Perdemos a grande Lucia Camargo

Profissional da mais alta competência, Lucia Camargo teve um papel fundamental no cenário cultural de Curitiba e do Paraná. Presidente da Fundação Cultural de Curitiba, secretária estadual de Cultura, respeitada nacionalmente, há quase 20 anos morava em São Paulo, onde exerceu cargos de destaque. Estava ótima até sábado, quando sofreu um AVC severo. Ontem ela partiu. A ela devemos muitas homenagens.

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Em depoimento, Flávio Bolsonaro disse desconhecer vazamento de operação que mirou Queiroz

Aguirre Talento

Senador foi ouvido em investigação aberta pelo Ministério Público Federal sobre o caso

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) prestou depoimento nesta segunda-feira e afirmou desconhecer vazamento de informações da operação policial que detectou movimentação financeira atípica do seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

Flávio foi ouvido no gabinete dele no Senado pelo procurador Eduardo Benones, do Ministério Público Federal do Rio, que conduz a investigação sobre o suposto vazamento na Operação Furna da Onça. Estava acompanhado por sua advogada Luciana Pires, que assumiu a defesa do senador em todas as investigações da qual é alvo, após a saída do advogado Frederick Wassef.

EntendaA suspeita de vazamento na Polícia Federal relacionada a Flávio Bolsonaro e Queiroz

— Ele afirmou categoricamente que as informações da Operação Furna da Onça nunca chegaram ao conhecimento dele — disse a advogada, na saída do depoimento.

O procurador Eduardo Benones afirmou que Flávio foi ouvido na condição de testemunha, com o compromisso de dizer a verdade, e que agora a investigação vai focar em ouvir policiais federais que participaram da investigação e que possam ter conhecimento sobre o vazamento.

As suspeitas envolvendo o vazamento da investigação surgiram a partir de entrevista do empresário Paulo Marinho, ex-aliado do senador. Marinho afirmou que um policial federal avisou à equipe de Flávio que Queiroz estava na mira das investigações da Operação Furna da Onça.

Veja: Entenda o caso Queiroz em imagens

No depoimento desta segunda-feira, Flávio Bolsonaro confirmou ter participado de uma reunião com Paulo Marinho no dia 13 de dezembro, mas negou que o encontro fosse para discutir o vazamento da Furna da Onça.

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) obtido na operação detectou movimentações atípicas na conta de Queiroz e apontou suspeita de um esquema de devolução de salários dos funcionários do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, prática conhecida como “rachadinha”.

Paulo Marinho também contou que Flávio demitiu Queiroz no dia 15 de outubro de 2018 justamente após ter conhecimento de que o então assessor era alvo de investigações.

Queiroz já prestou depoimento neste caso e também disse desconhecer o vazamento. O ex-assessor afirmou que ele próprio pediu para sair do cargo que ocupava no gabinete de Flávio Bolsonaro, por estar “cansado” e para cuidar da saúde.

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O que é o Centrão

O que hoje em dia chamam de “Centrão”, teve seu nascimento na Constituinte de 1987, portanto, tem 33 anos, um ano a mais que a Constituição.

Formado pelos partidos PFL, PL, PDS, PDC e PTB além de partes do PMDB, todos eles apoiaram José Sarney, o vice de Trancredo, que assumiu pela vice-presidência e se tornou imortal da Academia Brasileira de Letras, dentre outras façanhas, transformou o Maranhão no pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil.

Sarney e tantos outros são a síntese do que é o Centrão e da nossa mais profunda elite do atraso, que começou com a colonização escravocrata portuguesa e a segue em passos muito semelhantes, da rapina e do extrativismo predatório.

Reza a história que todo o apoio político era feito com base na distribuição de cargos, de verbas e favores orçamentários, grande parte daqueles personagens transformaram-se nos barões da comunicação pois Sarney distribuiu concessões de rádio e televisão para ficar 5 anos na presidência, ao invés de quatro, como mandava a Constituição.

Este grupo compacto se arrasta no poder por mais de três décadas e está espalhado em câmaras municipais, assembleias legislativas e no Congresso Nacional. Eles consertam relógio, com luvas de boxe, embaixo da água da piscina.

Em 2014 teve o seu mais destemido articulador, o Deputado Eduardo Cunha, líder do PMDB, e naquela oportunidade se chamou “Blocão”, o do “grande acordo nacional com Supremo, com tudo” disse, o então Senador, Romero Jucá.

