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Dois Brasis: Felipe Neto entra no top 100 da “Time”, ao lado de Bolsonaro

O youtuber Felipe Neto, de 32 anos, que eu vi pela primeira vez este ano no programa Roda Viva, da TV Cultura, levou um susto e conta que ficou anestesiado quando recebeu a notícia: seu nome estava entre as 100 pessoas mais influentes do mundo em 2020 na lista da “Time”, divulgada nesta terça-feira.

“Nunca imaginei que chegaria tão longe. Quando comecei a gravar vídeos, dez anos atrás, nos fundos da casa da minha mãe, no Engenho Novo, eu só queria me divertir”, lembra o líder absoluto das redes sociais brasileiras, com mais de 60 milhões de seguidores nas diferentes plataformas.

Antes de Felipe, só 10 brasileiros haviam sido incluídos entre os top 100 nesta lista de notáveis, criada em 2004 pela revista americana. Este ano, o outro brasileiro é o presidente Jair Bolsonaro, que foi indicado pela segunda vez consecutiva na categoria “Líderes”.

“O fato de Bolsonaro também estar na lista não surpreende, muito pelo contrário. Como o pior presidente do mundo no enfrentamento à covid-19 e no combate às queimadas na Amazônia e no Pantanal, ele está na lista como uma honra negativa. Basta ler o texto associado à sua imagem para entender”, disse Felipe ao Estadão.

Para ele, isso só demonstra a importância do que significa ser influenciador.

“Ser mais influente não significa, necessariamente, uma coisa boa. É o que você faz com essa influência que realmente irá determinar o seu legado. Continuarei usando essa influência para valores positivos, na luta pelos direitos humanos, pela democracia e no enfrentamento à desinformação e ao fascismo. Eu só tenho a agradecer a cada um que me acompanhou e acompanha ao longo dessa história e dizer que isso é apenas o começo”.

No texto da revista, Bolsonaro é descrito como cético a respeito da pandemia do coronavírus e indiferente ao desmatamento da Amazonia. E lembra que, apesar disso, em agosto, ele tinha 37% de aprovação nas pesquisas, não só pelo pagamento do auxílio emergencial, mas também graças a um fervoroso grupo de apoiadores, definido como “quase um culto”.

Em seus vídeos, Felipe tem discutido assuntos como política, lei de combate às fake news, direitos humanos, LGBTQ e racismo.

Durante todo o ano de 2020, houve uma verdadeira guerra nas redes sociais entre os apoiadores dos representantes destes dois Brasis tão antagônicos (Bolsonaro tem cerca de 40 milhões de seguidores), o que fez Felipe ficar ainda mais feliz com a notícia.

“Estar nesta lista é uma honra inenarrável. Não apenas pela conquista, mas também pela razão de estar ali. Foi um ano muito difícil, repleto de ameaças, perseguições e tentativas de destruição de reputação. Nós prevalecemos porque somos unidos, porque somos fortes e porque os fascistas não irão vencer”, comemora o youtuber, que enfrentou uma campanha de difamação, até com falsas acusações de pedofilia, por ter feito duras críticas ao presidente em vídeo publicado no “New York Times”.

 Indicado na categoria “Ícones”, ao lado de nomes como Opal Tometi, Alicia Garza e Patice Cullors, as três fundadoras do movimento Black Lives Matter, e a professora americana Angela Davis, Felipe Neto ocupa um espaço livre nas redes sociais que as lideranças políticas, com exceção de Bolsonaro, ainda não aprenderam a usar.

 Vida que segue.

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Quaxquáx!

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Bolsonaro, Pompeo e Trump, Lula, Maduro e Chávez: a salada indigesta das relações externas do Brasil

Tem tido respostas o uso do território brasileiro como palanque da campanha de Donald Trump pelo secretário de Estado Mike Pompeo, em sua visita a Roraima na semana passada. O secretário americano fez graves provocações ao governo da Venezuela. Ele veio aqui passar mensagens ao eleitorado de direita de origem latina, que Trump procura cativar nos Estados Unidos, fazendo do Brasil um palanque.

Houve reação, a começar pela pronta resposta do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, na exigência de mais respeito ao nosso país nas relações externas. Um grupo de senadores também quer aprovar um “voto de censura” aos EUA, o que serviria para compensar a falta de ação de Davi Alcolumbre, péssimo presidente do Senado, que não respeita nem os aspectos de respeitabilidade formal daquela Casa. Com mentalidade de político do baixo clero, o senador pelo Amapá só pensa em benefícios pessoais e de sua família.

Neste caso da desrespeitosa visita de Mike Pompeo cabe separar também o teor das indignações, que podem até soar como justas de origem, mas seguem interesses diversionistas com intenção de esconder responsabilidades sobre a bagunçada condição das relações externas do Brasil, além de apontarem, em maquinação asquerosa, qualidades onde isso absolutamente não existe.

Estou falando da esquerda brasileira, claro, mais propriamente do chefe do maior partido esquerdista, o incorrigível Lula e seu PT, sigla que mistura-se hoje em dia com o que de pior existe na política brasileira, juntando forças com corruptos no favorecimento da impunidade. Lula também protestou contra as falas do secretário americano de Trump, mas aproveitou para encaixar um elogio ao regime de Maduro.

Não nos enganemos: a política externa do governo Bolsonaro é um desastre, porém os problemas sérios do Brasil em política internacional têm como origem a política externa dos quatro mandatos do PT, comandados por Lula, com suas relações estreitas e cúmplices com governos de tendência altamente antidemocrática na América Latina. Destas equivocadas alianças petistas destaque-se como um dos maiores problemas o governo de Nicolás Maduro, com as graves complicações surgidas desde a criação deste lamentável regime bolivariano, com Hugo Chávez.

