palíndromos do Fraga

Inspirado no livro Os Irmãos Karamazov de Fiódor Dostoiévski

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O que Mandetta poderá dizer sobre Bolsonaro na CPI da Covid

Luiz Henrique Mandetta, como temos noticiado, provavelmente será um dos primeiros a ser ouvido na CPI da Covid, que será oficialmente instalada no Senado na próxima terça-feira (27).

Boa parte dos relatos do ex-ministro da Saúde sobre o início da pandemia já é conhecida. Em setembro do ano passado, Mandetta lançou o livro “Um paciente chamado Brasil”. Quase tudo o que ele tem a dizer está ali.

Mas integrantes da CPI tentarão arrancar de Mandetta detalhes da postura de Jair Bolsonaro e das decisões do governo federal que acabaram sendo determinantes para a forma como a pandemia avançou no país.

O Antagonista apurou, por exemplo, que o ex-ministro poderá ser provocado a contar como o presidente da República se negou a fazer uma campanha de conscientização nos primeiros meses da pandemia, contrariando conselhos até de seus ministros mais próximos.

Inicialmente, estimulado por aliados como o deputado federal Osmar Terra (MDB), Bolsonaro acreditava que a Covid nem sequer seria um problema para o Brasil, “porque aqui é quente” — havia um entendimento na coxia do Planalto de que o novo coronavírus era “um vírus do hemisfério norte”.

Depois, acreditando em uma tese furada de “imunidade de rebanho”, Bolsonaro passou a defender o tal “isolamento vertical”. O presidente realmente estava convencido de que bastaria deixar os mais jovens circulando para que o vírus se espalhasse e a situação fosse rapidamente resolvida.

Enquanto o Ministério da Saúde, na época de Mandetta, defendia uma campanha clara de conscientização sobre o comportamento do vírus, incentivando rastreamento de casos e posterior isolamento dos infectados, o Planalto topava, no máximo, uma campanha dizendo que o Brasil, vestido de verde e amarelo, “enfrentaria o vírus”.

O posicionamento de Bolsonaro nos bastidores não foi muito diferente do que ele se mostrou — e se mostra — em público em relação ao tema. Senadores que integram a CPI sabem que têm material de sobra para investigar o negacionismo do presidente e as consequências dessa postura, principalmente resultando na recusa de vacinas em um primeiro e crucial momento.

Mandetta só poderá deixar ainda mais claro como as escolhas de Bolsonaro, desde aquele março de 2020, contribuíram para o país acumular mais de 375 mil mortes até aqui.

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O nome favorito de Flávio Bolsonaro para a próxima vaga no STF

Nome mais forte entre congressistas para ocupar a próxima vaga do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, é o preferido do senador Flávio Bolsonaro para o posto, pelo menos até o momento. O filho 01 de Bolsonaro tem trabalhado pela nomeação do ministro do STJ. Denunciado no caso das rachadinhas, Flávio tem tido palavra decisiva na família nas indicações a cortes superiores.

Um dos fatos que pesam a favor de Martins entre parlamentares, incluindo o próprio Flávio, é sua atuação contra a Lava-Jato. O presidente do STJ abriu, por conta própria, um inquérito para investigar a conduta de procuradores da operação com base em mensagens hackeadas. A investigação, que foi suspensa pela ministra Rosa Weber, previa até busca e apreensão contra integrantes da extinta força-tarefa de Curitiba, como revelou a coluna.

Parte dos evangélicos, no entanto, atua contra a indicação de Humberto Martins junto a Bolsonaro. O argumento é o de que um adventista não seria evangélico. O ministro é fiel da Igreja Adventista do Sétimo Dia. O presidente prometeu escolher alguém “terrivelmente evangélico” para a vaga de Marco Aurélio Mello, que se aposenta em julho.

