CPI da Covid aprova quebras de sigilos de Pazuello e integrantes de ‘Ministério paralelo’

Na sessão de hoje da CPI da Covid, foram aprovados pedidos de quebras de sigilo telefônico e telemático de 19 pessoas. Todas com envolvimento no chamado “Ministério da Saúde paralelo”.

Na lista dos requerimentos de levantamento de sigilos aprovados, estão os do assessor internacional da presidência Filipe Martins; dos ex-ministros Ernesto Araújo e Eduardo Pazuello; dos médicos Paolo Zanotto e Luciano Dias e de Mayra Pinheiro, secretária de Educação e Trabalho do Ministério da Saúde.

Além disso, também foram aprovadas as quebras de sigilo bancário e fiscal de três empresas de publicidade e de uma entidade sem fins lucrativos. Todas envolvidas com o governo federal.

Amanhã, a CPI da Covid vai fazer uma sessão temática, às 9h, com especialistas para debater ações preventivas ao novo coronavírus. Está confirmada a participação de Natalia Pasternak, microbiologista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e de Cláudio Maierovitch, médico sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz e Ex-Presidente da Anvisa.

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Elas

Klimt, o simbolista austríaco, é conhecido por quadros como O Beijo e seu retrato de Adele Bloch-Bauer I. Embora essas imagens sejam muito sensuais, bem como outros de seus quadros que retratam nus, nada é tão erótico como “Mulher se Masturbando”.

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E o gado fomos nós

A CPI da Covid já pode concluir os trabalhos. Está comprovado que Bolsonaro apostou na imunidade de rebanho ao expor o povo brasileiro à doença

Ainda falta ouvir algumas autoridades e especialistas. Mas, pelo que se viu do segundo depoimento do Marcelo Queiroga à CPI da Pandemia, será pura perda de tempo. Os (ir) responsáveis do governo Bolsonaro continuarão na defensiva, negarão os fatos e vão fazer de tudo para isentar o chefe de culpa no cartório. Mas já há elementos mais do que suficientes para incriminar o Capitão Corona e seus subordinados. A CPI já pode concluir seus trabalhos. Bolsonaro é o principal responsável pelo alto número de mortes pela Covid. Se seu governo não tivesse sabotado o combate à Covid-19, as famílias não estariam chorando quase meio milhão de mortos por todo o país.

O mais grave é que Jair Bolsonaro agiu de forma pensada e impiedosa. Se alguém tem dúvida, recomenda-se a leitura do relatório do Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo sobre a ação federal e a disseminação da Covid-19. O estudo publicado em janeiro deste ano foi atualizado a pedido da CPI. Seus resultados “afastam a persistente interpretação de que haveria incompetência e negligência da parte do governo federal na gestão da pandemia”. Ao contrário, “a sistematização de dados revela o empenho e a eficiência em prol da ampla disseminação do vírus no território nacional”.

Em suma, Bolsonaro apostou todas as fichas na “teoria da imunidade de rebanho” com o objetivo de retomar a atividade econômica o mais rápido possível. Entregou o povo brasileiro à própria sorte. A disseminação da Covid-19 foi promovida de forma sistemática em âmbito federal, com a economia ganhando prioridade à frente da saúde. É o que se conclui da leitura de normas federais, jurisprudência, discursos oficiais, manifestações públicas de autoridades federais e busca em plataformas digitais. Essas fontes de informação demonstram “a intencionalidade, a consciência dos atos e omissões praticados e a vontade de praticá-lo”.

Segundo o estudo da Faculdade de Saúde Pública da USP, Jair Bolsonaro foi coerente entre o que disse e o que fez. Além da defesa da imunidade de rebanho (ou coletiva) por contágio como forma de resposta à Covid-19, que levaria ao controle da pandemia, o Capitão Corona incitou a população à exposição ao vírus e ao descumprimento de medidas sanitárias preventivas. Negou a gravidade da doença, fez apologia à coragem de não usar máscara e vendeu a suposta existência de um “tratamento precoce” para a Covid-19, que foi convertido em política pública.