Mas vamos ao que disse Lula. Em entrevista à agência de notícias Reuters, o chefão do PT criticou a visita do secretário Mike Pompeo ao Brasil, aproveitando para tentar favorecer Nicolás Maduro. “Gostemos dele ou não”, disse Lula sobre seu antigo parceiro, “a Venezuela tem um presidente eleito”.

Ora, pode parecer verdade que “a Venezuela tem um presidente eleito”, no entanto não é uma verdade completa. Este é o modo costumeiro de Lula falar, com suas meias-verdades. Nicolás Maduro é um ditador, um destruidor da democracia que usa a fachada de governante que chegou ao poder pelo voto popular.

Acontece que as eleições na Venezuela não são limpas. O quadro eleitoral vem sendo montado da forma que melhor favorece ao governo bolivarianista e isso ocorre desde o primeiro mandato do criador do regime, Hugo Chávez. O governo de Maduro atropela as leis ou simplesmente as mudam quando lhe convém. Tampouco respeitam uma relação democrática com os outros poderes, muito menos com a população. Continue lendo

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Assim nasceu, viveu e morreu o Nicolau – III

Paulo Roberto Ferreira Motta é advogado, procurador do Estado e foi chefe de gabinete do então Secretário da Cultura René Dotti.

Diante da advertência do Viaro, alguém, acho o Wilson Bueno, calmamente, informou que Nicolau tinha origem no grego. Nike significa vitória e láos povo. (Tentando responder as críticas que surgiram antes mesmo de vir ao mundo, o Nicolau publicou a explicação no número 1, página 3.)

O Ivens Fontoura, numa conversa a latere comigo, lembrou que em espanhol Nicolau era Nicolás; em francês, Nicolas; em inglês, Nicholas; em alemão, Nikolaus ou Niklas; e nas línguas eslavas, Nikolái. Foi então que lembrei que o prenome do Maquiavel era Niccolò. Ou seja, todas as etnias estavam contempladas pelo nome Nicolau. O Viaro, reafirmou que gostava do nome, mas que podíamos nos preparar para chuvas e trovoadas. O René Dotti matou no peito e bancou o nome. O Nicolau, antes mesmo de nascer, já estava batizado. As críticas ao nome escolhido, quando o jornal foi anunciado, foram fortíssimas, autêntica avant première das incompreensões, invejas e autofagia que o Nicolau iria gerar e num determinado momento não resistir.

No dia 15 de março daquele ano, Álvaro Dias assumiu o governo do Estado. No dia seguinte, o René Dotti foi empossado na Secretaria de Estado da Cultura, e no dia 17 a equipe do Wilson Bueno estava a postos. Como ele havia prometido, era realmente enxuta: Jaques Brand, Luiz Antônio Guinski, Josely Vianna Baptista, Amilton Paulo de Oliveira, Rodrigo Garcia Lopes, Yara Rossini e Rita de Cássia Solieri Brandt, Iara Lessa. Quando a coisa apertava, pediam a ajuda da Adélia e do Zeca Corrêa Leite, que labutavam na Assessoria de Imprensa da Secretaria da Cultura.

Iniciando os seus planos de encartar o Nicolau em todos os jornais do Paraná, Bueno conseguiu uma lista com o nome, local e telefone das publicações. Explicava o projeto e pedia a tiragem do jornal para o levantamento de quantos exemplares o Nicolau teria que editar. Alguns jornais, da capital e notadamente do interior, inflavam o número da tiragem, certamente pensando em faturar algum com o encarte. O Wilson constatou a picaretagem e comentou com o René Dotti. Bueno não fez, nesse primeiro momento, contato com a Gazeta e com O Estado. Dada a importância dos dois jornais, achava que as negociações tinham que ser institucionais, conduzidas pelo Secretário.

René Dotti lançou mais um Maktub e foi à luta. Marcou reunião com Francisco Cunha Pereira e com o ex-governador Paulo Pimentel. Conquistando a Gazeta e O Estado/Tribuna, achava que os outros viriam atrás. Deu certo. O Dr. Francisco e o Paulo Pimentel compraram a ideia e se comprometeram a encartar o Nicolau sem custos, e forneceram a tiragem real dos jornais de que eram proprietários. Os outros, então, refizeram os números e vieram atrás. Ninguém queria ficar de fora. Depois de muitos cálculos, Wilson chegou à tiragem real de todos os jornais do Paraná de então: 175.000 exemplares.

Os números não eram nada pequenos. O Estadão e O Globo tiravam uns 200 mil. Em São Paulo, a Folha vendia menos que o Estadão e no Rio o Jornal do Brasil também tirava menos que O Globo. Veja, semanal e com circulação em todo o território nacional, batia na casa dos 500, 600 mil. Proporcionalmente à população de São Paulo e do Rio, o Paraná apresentava bons números na tiragem dos seus jornais. Wilson propôs uma tiragem para o Nicolau de 180 mil exemplares. Os 5.000 a mais seriam para distribuição em todo o Brasil, e no exterior, para as pessoas e instituições que interessavam ao Nicolau. As despesas com o Correio seriam altas, mas seria um investimento que se mostraria, depois do lançamento do número 1, espetacular. Esse número de 5.000, conforme o Manfredini, chegaria, depois, a 20.000.

