Amigos da família confirmaram o falecimento nesta manhã. Ex-diretor da Folha de São Paulo lutava contra câncer no pâncreas
Amigos do jornalista, colunista e escritor Gilberto Dimenstein, 63 anos, confirmaram seu falecimento na manhã desta sexta-feira (29), em São Paulo. Ele lutava contra um câncer no pâncreas, descoberto no início de 2019. Filho de um pernambucano de origem polonesa e uma paraense morou em Vila Mariana distrito de São Paulo
Formado na Faculdade Cásper Líbero foi colunista da Folha de São Paulo, onde também foi diretor na sucursal de Brasilia.e correspondente em Nova Iorque e na rádio CBN. Atuou no Jornal do Brasil, Correio Braziliense, Última Hora, Visão e Veja e acadêmico visitante do programa de Direitos Humanos na Universidade de Columbia.
Recebeu o Prêmio Nacional de Direitos Humanos junto com Paulo de Evaristo Arns, o Prêmio Criança e Paz, do Unicef, Menção Honrosa do Prêmio Maria Moors Cabot, da Faculdade de Jornalismo de Columbia, em Nova York.[3] Também ganhou os prêmios Esso (categoria principal) e Prêmio Jabuti, em 1993, de melhor livro de não-ficção, com a obra “Cidadão de Papel”.
Foi um dos criadores da ANDI – Comunicação e Direitos, uma organização não-governamental que tem como objetivo utilizar a mídia em favor de ações sociais. Em 2009, um documento preparado na Escola de Administração de Harvard, apontou-o como um dos exemplos de inovação comunitária, por seu projeto de bairro-escola, desenvolvido inicialmente em São Paulo, através do Projeto Aprendiz. O projeto foi replicado através do mundo via Unicef e Unesco.Criador do site CatacraLiovre considerado o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela tv alemã Deutsche Welle.
Há os delinquentes de rua e os de colarinho branco. Como eles são e onde vivem? Nas grandes fraudes temos o delinquente graúdo. Se for homem, usa sapatos de verniz, impecavelmente engraxados. Se mulher, usa colar de pérolas e um vestido de cor única.
Os de rua não têm vocabulário chique, falam palavrões a cada duas frases, seus cabelos são despenteados, com um certo ar desleixado, como as roupas. Isso são preconceitos sobre delinquentes.
Sabemos que não é bem assim. Ambos roubariam os seiscentos reais do auxílio governamental e sairiam felizes do banco, contando as seis notas de cem ou as doze notas de cinquenta.
São vaidosos e, no fundo, acreditam que são nobres. A vaidade que possuem é o desejo de se diferenciar dos outros, pois não suportam a igualdade.
A vileza e a vaidade são nomes diferentes, mas não fazem diferentes os homens. Por mais que a vaidade finja, invente e dissimule, tudo são imagens supostas e fingidas, tudo são sonhos de homens acordados (Mathias Aires).
Eis o mistério: não sabemos onde eles habitam. Temos uma pista: eles zombam da Constituição, da ciência e das instituições. Atualmente, a zombaria de alguns graúdos é não considerar as medidas sanitárias urgentes que devem ser tomadas em prol da população.
Aí vem a pergunta: até quando o Brasil enterrará milhares de vítimas, sem tomar as medidas de governo, com base na ciência, naquilo que o mundo tem feito e tem dado certo? Quebrar o isolamento com base em álcool em gel e máscaras não aplacou a pandemia nos países que reduziram drasticamente o número de infectados.
Os menos favorecidos, que não conseguem fazer o isolamento, devem ser atendidos prioritariamente pelas políticas de Estado. Os testes em massa devem ser feitos, muito antes do relaxamento da quarentena.
Isto são fatos, constatados cientificamente, não discursos. A pandemia, porém, ainda não está na agenda prioritária. Ela é secundária às vaidades para solapar a República.
