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Flagrantes da vida real
O cartunista que vos digita e Carlos Alberto Nêgo Pessoa, em algum lugar do passado. © Maringas Maciel.
Elas
Thelma and Louise, filme americano de 1991, escrito por Callie Khouri, co-produzido e dirigido por Ridley Scott, e estrelado por Geena Davis como Thelma, Susan Sarandon como Louise, e Harvey Keitel como um simpático detetive tentando resolver crimes que as duas mulheres cometem. Recebeu o Oscar de melhor roteiro original de 1992, além de ter concorrido nas categorias de melhor diretor, melhor atriz, melhor fotografia e melhor edição. © Stocker
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Requiescat in pace
A OAB Paraná lamenta profundamente o falecimento do jurista René Ariel Dotti, medalha Vieira Netto e um dos mais reconhecidos advogados penalistas do Brasil. Professor René, como gostava de ser chamado, era titular de Direito Penal da Universidade Federal do Paraná. Diante da perda, a seccional decreta luto oficial de três dias.
“Infelizmente o professor René nos deixou. É um dos dias mais tristes da advocacia paranaense. A figura do professor René era referência da advocacia paranaense no cenário nacional e internacional. Um democrata, um defensor das liberdades, um humanista, um incentivador da cultura, um jurista, um exemplo de pai de família, enfim, um homem completo, alguém que será lembrado para sempre na história do Paraná e do país. É uma perda irreparável para o Brasil”, afirma o presidente da OAB Paraná, Cássio Telles.
Na OAB exerceu diversos papéis tanto na seccional quanto em nível nacional. Foi conselheiro seccional nos anos 1960 e 1970 e integrou diversas comissões como a Comissão da Verdade no Âmbito da seção Paraná e a Comissão de Apoio à Criação do Tribunal Regional Federal no Estado do Paraná. No Conselho Federal, presidiu a Comissão Especial de Estudo do Projeto do Novo Código de Processo Penal e foi relator do anteprojeto de nova Lei de Imprensa.
Homenagens
Em 2016, a OAB Paraná realizou um evento em homenagem ao jurista que contou a presença de grandes nomes do direito nacional, entre eles Miguel Reale Junior, que o definiu da seguinte maneira: “René Dotti é um sonhador com os pés no chão. Por isso, um sonhador que realiza. Sou eterno devedor do entusiasmo que ele gera na minha vida”, disse o também penalista.
Sua atuação foi aguerrida durante o regime militar, tendo atuado como defensor das liberdades e dos direitos fundamentais. Posteriormente, foi homenageado pela Câmara dos Deputados e pela Ordem dos Advogados do Brasil pela atuação em defesa de presos e perseguidos políticos.
Era membro da Academia Brasileira de Direito Criminal, da Academia Paranaense de Letras, da Academia Paranaense de Letras Jurídicas e da Sociedade Mexicana de Criminologia. Dotti também foi membro da Comissão de Juristas, instituída pelo Senado Federal, para elaborar o anteprojeto do Código Penal (2011)
Entre diversas homenagens, além da Medalha Vieira Netto, o jurista recebeu a Medalha Santo Ivo, Padroeiro dos Advogados, concedida pelo Instituto dos Advogados Brasileiros, a Comenda Mérito Judiciário do Estado do Paraná, conferida por decisão unânime de Órgão Especial, do Tribunal de Justiça do Paraná (2014).
Deixa a esposa Rosarita, as filhas Rogéria e Cláudia e netos e os netos Gabriel, Pedro, Lucas e Henrique. A Ordem dos Advogados do Brasil, seção Paraná, presta as mais sinceras condolências aos familiares e amigos manifesta as mais profundas condolências.
Ricardo Ricardo- 1952|2019
Boechat, ao longo de uma carreira iniciada na década de 1970, esteve em jornais como “O Globo”, “O Estado de S. Paulo”, “Jornal do Brasil” e “O Dia”. Na década de 1990, teve uma coluna diária no “Bom Dia Brasil”, na TV Globo.
