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Bazar da Aldeia

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Casas da cidade. © Maringas Maciel

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Coisas das eleições – Parte III

1. Ver candidatos à vereador passeando e pedindo voto nas feiras e em locais públicos, sem máscaras, desobedecendo a lei só para estampar seus sorrisos;

2. Ver candidatos à prefeito nas propagandas nunca usarem máscaras como se não estivéssemos em plena pandemia;

3. Saber que a manipulação nas eleições é gigantesca e que o facebook e as redes sociais estão aí para eleger quem paga mais usando os dados dos usuários, sem que eles tenham conhecimento disto, com direcionamentos e outros truques e ferramentas que desconhecemos;

4. Descobrir que em 2016 Trump pagava 1 milhão por dia em impulsionamentos no facebook em plena campanha eleitoral e declarou 5,9 milhões de dólares em anúncios, enquanto Hilary gastou míseros 66 mil dólares;

5. Saber que a empresa Cambridge Analítica manipulou dezenas de campanhas eleitorais no mundo por meio de dados das redes sociais e das fake news, e que isto foi determinante para o Brexit (processo da saída do Reino Unido da União Europeia), mas no final ficou tudo por isto mesmo;

6. Ter pleno conhecimento de que o WhatsApp foi determinante para as campanhas presidenciais na América Latina e que meses antes das eleições eles já sabiam por meio de cenários futuros, quem seriam os eleitos;

7. Acompanhar transmissões ao vivo de candidatos e ter a certeza que eles não têm ideia do que realmente faz um vereador ou um prefeito;

8. Ver que boa parte de candidatos à reeleição, tanto prefeitos quanto vereadores veteranos, repetirem seus discursos eleitorais, eleição após eleição;

9. Sempre desconfiar das pesquisas eleitorais que volta e meia são impugnadas na justiça eleitoral e que são determinantes para o voto de enxame ou de rebanho, quando os eleitores se deixam influenciar diretamente por elas, o que é inadmissível numa democracia realmente paritária;

10. Desconfiar que grande parte do eleitorado votará pelas pesquisas eleitorais, no candidato à prefeito melhor colocado, para não ter que comparecer na votação do segundo turno;

11. Ter consciência de que, na prática, quem realmente manda são os grandes grupos econômicos, os bancos e as corporações internacionais, que estão destruindo as florestas, sem serem punidos por tudo isto;

12. Ter absoluta certeza de que o povo não manda nada ou quase nada e que as promessas de campanhas pouco se realizam, mas que mesmo assim nos iludimos coletivamente a cada eleição;

13. Saber que boa parte do mundo ocidental está passando por uma onda totalitária de extrema direita e que por isto as democracias e os direitos sociais estão sendo desidratados.

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Entrevista com Simone de Beuavoir e outras histórias do Sebastião – III

O editor do caderno B do Jornal do Brasil, que era meio fanho, cujo nome vamos deixar de lado, ficou morrendo de inveja do Sebastião, achava que seria ele o escolhido para o posto em Paris. Resolveu infernizar a vida do Sebastião. Ele ainda nem bem havia se instalado na Cidade Luz, quando chegou no telex da sucursal do JB em Paris uma pauta para o Sebastião. “Esperando Godot”, de Samuel Beckett, estrearia sua primeira montagem profissional no Brasil. Antes disso, tinham havido duas montagens, mas com amadores. Alfredo Mesquita, em São Paulo, e Luiz Carlos Maciel, em Porto Alegre, dirigiram a peça. A montagem profissional tinha como atores principais Cacilda Becker e Walmor Chagas, mulher e marido na vida real. Poucos dias depois da estreia, Cacilda teve um AVC em cena aberta. Levada às pressas para o hospital, depois de uma semana, não resistiu e faleceu. O editor do JB queria, simplesmente, uma entrevista exclusiva com o Beckett.