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Agonia sem fim

Luiz Antonio Nascimento

Nossa agonia é ainda maior por termos um presidente insensível à dor, desprovido de compaixão, empatia, piedade. Aquele que deveria dar o exemplo e nos conduzir com segurança em meio à tempestade é um homem burro, arrogante, mal-educado e teimoso, anestesiado de senso moral e nenhuma afetividade com a dor alheia. Um perigoso psicopata

Fiz as contas. Já são 400 dias de quarentena. E me pergunto: o que tem sido mais difícil? Aguentar este castigo que a natureza nos impôs indefinidamente ou conviver até 2022 com um governo incompetente, irresponsável e criminoso que em momento algum seguiu os conselhos da ciência para que pudéssemos atravessar essa pandemia com o mínimo de sofrimento?  

O que vai ser de nós? A angústia rouba o sono, tira a concentração. Os dias custam a passar, as noites são sempre maldormidas. Álcool por todo lado, máscaras sempre, medo permanente.de ser infectado. Falta leito, falta remédio, falta vacina, falta esperança. É insuportável – e ao mesmo tempo indispensável – assistir todas as noites aos noticiários que falam em muitas mortes, inúmeros casos, poucos imunizantes, novas variantes, nenhuma providência.

As imagens desfocadas passeiam por leitos tomados pelo medo da morte iminente. Escondem a dor que explode no choro e na revolta de quem perdeu mãe, pai, avô, filha, neto, o amigo próximo. Ou de quem reclama por uma transferência urgente – que nunca sai – de um parente para uma Unidade de Tratamento Intensivo. A mesma dor que aparece nos desabafos de médicos e enfermeiros denunciando a luta inglória, por total falta de recursos.

Tempos tristes que nos ensinam a importância da solidariedade, mas não conseguem explicar a desumanidade de quem faz pouco caso daqueles cuidados que só dependem de nós mesmos e são, comprovadamente, a única e eficiente maneira de se evitar a propagação da doença. Preferem desafiar o perigo imunes que são a um mínimo de racionalidade, um mínimo de sensibilidade.

Há quem justifique esse tipo de comportamento pelo fato de o Brasil jamais ter entrado em guerra, jamais ter vivido uma tragédia humanitária tão devastadora. Não aprendemos a sofrer. Sempre acreditamos que mal assim nunca nos atinge, alcança apenas os “outros”. Talvez estejamos aprendendo agora que uma dor coletiva só pode ser atenuada por um remédio único, geral, e cujo princípio ativo seja a preocupação com o próximo.

Nossa agonia é ainda maior por termos um presidente insensível à dor, desprovido de compaixão, empatia, piedade. Aquele que deveria dar o exemplo e nos conduzir com segurança em meio à tempestade é um homem burro, arrogante, mal-educado e teimoso, anestesiado de senso moral e nenhuma afetividade com a dor alheia. Um perigoso psicopata.

Ainda no sábado, lá estava ele, em Goianápolis, a provocar aglomerações sem máscara e a apertar a mão de apoiadores fanatizados. Por que ele insiste nesse tipo de comportamento irresponsável e negacionista? Perguntem ao doutor Queiroga, que, apesar de médico, vem engolindo sapo desde que assumiu o lugar do general Pazuello no Ministério da Saúde. Em tempo: atrás de uma “boquinha” que lhe garanta imunidade, Pazuello não larga o pé do chefe – foi com ele a Goianápolis.

Contraditório esse Queiroga. Vê, em silêncio cúmplice, o presidente fazer tudo o que não deve, mas manda seu secretário executivo ir à tevê para pedir que as mulheres não engravidem por causa da pandemia. E, incapaz de solucionar o problema da falta de sedativos para intubação, vai ele mesmo à tevê para, irritadiço, dizer que os Estados devem assumir essa responsabilidade e não “empurrar isso para as costas do Ministério”. Ressalte-se que, graças a um grupo de empresas, um carregamento de remédios chegou ao Brasil na quinta-feira para socorrer hospitais públicos em pelo menos 10 Estados.

