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Publicado em Desbunde!
Com a tag © Nadav Kander, a bunda mais bonita da cidade, desbunde, fotografia
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Covid: ‘Quem cometeu erros graves na pandemia precisa ser punido’, diz Drauzio Varella
Passado um ano, ele entende que seus prognósticos estavam corretos e se revelaram ainda piores do que o esperado.
De acordo com o especialista, reconhecido em todo o Brasil por sua participação ativa em programas de televisão e pela publicação de vários livros, essa catástrofe foi intensificada pela desorganização do Ministério da Saúde e por um “presidente da República que dá exemplo pessoal do que fazer para disseminar a epidemia”.
Numa nova entrevista exclusiva à BBC News Brasil, Varella avalia que toda a discussão sobre o tratamento precoce foi armada intencionalmente para desviar a atenção das pessoas e entende que a vacinação contra a covid-19 está num ritmo “ridículo”.
“Se tivéssemos começado a vacinar em dezembro ou janeiro, não estaríamos com mais de três mil mortes diárias como acontece atualmente”, observa.
Publicado em Ultrajano
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‘É o pessoal que fala’, diz ele
Note bem, não são denúncias nem acusações. São só tiradas casuais, como as que Jair Bolsonaro solta em suas declarações, jogando veneno sobre alguém, mas de forma a poder voltar atrás se tiver de provar. “É o pessoal que fala”, diz ele. Pois o pessoal está falando que, com Bolsonaro, acabou mesmo a corrupção no Brasil. Seus atos de governo podem arruinar o país, mas beneficiam muita gente, para sua olímpica satisfação e só por isso.
Essa história dos madeireiros, por exemplo. Quilômetros de floresta caem por minuto e seus troncos saem em frotas de caminhões com documentação falsa para os navios, sob suas bênçãos. E, se alguém tentar investigar, ele demite. Não é magnânimo? O mesmo acontece com a turma da atividade pecuária, de mineração e pesqueira –Bolsonaro lhes dá livre acesso às áreas protegidas, inclusive indígenas, puramente por esporte. Se eles enriquecerem com seus decretos, é problema deles. E será verdade que os fabricantes de cloroquina são velhos amigos da família? Poxa, toda família tem fabricantes de cloroquina entre os amigos.
O pessoal admira também como Bolsonaro é uma mãe para as Forças Armadas, as igrejas evangélicas e as universidades particulares. Aos milicos confere benefícios a que nós, os otários, não fazemos jus; os bispos, dispensa-os de impostos; e aos tubarões do ensino faz vista grossa para os repasses irregulares que recebem. Eles ficam felizes, e isso alegra Bolsonaro. E, claro, os fabricantes de armas são o seu xodó —um dia, por ele, todo brasileiro sairá à rua com dois 45 no cinto. Só que, aí, não se trata de enriquecer os fabricantes, mas de armar a população no caso de ela precisar invadir o Congresso e o STF.
É o presidente mais desprendido, desinteressado e generoso que já existiu. Faz o bem sem olhar a quem, e, incrível, esses são sempre os bacanas com algum perrengue na Justiça.
Mas, enfim, eu não sei de nada. É o pessoal que fala.
Publicado em Ruy Castro - Folha de São Paulo
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Cláudio Abramo
A década ainda era a de 1970, e a ‘Folha de S.Paulo’ atravessava uma revolução gráfica e editorial importante, a me encher de curiosidade. O responsável por tudo aquilo estava lá, nas páginas do jornal, em artigos certeiros, análises de temas da atualidade, da política nacional e internacional, da literatura clássica, da vida. Tão logo eu abria aquele amontoado de tinta, papel e informações, característico em forma e odor, buscava a coluna do Cláudio Abramo. Tinha a certeza de que encontraria nela a síntese da edição do dia, a avaliação dos fatos, das articulações subterrâneas de um governo sem povo, debilitado por lutas internas e sob a pressão de rebeliões operárias que desafiavam os tanques da ditadura no ABC paulista.