Samuel Beckett, jovenzinho, irlandês de nascimento, havia baixado em Paris para ser secretário de seu conterrâneo já famoso, James Joyce. Joyce manuscrevia seus livros e Beckett datilografava os originais. Bateu na máquina de escrever o “Dublinenses”, “Retrato do artista quando jovem”, “Ulisses” e “Finnegans Wake”. Quando Joyce morreu, Samuel se lançou em carreira solo, como dramaturgo e fez grande sucesso. Escrevia suas peças em francês e ele mesmo traduzia para o inglês. Era o pai do Teatro do Absurdo. Gozava de prestígio mundial. Mas tinha um detalhe: Beckett era o “Vampiro de Dublin”. Jamais havia dado uma entrevista na vida. Sebastião sabia disso, mas estava em busca dos seus primeiros cem dólares. Abriu a lista telefônica de Paris e procurou Beckett, S. Não achou. Foi até o Le Monde e lhe mandaram falar com o editor do caderno cultural. O editor deu risada. Beckett não tinha telefone e tinha horror a jornalistas. Era missão impossível. Em todo o caso, passou o endereço do Beckett. Era numa ruela em Montparnasse, três quadras depois do hotel xexelento onde o Sebastião morava. Ainda deu uma dica: Beckett saía de casa, todo dia, às sete da manhã para ir na padaria.

Como as aulas de cinema eram no período da tarde, Sebastião, antes das seis, estava na frente do predinho caindo aos pedaços, de três andares, que era o endereço do Samuel. Ficou esperando na porta. O porteiro, desconfiado, saiu e perguntou o que ele estava fazendo ali, tão cedo. Sebastião contou o que queria. O porteiro caiu na risada e disse “Monsieur Beckettê nunca deu uma entrevista. Volte para casa e durma mais um pouco”. Sebastião não deu importância, o porteiro voltou para o seu posto.

Exatamente às sete da manhã, um velhinho, com sobretudo preto, por cima do pijama de listras azuis, sandálias de couro e meias de lã bege, boina basca na cabeça e um cachecol seboso no pescoço, saiu pela porta do prédio e tomou o caminho da padaria. Era Beckett, Sebastião reconheceu pelas fotos que havia visto no Le Monde e resolveu esperar pela volta. Minutos depois, Beckett retorna pela rua, debaixo do braço uma baguette não embrulhada e na mão uma garrafa de leite. Sebastião se apresentou. Beckett, que estava de bom humor, olhou pro Sebastião, não disse nada e entrou no prédio. Por quase vinte longas manhãs a cena se repetiu. Num dia, o Beckett apenado com o Sebastião, que amanhecia ali no frio, quando voltava da padaria, olhou para o nosso intrépido repórter e lascou: “O senhor vai acabar pegando uma pneumonia. Hoje à noite vou jantar com um casal de amigos. Ele fala um pouco mais que eu. Ela fala pelos cotovelos. Esteja aqui às dezenove horas em ponto. Eu não vou esperar. Não traga gravador, só bloco de anotações e caneta. Guarde tudo o que ela vai falar na memória e terá uma boa matéria para seu jornal no Brasil.

Antes do horário marcado, Sebastião estava de plantão. Beckett desceu exatamente às dezenove e sem falar nada fez um sinal com a mão para que Sebastião o seguisse. Foram até um bistrô ali perto, Samuel pediu uma mesa para quatro e ficaram esperando, um olhando para a cara do outro. Nenhuma palavra de cada lado. Minutos depois, chegam Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir. Samuel Beckett ainda perguntou se não se importavam com a presença do jornalista brasileiro. João Paulo e Simone disseram que não. Durante o jantar, só Simone falava. Sartre soltava, de vez em quando, um oui. Beckett, entre uma garfada e outra no bouef bourguignon, fazia um sinal afirmativo com a cabeça. Sebastião, de orelhas em pé, escutava tudo e procurava guardar na memória cada palavra da Simone. Ficaram horas no bistrô, até que o garçom, com a educação típica dos garçons parisienses, não se importando com quem eram, disse que iria fechar e que fossem embora. Saíram e ficaram esperando o táxi que Sartre havia pedido para o gerente chamar. Com muita má vontade, o cara fez o favor. O táxi chegou e o Sebastião, por gentileza, acompanhou Beckett até o prédio dele. Na porta, Sebastião agradeceu com grande ênfase. Beckett nem respondeu e entrou no edifício. Apesar de estar a três quadras do hotel em que morava, Sebastião conseguiu outro táxi e foi para a sucursal do JB em Paris. Começou a escrever a matéria enquanto ainda se lembrava das falas de Simone de Beauvoir. Terminado o texto, foi pro telex e mandou a matéria para o Brasil.

