VOCÊ GOSTA de ler? Melhor, você precisa ler – assim como o doutor Renato Kanayama? O doutor gasta fortunas em livros, tem 40 mil volumes em casa, para horror de dona Regina e sonho dos corretores de seguros e catadores da papéis. É o queridinho das livrarias de Curitiba e São Paulo.
Tanto ama os livros que bombardeia os amigos com transcrições de autores. Elas vêm no zap zap com o cacoete das letras capitais, recurso exigido para a ênfase no estilo do foro. Ao grande senhor a sua honra: ele nunca perpetra his his ou rs rs nas mensagens.
Por que lembrar um amigo? Ora, porque amigos são “o nosso melhor patrimônio”, como ensinava um outro, o saudoso Ronald Schulman. A certa altura da vida restam poucos amigos, pouco importa como se foram. A quarentena faz compreender o quanto representam em nossa vida.
RK tem sido desses amigos com a clivagem da leitura. Desde a universidade ele chega antes na leitura e nas editoras. Seu cérebro tem o algoritmo que resgata o autor, o título e faz o cruzamento das referências. É um chato, indispensável e adorável.
Nosso doutor ainda tem o vício incurável dos livros de Direito. Recusa admitir que o Direito acabou, trocado pela jurisconveniência. Já avô, com o horizonte cada dia mais próximo, importam os livros que ajudam na compreensão da vida.
Difícil ver aquelas imagens do assassinato do homem negro George Floyd em Mineápolis sem se indignar. Li que a posição que o matou, o joelho comprimindo a cabeça no chão, já é condenado em muitas policias estaduais norte-americanas.
As imagens são muito fortes. Ele diz que não consegue respirar. Você vê claramente que ele não consegue respirar.
Imagens de um restaurante mostram que ele estava algemado e dominado. Não esboçou nenhuma resistência.
O racismo é uma marca muito profunda na sociedade americana. Um fato desses provoca manifestações ao longo do pais, mobiliza o comissariado de direitos humanos da ONU e repercute na imprensa internacional.
Assassinato de jovens negros são muito comuns no Brasil. Há poucos dias falamos de um, João Pedro Matos, de 14 anos, assassinado em São Gonçalo, numa ação policial.
O impacto da morte de George Floyd mobilizou sua cidade e muitas outras nos Estados Unidos. Aqui, de um modo geral, protestam apenas familiares, vizinhos ou a própria comunidade. Não existe uma reação nacional, exceto em casos mais politizados, como o de Marielle Franco.
Mas as imagens de Floyd sendo assassinado por asfixia tiveram também um peso.
Esse acontecimento internacional tem importância porque revela um lado de Donald Trump bastante ameaçador: ele falou em atirar nos manifestantes e saqueadores.
O twitter fez uma advertência sobre seu post. Ele anda brigando com o twitter que decidiu limitar sua tendência a desinformar, como, por exemplo, na campanha contra o voto pelo correio nos EUA.
Interessante como Trump se fez pelo twitter atacando a imprensa profissional. Agora começa a criar problemas com seu próprio instrumento de comunicação.
Aqui no Brasil é parecido. Bolsonaro já teve post censurado e também é um adversário da imprensa profissional. Hoje ele falava sobre liberdade da imprensa alternativa, que se expressa na rede.
O que não percebeu é que em todas as plataformas existe um combate às fake news. Esse combate levou a PF à casa de muitos dos seus seguidores e pode ser um grande obstáculo à sua política.
Continuo afirmando que é necessário defender a liberdade de expressão. Todos têm direito de expressar suas opiniões, mas não têm direito de criar os seus fatos em choque com a realidade verificável.
Entramos em mais um fim de semana de trabalho. Ainda bem. O trabalho atenua um pouco a ausência do sol. Tenho perseguido o sol mas ele só aparece nos lugares certos nas horas mais impróprias. E ainda há as nuvens.
Vai passar, mas por enquanto estamos no topo da lista de mortes no mundo. O Rio já perdeu mais gente que a China para o coronavírus. Uma ironia, o vírus veio de lá e contávamos com nosso calor para atenuar seu ímpeto.