Cláudio Abramo foi um autodidata influenciado pelo avô anarquista e por irmãos trotskistas. Não se filiou a nenhuma corrente política, não ostentou diplomas da academia e nem se dedicou a escrever livros, talvez por não ter encontrado o seu “tempo interior”. O jornalismo ocupou a quase totalidade dos seus esforços, embalado por um acervo cultural vastíssimo. Escrevia sobre os mais variados assuntos, sempre com profundidade, consciente da sua grandeza. A humildade, aliás, não era parte do caráter de Cláudio Abramo, que não via nenhum problema em se colocar, com sobras de razão, entre os mais destacados no seu campo de atividade.
Ninguém, é provável, teve mais intimidade com a comunicação, em suas facetas múltiplas, do que Cláudio Abramo. Ele sabia de tudo. Antes de ter transformado a ‘Folha’, reformulou completamente o ‘Estado de S.Paulo’. Foi na década de 1950, quando, a convite de Júlio de Mesquita Filho, assumiu a secretaria do jornal. Ali, adotou medidas importantes, como a redução do tamanho das páginas (o termo “jornalão”, utilizado quase sempre em sentido pejorativo, era referência à impressão do ‘Estado’ em formato exageradamente grande), a transferência de sede e o controle da publicidade e do fechamento da redação, entre muitas outras. Concluiu as mudanças no início dos 1960. Em 1964, ano de ruptura institucional – o golpe militar –, ficou desempregado.
A lembrança dessa figura tão emblemática me veio agora, reforçada pela releitura de ‘A regra do jogo’, de 1988, publicação lançada menos de um ano após a morte do jornalista, em agosto de 1987. A edição que tenho comigo é a de 1997, da Companhia das Letras. No belo prefácio, assinado por Mino Carta, uma advertência: “este livro convocaria os escrúpulos de Cláudio Abramo, podem apostar”. O motivo: “Cláudio tinha muitas reservas em relação a coletâneas de artigos e crônicas publicados pela imprensa, […] e não publicaria como livro aquilo que não tivesse sido imaginado, planejado e escrito como livro”. Felizmente, para nós, mortais, essa norma proibitiva foi rompida por parentes, filhos e amigos do homenageado, responsáveis pela organização do livro.
A obra é dividida entre depoimentos gravados por Cláudio Abramo num período de pouco mais de dez anos e a reprodução de alguns dos seus artigos, sem ordem cronológica. Lição de jornalismo em pouco mais de 270 páginas, é o retrato de tempos, lugares e pessoas que não existem mais. Ao observar o cenário contemporâneo, de hegemonia de interesses antipopulares, de jornalistas submissos às ordens de seus patrões, sem nenhum rasgo de independência política – há exceções, evidentemente, mas estou a me referir ao padrão vigente no tempo estranho de agora –, penso na tristeza que tomaria conta do velho Abramo caso estivesse vivo. O triunfo do reacionarismo certamente lhe provocaria uma mistura de raiva, inconformismo e náuseas: “tenho muita dificuldade de trabalhar com gente de direita, porque a direita brasileira […] é fisiológica, e acho muito difícil conviver com pessoas desonestas, não tenho muito jogo de cintura para isso”, dizia. E mais: “essa burguesia nacional execrável desenvolveu toda uma cultura ancilar, dependente, conformista e submissa; basta ver o que dizem e escrevem alguns de nossos intelectuais, uns abertamente cooptados por dinheiro (dólares), outros, por desespero existencial”. Desde então, os motivos para as queixas só aumentariam.
O Brasil mudou – não necessariamente para melhor –, e Cláudio Abramo não viu. Faltou-lhe um pedaço a mais de vida para conferir o resultado da assembleia constituinte que o animava – a decretação solene do fim da quartelada de 1964, um regime de força cruel e fracassado –, ou para acompanhar o embuste da eleição presidencial direta de 1989, que levou ao poder Fernando Collor de Mello, um playboy fantasiado de “caçador de marajás”. Faltou-lhe vida para ver a ascensão do neoliberalismo destruidor e entreguista de Fernando Henrique Cardoso, a experiência conciliadora da frente popular encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores, o (novo) golpe da ultradireita, amparado por juízes e procuradores de uma força-tarefa obscura, aninhada na “república” de Curitiba, e a tragédia do país entregue à boçalidade de Jair Bolsonaro e à devastação impiedosa da peste.