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Manu Giovanini

Rodolfo Pajuaba

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Mural da História

8 de março|201

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Playboy|1960

1962|Marya Carter. Playboy Centerfold

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Chope

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A entrevista de Simone de Beauvoir e outras histórias do Sebastião – II

Depois do almoço, saímos do restaurante, fomos até a Praça Tiradentes e baixamos a Monsenhor Celso. Na XV, dobramos à esquerda e começamos a andar pelo calçadão. Curioso, não perguntei aonde o Sebastião estava indo. Quando chegamos na Confeitaria das Famílias, ele me convidou para entrar. Sentamos e eu pedi um canudo. O França pediu um canudo, uma bomba de chocolate, outra de creme, um madrilenho, um folhado de creme, outro de maçã, e mais uns dois doces. Para ajudar na ingestão, pediu 3 ou 4 Wimis, uma garrafinha de suco de laranja gaseificado, que era (não sei se ainda é) fabricada pelos Irmãos Cini. Perguntei se ele estava esperando alguém? Ele respondeu que não e começou a comilança. Ainda comentei que ele iria morrer de diabetes. Ele nem aí, continuou devorando. O bigode ficou todo branquinho de açúcar e na hora de pagar a conta constatei que o Sebastião gastava na sobremesa, dez, quinze vezes mais do que o preço do almoço.

De vez enquando, o Sebastião me convidava para o “roteiro gastronômico” e aproveitava para contar as suas aventuras, que eram muitas.

Começou a vida como repórter do Diário do Paraná, do Assis Chateaubriand. Foi lá que conheceu e ficou chapa do René. Como todos os outros jornais do Chatô, só pagavam vales, que eram quitados na tesouraria às sextas-feiras, menos quando algum dos diretores dos Diários Associados passava antes e limpava o caixa, o que quase sempre acontecia. Sebastião, para garantir algum troco, conseguiu um emprego de repórter na Rádio Colégio Estadual do Paraná, antigo nome da Rádio Educativa, que acumulava com o jornal.

Naquela época, o grande sucesso era o Jornal do Brasil. Depois da criação do caderno B, pelo Reynaldo Jardim, e das reformas efetuadas por Jânio de Freitas, o JB era o sonho de todo jornalista. Sebastião, que lia o dito todo dia na Biblioteca Pública, sonhava com o Jornal do Brasil e com cinema. Se o cinema era um sonho distante, o JB, no Rio de Janeiro, poderia ser alcançado.

Um dia, juntou as economias, botou os pertences numa mala de papelão e pegou um ônibus para o Rio. Alugou um quartinho numa pensão xexelenta perto do JB e se apresentou na portaria. Lá disseram que ele tinha que falar com o secretário de redação. Foi falar, nervoso, com o José Silveira – não confundir com o Joel do mesmo sobrenome. Joel era sergipano e já uma glória na imprensa brasileira. José era gaúcho e foi secretário de redação do JB por mais de vinte anos. Silveira foi com a cara do Sebastião e lhe deu uma pauta para ser cumprida até às cinco da tarde. França saiu e cumpriu a pauta antes do horário determinado. José Silveira leu, rasgou, colocou na lixeira e disse: “Volte amanhã”. Por dez, quinze longos dias, a história se repetiu. Já desesperado e com o dinheirinho acabando, recebeu de Silveira a incumbência de fazer uma reportagem sobre os Pés Sujos do Rio de Janeiro. Sebastião jogou de local, frequentava os mesmos desde que tinha chegado na cidade. Entregou o texto. José Silveira começou a ler. De repente, se empertigou na cadeira, puxou o escrito para mais perto dos olhos e, ao final da leitura, devolveu as laudas para o Sebastião e disse: “Senta ali e reescreve tirando os adjetivos e os advérbios; deixe só os sujeitos e substantivos”. Sebastião agradeceu e fez o que lhe foi mandado. Silveira leu de novo e disparou: “Sai amanhã na contracapa do primeiro caderno. Leve a carteira de trabalho no departamento de pessoal”.