Aí foi a vez da equipe financeira da Secretaria entrar em ação. Como se sabe, os orçamentos públicos são elaborados no ano anterior, eis que precisam ser aprovados pelo Legislativo. Quando o orçamento da Secretaria da Cultura foi montado, em 1986, ninguém imaginava o Nicolau. Em síntese, não havia qualquer rubrica orçamentária para o jornal. Teriam que catar um dinheirinho de outras rubricas, todas elas esquálidas. Os custos do jornal (equipe, diagramação, edição etc…) eram pequenos. O que assustava era o custo do papel (180.000 exemplares de 32 páginas cada número, mensal) e da impressão, além da postagem.

O Dotti mais uma vez foi falou Maktub e foi à luta com o Wilson Bueno debaixo do braço. Na Imprensa Oficial encontram a Santa Gilda Poli, professora de nomeada e Secretária da Educação do governo José Richa, que, segundo o Manfredini, já tinha feito contatos prévios com o Dotti para o lançamento de um jornal cultural. No governo Álvaro Dias, assumiu e Departamento. Santa Gilda Poli se encantou com o projeto do Nicolau e garantiu papel e impressão a preço de custo pela Imprensa Oficial. Os custos do jornal caíram para patamares bem menores, mas ainda não havia o dinheiro para pagar o papel e a impressão. Foi então que o professor Dotti, mais uma vez, resolveu ir a campo. Encontrou na presidência do Banestado o São Carlos Antônio Almeida Ferreira e garantiu os recursos que faltavam. Nicolau tinha adquirido todas as condições para nascer.

No dia 24 de julho de 1987, ele veio ao mundo. O sucesso foi retumbante. Foi distribuído para centenas de milhares de pessoas no Paraná e para milhares de pessoas em todo o Brasil e no exterior. O reparte da mala direta, os 5.000 exemplares, que depois viraram 20.000, Bueno tinha postado dias antes, para que, quando o Nicolau fosse distribuído pelos jornais, as pessoas que interessavam já soubessem da existência dele. Jogada genial.

Nos dias seguintes, chegavam milhares de cartas e telegramas na Ébano Pereira, 240. O Nicolau tinha sido um sucesso total. Explodiu em todo o Brasil, rebentou a boca do balão, literalmente. Ganhou reportagem em todos os principais jornais, rádios e televisões do Brasil. As duas telefonistas da Secretaria da Cultura foram à exaustão, novos ramais telefônicos tiveram que ser instalados, as pressas, na redação do Nicolau. Era Estadão, Folha de S. Paulo, O Globo, Jornal do Brasil, Zero Hora, o Estado de Minas, Veja, Isto É, Manchete, Rede Globo, Bandeirantes, SBT, TV Manchete. Até a Playboy ligou querendo saber da novidade. Todos queriam ouvir o René Dotti e o Wilson Bueno.

Nas semanas seguintes, exatamente como o Wilson Bueno havia previsto, começaram a chegar colaborações de todo o Brasil e do exterior. Os nomes que assinavam os artigos, as ilustrações e as fotos podiam figurar, todos, numa Enciclopédia da Cultura Brasileira. O time que participou do Nicolau, nos tempos do Wilson Bueno, não teria dinheiro que pagasse. Nem a Rede Globo aguarentaria o valor da folha de pagamento. E todos trabalhavam de graça.

O Nicolau deixou descendência logo depois de nascer. A Imprensa Oficial de Minas Gerais lançou o seu rebento alguns meses depois. A Imprensa Oficial da Paraíba veio atrás. Depois, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Eram belíssimas publicações, mas a mídia do eixo Rio-São Paulo só teria olhos para o Nicolau.

Nos dias em que o Nicolau saía encartado, Wilson Bueno ia a campo para pesquisar a aceitação. Provavelmente sem ter dormido, depois de perambular pelos bares, madrugava num terminal de ônibus escolhido ao acaso. Postava-se ao lado da banca de jornal, como quem não quer nada, e ficava de mutuca. Quando um comprador abria o jornal ainda na banca, tirava o Nicolau e guardava com carinho, o Wilson ia a loucura. Certa feita, um jovenzinho, muito pobre, mal vestido, chegou na banca e comprou a Tribuna, que era o jornal de menor preço de Curitiba. Retirou o Nicolau e devolveu a Tribuna ao dono da banca. O Bueno perguntou porque ele havia feito aquilo. O jovenzinho disse que só queria ler o Nicolau, não perdia um número. Wilson, com lágrimas nos olhos, abraçou o rapaz e tascou um beijo nele. Como o rapazinho não estava entendendo nada, Bueno explicou quem era. Convidou o rapaz para conhecer o Nicolau e dias depois ele estava lá.

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Comprou, mas não chegou, e agora?

As compras pela internet aumentaram sensivelmente durante a pandemia. A empresa argentina Mercado Livre é a maior da América Latina e vale cerca de 59,35 bilhões, na frente de bancos e mineradora. Nesta expansão do mercado eletrônico, caso o consumidor faça uma compra pela internet e não receba o produto, como deve proceder?

Se você não recebeu o produto, pode cancelar a compra por correio eletrônico junto ao site que lhe vendeu. Temos que considerar se há greve dos correios, por isto é importante o código de rastreamento do envio.

Primeiro, aconselhamos que as compras sejam feitas por meio de cartão de crédito para que o consumidor possa fazer a oposição do lançamento da compra, caso haja algum problema. Desconfie se houver desconto à vista por meio de boleto ou depósito em conta corrente.