Sentimos falta de Cláudio Abramo nesses anos todos, da atualidade da sua crítica, do conteúdo fulminante dos seus diagnósticos. Eis um deles, que permanece: “no jornalismo brasileiro de hoje se fazem coisas ignominiosas: […] são os pequenos grupos, as pequenas panelas que dominam as redações e que decidem quem é bom e quem não é”. Ensinamento triste e verdadeiro deixado no livro póstumo, entre tantos outros. Fiquemos com ele, com todos eles, então. Para que possamos seguir, para que não se perca de vez a esperança.
(Uma homenagem atrasada ao Dia do Jornalista, comemorado em 7 de abril).
Publicado em Sem categoria
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Delegado Saraiva também estourou esquema de corrupção no Ibama do Rio e prendeu apoiador de Bolsonaro
Em 2006, Saraiva comandou a Operação Euterpe, que desbaratou um mega esquema de corrupção envolvendo fiscais do Ibama no Rio e empresários. Na primeira fase da investigação, a PF prendeu 32 pessoas, sendo 25 fiscais do Ibama.
Ao fim do inquérito, 49 pessoas foram denunciadas pelo MPF por fraude na liberação de licenças ambientais e anulação de autuações. O grupo agia na capital do Rio de Janeiro, na Baixada Fluminense, na Região dos Lagos, em Itaboraí e em Angra dos Reis.
Os procuradores pediram a prisão preventiva de 28 investigados. Um dos presos foi o consultor ambiental Carlos José Ruffato Favoreto, aliado do clã Bolsonaro e ex-homem de confiança do falecido empresário Pasquale Mauro, acusado de grilar imensas áreas na Barra da Tijuca. Hoje, Favoreto é dono de uma consultoria ambiental e presidente do Golfe Olímpico, cujo restaurante, antes da pandemia, era ponto de encontro de Flávio Bolsonaro com políticos do Rio.
O delegado Saraiva, exonerado hoje da PF do Amazonas, curiosamente era o nome que Jair Bolsonaro queria para chefiar a Superintendência do Rio na ocasião da crise que levou à saída de Sergio Moro.
Em novembro do ano passado, o presidente levou o policial para uma de suas lives. Durante a transmissão, Bolsonaro criticou países que acusam o Brasil de não cuidar do meio ambiente e colocou a culpa pelo desmatamento nos índios. “Existe o desmatamento ilegal? Existe. Eu acho que existe até, Saraiva, em alguns locais, onde o índio por exemplo troca uma tora com uma Coca-Cola ou com uma cerveja. É possível? Acontece isso ou é próximo disso?”
Saraiva respondeu: “Já aconteceu da madeira em terra indígena ser negociada por valores pífios, na terra indígena e por indígenas. Existe isso. Mas a grande causa do desmatamento é a fraude nos processos administrativos que foram gerados lá atrás. O desmatamento de hoje vem de processos administrativos que autorizaram que vêm lá de 2010. Então não temos desmatamento atrelado a processos recentes, mas a antigos. Mas o ano recorde foi 2018, e 2017 também foi muito forte.”
Como O Antagonista publicou mais cedo, o delegado diz na notícia-crime que o ministro do Meio Ambiente tentou impedir a investigação e praticou “advocacia administrativa” em defesa dos empresários investigados por extração irregular de madeiras.
Segundo Saraiva, a PF apreendeu 226 mil metros cúbicos de madeira, em valor aproximado de R$ 129 milhões. Para justificar a origem da madeira, os empresários apresentaram títulos de terras obtidos em 2017, no governo Temer, e que estariam eivados de irregularidades.