O perfil de Boechat no site da Band News FM informa que ele era o recordista de vitórias no Prêmio Comunique-se – e o único a ganhar em três categorias diferentes (Âncora de Rádio, Colunista de Notícia e Âncora de TV). Em pesquisa do site Jornalistas & Cia em 2014, que listou cem profissionais do setor, Boechat foi eleito o jornalista mais admirado. Boechat lançou em 1998 o livro “Copacabana Palace – Um hotel e sua história” (DBA).
Ricardo Eugênio Boechat nasceu em 13 de julho de 1952, em Buenos Aires.
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2022 já começou
O que os possíveis adversários de Bolsonaro esperam para botar o bloco na rua?
Lula está certo ao lançar o nome de Fernando Haddad como pré-candidato do PT à Presidência. Mesmo que seja sem convicção. Ainda que seja apenas para se posicionar e deixar claro que frente ampla só se for com o PT na comissão de frente. Só não vê quem não quer: 2022 já começou.
É bom lembrar que Jair Bolsonaro começou sua campanha para 2018 anos antes, quando se desfiliou do PP e disse sonhar ser presidente. Em novembro de 2016, ao prestar depoimento num processo contra o então deputado Jean Wyllys por quebra de decoro, voltou a afirmar que seria candidato “quer gostem ou não”.
Eleito e empossado, Bolsonaro se dedica com afinco a apenas duas atividades. Uma delas é tirar férias. Em plena pandemia, o presidente foi descansar no litoral paulista no fim do ano. Agora vai curtir o Carnaval em Santa Catarina, para pescar, quando o país chega a 235 mil mortes.
A outra prioridade é fazer campanha, desta vez para 2022. As pautas de “costumes” que o governo defende no Congresso, por exemplo, são na maioria das vezes apenas combustível para Jair animar sua torcida a fazer barulho. Gostem ou não, o presidente já está em vantagem. O que os possíveis candidatos à Presidência esperam para colocar o bloco na rua? Há quem diga que é muito cedo, que o normal seria esperar o ano eleitoral. O Brasil não é um país normal, não vivemos um momento normal, não temos uma democracia normal.
O eleitor quer saber quais são as alternativas, quem vai se juntar com quem, se tem frente ampla, qual alternativa à esquerda à intransigência de Lula de insistir em ser a única força com chances de segundo turno. O que pode parecer cedo, talvez seja necessário. Sem impeachment, ter o debate desde já coloca os presidenciáveis na mesma página. E nos traz um pouco de esperança de já pensar num possível cenário pós-Bolsonaro.
Fraga
Publicado em vale a pena ver de novo
Com a tag biscoito fino, fraga, José Guaraci Fraga, porto alegre
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A casinha pequenina dela
© Roberto José da Silva
Como pude ser tão ingênuo?!
Imaginem vocês que, até a entrada em cena do ínclito e operoso procurador geral da República, doutor Augusto Aras; dos vigilantes bacharéis do grupo Prerrogativas e até da recente manifestação do meu querido amigo e velho companheiro Mário Montanha Teixeira Filho, aqui mesmo no Zé Beto, eu achava que a denominada Operação Lava-Jato havia sido a maior iniciativa de combate à corrupção e lavagem de dinheiro da história do Brasil. Iniciada em março de 2014, com a investigação perante a Justiça Federal em Curitiba de quatro organizações criminosas lideradas por doleiros, apontara irregularidades na Petrobras, maior estatal do país, bem como em contratos vultosos, como o da construção da usina nuclear Angra 3. Passou a ter desdobramentos no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Distrito Federal, além de inquéritos criminais junto ao Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça.
Em quase sete anos de atividade, que seriam completados em março, a operação foi dividida em 79 fases, durante as quais foram realizadas 1.343 buscas e apreensões, 130 prisões preventivas, 163 prisões temporárias e 130 denúncias. Quinhentas pessoas foram acusadas, 52 sentenças dadas e 278 condenações aconteceram, a 2.286 anos e 7 meses de pena. Em ação estiveram 4.220 policiais. Além disso, foram propostas 38 ações civis públicas, sendo o recorde delas em 2019 (12), incluindo ações de improbidade administrativa contra 3 partidos (PSB, MDB e PP).