Para a oposição, o consumidor deve seguir as regras da operadora do cartão de crédito que, normalmente, pedem que se faça um pedido para a empresa vendedora e receba uma resposta sobre o atraso ou problema que ocorreu, se isto não acontecer o consumidor pode exercer seu direito de desistência da compra, pelo não recebimento.

A oposição faz com que o lançamento no cartão de crédito seja estornado, em favor do consumidor. O consumidor deverá fazer um boletim de ocorrência eletrônico e uma reclamação, também eletrônica, em Procon para acompanhar o pedido de oposição do lançamento do cartão de crédito.

É importante que o consumidor anote os protocolos de atendimento e use programas no seu aparelho celular que gravem as conversas do atendimento, avisando este fato para o interlocutor, e guarde todas as trocas de mensagens eletrônicas.

Por cautela, o consumidor deve verificar os sites consumidor.gov.br e reclameaqui.com.br para saber a reputação da empresa se possui histórico consolidado de vendas eletrônicas. Desconfie de sites novos, sem histórico de vendas e com preços abaixo da concorrência.

O site de compras pode desaparecer e neste caso a oposição da compra junto a operadora do cartão de crédito é mais fácil ainda, pois estará caracterizado o golpe.

Pense dez vezes antes de adquirir um produto, pois o impulso para as compras também pode se tornar um vício e uma compulsão, que necessitem tratamento psicológico especializado. O ato de comprar é gratificante, o problema é que pode se tornar impagável e aniquilar com o orçamento doméstico do consumidor.

Publicado em Claudio Henrique de Castro | Deixar um comentário
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Flávio Bolsonaro e a grotesca fuga da acareação com Paulo Marinho

A família Bolsonaro é uma piada, muito de mau gosto e que infelizmente foi levada a sério por uma parcela dos eleitores brasileiros, que elegeram o chefe do clã do peculato, na escolha política mais errada que já foi feita neste país. Outro traço que vai ficando cada vez mais marcado no caráter dos Bolsonaro é o da covardia. Há alguns dias Jair Bolsonaro fugia de dar depoimento à Polícia Federal. O STF está para decidir a questão.

Nesta segunda-feira, o filho mais velho de Jair Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro, faltou a uma acareação com o empresário Paulo Marinho. O encontro foi marcado pelo Ministério Público Federal para tratar do vazamento da Operação Furna da Onça, conforme denunciou Marinho.

Flávio Bolsonaro alegou falta de espaço na agenda. Sua defesa afirmou que ele tinha compromisso oficial no dia de hoje no Amazonas e que fizeram um pedido para marcar a acareação para 5 de outubro, no gabinete dele, em Brasília, ou por videoconferência. Acareação por videoconferência é algo que só pode vir da cabeça de um Bolsonaro, mas a tentativa de fuga do confronto pessoal mostra muito bem o medo do filho de Bolsonaro.

Hoje mesmo apareceu nas redes sociais um vídeo mostrando seu “compromisso oficial”. Ele postou uma cena jubto com o irmão Eduardo Bolsonaro, o Bananinha, em participação no programa de Sikêra Júnior, nos estúdios da TV A Crítica, em Manaus. Os dois irmãos dançam com Sikêra, cantando uma música com o refrão ““El, el, el, todo maconheiro dá o anel/ yoga, yoga, yoga, todo maconheiro dá o boga”.

Era isso que o fujão tinha para fazer no Amazonas. A micagem no programa desse apresentador de TV que simboliza muito bem o padrão cultural do governo Bolsonaro até parece até uma zoação com o trabalho da Justiça. Eu acho que cabia uma punição ao covarde.

Uma acareação tem o propósito muito simples de juntar duas pessoas para saber quem é que está mentindo. Quem tem dignidade certamente não recorre à esquemas covardes para fugir da discussão. Paulo Marinho disse que Flávio Bolsonaro o procurou antes da eleição do ano passado contando que um delegado da Polícia Federal havia vazado a informação sobre a Operação Furna da Onça, que investiga o esquema de peculato no seu gabinete de deputado estadual. O senador nega

Quem é que está mentindo? Paulo Marinho esteve por volta das 14h30 na sede do Ministério Público Federal, no Rio de Janeiro, para a acareação. O que ele disse aos jornalistas ao chegar resume a impressão geral sobre o assunto: “Com certeza alguém mentiu, né? E não fui eu”.

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Assim nasceu, viveu e morreu o Nicolau – II

Paulo Roberto Ferreira Motta é advogado, procurador do Estado e foi chefe de gabinete do então Secretário da Cultura René Dotti.

Antes da reunião na casa de René Dotti, narra o Manfredini, em episódio que eu não sabia, houve uma reunião entre Adélia e Wilson, na Confeitaria Schaffer, que também ficava no calçadão. Ali alinhavaram a publicação e deram um nome provisório ao jornal.

No citado domingo, todos presentes, chegam por último o Nelsinho e o Wilson Bueno. Bueno não tinha carro e dependia da carona dos amigos, dos ônibus ou dos táxis, conforme o horário dos dias, das noites e das madrugadas. Wilson, sempre extrovertido, chegou tímido, com poucas palavras, sentindo o ambiente onde pisava. Depois de alguns rodeios, de ambos os lados, Bueno foi indagado pelo professor René e começou a falar dos seus projetos (que também eram os da Adélia Lopes, segundo a reunião na Schaffer).