Biden ameaça sujar as mãos com Bolsonaro
O apoio decisivo dos Estados Unidos às ditaduras da América Latina na segunda metade do século 20 é conhecido e bem documentado. O que não se esperava é que, justamente neste momento da história, em que os Estados Unidos acabaram de enfrentar o maior e mais traumático ataque à sua própria democracia, Joe Biden possa decidir fortalecer o autoritário Jair Bolsonaro. Os governos de Bolsonaro e de Biden conversam a portas fechadas sobre um bilionário investimento na Amazônia que poderá ser anunciado na Cúpula de Líderes sobre o Clima promovida na próxima semana, em 22 e 23 de abril, pelos Estados Unidos.
Amplos setores da sociedade brasileira veem na negociação um movimento inaceitável para legitimar Bolsonaro no momento em que ele é tratado pelo mundo democrático como “ameaça global” e amarga uma queda na sua popularidade devido à media de mais de 3 mil mortes diárias por covid-19. Quem conhece Bolsonaro também tem certeza de que, se Biden botar dólares na conta do Governo brasileiro, o presidente e sua quadrilha encontrarão um jeito de abastecer os bolsos dos depredadores da Amazônia, uma importante base eleitoral para catapultar as chances de uma reeleição em 2022.
O impasse não é confortável para o Governo do democrata Joe Biden. Em seu discurso de posse, ele anunciou o combate à emergência climática como uma de suas maiores prioridades. Ainda na campanha eleitoral, já havia anunciado a intenção de investir 20 bilhões de dólares na proteção da Amazônia. Não há possibilidade de controlar o superaquecimento global, bandeira cara à ala mais progressista do Partido Democrata, sem a maior floresta tropical do mundo.
Por outro lado, a deliberada inação do Congresso brasileiro, sentado sobre mais de 100 pedidos de impeachment de Bolsonaro, torna difícil qualquer ação por parte do líder americano: por um lado, a proteção da Amazônia já se tornou emergencial, dada a crescente savanização da floresta; por outro, a premência obriga o Governo americano a negociar com o principal responsável pela aceleração da destruição.
Publicado em Ultrajano
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O consumidor e o certificado digital
As empresas que produzem os certificados digitais se tornaram um pequeno e lucrativo grupo, praticamente, sem concorrência ou regulação. Estamos falando daquele token que você paga até R$350,00(trezentos e cinquenta reais) ou mais e vale por um tempo determinado. Apenas 2,5% da população tem acesso a esse serviço dispendioso.
O consumidor, o cidadão, ou os que não podem pagar por isso estão excluídos de assinar documentos digitalmente, nos termos da recente lei. O serviço é caro e desnecessário se comparamos com o mundo europeu civilizado que admite várias formas de assinaturas digitais gratuitas.
Advogados, médicos, engenheiros, peritos, servidores públicos e os poderes constituídos também são cativos dessa assinatura digital. Enquanto isso 97,5% da população está excluída do Governo Eletrônico.
Por exemplo, no Poder Judiciário apenas com esse assinador digital se tem acesso aos sistemas e à protocolização de petições, recursos e tudo mais.
O mundo digital já conta com tecnologias digitais seguras, atuais e gratuitas para a mesma finalidade do assinador digital pago em nosso país.
A regra é que o atraso e os privilégios, de poucos, sempre vençam no Brasil. O Congresso Nacional perdeu a oportunidade de democratizar o acesso digital e acabar com esse custo, altamente lucrativo, mas dispensável.