Tamanho não é documento, Editora Gambá do Ano Passado. Editores: Retta & Solda. Curitiba, dezembro, 1990. Edição limitadíssima, xerocada, poemas. Quem procurar, acha.
coisa singular|dois olhos|um só olhar retta estremece no varal|a tarde|lenta e gradual solda eu no retrato|não sou um|sou 3 x 4 retta por um instante|o maestro|foi desconcertante solda quanto mais eu rezo|mais assombração|me pareço retta
Depois da Polícia Federal bater na porta de blogueiros governistas, políticos e empresários bolsonaristas, à cata de provas para o inquérito das fake news, do STF, um grupo importante de bolsonaristas fez uma live para tratar do assunto. Foi mais um “gabinete de crise”, em época muito apropriada para isso, mas como acontece quando bolsonaristas se juntam, nada foi esclarecido e a crise aumentou, muito em razão dos nomes que se juntaram neste encontro montado às pressas, no final do dia em que a PF visitou olavistas e bolsonaristas.
O grupo se juntou em uma live do site Terça Livre, de Allan dos Santos, um dos investigados que teve materiais apreendidos em sua casa pela polícia. O dono do site, que é muito malfeito, se apresenta como “pai, empresário, jornalista e apresentador do Boletim da Manhã no canal Terça Livre TV”. O “canal” a que ele se refere é uma página no Youtube.
Na verdade, Allan é mais um desses youtubers de direita que grudaram na candidatura de Jair Bolsonaro para depois gravitarem em torno do governo. São ativistas profissionais, que se estabeleceram com prosperidade a partir da subida de Bolsonaro ao poder, de um modo parecido ao que figuras da esquerda fizeram enquanto o PT esteve no poder.
Tendo Allan dos Santos como apresentador e uma espécie de âncora, a live juntou os deputados bolsonaristas Bia Kicis e Eduardo Bolsonaro, mais Olavo de Carvalho e Ítalo Marsili, que recentemente esteve cotado para ser ministro da Saúde, mas parece ter sido descartado depois da imprensa levantar coisas duvidosas que ele andou fazendo. Pelo jeito, terá que colocar no currículo apenas o cargo de “quase ministro do governo Bolsonaro”.
Bem, é uma live que não mereceria atenção se esse grupo não tivesse ligação com o presidente Jair Bolsonaro. Sem essa ligação não haveria como ter disposição para assistir a algo tão grotesco, que serve como demonstração prática da precariedade absoluta de uma das bases essenciais do bolsonarismo, na sua promessa de transformação cultural, no plano geral da vida brasileira. Esta foi uma bandeira importante, que teve certa influência na última eleição.
A sustentação, digamos, intelectual do bolsonarismo está nas figuras desta live. São os cabeças do projeto cultural da direita, ao qual se pode juntar mais uma ou duas dezenas de figuras de qualidade parecida, alguns até de nível intelectual e político mais baixo. Sim, isto é possível: o bolsonarismo é uma pirambeira braba em todos os setores, com uma queda no abismo quando a sustentação depende do ato de pensar.
É tamanha a confusão desse pessoal, que eles não conseguem nem manter uma linha de raciocínio que siga uma pauta de tanta objetividade como a que os empurrou a um debate: o inquérito das fake news, com a conseqüente visita da PF a bolsonaristas investigados pela suspeita de envolvimento com a produção de notícias falsas e outros possíveis crimes. O tema é quente e dele poderia sair uma conversa produtiva, mas eles se perdem em um emaranhado de divagações sem relação com o assunto colocado em pauta pela polícia.
Ameaçam, falam mal da China, contam façanhas, muitas delas, sem deixar também de atacar o Foro de São Paulo, esta teoria da conspiração que Olavo de Carvalho repete sem parar mesmo depois do PT ter sido enxotado do governo — sofrendo um impeachment e com a prisão de Lula — e o Brasil ter atualmente um governo de direita.