O ministro Abraham Weintraub ficou em silêncio em seu depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira. Dizem que em combinação com o Planalto ele optou por não falar nada. O assunto é a ameaça feita naquela famosa reunião, quando afirmou: “Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”.
O ministro resolveu fazer uso do direito constitucional de ficar calado, um direito que, cá pra nós, ele deveria usar mais vezes no dia a dia de Brasília, pois assim daria mais tranquilidade ao país. Já basta o Bolsonaro azucrinando o Brasil todos os dias.
Bem, de qualquer modo, foi uma decisão sensata fechar o bico. Um desenvolvimento do assunto poderia trazer mais complicações, tratando-se do inacreditável ministro da Educação, que se expressa de forma tão destrambelhada que é capaz de arrumar encrenca com a comunidade judia e até com o governo de Israel quando presta uma simples solidariedade a conhecidos seus visitados pela polícia em busca de provas sobre fake news.
O ministro parece uma derivação daquele outro bagunceiro, o animador de auditório Chacrinha, que entrava em cena dizendo de forma professoral: “Eu não vim aqui para explicar, eu vim aqui para confundir”. Com Weintraub a lição é ampliada: quando ele explica confunde ainda mais.
Um trilhão e duzentos e sessenta e cinco bilhões repassado aos bancos pelo Banco Central.
O Poder Executivo remeteu ao Congresso projeto para dar ao povo carente e informal apenas 200 reais, numa única parcela. O Legislativo aumentou para 600, em três parcelas, claro que com o atraso tradicional pela incompetência de quem não quer pagar.
Pretende-se calar o Supremo Tribunal Federal e o Congresso. Não se enganem os estados e os municípios.
Milhares de pequenas empresas falidas e quebradas, sem auxílio nenhum, somente com uma perspectiva de empréstimo e mais endividamento. Diferente dos países europeus, norte-americanos e asiáticos.
O grupo político chamado Centrão ganhando cargos estratégicos e verbas milionárias para barrar um inevitável impeachment.
A economia, como antes, encolhendo.
A pandemia expandindo, com trocas de ministros e não médicos no comando. A franca negação da ciência, da medicina e da infectologia.
A terra plana, o enaltecimento da tortura e os anos de chumbo.
A quarentena sendo quebrada, os hospitais lotados, médicos e enfermeiros mortos e contaminados – e recorde de mortes todos os dias.
O mundo fechando as fronteiras para o Brasil.
Crises diplomáticas semanais por declarações desastrosas de ministros e filhos, cujos nomes se iniciam pelo zero: 01, 02 etc.
O patrimônio nacional sendo torrado, o centenário Banco do Brasil na fila do abate, oito refinarias lucrativas para serem entregues de bandeja às corporações internacionais. A BR Distribuidora vendida por 10% do seu lucro anual, a exemplo da Vale.
Uma tenebrosa reunião de ministros, na qual falou-se abertamente em prejudicar servidores públicos, pequenos comerciantes, beneficiar os grandes grupos econômicos e, essencialmente, destruir o meio ambiente e a Amazônia. Sem dar destaque à devastadora pandemia que assola milhares de vítimas de baixo poder econômico e idosos.
Uma eleição presidencial que pode ter sido ganha com notícias falsas (Fake News), cuja organização pode ter sido realizada pelas bancadas de políticos que, se confirmada, também se elegeram às custas de mentiras e robôs midiáticos.
A franca destruição da arte, da cultura, da pesquisa, das escolas e das universidades públicas.
Reajustes diferenciados e aposentadoria especial para as forças armadas, um braço que ameaça, abertamente, por alguns de seus integrantes, o estado Democrático de Direito.
Dizer que a difamação, a calúnia e a injúria disparados aos milhares por robôs nas mídias sociais, contra pessoas e instituições, é liberdade de expressão e faz parte da democracia.
Enfim, tudo isto, e muito mais, numa sucessão de ataques e agressões às mulheres, às minorias, aos repórteres, à imprensa, às instituições democráticas, aos indígenas e à Amazônia.
O desprezo pelas vítimas e seus familiares: (…) E daí? (…) Não sou coveiro (…) vai morrer gente mesmo (…) e todo um discurso insensível com tragédia que assola o país
Estamos com um poder Executivo e seus ministros que se auto elogiam.