Publicado em Claudio Henrique de Castro
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Playboy|1960
Publicado em Geral
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O homem que só queria ser médico
Quando aprendeu as primeiras letras com a mãe, Juscelino tinha apenas um sonho distante: ser médico. Foi. Mas foi também muito além: como bom mineiro, com habilidade e superando os obstáculos, foi prefeito de Belo Horizonte, governador de Minas Gerais e presidente da República do Brasil. Como prefeito, saneou, modernizou e espargiu a capital mineira; como governador, sacudiu as montanhas, construiu escolas e estradas, iniciou a industrialização do Estado e tirou-o daquele marasmo de patrimônio histórico; como presidente, mudou a trajetória do país e avivou na população o orgulho de ser brasileiro, abriu estradas, construiu ferrovias, multiplicou a rede elétrica, inaugurou usinas e siderúrgicas, industrializou o país, criou a indústria automobilística nacional e ergueu no Planalto Central uma nova capital, expandindo o Brasil, até então circunscrito ao Sul-Sudeste e zona litorânea. Se Brasília, hoje, não é mais nem de perto, a cidade sonhada por Juscelino, a culpa certamente não é dele.
JK uniu o Brasil. Propagou alegria, otimismo e confiança. Sem perder jamais o sorriso, a cordialidade, o charme e o poder de sedução. Mas foi, acima de tudo, um democrata. Dizia que Deus o poupara do sentimento de medo. Por certo, poupara-o também do ódio. Sofreu três tentativas de golpe, uma antes mesmo de assumir a presidência. Superou todas e ainda por cima – suprema glória! – anistiou os golpistas.
“Sempre busquei inspirar-me, durante toda a minha vida de homem público, na maneira cordial de nossa gente, e estou certo de que nunca deixei de interpretá-la quando excluí de meu espírito o rancor e a represália, buscando construir em vez de destruir” – diria no discurso de lançamento de sua candidatura a novo mandato presidencial, no início de 1964, pouco antes do golpe militar.
JK saiu carregado do Palácio do Planalto, com a maior popularidade já registrada por um homem público em toda a história do Brasil. Tinha volta marcada para cinco anos depois, o que teria inevitavelmente acontecido não fossem os acidentes de percurso que se seguiram.
Em 30 anos de vida pública, Juscelino subiu ao céu e desceu ao inferno. Foi cortejado por reis e rainhas para depois ser preso, humilhado e condenado ao exílio e à solidão pelos generais e coronéis que se assenhoraram do poder. Seu crime: ser detentor do carinho e do respeito do povo, numa época em que carinho e respeito haviam sido banidos do cenário nacional. Jamais se provou qualquer irregularidade por ele praticada no exercício do poder.
Said Farah, que fora ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do presidente João Figueiredo, o derradeiro ditador de 64, conta que certa vez ouviu dele elogios à operosidade de Juscelino e da sua clarividência em matéria de desenvolvimento social. Teria também mencionado a relativa pobreza de JK. Quis saber como o então presidente sabia. Figueiredo respondeu que ele próprio fizera o inquérito sobre a vida passada de Juscelino e nada de sério encontrara a desabonar a honradez do ex-presidente.
– Por que, então, foi cassado – quis saber Farah.
Figueiredo, com a franqueza habitual: “Porque Costa e Silva queria”.
A conclusão de Farah foi óbvia: “A cassação de Juscelino visava a impedir que ele viesse a concorrer à Presidência ou se mantivesse ativo politicamente, servindo como elemento politizador dos que desejavam o poder restituído à sociedade civil”.
As novas gerações precisam conhecer mais de perto a história e a obra desse grande brasileiro, um homem que acreditava no Brasil como uma grande nação, livre e independente. E transmitiu essa crença ao povo brasileiro. Diz-se que “a vida só é digna de ser vivida quando se faz algo pela vida, em vida”. Juscelino Kubitschek de Oliveira fez. E deixou saudade.
Sylvio Back volta à cena (por escrito)
Cineasta que fez história superando muitas barreiras agora expande seu talento no papel com Silenciário, livro que já chega com muitos elogios
Na edição do dia 4 de janeiro, o Plural noticiou com o devido destaque:
– Pelo conjunto da sua obra literária e cinematográfica dedicada à arte e à cultura catarinenses e brasileiras, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) concedeu, em dezembro, o título Doutor Honoris Causa a Sylvio Back.