Dentre as muitas façanhas, ficamos sabendo que a deputada Bia Kicis acredita até agora no sucesso da sua atuação na CPI das fake news, uma comissão perigosíssima para o governo Bolsonaro, que por sinal se junta ao inquérito do STF. Evidentemente Bia Kicis deveria ter atuado melhor antes, para que a CPI não fosse instalada. A deputada lembra bastante a petista Gleisi Hoffmann, que até hoje acha que falou poucas e boas para a oposição durante o impeachment de Dilma Rousseff.
Ítalo Marsili é outro exemplo de sucesso. Ele não passa de um psiquiatra que precisa de psiquiatra. O sujeito sabe de tudo, com determinação total inclusive em assuntos que não teve tempo de estudar. Mas tem também as façanhas de Allan dos Santos, um sujeito muito distraído, que confunde fatos, esquece nomes, tem dificuldade com datas e muitas vezes lhe fogem palavras essenciais para o que está pretendo falar. Este é o feliz proprietário do Terça Livre. Sobre o ministro Alexandre de Moraes ele tem opiniões firmes. “Moleque, ele é um moleque. Só que mais que isso, ele é um criminoso”, foi sua definição sobre o ministro do STF na espantosa live.
O estilo é muito parecido com o de Olavo de Carvalho, mestre de todos que estavam presentes e guru do presidente. Olavo anda numa fase revolucionária, com ideias de armar o povo e intervir em instituições que na sua visão prejudicam o governo Bolsonaro, como o STF e no Congresso Nacional, se possível com a entrada dos militares nessa briga.
O velho professor anda mesmo violento. Vejam um trecho importante do que ele disse na live: “Pra mim esse senhor Alexandre de Moraes tem que ser posto na cadeia e não ter o direito de falar. Olha, eu sou a favor da pena de morte pra esses casos. Porque isso aí é uma perversão. Com base nessa perversão já se mataram milhões, milhões e milhões de pessoas e continuam matando. Com a sua ajuda, senhor Alexandre de Moraes. Você é um genocida.”
Olavo costuma falar demais em algo que chama de “gramscismo cultural”, mas se comporta, fala e escreve como alguém que desconhece a obra de Antonio Gramsci. Não digo que ele não tenha lido seus livros, no entanto o conteúdo real de Gramsci se perdeu na interpretação mentalmente fechada de Olavo, de uma estreiteza bastante comum no que ele apresenta como filosofia própria, que na verdade é mais um apanhado de suas leituras, com conteúdos que inclusive se contradizem no entremeio do pacote fechado que parece ter sido compactado à marretadas.
Ainda que tenha lido Gramsci, não compreendeu o modo de usar. Contradizendo o que está na obra do pensador italiano, Olavo entra no embate político dando cabeçadas, ao contrário do que se aprende com Gramsci, que demonstra com inteligência que na política a cabeça deve ser usada de outro modo. Olavo tem um plano para o qual ele se empenha brutalmente em construir um contexto. Nisso, Bolsonaro parece seguir o mestre. Tentam criar uma conturbação política grave, usando para isso até mesmo uma ameaça comunista, fantasma que no mundo todo já se sabe que não ronda lugar algum.
É óbvia a tentativa de repetir 1964, ao menos nas alegadas motivações dos militares na época para derrubar João Goulart, com uma diferença nesta imitação pretendida por Olavo, já que agora eles estão no governo: o plano é o de fingir um contragolpe, contra uma conspiração da oposição, que junta o gramscismo, o Foro de São Paulo, George Soros, o STF e o Congresso Nacional, o governo da China e outras ardilosas figuras do Mal, inclusive aquele comunista do João Doria.
É um plano muito louco, convenhamos, para o qual falta inclusive um contexto para ser bem encaixado. Parece improvável, mas não convém fechar os olhos ao risco. Da última vez que os brasileiros descuidaram do perigo, deu nisso que aí está.