BOLSONARO ainda encarna um Floriano Peixoto. O segundo presidente enfrentou resistências no governo, algumas no STF, que insistia em conceder habeas corpus aos oficiais generais que ele mandava prender. Um dia Floriano se encheu, aposentou alguns ministros e, para aliar a ofensa ao xingamento nomeou um médico para ministro do STF.
Floriano, homem duro, temperado na Guerra do Paraguai, um dia explodiu. Não disse “acabou, porra”, como o sargento de milícias que ora governa o Brasil. Disse, “daqui a pouco quero ver quem vai conceder habeas corpus aos ministros do STF”. Pelo jeito não será necessário: os ministros logo roem a corda, com medo de nosso Mussolini.
Isso não está acontecendo!… É um pesadelo, do qual precisamos acordar! Pior do que aqueles filmes de terror estrelados por Bela Lugosi, Lon Chaney, Boris Karlloff, Vincent Price e Chistopher Lee, que nos faziam tremer na poltrona do cinema.
Um ministro de Estado da Educação (sim, da Educação!!!), vale-se de um reunião de ministros do governo federal, encabeçada pelo Presidente da República, para, de viva voz, chamar os ministros do Supremo Tribunal Federal, a mais elevada Corte de Justiça do País, de “bandidos” e advogar a prisão de todos eles. Fez isso babando fel e espumando de ódio. A cena vem a público, choca a população e deixa a Nação estarrecida.
Como consequência, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determina a oitiva do insigne ministro – é o mínimo que pode fazer na altura dos acontecimentos e em plena consonância com o ditames legais.
Aí entra em cena o sucessor do ministro Sérgio Moro, um tal de André Mendonça, uma figura mirrada física e mentalmente, com aspecto de boneco de ventríloquo e capacho de minúscula dimensão do capitão-presidente. Que faz a desagradável e caricata figura? Ingressa com habeas corpus contra a decisão de audiência. Habeas corpus impetrado por um ministro da Justiça???!!! Contra ato de ministro do Supremo Tribunal Federal???!!! Para impedir a sequência de um processo regular no Excelso Pretório???!!!
Cadê a AGU – a pomposa Advocacia Geral da União, da qual o infeliz e até então anônimo André Mendonça é egresso – que deveria servir para essas coisas?!
Isso só é possível em um país sem governo, sem respeito às instituições públicas, presidido por um insano desqualificado, despido dos mais comezinhos atributos do ser humano, como a sensatez, o raciocínio, a compreensão, o equilíbrio, o respeito e a dignidade.
Sua excelência Jair Messias Bolsonaro envergonha a presidência da República. Há muito já deveria ter sido recolhido ao manicômio para tratamento de choque. Instalou e alimenta no Planalto Central do Brasil um governo de ódio, fratricida, irresponsável e perigoso, que tem como porta-vozes Roberto Jefferson e os irmãos Bolsonaro.
Onde estão os homens de bem deste país? Teriam sido dizimados pelo coronavírus? Por muito menos, fomos às ruas, tomamos praças e jardins, mostramos a nossa voz, exibimos a nossa contrariedade. Onde está todo mundo? Estupefato diante do noticiário, acuado dentro de casa, com medo do bicho-papão?! Não se iluda, é inevitável: ele logo lhe pegará.
O presidente Jair Bolsonaro causou, mais uma vez, tumulto e aglomeração nas ruas. Agora, em frente a uma agência da Caixa Econômica Federal em Brasília, aonde ele foi para sacar os 600 reais do auxílio emergencial por estar encostado durante a crise do coronavírus. Bolsonaro teria ido pessoalmente à sede da CEF para adiantar seu processo: “Se não sair, vou trocar a chefia, não vou esperar f*der a minha conta-corrente”, afirmou.
A situação do presidente estava em análise havia algum tempo. Rodrigo Maia é um dos que analisam e não chegam a conclusão nenhuma — a oposição já cogita entregar um pedido de impeachment disfarçado de nota de repúdio para ver se o presidente da Câmara assina.
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