Por outro lado, mais de R$ 4 bilhões foram recolhidos aos cofres públicos por meio de 185 acordos de colaboração e 14 acordos de leniência, nos quais se ajustou a devolução de cerca de R$ 14,3 bilhões. Só de valores repatriados foram R$ 745.100.000,00.
Do valor recuperado, R$ 3.023.990.764,92 foram destinados à Petrobras, R$ 416.523.412,77 aos cofres da União e R$ 59 milhões para a 11ª Vara da Seção Judiciária de Goiás – decorrente da operação que envolveu a Valec. Também já reverteram em favor da sociedade R$ 570 milhões utilizados para subsidiar a redução dos pedágios no Paraná.
Com isso, a Lava Jato abalou as estruturas do sistema político brasileiro, colocou no banco dos réus e mandou para a cadeia por corrupção, lavagem de dinheiro, associação criminosa, evasão de divisas e ocultação de patrimônio, dirigentes partidários, doleiros, lobistas, parlamentares, ex-ministros, executivos das maiores empreiteiras do país, dirigentes da Petrobras, dirigente do Banco do Brasil e um ex-presidente da República. Organizações empresariais, que dominavam a administração pública nacional praticamente desde a proclamação da República – como Galvão Engenharia, Camargo Corrêa, Construtora OAS, Mendes Júnior, Engevix e Norberto Odebrecht –, foram desnudadas em praça pública. E recolhidos aos costumes os estrelados Alberto Youssef, José Dirceu, Marcelo Odebrecht, Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco, Renato Duque, Gerson Almada, Ricardo Pessoa, Luiz Argolo, Pedro Corrêa, João Vacari Neto, Eduardo Cunha, Delcídio do Amaral, Nestor Cerveró, André Esteves, José Carlos Bumlai, João Santana, Delúbio Soares, Eike Batista, Antônio Palocci, Joesley Batista e Luiz Inácio Lula da Silva.
Eis que, de repente, sou informado que tudo não passou de encenação. Pior: de uma tramoia maquiavelicamente urdida pelo ex-juiz maringaense Sérgio Fernando Moro e pelo procurador da República pato-branquense Deltan Martinazzo Dallagnol e de seus colegas da Procuradoria da República no Paraná, com o apoio do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, para atingir e criminalizar figuras não apenas inocentes e probas, mas da maior dignidade da vida pública nacional.
O verdadeiro objetivo, segundo o Padre João, deputado federal pelo PT, foi, tão-somente, acabar com Lula e com o Partido dos Trabalhadores. Para que? “Para servir os interesses do capital internacional, sobretudo do Estados Unidos” – esclarece o bem informado parlamentar.
Então, o zeloso procurador geral da República deu o golpe de misericórdia na Lava-Jato (especialmente na de Curitiba), extinguindo a operação e a força-tarefa envolvida, agregando a atividade aos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) dos Estados, e fingindo que tudo continuaria igual.
Já o estimado Mário lamenta que a bandeira de combate à corrupção, “de aparência nobre e edificante, tenha sido apropriada, desde sempre, por malandros incorrigíveis, golpistas convictos e heróis de mentira”. E garante que coube a Moro e a Dallagnol, “dois expoentes da ‘nova’ ordem jurídica brasileira”, em “ações espetaculares executados por agentes da Polícia Federal”, “realizar a vingança em nome do ‘povo’”.
Pois é, meu bom “Da Montanha”, graças à decisão do diligente doutor Aras, a gente perdeu a ingenuidade, a ordem foi restaurada, Moro e Dallagnol viraram criminosos passíveis de punição, atos jurídicos poderão ser derrubados e o Judiciário voltará ao seu velho e tradicional ritmo, que nós, ex-funcionários do Poder, conhecemos muito bem.
Os bandidos comemoram com justificada alegria.