Aqui vale um parêntese: O panorama do jornalismo cultural do Paraná era desolador. O Estado do Paraná tinha a coluna do Aramis Millarch, chamada Tabloide, e alguns textos da Adélia e do Aurélio Benitez. A Gazeta do Povo tinha uma cobertura paupérrima, onde se destacava uma coluna de artes plásticas da professora Adalice Araújo, que veio a ser a primeira diretora do MAC na gestão René Dotti. Maiores informações só na citada coluna do Dino Almeida ou nas matérias que vinham prontas das Assessorias, como já relatado. A Folha de Londrina cobria praticamente o Festival de Música da cidade e as peças dirigidas pela Nitis Jacon, diretora do histórico Grupo Proteu. O Jornal do Estado tinha uma cobertura pequena, onde se destacava a coluna de teatro a cargo da Celina Alvetti, que era muito alimentada pelo ator Ivam Cabral, que depois se radicaria em São Paulo, fundando o Grupo Satyros que faz um teatro de altíssima qualidade há 30 anos. Era isso e talvez uma ou outra coisa que agora me escapa. No mais, os jornais se limitavam a publicar a programação das TVs e dos cinemas, não raro com os horários errados. Justiça seja feita, tempos depois, a Adélia, com o decidido apoio do diretor de redação Mussa José Assis, conseguiu emplacar um suplemento cultural chamado Almanaque, n´O Estado do Paraná.

Bueno imaginava um jornal radical, moderno, pujante, inquietante, que botasse “prá quebrar” e abalasse as estruturas. Teria a colaboração de nomes consagrados e desconhecidos, que ele dizia saber onde localizar; cobriria todas as áreas da cultura; primaria pela qualidade do texto, das ilustrações e das fotografias. Diagramação arrojada, tipos novos, fotografias de ângulos inusitados. Queria um jornal cultural diferente de tudo o que era feito no Brasil, inspirando-se em modelos antigos, mas inovando a perder de vista. Queria inquietar os quietos, cansar os descansados, atormentar os pacíficos. Continuou o seu discurso empolgado, afirmando que iria fazer, simplesmente, o melhor jornal cultural do Brasil. Tudo aquilo era música para o René Ariel Dotti.

Sentindo que dominava a partida, Wilson Bueno idealizou que o jornal teria uma equipe enxuta, escolhida a dedo por ele. Não abria mão disso. O professor René concordou de plano, com alguns muxoxos do Aramis. Continuou descrevendo o jornal que imaginava, já pautando alguns assuntos a serem abordados nos primeiros números. Bueno começava a encantar a todos. Os assuntos imaginados por ele eram de abalar a modorra que tomava conta da imprensa cultural do Paraná. Iria, certamente, dar o que falar. Adélia Lopes e Nelsinho eram os mais entusiasmados e concordavam com tudo o que Wilson dizia. Lá pelas tantas, sentindo que o jogo estava ganho, Wilson Bueno começou um papo sobre a importância de um jornal bancado pelo Estado, ou seja, com o dinheiro do contribuinte. As colaborações não seriam pagas. As pessoas convidadas para os números iniciais nada receberiam pelos seus artigos, afinal estariam prestando serviço público relevante. Depois, as colaborações chegariam aos borbotões, vindas de todos os cantos do Brasil e até mesmo do exterior. Os maiores nomes da cultura brasileira iriam escrever de graça para um jornal do governo do Estado do Paraná pelo prazer e orgulho de colaborar com a iniciativa que ele já imaginava de pleno êxito.

As despesas, dizia o Wilson, seriam apenas com a pequena equipe que iria trabalhar em dedicação exclusiva, custos com arte e diagramação, fotografia, papel e impressão. De vez em quando, a passagem e uma ou duas diárias para um repórter que ele mandaria ao interior. Tudo isso caía muito bem para um grupo de trabalho que tinha plena consciência de que a dotação da Secretaria da Cultura era ínfima, menor que 1% do orçamento geral do Estado. René Dotti se encantava cada vez mais.

Percebendo que o ambiente era de todo favorável, Wilson Bueno deu o pulo do gato: disse que não cabia ao Estado produzir um jornal para vender. Se o jornal fosse comercializado, o Estado estaria se desvirtuando das suas obrigações de fomentar a cultura. Afirmou também que o Estado não tinha capacidade de distribuir o jornal por todas as cidades do seu território. Para resolver a questão, propôs: o jornal seria encartado em todos os outros jornais do Paraná, gratuitamente. Só Curitiba, naquele ano, tinha 9 jornais. Assim, toda a população compradora ou assinante dos jornais do Paraná receberia o jornal. A tiragem seria enorme e uma parte seria reservada à distribuição por mala direta, para as pessoas que lidavam com a cultura Brasil afora e até mesmo no exterior. Continuando, disse que queria que o sujeito que comprasse a Tribuna para conhecer detalhes do pavoroso crime do dia anterior, desse de cara com um texto ainda mais realista do Nélson Rodrigues (de quem Bueno era amigo desde os tempos de O Globo). Que quem comprasse a Gazeta para saber as notícias nacionais e internacionais, se deparasse com uma crítica literária do Léo Gílson Ribeiro. Que quem comprasse o Estado, para conhecer as últimas da política paranaense, pudesse conhecer uma crítica do Sábato Magaldi ou um poema de Helena Kolody. Que o assinante da Folha de Londrina pudesse ler Paulo Leminski pela primeira vez. Aquilo era a 9ª Sinfonia no ouvido do futuro Secretário de Cultura. Para tanto, arrematou o Wilson Bueno, o jornal teria que ser no formato tabloide, para ser encartado com facilidade nos demais jornais que eram, quase todos, standard. A periodicidade seria mensal.