Sebastião França foi subindo na hierarquia da redação. Começou na polícia, como todos iniciavam, e quando viu era copidesque do caderno B. O Paulo Francis, que na época, entre outros doze empregos, dirigia a revista Senhor, prestou atenção nos textos do Sebastião França. Um dia, chamou-o e lhe deu uma pauta. Na Senhor, desde os tempos do Nahum Sirotsky, só escrevia craque de seleção brasileira. Se Sebastião não era um Garrincha passava bem como um Bellini ou Zito. Começou a colaborar na Senhor e continuou no JB.

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O Brasil não é para principiantes

O Senado Romano teve alguns períodos de glórias e outros de profunda decadência.

Ensina-nos Polybius que até o Senado era controlado pelo povo, pois em primeiro lugar, estava obrigado, nos assuntos públicos, a considerar e a respeitar os desejos do povo; e não poderia colocar em execução a pena por ofensas contra a República, que são puníveis com a morte, a menos que o povo primeiro ratificasse os seus decretos.

No final do período Imperial romano o Senado era uma espécie de conselho de estado do Imperador, com características aristocráticas, havia duas sedes, uma em Roma e outra em Constantinopla.

E no Brasil? A inspiração da Roma imperial sempre esteve presente e permanece até os nossos dias.

Semana passada, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) foi flagrando com 30 mil reais escondidos na região glútea, segundo o dicionário Houaiss: na bunda, nas nádegas, na tanagura, na anca.

Os atuais senadores estão indignados com um ministro do Supremo Tribunal Federal que afastou por 90 (noventa) dias o indigitado senador, que parece que não sabia onde guardar os seus recursos abundantes.

Boa parte dos Senadores que também se elegeram como tribunos da probidade, como Catões da República, estão em defesa do colega, ex-líder do governo Bolsonaro que afirmou que “dará voadora em quem praticar corrupção em seu governo.” Gargalhadas.

Seu suplente? O próprio filho, que assumiu a vaga. Perfeito. Como sempre, tudo em família. Quanto ganha um Senador?

Percebe 33 mil reais por mês, moradia funcional ou R$5.500, 00 de auxílio moradia, pode nomear 11 funcionários com gasto total mensal de 82 mil reais por mês, despesas com saúde ilimitadas, mais a verba indenizatória de 15 mil reais, verba passagem aérea de 18 a 30 mil reais e subsídio de atividade parlamentar de 30 a 45 mil reais por mês.

Tudo somado dá, em média, 165 mil reais por mês.

Oito longos anos de mandato, viagens internacionais, restaurantes da alta gastronomia, paparicação, excelência para cá, excelência para lá, esquemas dos mais variados, tudo dentro da legalidade.

O senador paranaense Oriovisto capitaneia um projeto de emenda à Constituição (PEC) para limitar os poderes do Supremo.  Afinal, todos estão fartos das decisões monocráticas do STF. O episódio da soltura de André do Rap, por decisão monocrática de ministro da Corte Constitucional, potencializou o projeto de emenda constitucional. Se for aprovada a PEC, ela será analisada, quanto a sua constitucionalidade, pelo próprio Supremo.