Houve também a banalização das mortes e das sequelas causadas pela doença, difundindo-se a ideia de que faleceriam apenas pessoas idosas ou com comorbidades, ou pessoas que não tivessem acesso ao “tratamento precoce”. Sem esquecer a obstrução sistemática às medidas de contenção promovidas por governadores e prefeitos, sob o argumento de que as medidas de isolamento causariam fome e desemprego. O estudo destaca a ausência de medidas de prevenção da doença e os ataques aos críticos da resposta federal, à imprensa e ao jornalismo profissional, sempre questionando a dimensão da doença no país.

O relatório é incontestável. E a aposta na imunidade de rebanho resultou em meio milhão de mortes. Sem resposta para as acusações, Bolsonaro tenta manipular os números. Na noite de domingo, o auditor do TCU Alexandre Figueiredo, ligado aos filhos de Bolsonaro, incluiu no sistema interno do Tribunal de Contas da União um documento que contesta o número de mortos pela Covid. Das 195 mil mortes registradas até o fim de 2020, 115 mil teriam outras causas. As mortes seriam superdimensionadas. Mas as duas páginas elaboradas por Figueiredo já tinham sido refutadas por seus colegas. E o TCU ressalta que, além de não fazer parte de processos do órgão, o documento não tem respaldo em fiscalização do órgão. Bolsonaro, porém, citou o documento na segunda-feira de manhã como se fosse conclusão oficial do TCU.

A esta altura, não adianta distorcer os fatos. A disseminação do vírus foi intencional. A CPI pode se estender por meses, mas o culpado pelas mortes é conhecido de todos. Ele continua a andar por aí de motocicleta, sorridente e sem máscara. Cedo ou tarde, o Capitão Corona vai pagar pelo desrespeito à vida e os crimes contra a saúde pública.

Octavio Costa

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Playboy|1970

1979|Sylvie Garant. Playbloy Centerfold

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Antigos ofícios

Outro dia, andei rememorando os ofícios antigos – profissões que não existem mais ou estão em vias de extinção, mas que por muito tempo foram essenciais para a caminhada da humanidade, até serem engolidas pelo progresso e substituídas pela tecnologia.

Ali se encontra o carpinteiro, o amolador de facas, o barbeiro, a costureira, o ferreiro, o gráfico, o sapateiro, o latoeiro, o açougueiro, o alfaiate, a rendeira, o padeiro, o boticário, os tecelões… Gente humilde, mas talentosa, que fazia (e ainda faz) do trabalho a sua arte e do ofício uma missão.

Gosto de relembrá-los. Com eles retorno a momentos de saudosa memória, a tempos bem mais simples e saudáveis, em que as pessoas valiam pelo que faziam e pelo que produziam em benefício da coletividade e não pelo patrimônio que reuniam ou exibiam.

Meu avô Heitor, antes de passar a registrar nascimentos, casamentos e óbitos, como escrivão, foi seleiro, fabricava e vendia selas, selins e arreios, na vila de Araucária, antes que ela se transformasse em cidade e virasse a desgraça que hoje é. Foi o modo que encontrou para sustentar a família, nos primórdios do século passado.

O outro avô, Guilherme, era carpinteiro, profissão que aprendera ainda menino em Berlim, na Alemanha, onde nascera. Levava o ofício a sério, era um perfeccionista, não aceitava coisas mais ou menos bem feitas e não se limitava a fazer móveis e outras peças de madeira. Projetou e construiu, com caprichado resultado, muitas casas que se encontram ainda de pé e em plena utilização na velha Lapa dos heróis, onde nasci.

Dos meus tios mais próximos, um era sapateiro; o outro, merceeiro. O primeiro, doce criatura, batia sola, costurava o couro e pregava solados até altas horas da noite. Nunca reclamou disso. Era feliz no que fazia, ainda que só ganhasse o suficiente para sobreviver. O segundo encostou balcão a vida inteira. Tinha uma pequena venda. Mas no negócio de secos e molhados era mestre. Também não deixou fortuna, apenas um bom nome na praça e isto lhe foi suficiente.