René Dotti, que tinha como uma das metas mais importantes para a futura gestão a interiorização das ações da Secretaria de Estado da Cultura, até então baseadas quase que exclusivamente em Curitiba, onde se localizavam o Teatro Guaíra, os museus e a quase totalidade do patrimônio histórico e artístico do Estado, vibrava com a ideia. Como sempre fazia quando encontrava um desafio pela frente, exclamou Maktub.

Wilson Bueno foi além. Disse que planejava mandar gente viajar por todo o Estado para colher depoimentos dos pioneiros das principais cidades do Paraná antes que morressem. Que Curitiba tinha excelentes tradutores que ninguém conhecia e pretendia produzir novas traduções de clássicos, como Shakespeare, Dante, Joyce, Borges…

Por derradeiro, nesta fase da conversa, Wilson fez um pedido. O Secretário René Dotti só poderia ler o jornal depois de impresso. Dotti topou sem mais delongas, e cumpriu o trato durante todo o período em que foi Secretário.

Lá pelas tantas, batido o martelo, alguém indagou pelo nome, acho que foi o Aramis (era tudo jogada ensaiada). Mas, antes que de uma sugestão, bateu a fome e o pessoal foi comer. Aqui passo a palavra ao Manfredini:

“… Adélia e Bueno ocuparam uma das pontas da longa mesa, um diante do outro. Em certo momento, maneiroso como sempre, Bueno inclinou-se diante da jornalista e disse: “Eu acho o título Espaço e Tempo muito bom, o espaço do nosso tempo, muito interessante. Mas fiquei pensando: será que ele não remeterá ao que não desejamos, ou seja, uma publicação com traço acadêmico?

“Adélia pensou.

“Bueno prosseguiu:

“Que tal colocássemos um título, digamos, mais ligado à nossa cultura, à nossa tradição? Algo assim como Nicolau.

“Adélia, de pronto, ergueu-se e quase gritou:

“Professor René, já temos o título do jornal”.

Foi a explosão! Todos concordaram. Alguém lembrou que a mais importante publicação cultural do Paraná foi a revista Joaquim, do Danton Trevisan. Não deixava de ser uma homenagem ao mais importante escritor do Estado.

O Constantino Viaro, acho, pois posso estar com a memória fraca, disse que tinha adorado o nome, mas teve uma premonição na hora: “Vão dizer que é nome de polaco! Os italianos e as outras etnias vão chiar!

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Vai lá!

Rogério Distéfano

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Assim nasceu, viveu e morreu o Nicolau – I

Paulo Roberto Ferreira Motta é advogado, procurador do Estado e foi chefe de gabinete do então Secretário da Cultura René Dotti.

Na quinta-feira, o meu velho e querido amigo, muito mais querido do que velho, Célio Heitor Guimarães (que, entre outras qualidades, é bisavô do Bernardo e marido da não menos amada Cleonice), publicou sua coluna semanal no Blog do Zé Beto. O assunto era A Pulsão pela escrita, de Luiz Manfredini, biografia do saudoso e insubstituível Wilson Bueno (Jaguapitã/1949 – Curitiba/2010). Assim que li a matéria, corri aos sítios eletrônicos das boas casas do ramo procurar o livro. Nem cheiro. Pensei comigo, tenho que mandar uma mensagem para o Célio indagando onde comprar a obra. Dias depois, o Célio respondeu que tinha ganho o livro do filho Cadu (editor de rede da RPC), que o comprara nas Livrarias Curitiba. Fui atrás e devorei o livro numa só sentada.

Sem dar tempo ao tempo, o Célio no dia seguinte veio com outro artigo, Um pouco mais de Bueno. Não aguentei e mandei dois comentários que foram publicados após moderação do Zé Beto. No segundo comentário, disse que havia presenciado a reunião em que o Nicolau foi gestado e, se alguém tivesse interesse em saber da história, contaria. Mais uma vez sem dar tempo ao tempo, na mesma sexta à noite recebi um e-mail do Célio me convidando para escrever a história do nascimento do Nicolau, sob o argumento de que o Zé Beto publicaria com gosto. Aqui, vale ressaltar, o Célio quando escreve de dia é muito bom, quando escreve de noite é ótimo e na madrugada é excelente. Então, vamos lá.

Conheci o Wilson Bueno na segunda metade da década de 80 do século passado, pelo Jaques Brand (pai do deputado Goura, entre outros milhares de atributos), na finada Confeitaria Cometa, que ficava, para os mais jovens, no calçadão da Rua XV, quando a mesma era transitável ao comum dos pedestres. O Wilson Bueno na época era assessor de imprensa da então Fundação Teatro Guaíra, desde muito tempo só Teatro Guaíra, e preparava o lançamento de Bolero´s Bar (seu primeiro livro publicado) e gozava de grande prestígio no eixo Rio-São Paulo como jornalista. Aqui, mantinha uma coluna em O Estado do Paraná, que eu, como assinante, acompanhava com prazer. Tinha passado por jornais locais, como a Gazeta do Povo. No Rio de Janeiro e São Paulo, Jornal do Brasil, O Globo, rádios Globo e Tupi,e no SBT. Na época, estava antevendo Mar paraguayo (pra mim, sua obra prima) e falava do livro que estava sendo gestado com grande paixão. É um livro escrito em português, espanhol, portunhol e guarani.