Outro dia, falei-lhes de ‘Última Hora’, jornal impresso que fez sucesso nos anos 50/60, modernizou a imprensa brasileira e foi uma das grandes escolas de jornalismo no Brasil. Fiz parte da Edição Paraná e tenho orgulho disso. Hoje, para suavizar um pouco as atuais desgraças nacionais (Bolsonaro, Weintraub e coronavírus), volto ao tema.
‘UH’ era um jornal interessante, que ganha destaque sobretudo nessa época em que a imprensa escrita está sendo substituída pelas versões on-line e pelos sites e blogs de notícias e de opinião. E que as empresas jornalísticas pouco respeito e consideração têm pelos profissionais que as mantêm vivas. Dizem que o sucesso de ‘UH’ se deveu ao apoio dos governos Getúlio, JK e Jango. Bobagem. Houve apoio sim, mas o sucesso se deveu à qualidade do jornal, da direção que o conduzia, do pessoal que o fazia e da aceitação popular.
E isso tudo porque ‘Última Hora’ era um jornal de jornalista. Samuel Wainer, que era o diretor e dono do veículo, era jornalista – um dos melhores da sua geração. Eis o segredo do negócio. Ele sabia escrever e escrevia bem. Sabia também como tocar uma publicação da dimensão de ‘ÚH’, como escolher a equipe e como traçar o percurso. Fez de ‘Última Hora’ o primeiro jornal de dimensões nacionais, sediado do Rio e em São Paulo, mas com edições diárias de Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Niterói, Campinas, Bauru, Santos e ABC paulista. Samuel queria um jornal popular, mas moderno e dinâmico, um jornal da cidadania. Ele nascera voltado para a política, mas avançou em todos os setores, do social ao cultural, do artístico ao esportivo e policial. E conquistou o público com um projeto editorial e uma diagramação diferenciados. Além disso, tinha colunistas de prestígio nacional, como Stanislaw Ponte Preta, Antônio Maria, Adalgiza Nery, Vinícius de Moraes, Nelson Rodrigues, Paulo Francis, João Saldanha, Jô Soares, Ricardo Amaral e Arapuã.
Wainer sabia, sobretudo, valorizar os seus comandados. Conhecia as redações e sabia das dificuldades dos jornalistas no desempenho de suas atividades. Pagava bem, muito mais do que os demais veículos do gênero. E era capaz de atitudes no mínimo surpreendentes. No final do ano de 1963, na época do reajuste salarial, concedeu, sem discussão, aumento a seus funcionários. Em Curitiba, no entanto, os demais jornais não concordaram com o pleito da classe. O pessoal entrou em greve. A equipe de ‘Última Hora’, que não tinha mais o que reivindicar, entrou também. Em solidariedade aos colegas. Por ordem da direção. Isso nunca acontecera e jamais acontecerá.
Samuel não era contra as faculdades de jornalismo. Mas nunca deu importância a elas. Era do tempo em que elas não existiam. Certa feita, recebeu em sua sala um candidato a emprego. Trazia um diploma na mão. Wainer encarou o jovem e fez-lhe apenas uma pergunta: “Você quer mesmo ser jornalista?”. E, ante a resposta afirmativa, disse-lhe Samuel: “Então, vá para casa, guarde esse diploma numa gaveta, e volte aqui dentro de 30 dias, sem o diploma”.