O deputado Rodrigo Maia deu o braço ao Centrão, mas as mãos escorregam, pois ali se concentram hábeis negociadores, trocadores de favores e articuladores das alianças mais improváveis.

Não há ideologia política, mas o firme propósito de se dar bem, enriquecer, conseguir prebendas, favores, verbas, licitações e postos chaves para nomeação de aliados.

Isto tudo define a política brasileira e a sua mais proeminente elite política do atraso que pouco se importa com o desenvolvimento econômico, com as injustiças sociais e todo aquele discurso de transformação social e erradicação da pobreza, para inglês ver.

De outra banda, apurou-se que o número correto de militares que trabalham atualmente na Esplanada dos Ministérios. Continue lendo

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Dois cavalos no tabuleiro da vida

Dia 18 de agosto de 2019, domingo, três dias depois do meu aniversário. A quinta edição do Torneio Internacional de Xadrez no Hotel Sesc Caiobá estava terminando, pouco antes das 18h. Eu vinha monitorando o clima, sabia que teríamos chuva. Pensei em dormir no hotel, como alguns mestres iriam fazer, mas cedi à tentação de voltar para casa.

Como diretor do torneio, me certifiquei de que tudo estava resolvido. Cerimônia de premiação, pagamentos aos vencedores, checkout dos jogadores. Então o Grande Mestre José Fernando Cubas, do Paraguai me disse estar procurando carona até a Rodoviária de Curitiba: iria para Joaçaba, onde vivia. Pois, se não se importasse, que fosse comigo a bordo do valente peão negro que me transporta, um Fiat Cinquecento.

Viemos conversando sobre a coincidência de sobrenome, porque meu pai era Cubas e só não tenho o sobrenome por implicância da minha mãe, que exigiu o Lopes de sua família.

Escureceu e começou a chover. Movimento intenso na BR-277. Além do excesso de caminhões, muita gente que havia aproveitado o bom tempo do fim de semana estava voltando para casa.

Quase chegando ao trevo de Morretes, vi com o canto do olho um cavalo no acostamento da direita. No mesmo instante, batemos em algo grande. Em seguida acertamos mais alguma coisa. O para-brisa estilhaçou, tudo ficou escuro. Cubas gritou:

– Caballo, caballo!

Não consegui abrir a porta, o carro havia batido no guard-rail da esquerda. Saí pelo lado do acompanhante. Cubas sacudia meus ombros:

– Ernani, estamos revividos! Sobrevivimos, Dios mio!

Só depois disso é que soubemos o que havia acontecido. Uns cavaleiros voltavam de uma cavalgada no litoral. Dois cavalos vinham amarrados ao líder – aquele que enxerguei com rabo de olho. A chuva, a ventania gerada pela passagem dos caminhões, a luz reverberando no asfalto molhado assustaram os cavalos de trás, que invadiram a pista. O maior deles foi o primeiro a ser atingido. Sua cabeça bateu no alto da capota, abrindo um buraco sobre o espelho central. O outro cavalo, menor, subiu pelo capô e caiu sem entrar no interior do carro.

Dois cavalos mortos, um susto enorme, um carro semi-inutilizado, nós com algumas escoriações. Levou algumas horas para que pudéssemos deixar a cena do acidente. No caminhão-guincho que nos trouxe e ao que sobrou do carro, em meio a um infernal nevoeiro na serra, conversamos sobre a ironia daquele acidente:

– Cubas, veja você. O peão preto subia o tabuleiro em h6, quando vê um cavalo em g7. Elimina o adversário e aparece outro cavalo a ser tomado em h8. Isso só poderia acontecer com enxadristas.

O GM pensou um pouco antes de responder:

– Es algo raro, Ernani. Pero, lós dos caballos no sabían jugar ajedrez! En esas posiciones, seguro que no!

Tempos depois, alguém me disse que, por óbvio, os cavalos seriam brancos. Então fui obrigado a confessar: o único problema com esta história tão interessante, quase tragédia para nós e lamentável sentença de morte aos cavalos, é que eles eram pardos. Gateados, como se diz, em referência aos gatos, que à noite são todos pardos.

Na noite de domingo, 18 de agosto de 2019. Três dias depois do meu aniversário. Jamais vou esquecer aquela partida.

