Terrivelmente evangélico

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O marmota

CHAMAVA-SE Omar Gonçalves da Mota. Constava como catedrático na brochura de programas que recebemos ao entrar na UFPR. Professor catedrático de direito do trabalho. Uma vez nomeados, os catedráticos lecionavam quando e se quisessem, nem precisavam residir no domicílio acadêmico. Como os deuses do Olimpo, materializam-se rapidamente no concurso da cátedra ao cumprir a missão de espalhar as luzes da ciência.

Na reforma do ensino feita pela ditadura, além dos danos que ainda perduram, os catedráticos desapareceram, substituídos pelos titulares. Até então, os catedráticos eram imortais como os da Academia, sem a mordomia do jazigo perpétuo machadiano. Para tapar o buraco de sua ausência existiam os professores assistentes, que, na falta do catedrático para assistir, assistiam aos alunos.

Nunca vi ou ouvi nosso catedrático de direito do trabalho. Dizia-se que vivia em São Paulo, bem posto chefe do jurídico de indústria multinacional de detergentes. Aportara em Curitiba para obter a cátedra, no bolso a passagem de volta. Quando perguntava por ele,  os veteranos respondiam na frase irônica, primor de síntese e significado, digna de um catedrático: “Ah, o marmota”.

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Sessão da meia-noite no Bacacheri

Uma jovem (Esther Garrel) acabou de tomar uma difícil decisão, mesmo com partes de sua mente negando a atitude. Isso porque, ainda ressentida com problemas do passado, ela acaba de retornar para viver com seu pai, após uma ruptura traumática tempo atrás. O problema é que, ao encontrá-lo, percebe que agora ele vive com uma mulher da mesma idade que ela.

Amante Por Um Dia,  L’Amand Dun Jour, direção de Philippe Garrel, França|2018|1h16m

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Keira. © Biertijd

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Quaxquáx!

© Adao Iturrusgarai

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Padrelladas

Diário da Pandemia

Para não levar um tiro à queima-roupa a vítima ficou pelada.

Como dizia José do Patrocínio: “Hoje quem paga sou eu”

Que são anões se não gigantes que esqueceram de crescer?

GRANDES DESCOBERTAS DA HISTÓRIA
Napoleão Bonaparte não se orgulhava da sua parte mala.

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Aí tem…

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As licitações para enfrentamento da pandemia

Foi aprovada a Medida Provisória (MP) 926/2020. Ela flexibiliza as normas de licitações para enfrentamento da pandemia.

A MP se transformou no Projeto de Lei de Conversão 25 de 2020, deixou o Senado e foi para a sanção presidencial. Será lei em breve. Com ela, permite-se a dispensa da licitação para aquisição de bens e a contratação de serviços, inclusive de engenharia, e de insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional de que trata a lei (art. 4º).

 Os recursos administrativos em licitações terão apenas efeito devolutivo, isto é, não suspendem o certame. Restaram apenas as suspensões por medidas judiciais. A estimativa de preços deve ser obtida por meio de, no mínimo, um dos seguintes parâmetros: a) Portal de Compras do Governo Federal; b) pesquisa publicada em mídia especializada; c) sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo; d) contratações similares de outros entes públicos; ou e) pesquisa realizada com os potenciais fornecedores.

Excepcionalmente, mediante justificativa da autoridade competente, será dispensada a estimativa de preços nas contratações de bens, serviços e insumos necessários ao enfrentamento da emergência de saúde pública.

Por fim, os preços, com base em estimativas, não impedem a contratação em valores superiores, desde que fundamentados na variação de preços de mercado. Isto é, vale a estimativa, mas nem tanto.

Há uma pérola, que na situação excepcional de, comprovadamente, haver uma única fornecedora do bem ou prestadora do serviço, será possível a sua contratação, independentemente da existência de sanção de impedimento ou de suspensão de contratar com o poder público (§ 3º do art. 4º). Continue lendo

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Mural da História

28 de maio|2010

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Será ornitorrinco?

MILTON RIBEIRO, pastor, doutor, professor, tomou posse  como o quarto ministro da Educação do governo Bolsonaro. Defendeu o governo laico e o diálogo com a academia.

Como o único mamífero que põe ovos e tem bico de pato vive na Austrália, é esperar para ver se Jair Bolsonaro deixará a espécie equina. Em outras palavras, a menos que Jair  Bolsonaro vire ornitorrinco, o ministro confunde laico com loico, e a academia em questão é aquela que todo mundo quer abrir, a de musculação.

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La petit mélancolie

Wallace Berman. Collage from 1963, bearing a note to curator Walter Hopps at the Pasadena Art Museum about some Edward Weston prints

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Chica de ayer

© Johann Sebastian Mastropiero

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Flagrantes da vida real

Adélia Lopes e Nego Miranda, no lançamento do livro “Ave, Rogério”, no Solar do Rosário. Foto de Maringas Maciel, testemunha ocular e auricular da História, em algum lugar do passado.

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#Forabozo!

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O ativo e seu passivo

LAMENTO INFORMAR que o presidente da República deixou a quarentena, está na ativa fazendo o Brasil passivo de sua loucura. Ele voltou ao normal, de fazer tudo que não deve, como agir com estupidez – no sentido literal, da falta de discernimento, e no vulgar, da grossura. Culpou índios e caboclos pelas queimadas e garantiu a permanência do general-ministro da Saúde e do ministro do mau ambiente. Aquilo de genocídio fica por isso mesmo.

Em mais um paroxismo de estupidez crônica e incurável, acusa a União Européia de “seita ambiental”. Se conseguisse ler mais que três linhas de qualquer jornal, saberia que a “seita” é eficiente no enfrentar a pandemia, mantém-se como potência econômica e consegue integrar diferentes povos, culturas e idiomas. Assuntos em que Bolsonaro conduz o Brasil a uma estagnação tão patética quanto criminosa.

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