A sucursal de Curitiba também teve as suas histórias. Uma delas envolveu o decano Luiz Geraldo Mazza. Depois que deixou o ‘Diário do Paraná’, que ajudara a fundar, foi ser secretário de ‘UH’, edição paranaense. Tinha todos os requisitos necessários a um secretário de redação de então: mau-humor, dor no fígado, hemorroidas, calo e unha encravada. Miguel Salomão, que mais tarde viria a ser secretário do Planejamento de Jaime Lerner no governo do Estado, era correspondente do jornal no litoral. Um dia, veio a Curitiba e trouxe um texto escrito, mas teve receio de entregá-lo pessoalmente ao Mazza. Como o secretário estava ausente no momento, aproveitou para deixar as laudas sobre a mesa dele e desceu do mezanino-redação e ficou batendo papo com o pessoal da expedição, no térreo. Mazza chegou, subiu e assumiu a sua mesa. Lá embaixo, Miguel Salomão prendeu a respiração. No exato momento, ecoou o brado de Luiz Geraldo: “Quem foi que escreveu esta merda?!” Salomão saiu de fino e embarcou no primeiro trem para Paranaguá.
P.S. – Eu sabia que iria esquecer nomes na relação de pessoal de ‘UH’ Paraná que publiquei semanas atrás. Pois esqueci. E gente que não poderia ter sido esquecida, como Ronald Osti Pereira, Nelson Faria, Rafael Munhoz da Rocha e José Augusto Ribeiro. As minhas desculpas aos que ainda estão entre nós. Aos que já se foram, a minha saudade.
O PRESIDENTE enche-se de direitos e furores quando o STF chega perto do gabinete do ódio, criado pelo filho 02, instalado no Planalto e financiado por nossos impostos. Abraham Weintraub, ministro da Educação, compara a ação do STF contras o gabinete do ódio a uma suposta perseguição a seus avós, judeus alemães, noite dos cristais, quando o nazismo fechou lojas de comerciantes judeus na Alemanha.
A falta de imaginação da armada bolsoignara é tocante. Mas é eficiente, pois funciona junto aos convertidos, e o presidente governa para os convertidos. Ele não é um missionário em busca de conversões; é um cruzado que vem para dizimar os infiéis, um fundamentalista islâmico que decepa cabeças de xiitas. O bolsonarismo opera no princípio de que sua intolerância exige tolerância e aceitação passiva.
Se o STF funciona como uma Gestapo contra o gabinete do ódio, a que se compara o gabinete do ódio? Compara-se ao lado ideológico do nazismo, aquele liderado por Joseph Goebbels na propaganda e pelo doutor Alfred Rosenberg, na educação. Rosenberg, apesar do nome judeu, foi o comissário para a educação e a ideologia do partido nazista – o equivalente a Abraham Weintraub, nosso ministro da educação.
Analisar bolsonaros, bolsoignaros e bolsonazis é gasto inútil de fosfato. São primários, perigosos e devem ser contidos. Se possível, com o rigor que a democracia exige, devidamente extirpados, antes que extirpem a democracia, como desejam. O bolsonarismo é a versão daqueles manuais americanos que explicam o difícil para os simples: Nazism for dummies. Nazismo para idiotas.
Complicações muito sérias podem às vezes surgir de modo inesperado. Os bolsonaristas aprontaram bastante durante a campanha eleitoral, com mentiras e ataques desonestos aos adversários, abusando do uso de notícias falsas e manipulações absolutamente imorais e até criminosas, tomando gosto depois pela coisa.
Tanto é que após a eleição de Jair Bolsonaro não conseguiram parar com o emporcalhamento das redes sociais e o uso da comunicação como meio de pressão contra quem não atendesse aos interesses do bolsonarismo. Foi neste embalo que chegaram aos ataques contra ministros do STF.
Pois este exagerado método de tentar obter tudo por meio de pressão teve um efeito reverso, levando a um inquérito que pode mergulhar na movimentação da onda que levou Bolsonaro ao poder, um impulso que sabe-se que exigiu águas muito sujas, mas que até agora não era possível investigar.
Pois no inquérito do STF que investiga as fake news, o ministro Alexandre de Moraes determinou a quebra de sigilos bancário e fiscal de Luciano Hang, o empresário bolsonarista dono das Lojas Havan.