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Uma utopia tabajara

NÃO É só a zelite do desembargador que recusa a máscara do covid. Assim também a classe média, em todas as suas escalas. O pobre recusa do mesmo jeito, deve ser porque não respira pelo nariz. A zelite clama sua posição social, brande o carteiraço, liga para o conhecido que manda. A classe média lança o urro das trevas, agora no barulhento sotaque ignaro-bolsonaro. O pobre corre vestir a máscara, temor atávico do guarda da esquina.

Um avanço que desce do alto: a classe média transita para a arrogância da zelite. A ralé continua ralé, sempre o medo da autoridade. De comum a todos, cima a baixo, a radicalidade invencível da ignorância. A pobre avançará quando a polícia que o maltrata compreender que também é pobre, ainda que com o sonho legítimo de ser classe média ou zelite. Quem dera a pandemia esgarçasse o sonho do guarda da esquina, que o fizesse entender a que classe pertence.

A auto-consciência do pobre traria a melhoria do povo e das instituições? A resposta não pode ser otimista, a julgar pela história do Brasil, sempre na vanguarda do atraso, como disse FHC, presidente vanguardista, sobre seu antecessor José Sarney. Quando todos os brasileiros forem iguais, a ignorância pode ser igualitária. Uma utopia tabajara, todos igualmente arrogantes. O empate ideal entre ignorantes e arrogantes, o Brasil inteiro na goiabeira a prosear com Jesus.

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Osso duro

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ora, essa,
faça-se da poesia
uma história de amor
sem Romeus
nem Julietas
apenas
um Anjo Exterminador
em alto louvor
e que viva em paz
seja lá
como for

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Para o novo Ministro da Educação, o Homem deve impor a direção da família

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Theatro 4 de Setembro

Theatro 4 de Setembro, na Praça D. Pedro II, Teresina, em algum lugar do passado. © Vera Solda

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Verissimo pergunta: vem aí mais barbárie?

O mundo que teremos depois da pandemia é uma incógnita para o maior cronista brasileiro. Luis Fernando Verissimo diz fazer tudo o que os protocolos determinam para se proteger do coronavírus, enquanto se dedica a arrumar os livros em casa. Perto de completar 84 anos (no dia 26 de setembro), o escritor está comemorando 50 anos de crônicas com uma novidade.

O livro que marca a data é apenas virtual, por enquanto. É o e-book Verissimo Antológico – Meio Século de Crônicas, ou Coisa Parecida, da Objetiva, com 316 textos. A versão impressa ainda está em estudos, por causa das indefinições provocadas pela pandemia. Nessa entrevista, o cronista conversou com o Extra Classe por e-mail. Admitiu que ainda teme um golpe e confessou que, se tiver que fugir, vai para a Nova Zelândia.

Extra Classe – A ameaça de golpe foi embora?
Luis Fernando Verissimo – O Planalto está cheio de militares. Na hora do cafezinho, que outro assunto eles podem ter? Acho que a ameaça continua.

EC – Deu pra imaginar o que poderia vir depois de um golpe? Seria como em 64?
Verissimo – O golpe de 64 foi um pouco como a Revolução Francesa. Começou com o Castelo Branco dizendo que a intervenção seria por pouco tempo e todos seriam bonzinhos, e logo veio o Terror. Mas como os atuais generais já ocuparam o poder sem dar um tiro, desta vez talvez seja diferente.

EC – O que pode chegar antes, a vacina ou a queda de Bolsonaro?
Verissimo – O ideal seria uma vacina de ação dupla, contra a volta do coronavírus e contra a reincidência de bolsonaros.

EC – Anunciam vacinas que podem custar até R$ 100. Poderemos ter a guerra da vacina?
Verissimo – O perigo é os americanos comprarem tudo, o que tornaria a questão acadêmica.

EC – E o que vem depois de Bolsonaro?
Verissimo – Depois do Bolsonaro o dilúvio, praga de gafanhotos ou, quem sabe, uma boa surpresa, como o despertar de uma esquerda viável.

EC – Uma guerra civil ainda é uma ameaça? Foi uma hipótese levantada numa crônica.
Verissimo – A guerra civil brasileira começou há anos, só não saiu ainda no Diário Oficial.

EC – Há um debate em torno do que seria uma dúvida acadêmica, se esse governo é ou não fascista. Essas definições ainda importam?
Verissimo – Há filofascistas, protofascistas, fascistas que negam que são fascistas e são os piores, e fascistoides, que ainda podem ser recuperados, pela hipnose ou tratamento com águas.