Uma chama de esperança, contudo, pode ser acessa esta semana, acalentada pela palavra justiça. São duas ações que devem enquadrar o governo e fazer com que medidas efetivas sejam tomadas no combate à pandemia. A primeira é a instalação da CPI da Pandemia, no Senado Federal. Coletar os desmandos de Bolsonaro nesses 13 meses é tarefa das mais fáceis. Todo mundo sabe de cor o que o presidente disse sobre a tal “gripezinha”; sabe da insistência contra o isolamento; da inexistência de um programa social mais amplo que permitisse uma quarentena mesmo que parcial; da ausência de um plano que protegesse quem precisasse trabalhar; do lobby por um medicamento comprovadamente ineficaz e perigoso, e da campanha contra as vacinas. Continue lendo

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Josie. © IShotMyself

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Playboy|1970

1970|Carol Imhof. Playboy Centerfold

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Os ricos e o direito no Brasil

Nenhum estudo acadêmico enfrentou o tema dos ricos e o direito no Brasil. As três cidades mais ricas no Brasil são Florianópolis (1ª), Porto Alegre (2º) e Vitória (3ª) considerando a renda total da população. Se pensarmos em quem recolhe mais imposto de renda, a primeiríssima é Brasília (DF).

Esses são os emergentes ou chamada classe média. Ricos verdadeiros são bilionários; um clube fechado, que decide sem que ninguém saiba o que eles mandam ou desmandam. Os ricos bilionários não precisam ostentar, aliás, não o fazem de medo de sequestros e todo risco que correm os que demonstram posses no Brasil.

Os emergentes ostentam, precisam demonstrar que não são pobres ou que ascenderam algumas classes sociais. Por essa razão, apesar da crise, o mercado de luxo cresce no Brasil.

E o direito? Atinge essa gente endinheirada? O direito tradicionalmente imuniza certos grupos em razão da classe social, do cargo ocupado, do parentesco, da parentela ou do sobrenome.

É assim no direito do trânsito, no direito tributário, no direito constitucional, no direito administrativo, no direito penal e no direito civil. Há vários mecanismos que afastam a igualdade constitucional das classes sociais brasileiras.

Em resumo, o direito vale para alguns e não vale para outros, depende uma série de fatores, onde o que predomina é o critério financeiro.

As forças políticas e econômicas que governam o Brasil estão migrando para o exterior, para viver fora do país, com rendimentos obtidos aqui dentro, não há qualquer senso de unidade nacional.

Durante a pandemia o clube de bilionários cresceu, pois a crise fez surgir bilionários em vários ramos da economia. Os rentistas permanecem intocáveis, e a vida perde cada dia mais o seu valor. O direito se adapta a tudo isso legitimando e favorecendo esse estado de coisas.

De 1933 a 1945 a Alemanha nazi contou com a quase unanimidade do poder judiciário para impor suas leis segregacionistas, idêntico foi o caso dos EUA e o racismo legal. No Brasil por vários séculos a escravidão de indígenas era legalmente proibida, mas apesar disso, totalmente liberada entre os senhores de engenho. A abolição da escravatura foi um despejo de milhares de pessoas para toda sorte de privações que continuam passados 133 anos.

Agora numa crise sanitária jamais imaginada no Brasil, quase em meio milhão de mortos, as academias do direito, as instituições, e os “juristas” se calam, fazendo de conta que é o destino, que não há nexo de causalidade entre as desbragadas omissões governamentais e a catástrofe.

Perguntei num seminário sobre esse fato e fui respondido de que uma coisa é o “dever ser” do Direito outra é o “ser”: – a mesma resposta dos juristas nazi e do totalitarismo que exterminaram milhões de pessoas no século XX em boa parte dos continentes.

Os ricos no Brasil não se importam com as pessoas nem com o meio ambiente, temos a pior elite do atraso do planeta, nossas castas econômicas têm horror ao povo, não suportam a igualdade como princípio jurídico, nem a possibilidade da mobilidade social.

A casta jurídica, salvo exceções, trata de afirmar que tudo isso é normal e que estamos num estado de coisas constitucional e legal, que as instituições estão funcionando etc. Outros poderes que mandam de forma naturalizada são as novas e as tradicionais mídias nacionais e regionais e, mais recentemente, os empresários messiânicos com as suas religiões-empresas.