Hoje, a indústria, as grandes corporações, tomaram conta do pedaço. Mesmo nesta Curitiba, que ainda guarda resquícios de província, não há mais selarias, ferrarias ou latoeiros. Raros são os açougues à moda antiga; quase não se acha mais alfaiates, encanadores, costureiras, mercearias; as padarias modernizaram-se, o pão quentinho já é mero coadjuvante; os barbeiros viraram cabeleireiros e ganharam grife.

Ninguém quer mais ser marceneiro, pintor de paredes ou eletricista. Agora, todos querem ser doutores, cursar uma faculdade e sair dali com um diploma nas mãos. E assim, com as chaves da graduação superior, chegam ao mercado. Só que muitas serão as chaves e poucas as portas. E aqueles que não encontrarem portas para abrir não terão alternativa: com chaves e tudo, irão atuar em supermercados, shoppings, restaurantes; fabricar sucos e sanduíches ou dirigir táxis/úberes, sem nenhuma ofensa aos mercadistas, shoppinistas, garçons, sanduicheiros e taxistas.

Não por acaso, meu saudoso amigo Rubem Alves, que passou a vida educando, tinha uma tese interessante, com a qual concordo inteiramente: ao ingressar numa universidade, todo aluno deveria, ao mesmo tempo em que cursa um curso universitário “nobre”, como medicina, direito, engenharia, jornalismo, pedagogia, biologia, odontologia, psicologia etc., aprender, ali mesmo, um ofício, como de jardineiro, pedreiro, serralheiro, mecânico etc. Rubem chegou a fazer essa proposta ao corpo docente de uma conceituada escola superior de São Paulo. Acharam que ele estava brincando.

E nós, lamentavelmente, estamos fadados a, muito em breve, encontrar os virtuosos (e indispensáveis) artífices e artesões apenas em antigas folhinhas de parede, nas velhas enciclopédias ou em histórias do passado.

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Copandemia

Escrevendo aqui sobre mais essa encrenca criada por Jair Bolsonaro com a ideia besta de fazer o torneio da Copa América no Brasil, falei sobre os riscos de imagem para os patrocinadores de um torneio realizado em meio a uma pandemia com quase 500 mil mortes.

É bastante perigoso. A previsão é de que virá mais desgraça nos próximos dias, com uma terceira onda da Covid-19 caindo sobre nossas cabeças, sem que sequer tenha acabado nenhuma das anteriores. Quem iria querer associar sua imagem a este clima de desespero e dor?

Houve uma ameaça de que jogadores da Seleção Brasileira não aceitariam participar, mas no final não houve resistência de fato, o que não é de causar surpresa. Espantoso mesmo seria ver um gesto de dignidade desses atletas da atualidade.

Porém, nas grandes corporações pode também não haver humanismo, mas jamais vai faltar-lhes sensibilidade aos riscos com a imagem das suas marcas. A Mastercard já havia desistido de patrocinar o torneio no Brasil. Agora foi a Ambev que anunciou que não vai colocar sua marca neste evento fora de hora.

É uma decisão sensata, afinal a Covid-19 mata e deixa sequelas graves em seres humanos. Claro que o contágio pode também ser letal em marcas comerciais.

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Ajuda ao Pitta

Um dos grandes atores do Paraná, Emílio Pitta está passando por dificuldades. Está internado no Hospital do Idoso, em Curitiba, com problemas de saúde que o acometem há pelo menos dois anos. Está com princípio de Alzheimer. Não, ele não está com a Covid-19. O diretor de televisão, e muito amigo do Pitta, o Manaoos Aristides, junto com a filha Fernanda Pitta, está com a campanha Vakinha para ajudar o grande ator de teatro, cinema e telenovelas. Por favor, faça sua contribuição.

Acesse o site da Vakinha em https://vaka.me/2091271 eu já contribuí…. o valor é você quem decide, artista, amigo, gente do bem.

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Bolsonaro volta a citar TCU e insiste em mentira sobre mortes por Covid

O presidente voltou a dizer que metade das vítimas da doença no ano passado morreram de outras causas

O presidente Jair Bolsonaro insistiu no discurso mentiroso de que um acórdão do TCU indica que aproximadamente metade das vítimas de Covid em 2020 morreram de outras causas. A informação foi desmentida pelo próprio TCU na segunda-feira (7), quando Bolsonaro deu a declaração pela primeira vez.