E abordava também o seu novo livro, Silenciário, “reunião de poemas publicados e inéditos a vir a lume em abril”… Confirmado o lançamento da obra, foi brindado com outra publicação, um texto de Carlos Adriano, cineasta, doutor em audiovisual pela USP, publicado no dia 18 deste mês pela Folha de S. Paulo. Trechos:
SILENCIÁRIO
– “Para mim, fotogramas embutem epigramas. Versos e takes comungam a mesma invisibilidade, esse apelo ao outro lado (beyond) da imagem e da palavra. O poema antevê o cinema!” Assim o (s)elo entre as duas artes é definido por Sylvio Back, que, aos 83 anos, lança em abril Silenciário (Editora da Universidade Federal de Santa Catarina). Íntegra de uma das duas vertentes de sua poesia, com livros de 1988 (Moedas de Luz) a 2014 (Kinopoems), a obra tem por núcleo 35 poemas inéditos (A Maior Diversão).
A outra vertente é a poesia erótica, reunida em Quermesse (Topbooks, 2013), da estreia em 1986 (O Caderno Erótico de Sylvio Back) a 2007. Na esteira dos contos de O Himeneu (2019), prepara agora Tesão Não Tem Idade, seleta de poemas lúbricos para a editora Escombros. “Logrei demarcar territórios, onde Eros e Tanatos trocam figurinhas e versos para encantar ou desencantar o leitor”, indica o autor. E explica: “Sem premeditar, produzi uma obra anfíbia. Uma ancorada no fescenino e, outra, fruto de influxos da alma ferida diante dos reveses que pavimentam a vida, obra e a sobrevida de um cineasta no Brasil”.
Ainda do texto de Cláudio Adriano: “Leitor voraz e veraz de poesia”, cuja estante é maior que a de livros de cinema, Back iniciou seus poemas aos 48 anos, após vinte filmes. Dos poetas de (p)referência cita: Drummond, Bandeira, Cabral, Augusto de Campos, Auden, Cummings, Emily Dickinson, Sá-Carneiro, Breyner Andresen, Bashô, Wang Wei, Lezama Lima. Em A Babel da Luz (1992), filmou Helena Kolody (1912-2004), precursora do haicai no país. Back imagina a arqueologia: “quem sabe o poema nasceu rupestre, onde nas pinturas das cavernas podemos identificar tanto uma estrofe visual como uma imagem em movimento”.
Filmar é como poetar
Back crê na conciliação: “Como se, aparentemente, poema e cinema dormissem juntos e jamais tivessem trocado algum afago”. Para ele, filmar é como poetar e vice-versa. Tem pesquisado (em acervos de Brasil, Portugal e Itália) um novo filme sobre Murilo Mendes (1901-1975), autor de A Poesia em Pânico.
“Não sou um poeta de sentimentos, mas de pressentimentos”, confessa. “Filme sem poesia é filme sem alma”, decreta, ao comentar a escassa magia no ofício que, em vez de lápis e papel no ato solitário, implica indústria onerosa e labor coletivo. Mas artes irmãs são imãs: “Cada poema e cada plano filmado resumem tamanho investimento formal e exorcização moral que sempre soam como o último. Como se a musa jamais fosse voltar à cena do crime”.
A situação do país
A obscena situação no país o provoca: “Quando as circunstâncias pisam nas minhas convicções humanistas, invisto num poemário antiutópico”. E atiça: “vivemos constantemente numa tremenda ressaca moral; por esperar o que jamais virá”, citando um verso de Silenciário – “a esperança é grotesca”.
Ainda de Carlos Adriano:
– Um verso de Gregório de Matos dá título a um roteiro inédito, “impossível de habilitar a recursos incentivados”. Flor de vasta colheita em cinematecas, Não Existe Pecado do Lado Debaixo do Equador seria a estreia de Sylvio Back na seara do filme erótico: “uma colagem lúdica e explícita do cinema pornô do Brasil desde que surgiu, praticamente junto com a própria introdução do cinema entre nós”. Afeito a um cinema de confronto, o bardo não se conforma ao conforto silenciário. Silenciário: 432 páginas. Avaliação: ótimo.