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No Dia do Índio, Ailton Krenak fala sobre as questões da população indígena no Brasil: “Quem mora na floresta não devia ser discriminado”

Nesta segunda-feira é comemorado o Dia do Índio. Para celebrar o povo que já habitava no Brasil antes mesmo do país ser descoberto e que, desde então, vem sendo alvo de todo o tipo de injustiça e destruição, relembramos da entrevista de Joyce Pascowitch com o escritor, ambientalista e líder indígena Ailton Krenak. Pertencente à etnia crenaque, é considerado uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro atualmente, com reconhecimento internacional, e autor de livros como “Ideias para adiar o fim do mundo”, “O amanhã não está a venda” e “A vida não é útil”.

Na ocasião, Krenak falou sobre inspirações que também lutaram por causas importantes, principalmente voltadas à natureza: “Na nossa juventude tínhamos pessoas como Darcy Ribeiro, Paulo Freire, irmãos Villas-Bôas, que dignificavam o sentido de ser brasileiro e animava para uma empreitada social de sucesso”. Ele ainda analisou como a terra é encarada pela sociedade: “Virou um ativo do capital financeiro, pessoas comuns não têm acesso. Uma família que quiser viver da agricultura vai precisar se associar a muitos outros para comprar uma terra”.

O líder também explicou sobre a discriminação: “Todo mundo deveria ter atenção do Estado. Quem mora na roça, na floresta, não devia ser discriminado. Muita gente que não tinha como viver na cidade migrou para o sudeste. O Nordeste historicamente sempre foi um lugar abandonado. Sempre foi mantido um pedacinho de miséria como um reduto da falta de amor uns com os outros”.

Glamurama

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“É uma brasa, mora!”

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Aras reforça pedido para incluir Gentili no inquérito dos atos antidemocráticos

Augusto Aras reforçou ao STF o pedido de incluir Danilo Gentili no inquérito dos atos antidemocráticos, diz O Globo.

O procurador-geral da República apresentou na petição um tuíte do humorista sobre uma declaração de Jair Bolsonaro durante a live de quinta-feira: 

Quem diz que só sai da cadeira de presidente morto é ditador. E ditador a gente sabe o que merece”, afirmou Gentili.

Em sua manifestação, Aras afirmou que o apresentador “mais uma vez, manifestou-se na rede social Twiter de forma a hostilizar a Presidência da República, instituição democrática por excelência”.

Em face do exposto, considerando, sobretudo, que o mencionado discurso de ódio direcionado à Câmara dos Deputados, e agora à Presidência da República, configura ação ilegal e contrária ao Estado Democrático de Direito, o procurador-geral da República manifesta-se pelo reconhecimento da conexão entre o presente caso e os fatos apurados no inquérito que investiga atos e manifestações antidemocráticas e atentatórias às instituições do Estado (INQ 4s828)”

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O ‘anti-Brasil’!

O jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues cunhou a expressão ‘anti-Brasil’, quando integrantes do grupo paramilitar Comando de Caça aos Comunistas invadiram os camarins do espetáculo Roda Viva — de autoria de Chico Buarque e encenado pelo diretor José Celso Martinez Corrêa —, destruindo cenários e agredindo atores e atrizes. Era janeiro de 1968, ano do fatídico AI-5.

O ‘anti-Brasil’ no qual Rodrigues se referia era aquele da interdição das falas discordantes, da perseguição sistemática a tudo que pudesse corroer os ‘bons costumes’ e a ordem ditatorial reinante. Hoje, vivemos num país comandado por militares do oficialato (e são milhares, tanto da ativa quanto da reserva, em diferentes escalões ministeriais e secretarias), essa sim, a verdadeira ‘ala ideológica’ de sustentação do governo Bolsonaro.