Como revelado pela Crusoé, o presidente se baseou em um documento não oficial inserido no domingo no sistema do TCU pelo auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, amigo dos filhos de Bolsonaro.

Em conversa com apoiadores nesta quarta-feira (9), o presidente disse que a supernotificação pode chegar a quase 45%.

“O TCU fez dois acórdãos, não sei porque tiraram do ar, dizendo que o critério mais importante para mandar recursos para estados é as notificações de Covid. O próprio TCU disse que essa prática poderia não ser a mais salutar, porque incentivaria supernotificações. Alguns governadores, para receber mais dinheiro, notificavam mais mortes por Covid.”

Segundo ele, o Brasil teria uma das menores taxas de mortes por milhão de habitantes se não fosse a supernotificação.

Bolsonaro ainda disse que está sendo perseguido pela imprensa.

Tem gente querendo desqualificar o que eu estou falando para não incriminar governadores.”

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‘Casagrande: ‘A covardia é geral, fui ingênuo em achar que jogadores tomassem atitude histórica’

O Brasil é um país governado por covardes que veem as pessoas morrendo, mas andam de moto e não compram vacinas. Destroem a Amazônia com a intenção de dizimar os povos indígenas e quilombolas.

No futebol, é a mesma coisa. Todos os dirigentes se calaram diante de uma acusação de assédio moral e sexual contra o Rogério Caboclo, presidente afastado da CBF. Para eles, é mais importante ajudar o acusado do que ser solidário a quem sofreu o assédio.

O que os bolsonaristas, e incluo os filhos do presidente, estão fazendo com o Tite é mais um ato covarde. O técnico nunca se manifestou politicamente. Acusá-lo de ser comunista porque pode ser contra a Copa América no Brasil é desonesto.

A atitude dos jogadores de decidirem jogar a Copa América é mais um ato covarde. Mostra que os atletas não estavam preocupados com a grave situação sanitária do país e, sim, com eles mesmos. Ficou tudo legal para os jogadores após o afastamento de Caboclo.

Equipe Ultrajano

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*Fudidos de verde amarelo

Hildegard Angel

Vendo o Brasil seguir escoando pelo bueiro. Vai, Brasil, diluído em sangue, água suja, chorume e vômitos dos doentes. Sentada no meio fio da História, acompanho com os olhos e um nó no peito o caminho célere da Nação, dissolvida em óleo de cloroquina, até o ralo dos infernos. Segue, altiva, e por vontade própria.

O Brasil se encaminha de peito inflado e cabeça erguida na direção do cadafalso. Hipnotizado por inverdades, abduzido pelas falsas versões, lá vai ele, em inocente ignorância, com o pescoço já azeitado para facilitar a lâmina da guilhotina. Vai de verde e amarelo, dançando funk no tik tok, alegre, risonho, espalhafatoso, como é de sua ingênua natureza, bradando hinos e palavras de ordem. “Fora STF”, “Fora Congresso”, “Pela intervenção militar”, “Queremos nosso Brasil de volta”.

Não bastou o Mensalão encarcerar os sobreviventes combativos de 68. Não bastou o golpe interromper o mandato da presidenta honesta. Não bastou a Lava Jato destruir nossa indústria da construção, a indústria naval, nosso projeto nuclear, nossa indústria de óleo e gás. Não bastou a prisão ilegal de Lula. Não bastou a retirada dos direitos do trabalhador brasileiro. Não bastou o massacre de nossas pensões e aposentadorias. Não bastou o rolo compressor no ensino básico. Não bastou a precarização máxima das universidades públicas. Não bastou o corte de nossos programas de bolsas de estudo e incentivo à Ciência. Não bastou a satanização da Cultura, através do falseamento da Lei Rouanet. Não bastou o projeto de destruição do SUS, a redução drástica dos leitos, os cortes de verbas.