A imprensa noticia que “os senadores estão indignados” com o afastamento determinado pelo Supremo Tribunal Federal, sem o bom e velho direito ao contraditório e a ampla defesa, sempre combinados com a afortunada prescrição.

Afinal, o afastamento maculou a independência dos poderes e a soberania do Senado.

No geral, em qualquer outro país, este personagem estaria preso, execrado e com seus bens bloqueados. Nenhuma autoridade pública se atreveria a criticar uma decisão judicial que afastasse um acusado pego em flagrante, com a boca na botija.

Voltando à Roma republicana na qual os senadores eram obedientes à vontade do povo, afirmou Polybius que se alguns cidadãos se opõem à política, que pelo menos fiquem neutros, mas não fiquem ao lado dos injustos. O maestro Tom Jobim, foi mais profundo: “O Brasil não é para principiantes”.

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Bolsonaro abraça a TV Brasil

Abraços são demonstrações de afeto, de alegria ou de força nos momentos de dor. Por vezes, naufragam oportunistas. Por outras são imorais, ilegais ou ambos. Há duas semanas, o caloroso abraço entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Supremo Dias Toffoli selou a reedição dos eternos conluios brasilienses, nos quais os participantes gargalham de quem ousa mexer no arranjo. Na terça-feira, dois outros abraços, desta vez enviados ao presidente durante o jogo Peru x Brasil, também foram simbólicos, escancarando a farsa de que ele teve algum dia a pretensão de extinguir o que nasceu para ser TV Lula e agora é TV Bolsonaro.

A armação para que a TV Brasil transmitisse a partida depois que a Globo se negou a pagar a fortuna exigida pelos peruanos continua sendo uma incógnita. Ninguém sabe quanto custou e, muito menos, quem pagou. Mas todos os 4% de telespectadores que deram ao canal a maior audiência de sua história – em alguns picos chegou a registrar 12% – ouviram o narrador André Marques mandar abraços para Bolsonaro e seu secretário de Comunicação Fabio Wajngarten, e também para o presidente da CBF, Rogério Caboclo. Algo imoral, irregular, ilícito. Impossível de se admitir em uma TV dita pública.

Dois pedidos, um no Ministério Público Federal e outro no Tribunal de Contas da União, foram protocolados pelo deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) para que se investigue o uso da TV Brasil como promoter de Bolsonaro. Fala-se ainda em uma ação pública contra a utilização do canal para o oba-oba pró-presidente.

A Bolsonaro, para quem o Estado é puxadinho de sua casa e casamata para sua família, pouco importa se a publicidade é ilegal ou amoral. Entronizou Kassio Nunes Marques, seu escolhido para o STF, ao abraçar Toffoli, e abraçou de vez a mastodôntica TV Brasil, a mesma que ele jurava vender ou fechar por não “servir para nada” e “ter traço de audiência”.

Criada por Lula em 2007, a TV Brasil é uma sucessão de absurdos. É o ativo mais caro da EBC – seu custo supera em mais de 10 vezes o da Agência Brasil, principal canal de notícias do governo – e o que gera menos benefícios. A não ser para os seus 1.800 funcionários e, claro, para o presidente de plantão. Já consumiu mais de R$ 500 milhões ao ano nos tempos áureos, baixando para R$ 153 milhões no último ano do governo Michel Temer.

A ideia de acabar com a TV Brasil nunca foi levada à sério. Já nos primeiros dias de governo, Bolsonaro foi seduzido pelos militares a transformá-la em um canal assumidamente governista. Nada desse papo de TV pública. O melhor, diziam, era mantê-la ativa, reprogramá-la, enxugá-la.

Da boca para fora repetiam a mentirinha de que queriam criar algo semelhante à BBC, com participação privada. O mesmo blá-blá-blá da era Lula.

Diziam ainda que seria feita uma redução severa nos custos da emissora. Qual o quê. Em 2019, a TV Bolsonaro comeu R$ 138,3 milhões e de janeiro a setembro deste ano já engoliu mais de R$ 144,8 milhões. Até dezembro baterá facilmente os gastos de Temer. Vai precisar, portanto, de distribuir muitos abraços em troca de empurrões misteriosos como os da CBF.