Destarte, a derrocada civilizatória em que nos encontramos apresenta decorrências históricas, sociais e políticas sem precedentes, rescaldo das manifestações de junho de 2013 que se consolidaram numa tormenta autoritária de extrema-direita que não nos dá tréguas. O cenário é tão burlesco e nonsense, que o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, chegou a dizer em outubro de 2020 que era muito bom que a comunidade internacional nos enxergasse como párias. E isso foi dito em alto e bom som para uma nova turma de diplomatas do Instituto Rio Branco. Não bastasse a fala calamitosa de Araújo, ainda ribomba para aqueles e aquelas que ainda têm algum discernimento sobre o que acontece nesse país, a reunião ministerial do dia 22 de abril de 2020, em que tivemos uma visão transparente das improbidades cometidas por cada ministério e a pusilanimidade de um ‘superministro’, responsável pela maior ‘barbárie judicial’ da história republicana brasileira (palavras proferidas pelo ministro do STF, Gilmar Mendes). A tragédia que se abate sobre nós ainda tem ingredientes de pura crueldade e desprezo pelas vidas alheias. No momento em que perdemos mais de 340 mil brasileiros/as para a Covid-19, o clã Bolsonaro não se compadece em relação às famílias enlutadas, alimentando um contínuo processo de denegação, que segundo a psicanalista, Maria Rita Kehl, nada mais é do que um estado de perversão inabalável que não admite restrições ao gozo individual. Os/as perversos/as que compõem os ministérios do governo do capitão reformado do exército não demonstram qualquer sinal de empatia e respeito com os/as que mais necessitam de amparo do Estado. Por tudo que fizeram e continuam fazendo deveriam estar respondendo por crimes de improbidade administrativa (no mínimo).

O vasto aparelhamento bolsonarista é, de fato, algo extremamente nocivo para a sociedade brasileira, pois o seu modus operandi é esteado pela deliberada inépcia — como acompanhamos diuturnamente na pasta da Saúde — e bravatas de cunho moral, subsidiadas pelo fundamentalismo religioso, igualmente funesto. A caquistocracia impera em todos os entes federados. Para o sociólogo Adalberto Cardoso, a “eclosão inesperada da onda de conservadorismo e autoritarismo que elegeu Jair Bolsonaro e continua respaldando seus rompantes, mistos de paranoia persecutória, sentimentalismo familiar e gregarismo primário de tipo mafioso, irracionalidade e instabilidade emocional, (…) visam a manter seus seguidores em presente estado de prontidão enquanto políticas públicas francamente antipopulares são aprovadas sem grandes atropelos pelo Congresso Nacional”.

Além disso, determinados grupos empresariais jornalísticos, corresponsáveis pelo golpe de 2016, mostram-se nesse momento fragilizados, o que não significa que tenham sido incautos ao não realizarem as devidas críticas ao governo Bolsonaro no início do seu mandato. Para a historiadora Virgínia Fontes, o governo implantado no Brasil em 2019 tem viés ‘proto-fascista’, tendo como núcleo duro do bolsonarismo a vertente ultraliberal pragmática sob a batuta de Paulo Guedes, e a teologia da prosperidade, representada pela vertente reacionária neopentecostal. Aliás, segundo Fontes, os ministérios do governo Bolsonaro foram implantados de maneira autocrática e sob a autoridade direta do capitão reformado do exército, com influência de seus filhos, Paulo Guedes, Olavo de Carvalho, Onyx Lorenzoni (que ocupava a pasta da Casa Civil), Gustavo Bebianno (que ocupava a secretária-geral da Presidência e que, antes de falecer, se desentendeu com o clã Bolsonaro) e Sergio Fernando Moro (ex-ministro da Justiça e agora desafeto de Bolsonaro e dos/as bolsonaristas, profundamente implicado no favorecimento eleitoral do capitão reformado do exército em 2018). Por fim, a historiadora assevera que Bolsonaro não teve qualquer oposição da mídia hegemônica burguesa tradicional ou dos grupos empresariais jornalísticos. Muito pelo contrário. Houve um profundo silenciamento nos editoriais da mídia hegemônica, notadamente em 2019, sobre a gravidade de seus pronunciamentos contra os direitos humanos e sociais e contra o meio ambiente, ou seja, uma adesão tout court à cartilha ultraliberal de Guedes.

Pesa ainda sobre esses grupos empresariais jornalísticos, como é o caso das Organizações Globo, o conluio com o lavajatismo, posicionando tal operação como pretensa paladina da retidão e do combate à corrupção que, como já se sabe amplamente, deturpou-se numa farsesca e criminosa ação de lawfare! Continue lendo

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