A imprensa perdeu as janelas por culpa dela própria
Como publicado, a imprensa perdeu a sala que ocupava no Câmara desde 1960. Foi transferida para outra no subsolo, sem janelas e longe do plenário. A sala antes destinada aos jornalistas que cobriam o trabalho de deputados e senadores se tornará o gabinete de Arthur Lira, o réu que virou presidente da Câmara com a bênção de Jair Silvério dos Reis Bolsonaro, braço do Centrão no Palácio do Planalto (como cantarolou o General Heleno quando era o General Heleno, “se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão”).
Esta é uma boa metáfora: jornalistas colocados numa sala no subsolo, sem janelas e longe do plenário. Metáfora do que fez boa parte da imprensa tradicional, com exceções nesse ou naquele ponto, desde a campanha de 2018. Quem a pôs na sala aviltante não foi Arthur Lira, mas ela própria. A imprensa tradicional começou a perder as janelas ao tentar deslegitimar a candidatura de Jair Bolsonaro e legitimar a do poste de um condenado por corrupção e lavagem de dinheiro e que tinha no prMarioograma de governo inicial controlar a imprensa e o Judiciário. Era tudo o que Bolsonaro queria: ter justificativa para atacar os jornais, colocando o noticiário verdadeiro no mesmo saco das fake news. O restante das janelas foi fechado quando a grande imprensa aderiu ao crime e publicou as mensagens roubadas da Lava Jato, com o cálculo de enfraquecer Bolsonaro por meio do ataque frontal ao então ministro Sergio Moro e libertar Lula, esse democrata que virá como Deus ex machina para nos salvar do sociopata.
O tiro saiu outra vez pela culatra, o que faz pensar que no Brasil a culatra é o caminho certo das balas, dado que elas quase sempre saem por ali, O maior beneficiado com os ataques a Moro foi Silvério dos Reis Bolsonaro, veja só, que nem se deu ao trabalho de fingir repulsa com a vergonha protagonizada ontem na Segunda Turma do STF — tribunal fiscalizado somente pela Crusoé. O mais recente traidor da Pátria provavelmente terá o adversário dos seus sonhos nas eleições de 2022, se nada ocorrer até lá: um PT absolvido.
Enquanto a maior parte da grande imprensa preocupava-se mais com solapar a credibilidade da Lava Jato, o Centrão avançava na Câmara e no Senado, sem que a indignação jornalística aumentasse na mesma proporção. Os acordões do Centrão com Silvério dos Reis Bolsonaro foram tratados, no mais das vezes, como assunto trivial por repórteres, analistas e editorialistas, como se Rodrigo Maia — o Botafogo, senhores — fosse capaz de fazer frente ao monstro que ele também ajudou a criar. A maior preocupação era registrar as falas delinquentemente diversionistas do traidor da Pátria, sobre a pandemia. Enquanto tudo dava errado para o país, a coisa dava certo para os suspeitos habituais. Como revelou Diego Amorim, jornalistas de grandes redações até aceitaram jantar no apartamento funcional do réu Arthur Lira, no início da campanha dele à presidência da Câmara, para tê-lo como fonte. Toparam ir ao subsolo. Quando se viu, era tarde demais. Quem se afastou da sua verdadeira tarefa no plenário da Câmara, portanto, foi a própria imprensa.
Subsolo, sem janelas e longe do plenário: ao réu Arthur Lira coube apenas fazer a metáfora de uma culpa que não é dele. Arthur Lira não vale nada, mas nunca disse que valia. Ele cumpre o seu papel.
Mario Sabino
Publicado em Antagonista
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STF fala demais
O comportamento dos ministros do STF dá pouca esperança ao Brasil de contar com este tribunal para manter um equilíbrio que ajude no encontro de um caminho mais organizado e produtivo para este desconsolado país.
O STF ficou muito parecido com esses programas de rádio onde junta-se uma porção de gente conversando fiado sobre os acontecimentos, cada um tentando dar sua lacradinha para fazer sucesso nas redes sociais.
Bem, se for avaliar com o rigor necessário as intromissões indevidas de várias figuras da nossa mais alta corte na vida nacional, a verdade é que se fizessem como youtubers ou escrevendo no Twitter o que fazem como juízes, há muito tempo já teriam tido suas páginas canceladas.