Fábio Faria, ministro das Comunicações, chegou a acalentar o sonho de ampliar os horizontes da TV governamental, utilizando-a como ponta de lança para dar um trato na combalida imagem do Brasil no exterior. Seria uma versão global, uma TV Bolsonaro World que, para o bem do contribuinte brasileiro e do país, não saiu do papel.

Mais do que uma TV para chamar de sua – até porque a audiência dela continuará sendo traço sem os gols de Neymar -, Bolsonaro e seu time mexem na comunicação pública sem qualquer escrúpulo. No afã de derrubar a “arquiinimiga” Globo, distribuem verbas publicitárias sem respeitar critérios objetivos de audiência, privilegiam canais evangélicos e influenciadores digitais amigos.

O processo aberto no Supremo Tribunal Federal para investigar fake news e atos antidemocráticos determinou o recuo dos combatentes bolsonaristas que se utilizavam da publicidade imoral, financiada por fontes escusas. Ao mesmo tempo, exigiu mais dos que lidam com a oficialidade. Deles vem a multiplicação dos abraços que afogam o país. Todos os dias e em todos os sentidos.

Publicado em Fábio Campana - Política|cultura e o poder por trás dos panos | Deixar um comentário
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Fernando Haddad versus Robinho: a esquerda sempre mirando nos alvos mais fáceis nas suas lacrações

A esquerda brasileira gosta de temas que facilitem seu espírito lacrador, no embalo regozijante que faz de uma condenação um autoelogio, na linha do “olha como eu sou superbacana” me colocando contra isso. Pelo jeito, o alvo agora é o jogador Robinho, por causa da condenação por estupro na Itália. O caso é asqueroso. Estupraram em grupo uma mulher completamente bêbada.

Só por estar em uma situação como esta e não intervir em defesa da vítima, o jogador já teria demonstrado a péssima qualidade de seu caráter. Mas tem mais: ele admite que levou a vítima do estupro coletivo a praticar sexo oral nele. Mas para Robinho “isso não significa transar”. Esta confissão está em um áudio que vazou e piorou a situação do jogador junto à opinião pública.

Em um trecho da conversa entre cafajestes, um músico que tocava na boate na noite do estupro avisa Robinho sobre a investigação. A resposta do jogador serve como prova incriminadora: “Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu”. Sua condenação em primeira instância é de nove anos de cadeia. Ao contrário do que acontece só aqui, na Itália o condenado vai preso na segunda instância. Este parece ser o destino mais provável de Robinho.

Como eu disse, o caso de Robinho é fácil para lacradores da esquerda, até porque toca em um eleitorado importante, o do voto feminino. Até Manuela D’Ávila deu seu recado de gente do bem nas redes sociais, entrando na onda da incriminação do jogador, ela que já se recusou a condenar até o ditador comunista Stálin, que teve a responsabilidade direta pela morte de milhões de pessoas durante seu governo na antiga União Soviética, muitas vítimas inclusive caçadas em outros países — claro que a conta macabra inclui estupros de mulheres dissidentes.

O petista Fernando Haddad é outro que tentou tirar uma casquinha lacradora, mas quebrou a cara porque tentou fazer um jogo de palavras muito idiota e trombou com a militância racialista, essa parcela intolerante de uma esquerda mal-humorada e ignorante que tenta aparelhar também a língua portuguesa.

Procurando pegar carona em um vídeo de Casagrande que está bombando na internet, ele tentou fazer graça com uma associação entre o nome do jogador e a “casa grande” das fazendas da época da escravidão. Então passou a ser tachado de racista. Haddad se acovardou e excluiu a mensagem, mas nada desaparece na internet. Veja na imagem.