Não adiantou a devastação recorde de nossas florestas, a liberação de invasões pelos grileiros do grande capital, o assassinato dos indígenas pelos bandidos do garimpo. Não bastou o desmonte dos órgãos de controle de tudo. Não bastou a liberação de armamento pesado para bandidos e milicianos. Não bastou o aparelhamento da AGU, da PGR, da Polícia Federal, da Receita Federal, do Judiciário. Não bastaram os três bilhões para o Centrão. Não bastou a venda fatiada da Petrobrás. Não bastou a entrega de nossos aquíferos ao projeto da privatização.

Não bastou o sufocamento dos programas sociais. Não bastou a volta dos pratos vazios, a epidemia da fome. Não bastaram as latas de lixo revirando restos, os esquálidos de mãos estendidas nas calçadas, crianças chorando nas ruas porque têm fome. Não bastou faltar leitos nos hospitais para os doentes e covas nos cemitérios para os mortos. Não bastou meio milhão de brasileiros exterminados pelo descaso, a inépcia, o projeto de morte de um genocida, que se compraz com o sangue derramado, pois sua especialidade – declarou – “é matar”.

Agora, a horda ensandecida, que capturou nossa Bandeira, quer uma ditadura, grita por ela, implora, discursa. Quer a repressão dos diferentes. Quer o pensamento enclausurado, bocas caladas, línguas arrancadas.

E já nos furam os olhos à bala. Já nos prendem por nos manifestarmos. Já exigem o porte de documentos. Já nos incriminam se estamos em grupo. Já censuram a mídia independente através de ações judiciais, com sentenças espúrias e multas, que ninguém pode pagar. Jornalistas oprimidos já se reúnem em vaquinhas solidárias, para poder continuar a falar, a denunciar, a ser.

E continuam a achar pouco.

*Considerem a palavra chula grafada ‘no popular’ uma licença poética de quem cresceu e viveu evitando dizer e escrever palavrões, mas meu copo, até aqui de mágoa, apreensão, tristeza,  transbordou.

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Cachorro no “Ele Não!” – Maringas Maciel

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As gravações que derrubaram Rogério Caboclo da CBF: “Você se masturba?”

Na noite de 16 de março de 2021, o presidente da CBF, Rogério Caboclo, chamou uma funcionária da entidade à sua sala no segundo andar do prédio da entidade. O dirigente então sugeriu que ela tirasse a máscara e insistiu para ela aceitasse uma taça de vinho.

Desconfortável com a situação, ela sacou o celular e enviou mensagens para dois diretores da CBF. Era um pedido de ajuda. Um deles já havia deixado o prédio – e até perguntou se era o caso de voltar – mas o outro foi em seu socorro e inventou um pretexto para entrar na sala. A funcionária então aproveitou para deixar o ambiente.

Mas depois que o diretor foi embora, Rogério Caboclo a chamou novamente. E foi aí ela que resolveu gravar a conversa. O ge teve acesso a essa gravação, que fez parte de uma denúncia de assédio sexual apresentado por essa funcionária ao Comitê de Ética da CBF na última sexta-feira. Dois dias depois de o ge revelar o caso, Caboclo foi afastado da entidade por trinta dias.

O que aconteceu naquela sala já vinha se repetindo, segundo a funcionária. Na denúncia que fez ao Comitê de Ética da CBF, ela detalha diversas situações constrangedoras a que foi submetida por Rogério Caboclo. O presidente da entidade com frequência a insultava e a humilhava na frente de outros diretores – todos homens.

Gabriela Moreira e Martín Fernandez

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Sou Rachel de Souza Vitola. Nasci em Curitiba, no dia 8 de junho de 1921. Isso quer dizer que hoje estou fazendo 100 anos de vida. Pode parecer muito, mas garanto que passou rápido.

A casa de meus pais, Theobaldo Souza e Laura Peixoto de Souza, ficava na Carlos de Carvalho, número 417, entre as ruas Visconde de Nácar e Visconde do Rio Branco. Sou a primeira filha deles, quer dizer, sempre fui a mais velha. Meus irmãos, Nelson, Valderez, Maria Helena e Roberto nasceram depois de mim. Mas foram embora muito cedo, assim como meus pais.