No mesmo local, mas em data diferente, também pelo Jaques Brand, conheci o Sérgio Rubens Sóssella, colaborador do Blog do Zé Beto e do Nicolau, extraordinário poeta e, na época, juiz de direito em Assis Chateaubriand.

Fiquei vários e vários meses sem reencontrar Wilson Bueno. O reencontro se daria na casa do professor René Ariel Dotti e já chego lá.

Completado o tempo de serviço na magistratura, o Sóssella pediu aposentadoria no TJ e veio morar em Curitiba.

O Jaques Brand conheci nos bancos da Faculdade de Direito da UFPR. Já jornalista formado em Comunicação Social, Jaques resolveu estudar Direito. Na época, eu escrevia na Folha Acadêmica, órgão oficial do Centro Acadêmico Hugo Simas, uns textos contra o MEC, a Reitoria, professores desidiosos e colegas que tinham outros credos políticos. Não publicava o nome dos criticados, mas os descrevia, de modo que todos os leitores percebiam logo de quem se tratava. O Brand achava os textos mordazes e ficamos amigos. Jaques, depois de uns dois ou três anos, abandonou o curso de Direito, mas a amizade ficou desde aqueles tempos. Faz anos que não falo com ele. Antes da pandemia o vi de longe, na Praça Tiradentes. Chamei e ele não ouviu. Fui atrás, mas ele atravessou a rua. Quando fui fazer o mesmo, o sinal fechou. Como vários ônibus passaram, perdi o Jaques de vista. Não sei se ele desceu a Marechal Floriano ou a Monsenhor Celso.

No início de 1987, num meio de tarde, recebi um telefonema do Renato Andrade, já grande advogado e meu amigo, verifico hoje, há 42 anos, dizendo que o professor René Ariel Dotti queria falar comigo. Como era só subir uns andares no Edifício Nerina Caillet, na Marechal Deodoro, chamei o elevador e fui até o escritório e o professor começou uma conversa dizendo que havia aceito o convite do governador eleito Álvaro Dias para ser Secretário de Estado da Cultura. Não estava entendendo onde ele queria chegar, até que o professor disse: “Quero te convidar para ser Chefe de Gabinete. Aceita?”.Passado o susto, aceitei o convite e, desde então, passei a frequentar as reuniões para montagem da equipe e dos projetos que eram realizadas a partir do meio das tardes no escritório dele, todos os dias úteis. Nos finais de semana, geralmente domingos depois das 17 horas, os encontros eram na residência do Dotti.

Nos primeiros tempos, participavam o empresário bastante ligado à cultura Constantino Viaro (convidado para a Superintendência do Teatro Guaíra); o artista plástico Ivens Fontoura (convocado para Coordenador dos Museus do Estado) e que faleceu no último dia 30 de abril, aos 80 anos; o ator Joel de Oliveira (convidado para Diretor Administrativo do Guaíra), que integrou o grupo que fundou o Teatro de Comédia do Paraná em 1963; a jornalista Adélia Lopes (escolhida para chefiar a Assessoria de Imprensa da Secretaria da Cultura); e o Aramis Millarch (falecido em 1992), legendário jornalista cultural do Paraná, que não aceitou nenhum cargo, mas que, por sua amizade de décadas com o René Dotti, dava inúmeras sugestões de planos, projetos e nomes. Uma delas, a mais insistente por sinal, era a criação de um jornal cultural para “botar prá quebrar”. A Adélia também tinha conspirado para a criação do jornal e viria a desempenhar um papel muito importante, conforme conto à frente. Na quinta-feira, o meu velho e querido amigo, muito mais querido do que velho, Célio Heitor Guimarães (que, entre outras qualidades, é bisavô do Bernardo e marido da não menos amada Cleonice), publicou sua coluna semanal no Blog do Zé Beto. O assunto era A Pulsão pela escrita, de Luiz Manfredini, biografia do saudoso e insubstituível Wilson Bueno (Jaguapitã/1949 – Curitiba/2010). Assim que li a matéria, corri aos sítios eletrônicos das boas casas do ramo procurar o livro. Nem cheiro. Pensei comigo, tenho que mandar uma mensagem para o Célio indagando onde comprar a obra. Dias depois, o Célio respondeu que tinha ganho o livro do filho Cadu (editor de rede da RPC), que o comprara nas Livrarias Curitiba. Fui atrás e devorei o livro numa só sentada.

Sem dar tempo ao tempo, o Célio no dia seguinte veio com outro artigo, Um pouco mais de Bueno. Não aguentei e mandei dois comentários que foram publicados após moderação do Zé Beto. No segundo comentário, disse que havia presenciado a reunião em que o Nicolau foi gestado e, se alguém tivesse interesse em saber da história, contaria. Mais uma vez sem dar tempo ao tempo, na mesma sexta à noite recebi um e-mail do Célio me convidando para escrever a história do nascimento do Nicolau, sob o argumento de que o Zé Beto publicaria com gosto. Aqui, vale ressaltar, o Célio quando escreve de dia é muito bom, quando escreve de noite é ótimo e na madrugada é excelente. Então, vamos lá.