Haddad é um dos grandes responsáveis por este clima opressivo que acossa qualquer um que pense com liberdade no Brasil. Sempre tem alguém trazendo picuinhas idiotas que fogem ao tema debatido e implicam até com determinadas palavras da língua portuguesa, desqualificando quem não aceita determinadas posições de esquerda ou medidas que embora até pareçam justas servem na verdade para beneficiar grupelhos, prejudicando a igualdade de direitos e de oportunidade.

Haddad levou cacetadas dos setores patrulheiros que estimulou como ministro da Educação e prefeito de São Paulo. Por ironia do tempo, agora ele está preso no próprio universo intolerante de que foi um dos criadores, sofrendo ataques que pensava que atingiriam apenas os adversários. E que ele se dê por feliz por seu plano não ter dado certo por completo, pois em países onde isso aconteceu, muitos mestres do autoritarismo como ele acabaram sendo mortos ou passaram a vida aprisionados em gulags comunistas.

Este sujeito que não conseguiu obter apoio eleitoral em um segundo turno nem disputando com um candidato asqueroso como Jair Bolsonaro condena com facilidade um jogador envolvido em um estupro, tentando lacrar com um jogo de palavras que é uma bobajada, mas em entrevista num recente Roda Viva, ao ser perguntado se condenaria as atitudes do ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, onde francos-atiradores governistas matam nas ruas manifestantes pacíficos, ele preferiu falar mal da oposição venezuelana. Claro que além de atirar no povo, as milícias de Maduro não deixaram de estuprar mulheres da oposição.

E tem outro ponto importante para apontar nesta hipocrisia dessa esquerda que gosta de lacrações fáceis. Durante sua campanha para presidente da República, Haddad viajava regularmente à Curitiba, para receber ordens de um presidiário famoso, o ex-presidente Lula, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro já na segunda instância e respondendo a outros processos. Na Itália, Lula seria mantido no xilindró, mas ainda hoje, ao contrário do que fazem com Robinho, essa esquerda exalta o chefão do PT. E vejam que a condenação do jogador ainda é de primeira instância.

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Coisas das eleições

1.Ver candidatos sorrindo e felizes na propaganda eleitoral, como se tudo estivesse a mil maravilhas;

2. Sempre aparecerem em favelas, em obras, caminhando, com criancinhas no colo, e com um fundo musical;

3. Aparecerem, normalmente, com camisas azuis ou brancas, ternos escuros, com a cidade ou o trânsito de veículos ao fundo do cenário;

4. A lei eleitoral proibir o financiamento de campanhas por empresas e pelos bancos, mas admitir as doações dos empresários como pessoa física, o que dá na mesma;

5. A legislação permitir que os candidatos ricos autofinanciem as suas campanhas, favorecendo os afortunados e mantendo a desigualdade dos pleitos;

6. Os prefeitos e vereadores continuarem fazendo campanha no exercício do mandato sem se afastarem das suas funções;

7. Em toda campanha os candidatos falarem em vão despoluir os rios, preservar mananciais e as com propostas ambientais politicamente bacanas, mas os rios continuarem cada vez poluídos e fétidos e a natureza cada vez mais devastada;

8. Não divulgarem quais os benefícios e a remuneração e os deveres legais dos políticos, o que devem, podem ou não fazer;

9. Ver candidatos à reeleição aparecerem como novidade e os novos como tradicionais;

10. Assistir filhos, netos, sobrinhos e toda família se candidatar, sem divulgarem os seus graus de parentesco, mas se apresentando como novidade;

11. Não aparecer a legenda partidária de candidatos, pois isto no Brasil, na maior parte dos casos, pouco importa para o eleitor;

12. Ter que aguentar a propaganda eleitoral em horários aleatórios no rádio e na televisão, pois eles descobriram que no horário eleitoral todos desligam estes aparelhos;

13. Ouvir propostas vazias e genéricas que não comprometem ninguém e todos esquecem, rapidamente.

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Playboy|1970

1972|Sharon Clark. Playboy Centerfold

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