A própria casa já não existe. Um grande edifício cresceu no lugar dela. Para mim, porém, a casa continua viva na memória e posso passear por ela sempre que eu quero, até de olhos fechados.

Do outro lado da rua, ficava o engenho de mate que pertencia a meu bisavô, Vitorino Correia. A filha dele, Maria Olímpia, casou com Francisco Peixoto. E desse casamento, nasceu minha mãe, Laura, e meus tios, Oscar, Maria José, Vitorino, Estela, Ione e Célia.

Meu avô, Francisco, abriu uma loja de tecidos na rua XV, especializada em roupas brancas. Assim como Francisco, meu pai era antoninense. Um dia ele veio para Curitiba com recomendação para trabalhar na loja de roupas brancas, a Maison Blanche. Theobaldo ganhou o emprego, a simpatia e a confiança de toda a família. Apaixonou-se por minha mãe, Laura, e casou com ela em 1920, um ano antes de eu nascer.

Passei uma infância muito feliz na Curitiba daquela época, entre muitos primos e vizinhos, todos muito amigos. Eu tinha talento para o teatro. E encenei várias peças com a minha turma da Carlos de Carvalho. Um dia, eu contei para os meus filhos que cheguei a trabalhar num espetáculo no velho Teatro Guaíra, mas parece que eles não acreditaram muito. Eles só desconfiam que pode ser verdade porque, às vezes, eu improviso versos e tenho uma voz muito boa para declamar. Aliás, sempre fui a oradora oficial da família. Em todas as festas e eventos familiares, na hora de falar, todo mundo fica quieto para me ouvir.

Estudei no Colégio Divina Providência, na Rua do Rosário. Depois, fui normalista e me formei professora no Instituto de Educação. Lecionei por vários anos no Grupo Tiradentes. Amava lecionar para crianças de todas as idades.

Um dia, o Henrique Correia de Azevedo, namorado da minha amiga Esther, apresentou-me um rapaz com quem ele havia estudado no Seminário Franciscano de Rio Negro. O nome dele era Felippe Vitola Júnior, filho mais velho do professor de francês Felippe Vitola e de dona Elisa Vitorasso Vitola.

Não demorou muito, comecei a namorar o Felippe. Ele era funcionário da Rede Ferroviária Federal. À noite, estudava Odontologia na Universidade do Paraná. Logo que ele se formou, em 1945, meus tios Jaime Bueno Monteiro e Célia Peixoto Monteiro financiaram a montagem do primeiro consultório de Felippe. No mesmo ano, casamos, no dia 8 de dezembro. Eu continuei lecionando e ele trabalhando no consultório instalado na casa em que morávamos, na rua Paula Gomes.

Assim foi até que, em meados de 1946, fiquei grávida de meu primeiro filho. Foi uma mudança grande na vida. Em abril de 1947, nasceu o Paulo Francisco e fomos morar no andar de cima da casa de meus pais, na Carlos de Carvalho. Ali foi nossa casa durante 9 anos. Meu marido instalou o consultório dele na rua XV, em cima da Confeitaria das Famílias. E os filhos foram nascendo. Bernadete em 1948, João Carlos em 1950, Ana Maria em 1956 e, daí, a casa ficou pequena.

Construímos nossa casa na Rua Padre Agostinho, perto de onde hoje é a Praça da Ucrânia, então um lugar distante e ainda pouco habitado. Quando soube para onde íamos nos mudar, minha sogra ficou espantada. Não era para menos, antigamente a região era conhecida como Mato do Enforcado. Mas nos mudamos e, em 1961, nesta casa, nasceu nossa filha mais nova, Teresa. Todos cresceram ali, casaram e dali partiram para construir suas própria vidas. Construímos uma casa na praia de Itapoá que, até hoje, a família frequenta. Meu marido, Felippe, amava esse lugar.

Bem, depois de trabalhar como dentista até os 80 anos, aposentou-se. E, ora na casa da praia, ora na casa de Curitiba, passou a se dedicar à pintura de aquarelas, à leitura, à escrita e à jardinagem. Em 2010, faleceu aos 96 anos de idade. Continue lendo

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