EC – As pessoas ainda se aglomeram na orla do Guaíba ou nas praias da Europa. Isso é só negacionismo ou tem mais alguma coisa?
Verissimo – Se não for um ímpeto de suicídio coletivo, é falta de informação. É impossível saber das mortes pelo vírus, que diminuem, mas nos Estados Unidos e no Brasil ainda estão em nível de massacre, e achar que só vai acontecer com o vizinho.

EC – Escreveste esses dias que estamos proibidos até de ver o sorriso das pessoas. O que veremos quando tirarem as máscaras?
Verissimo – As máscaras são miniburkas, que realçam os mistérios e as promessa dos olhos sem o resto do rosto para atrapalhar. Talvez vire moda quando tudo isto passar. Por enquanto sua função é impedir a propagação de perdigotos, claro.

EC – Há uma exibição nas redes sociais de novos talentos pessoais, de gente que aprendeu a cozinhar ou a tricotar. Qual foi a tua habilidade descoberta na quarentena?
Verissimo – Tenho exercitado muito o dedão para trocar o canal da televisão. Não sei se vale como contribuição à sociedade.

EC – E a sensação de viver sem futebol?
Verissimo – O lado bom da proibição do futebol é que o Inter não perdeu nenhum jogo até agora, este ano.

EC – Está saindo o Verissimo Antológico, em e-book, pela Objetiva, com meio século de crônicas. Qual é a sensação de ver tantos textos de tanto tempo reunidos?
Verissimo – Muitas crônicas eu já tinha esquecido, outras eu gostaria que ficassem esquecidas. Mas a seleção não fui eu que fiz. Sou inocente.

EC – Quais ficariam esquecidas?
Verissimo – Muitas, muitas.

EC – Por que os teus personagens ficaram de fora da antologia?
Verissimo – Foi uma decisão editorial. Não dei nenhum palpite.

EC – O que tu achas que nunca escreveste, o tema que nunca foi abordado?
Verissimo – Certos assuntos a gente evita, até por uma questão de escrúpulo pessoal. Mas aí entra a velha questão: o humor deve ou não ter limites? Uma discussão que vai longe.

EC – E aquele personagem que quase foi criado.
Verissimo – Eu sou do tempo em que a gente escrevia o que queria, na esperança sempre renovada que o próprio jornal não deixaria sair. Mas às vezes se distraiam e deixavam passar. Uma vez censuraram um texto meu sobre o Darwin. A teoria da evolução era proibida, junto com o Brizola e o dom Helder Câmara.

EC – Afinal, aconteceu finalmente a tua adesão à bengala?
Verissimo – Sei não, mas acho que a bengala será uma espécie de rendição.

A antologia dos 50 anos de crônicas de Verissimo está à venda na editora Objetiva.

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Terrivelmente evangélico

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O marmota

CHAMAVA-SE Omar Gonçalves da Mota. Constava como catedrático na brochura de programas que recebemos ao entrar na UFPR. Professor catedrático de direito do trabalho. Uma vez nomeados, os catedráticos lecionavam quando e se quisessem, nem precisavam residir no domicílio acadêmico. Como os deuses do Olimpo, materializam-se rapidamente no concurso da cátedra ao cumprir a missão de espalhar as luzes da ciência.

Na reforma do ensino feita pela ditadura, além dos danos que ainda perduram, os catedráticos desapareceram, substituídos pelos titulares. Até então, os catedráticos eram imortais como os da Academia, sem a mordomia do jazigo perpétuo machadiano. Para tapar o buraco de sua ausência existiam os professores assistentes, que, na falta do catedrático para assistir, assistiam aos alunos.

Nunca vi ou ouvi nosso catedrático de direito do trabalho. Dizia-se que vivia em São Paulo, bem posto chefe do jurídico de indústria multinacional de detergentes. Aportara em Curitiba para obter a cátedra, no bolso a passagem de volta. Quando perguntava por ele,  os veteranos respondiam na frase irônica, primor de síntese e significado, digna de um catedrático: “Ah, o marmota”.

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Sessão da meia-noite no Bacacheri

Uma jovem (Esther Garrel) acabou de tomar uma difícil decisão, mesmo com partes de sua mente negando a atitude. Isso porque, ainda ressentida com problemas do passado, ela acaba de retornar para viver com seu pai, após uma ruptura traumática tempo atrás. O problema é que, ao encontrá-lo, percebe que agora ele vive com uma mulher da mesma idade que ela.

Amante Por Um Dia,  L’Amand Dun Jour, direção de Philippe Garrel, França|2018|1h16m

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Keira. © Biertijd

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