Conheci o Wilson Bueno na segunda metade da década de 80 do século passado, pelo Jaques Brand (pai do deputado Goura, entre outros milhares de atributos), na finada Confeitaria Cometa, que ficava, para os mais jovens, no calçadão da Rua XV, quando a mesma era transitável ao comum dos pedestres. O Wilson Bueno na época era assessor de imprensa da então Fundação Teatro Guaíra, desde muito tempo só Teatro Guaíra, e preparava o lançamento de Bolero´s Bar (seu primeiro livro publicado) e gozava de grande prestígio no eixo Rio-São Paulo como jornalista. Aqui, mantinha uma coluna em O Estado do Paraná, que eu, como assinante, acompanhava com prazer. Tinha passado por jornais locais, como a Gazeta do Povo. No Rio de Janeiro e São Paulo, Jornal do Brasil, O Globo, rádios Globo e Tupi,e no SBT. Na época, estava antevendo Mar paraguayo (pra mim, sua obra prima) e falava do livro que estava sendo gestado com grande paixão. É um livro escrito em português, espanhol, portunhol e guarani.

No mesmo local, mas em data diferente, também pelo Jaques Brand, conheci o Sérgio Rubens Sóssella, colaborador do Blog do Zé Beto e do Nicolau, extraordinário poeta e, na época, juiz de direito em Assis Chateaubriand.

Fiquei vários e vários meses sem reencontrar Wilson Bueno. O reencontro se daria na casa do professor René Ariel Dotti e já chego lá.

Completado o tempo de serviço na magistratura, o Sóssella pediu aposentadoria no TJ e veio morar em Curitiba.

O Jaques Brand conheci nos bancos da Faculdade de Direito da UFPR. Já jornalista formado em Comunicação Social, Jaques resolveu estudar Direito. Na época, eu escrevia na Folha Acadêmica, órgão oficial do Centro Acadêmico Hugo Simas, uns textos contra o MEC, a Reitoria, professores desidiosos e colegas que tinham outros credos políticos. Não publicava o nome dos criticados, mas os descrevia, de modo que todos os leitores percebiam logo de quem se tratava. O Brand achava os textos mordazes e ficamos amigos. Jaques, depois de uns dois ou três anos, abandonou o curso de Direito, mas a amizade ficou desde aqueles tempos. Faz anos que não falo com ele. Antes da pandemia o vi de longe, na Praça Tiradentes. Chamei e ele não ouviu. Fui atrás, mas ele atravessou a rua. Quando fui fazer o mesmo, o sinal fechou. Como vários ônibus passaram, perdi o Jaques de vista. Não sei se ele desceu a Marechal Floriano ou a Monsenhor Celso.

No início de 1987, num meio de tarde, recebi um telefonema do Renato Andrade, já grande advogado e meu amigo, verifico hoje, há 42 anos, dizendo que o professor René Ariel Dotti queria falar comigo. Como era só subir uns andares no Edifício Nerina Caillet, na Marechal Deodoro, chamei o elevador e fui até o escritório e o professor começou uma conversa dizendo que havia aceito o convite do governador eleito Álvaro Dias para ser Secretário de Estado da Cultura. Não estava entendendo onde ele queria chegar, até que o professor disse: “Quero te convidar para ser Chefe de Gabinete. Aceita?”.Passado o susto, aceitei o convite e, desde então, passei a frequentar as reuniões para montagem da equipe e dos projetos que eram realizadas a partir do meio das tardes no escritório dele, todos os dias úteis. Nos finais de semana, geralmente domingos depois das 17 horas, os encontros eram na residência do Dotti.

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La Famiglia

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Bolsonaro foi ao Mato Grosso e seu avião arremeteu por causa da fumaça. Conseguiu aterissar em seguida e fez um discurso eloquente afirmando que o Brasil é um exemplo de proteção ambiental. Ele falava numa região onde o fogo se propagou por três milhões de hectares.

Ontem, depois de uma carta dos países europeus criticando o desmatamento, Bolsonaro disse também que o Brasil era um exemplo mundial de preservação do meio ambiente.

Quanto maiores as evidências de que algo está errado, mais ele se confraterniza com a própria política. Esse mecanismo psicológico é conhecido, de fato ele aumenta diante do aumento dos fatos concretos.

No passado escrevi um artigo sobre as vitórias do Flamengo elogiando suas boas escolhas e profissionalismo. Disse que era um exemplo para o Brasil em que muitas coisas não estavam dando certo. Confesso que me enganei. O Brasil é o grande exemplo para o Flamengo. Tivemos sempre momentos de crescimento que desaparecem em seguida. Na economia, chamamos isso o vôo da galinha.

O Flamengo estava iniciando o vôo da galinha e não percebi. Certamente o profissionalismo se enfraqueceu e sobretudo a vaidade destruiu o projeto. Estamos num outro patamar, diziam os jogadores. Meses depois, mais gordos e apáticos são massacrados no Equador.

Como previ, vai começar um grande debate sobre o Guia Aimentar. A partir do Ministério da Agricultura será feita a defesa dos alimentos ultaprocessados. O guia estimulava as pessoas a cozinharem quando possível, usando ingredientes mais naturais.

Será interessante estudar o processo alimentar nos Estados Unidos, onde certamente os produtos industriais são mais consumidos. Vale a pena seguir esse caminho?

É um tema de pesquisa porque o debate está apenas começando. O Guia Brasileiro de Alimentação era considerado uma referência internacional.

São Paulo amanheceu enfumaçada. Os técnicos dizem que ainda é preciso uma pesquisa para avaliar se a fumaça é mesmo proveniente do incêndio do Pantanal. A manhã de sexta foi aberta no Rio. Mas senti um certo fog observando o Cristo. Será que a fumaça está chegando devagar?

Vamos ver o que acontece no fim de semana, em São Paulo e aqui.

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Carlos Careqa e Letícia Sabatella. Alma Boa de Lugar Nenhum. © Edson Kumasaka

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Que sujeito é esse?

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@movimentogotadagua

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