A mesma medida será aplicada a Edgard Corona, dono da maior rede de academias de ginástica da América do Sul, a Smart Fit, além de Reynaldo Bianchi Junior e Winston Rodrigues Lima.
A quebra de sigilos bancário e fiscal vale para o período de julho de 2018 a abril deste ano, que acaba pegando parte fundamental da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro à Presidência. É provável que a investigação avance por onde não se esperava, alcançando resultados muito além do objetivo do inquérito.
EUFÓRICO, Jair Bolsonaro anuncia que os EUA irão doar 2 milhões de comprimidos de cloroquina ao Brasil. A Organização Mundial da Saúde desaprova o tratamento com o remédio. Os países europeus também. No mundo, digamos, civilizado, só os presidentes dos EUA e do Brasil palpitam com insistência no uso da cloroquina. Mero achismo, pois nenhum dos dois é conhecido pelo equilíbrio e pela serenidade nas decisões.
Os grandes laboratórios dos EUA adotam há décadas a prática de utilizar populações do terceiro mundo para testar medicamentos antes de ofertá-los ao público norte-americano, que é protegido por leis e controles de qualidade. Portanto, Trump faz o mesmo de sempre. E os brasileiros, agora com Bolsonaro, serão ainda mais os mesmos de sempre. Bolsonaro, sempre abjeto na sujeição aos EUA, nos promove a cobaias.
Nos mandados expedidos hoje no inquérito sigiloso, Alexandre de Moraes autorizou a apreensão de computadores, tablets, celulares e outros equipamentos eletrônicos eventualmente usados para compartilhar ataques aos ministros do STF.
O ministro autorizou que a Polícia Federal acesse as arquivos contidos nos aparelhos, como conversas e mensagens trocadas por WhatsApp.
“Fica autorizado, desde logo, à autoridade policial o acesso aos documentos e dados armazenados em arquivos eletrônicos apreendidos no local de busca, contidos em quaisquer dispositivos”, diz o despacho do ministro. Moraes também citou artigo do Código de Processo Penal que permite a coleta de “qualquer elemento de convicção” na busca e apreensão.
Os alvos também deverão prestar depoimento à Polícia Federal em até 10 dias.
Desde janeiro de 2020 está valendo o “não me perturbe” das ofertas ao consumidor feitas pelas instituições financeiras sobre créditos consignados.
Este sistema impede o assédio comercial por meio do site “naomeperturbe.com.br”. Basta você cadastrar os números dos seus telefones fixos e móveis.
Você pode escolher se quer bloquear apenas instituições financeiras ou todo o setor bancário ou ainda bloquear as teles e qualquer outra empresa de telemarketing de uma só vez.
O bloqueio valerá por um ano, depois tem que ser renovado.
Acontece que o telemarketing continua a todo vapor, mesmo depois de você se cadastrar para impedir o incômodo.
Caso ocorra a infração por parte de algum correspondente de instituições financeiras, os bancos serão obrigados a aplicar sanções. Se não o fizerem, ficam sujeitos a multas que variam de R$ 45 mil a R$ 1 milhão. Neste caso a reclamação pode ser feita no site da Febraban: “portal.febraban.org.br”.
No Paraná há também o bloqueio pelo site do Procon: www.bloqueio.procon.pr.gov.br
Este vale para todo e qualquer tipo de assédio de empresas ou teles por tempo ilimitado. O tempo estimado para fazer o cadastro é de apenas 2 minutos.
Para reclamar do assédio das teles, que vem ocorrendo neste período de pandemia, mesmo depois de se cadastrar no site naomeperturbe, você pode reclamar no site da Anatel: “anatel.gov.br/consumidor/reclamacao”.
Se a insistência for de instituições financeiras, você faz a reclamação no site do Banco Central: bcb.gov.br/acessoinformacao/registrar_reclamacao.
Outra opção é no site “reclameaqui.com.br”, no site do Procon do seu estado e no site nacional: “consumidor.org.br.”