E nem cabe fazer juízo de valor quanto ao teor político de cada opinião, pouco me interessando também se uma ou outra apreciação está de acordo com o que eu penso.
O que importa é a impropriedade de juízes dando opinião o tempo todo, sobre qualquer assunto, em contradição com a função pública que exercem e se metendo em questões fora da sua competência.
A verdade é que juiz brasileiro fala demais. Não se vê isso na França ou na Alemanha, nem mesmo na Itália, com sua cultura nacional aparentemente mais aberta à emoções descontroladas.
Esse é o tipo de coisa que não se vê nem na Espanha, que hoje em dia está diante até mesmo de um acirrado debate sobre a unidade nacional, com forças a favor do separatismo. Juízes não se metem a opinar em meio ao bate-boca às vezes violento da política espanhola.
Não se vê isso mesmo nos Estados Unidos, onde poucos meses antes da insana invasão do Capitólio feita por seus seguidores e atiçada por ele, Donald Trump havia nomeado a juíza Amy Barrett para ocupar uma cadeira na Suprema Corte do país.
A juíza tem um histórico de posições de direita, combinando muito bem com bandeiras políticas reacionárias exploradas eleitoralmente por Trump.
Porém, AmySTF fala demais Barret não opinou sobre a invasão. Nem ela ou qualquer outro juiz se meteram nas polêmicas criadas por Trump, nas suas maquinações para tentar reverter a derrota para Joe Biden.
Numa situação parecida no Brasil é óbvio que apareceriam juízes da Suprema Corte apoiando as manipulações do então presidente americano ou opinando a favor dos democratas. Nossa mais alta corte tem boquirrotos além do suportável. É um STF que fala demais. E este vozerio vem sufocando seu papel jurídico e constitucional.
Publicado em José Pires - Facebook
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Nós aos olhos dos outros
A crueldade, o crime, a mentira, o hábito doentio de corromper. É o que temos para o momento
O Brasil ignorado lá fora? Nem pensar. Com Deus acima de todos e Bolsonaro acima de tudo, o mundo não tira o olho de nós. Se duvida, eis algumas manchetes recentes:
“Brasil fez a pior gestão do mundo na pandemia, diz OMS“. “Com Bolsonaro, Brasil mantém recorde em índice de corrupção na Transparência Internacional”. “Biden convoca cúpula do clima em abril e coloca em xeque posição do Brasil”. “Corte Interamericana de Direitos Humanos vai julgar o Brasil por omissão na proteção de mulheres e embriões”. “Com um assassinato a cada oito dias, Brasil ocupa segundo lugar em ranking da ONU sobre morte de ativistas”.
“EUA [leia-se ainda sob Trump] barram tentativa do Brasil de avanço na OMC”. “Bolsonaro expõe o Brasil ao ridículo ao ameaçar EUA com pólvora”. “Biden ri ao ser perguntado sobre conversar com Bolsonaro”. “China felicita Biden e reduz grupo de países fiéis a Trump; Brasil é um deles”. “OCDE freia entrada do Brasil em grupo ambiental por política de Bolsonaro para a área”.
“Brasil está no topo do ranking de fraudes com dados de cartões”. “Brasil quer doar 1 milhão de testes de Covid quase vencidos ao Haiti. Hospitais brasileiros se recusam a receber testes prestes a vencer”. “Brasil deve R$ 10,1 bi a organismos mundiais. Itamaraty alerta para risco de sanções por atrasos”.
Uma vergonha? Nem tanto. Afinal, as manchetes sobre nossos assuntos domésticos são: “‘Finalzinho’ de pandemia tem alta de casos em 21 estados. Declaração de Bolsonaro ignora UTIs lotadas em sete capitais”. “Governo foi avisado com duas semanas de antecedência sobre possível tragédia em Manaus”. “Bolsonaro usou cinco ministérios, militares e estatal para difundir cloroquina”. “Presidente manda imprensa enfiar latas de leite condensado no rabo”. Etc. Você escolhe: a estupidez, a mentira, o hábito doentio de corromper, a crueldade, o crime. É o que temos para o momento.
Publicado em Ruy Castro - Folha de São Paulo
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