A “teoria do desvio produtivo” protege o consumidor pelo fato de você desperdiçar seu valioso tempo de lazer ou hora de trabalho. As empresas de telemarketing podem responder pela sua perda indevida de tempo. Se você provar que bloqueou as ligações e que sofreu a insistência do assédio comercial, poderá pedir na Justiça a indenização por dano moral.
Serviço: Para bloquear: naomeperturbe.com.br www.bloqueio.procon.pr.gov.br Caso não funcione o bloqueio: consumidor.org.br reclameaqui.com.br portal.febraban.org.br anatel.gov.br/consumidor/reclamação bcb.gov.br/acessoinformacao/registrar_reclamacao www.procon.pr.gov.br
A Globo divulgou nesta terça-feira (26) uma nota de repúdio a uma campanha de intimidação ao jornalista William Bonner, registrada nos últimos dias.
A nota cita o uso indevido do CPF do filho do jornalista por um fraudador que inscreveu o jovem no programa de auxílio emergencial do governo a pessoas vulneráveis que perderam renda na pandemia. O próprio Bonner denunciou o fato publicamente na semana passada, em sua conta no Twitter, e seus advogados alertaram a Caixa para a fraude e apresentaram notícia crime ao Ministério Público Federal.
Falhas no sistema de checagem do benefício tornam possível a ação de estelionatários. No caso do filho de Bonner, sua renda familiar nem permitiria a concessão do benefício. Mas o site da Dataprev informava que o pedido fraudulento havia sido aprovado. Alertada pelos advogados de Bonner, a Caixa suspendeu o processo de pagamento, que se daria numa conta virtual criada para o estelionatário.
A nota divulgada hoje pela Globo informa que o jornalista e uma de suas filhas também receberam mensagens de WhatsApp, originadas de número telefônico com o prefixo 61, de Brasília, com dados fiscais sigilosos dele e da família. E declara apoio da empresa ao jornalista na busca e na punição dos responsáveis pelo desrespeito ao sigilo previsto na Constituição.
Leia a íntegra da nota da Globo:
A Globo repudia a campanha de intimidação que vem sofrendo o jornalista William Bonner e se solidariza com ele de forma irrestrita. Há dias, um fraudador usou de forma indevida o CPF do filho do jornalista para inscrever o jovem no programa de ajuda emergencial do governo para os mais vulneráveis da pandemia, para isso se aproveitando de falhas no sistema, que não checa na Receita Federal se pessoas sem renda são dependentes de alguém com renda, fato denunciado publicamente pelo próprio jornalista que apresentou notícia crime junto ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro.
Agora, tanto o jornalista quando a sua filha receberam por WhatsApp em seus telefones pessoais mensagem vinda de um número de Brasília com uma lista de endereços relacionados a ele e os números de CPFs dele, de sua mulher, seus filhos, pai, mãe e irmãos, o que abre a porta para toda sorte de fraudes.
A Globo o apoiará para que os autores dessa divulgação de seus dados fiscais, protegidos pela Constituição, sejam encontrados e punidos. William Bonner é um dos mais respeitados jornalistas brasileiros e nenhuma campanha de intimidação o impedirá de continuar a fazer o seu trabalho correto e isento. Ele conta com o apoio integral da Globo e de seus colegas e está amparado pela Constituição e leis desse país.
A deputada bolsonarista Carla Zambelli, ex-Femen, disse ontem numa entrevista a uma rádio que a Polícia Federal começaria a fazer operações contra governadores e prefeitos. Numa coincidência de matar astrólogo do coração, a PF amanheceu hoje na casa do governador Wilson Witzel, que se tornou desafeto de Bolsonaro.
Os poderes de vidente de Carla impressionaram a população. Ela tem o mesmo poder de premonição que seu padrinho de casamento Sérgio Moro, que não apenas sabia como escolhia os dias para as operações da Polícia Federal que deveriam ser secretas. Agora, a população quer que Carla, a vidente, diga os números da próxima Mega Sena. Ou pelo menos o dia em que esse circo infernal de palhaços psicóticos chegará ao final.
1.
Lado bom da quarentena: ao cuidarem da própria vida, a vida alheia sossega um pouco. 2.
Quarentena: esse teste-drive doméstico da Eternidade. 3.
Ao se aproximarem, Bozonaro e o Centrão enfraquecem a quarentena e a ética: eles são contra o distanciamento da propina. 4.
Esqueçam as hipotéticas ilhas. A coisa é aqui e agora: que livros e filmes levar para uma quarentena deserta.
5.
A quarentena é passageira, mas não no transporte coletivo. 6.
Na quarentena, acho que vai faltar preguiça. Muita demanda para um corpo só. 7.
Pela exaustão com seus enfant terribles durante a quarentena, há mães que já anseiam por um novo tipo de licença-maternidade: seis meses sem filhos. 8.
Fazer aniversário em quarentena é uma festa para a qual o coronavírus não foi convidado. 9.
Noé passou 40 dias numa arca. Jesus passou 40 dias no deserto. Quarentena em casa eles tirariam de letra.
10.
Na quarentena, domingo virou o dia de descansar de tanto descanso.
A assessoria de Wilson Witzel enviou a O Antagonista a seguinte nota, na qual o governador do Rio de Janeiro comenta a Operação Placebo, que realizou busca e apreensão em doze endereços, incluindo sua residência oficial, a casa onde morava antes de ser eleito e o escritório em que atua sua esposa:
“Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal. Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada. Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro”.
O FÜHRER constroi sua Gestapo. Jair Bolsonaro encheu-se de postura de estadista ao anunciar ontem, com serenidade e surpresa, que soube da investigação da Polícia Federal do suposto envolvimento do governador do Rio, Wilson Witzel, em fraudes no sistema de saúde estadual. O presidente diz que foi informado pela imprensa. Mentira descarada. Por quê? Porque em circunstâncias normais – um governo FHC, Temer, Dilma, Lula – o presidente seria informado por alto; se o fosse pela imprensa não haveria comoção.
Jair Bolsonaro expeliu o ministro Sérgio Moro porque este não o informava nem permitia que fosse informado das investigações da PF no Rio de Janeiro – onde, não por acaso e por causa disso, seu filho senador e assessores-parceiros eram investigados. Com Bolsonaro e o GSI por trás, a PF do Rio pode virar polícia política. O presidente passou por cima do próprio ministro da Segurança, competente para a supervisão institucional do órgão. Logo será a de São Paulo. Primeiro Witzel, depois João Dória, arquinimigos de Bolsonaro.
O presidente soube antes e foi informado antes. Os indícios estão claros. Primeiro, na serenidade, que o presidente não atinge nem sob anestesia geral. Segundo, porque o fato foi comemorado e anunciado um dia antes pela deputada Carla Zambelli, a Gleisi Hoffmann de Jair Bolsonaro. O fato de um governador do Rio ser investigado por fraude não é motivo de surpresa. Inocente ou culpado, qualquer governador do Rio sujeita-se a presunção de culpa, que só pode ser apagada por robusta prova em contrário. O passado revela que governador do Rio é bandido por natureza.
A investigação de Wilson Witzel não é abusiva, pois foi requerida pelo ministério público e autorizada pela justiça. Embora tenha intimidade perigosa com o procurador-geral da República, Jair Bolsonaro ainda não decide sobre a independência funcional dos procuradores. No modo como Jair Bolsonaro subverte a ação política e conduz o Brasil ao risco da ditadura e da guerra civil, investigar um governador não assusta. Assusta, sim, o presidente vender sua imagem de santidade e desinteresse. Ele ainda não tem sua Gestapo. Mas já seleciona os agentes.
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