Mural da História

11-11-2010-contracapaEm algum lugar do passado

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Seguindo os rastros: o que esperar da investigação sobre Flávio e Queiroz

Das mensagens arquivadas nos celulares apreendidos a possíveis acordos de delação premiada, reportagem de Fabio Serapião na Crusoé mostra o que é possível esperar da investigação sobre Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz.

“Os documentos amealhados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro ao longo de dois anos não deixam dúvida de que os promotores já têm elementos claros sobre dois dos crimes pelos quais o senador Flávio Bolsonaro, o filho 01 do presidente da República, é investigado: peculato, o nome técnico usado no Código Penal para designar o velho desvio de dinheiro público, e organização criminosa.

Para além disso, a descoberta do advogado Frederick Wassef como anfitrião de Fabrício de Queiroz em Atibaia reforçou a suspeita de que estava em marcha um outro tipo penal, obstrução de Justiça, e pôs o círculo íntimo do presidente Jair Bolsonaro no centro da estratégia para manter o ex-assessor longe dos holofotes. Até dias atrás, os investigadores ainda avaliavam se essa parte da apuração, que revelou a operação destinada a esconder Queiroz, integrará a primeira denúncia do caso, em fase final de elaboração. […]

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Queima de arquivos-bomba

Nova técnica na praça pode ser uma ameaça para Wassef e Queiroz

Um problema de quem se dedica à formação de quadrilhas é que os interesses de seus membros nem sempre coincidem. Mesmo nas melhores quadrilhas, cedo ou tarde um desses membros se sente abandonado, traído ou até entregue à Justiça. Nesse caso, sua arma será tornar-se um arquivo vivo, composto de informações que interessem à lei —o que obrigará o chefe da firma, docemente constrangido, à queima do dito arquivo.

Há muitas maneiras de queimar arquivos. Depende da situação de cada um —se ele estiver solto, albergado, foragido, oculto ou preso. Um arquivo solto, por exemplo, será facilmente deletado com uma emboscada em que ele se verá, de repente, sob a mira dos canos e sem reação. Exemplos bem-sucedidos foram a queima do notório assessor collorido PC Farias, em 1996, de Celso Daniel (PT), prefeito de Santo André, em 2002, e, mais recente, do miliciano Adriano Nóbrega, da facção Bolsonaro, na Bahia.

Já um “acidente” de carro é mais complexo —requer planejamento, destreza e especialistas. A “queda” do 10º andar é eficaz, mas menos usual, pela lambança que o arquivo faz ao atingir o chão. Há também a substituição de remédios, destinada a provocar um enfarte, e o envenenamento progressivo, mas ambos exigem convivência com o arquivo e muita paciência, nem sempre possíveis. No caso de o arquivo estar preso, pode-se armar uma “briga” no pátio com outro preso, que fará o serviço, a “tentativa de fuga”, frustrada com tiros pelas costas, e, mais popular, o “suicídio” na cela.

Neste momento há dois arquivos-bomba na praça: um solto, o advogado Frederick Wassef, e um preso, o vigarista Fabrício Queiroz. Ambos estão muito visados, o que inviabiliza as opções acima. Mas os interessados nessa queima estudam uma nova técnica, acima de qualquer suspeita e que se aplicaria aos dois.

Alguém lhes transmitir a Covid-19 —e tratá-los com cloroquina.

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El Maestro

Uma ilustração que fiz em 1980 para um artigo do Luís Fernando Veríssimo. Página que foi badalada, premiada e virou poster. Está incluído no acervo do Museu de Essen, no Deutsches Plakat Museum.

Oswaldo Miran

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Novas regras de trânsito, na contramão do Direito

Depois do Congresso Nacional privatizar a água, isto é, vender a maior riqueza que o Brasil possui. Agora chegou a vez das regras de trânsito. O Senado, em breve, votará o projeto 3.267/2019, encaminhado pelo Poder Executivo ao Congresso para afrouxar as punições de trânsito no Brasil, vamos citar alguns exemplos.

O aumento da validade da habilitação de cinco para dez anos e a partir de 50 anos valeria por cinco anos. A renovação de três anos exigidas para os que possuem 65 anos ou mais valeria para os com 70 anos de idade. Assim aumenta o perigo da direção veicular se considerarmos o longo período, sem análise, das condições técnicas para dirigir.

O projeto acaba com o credenciamento dos profissionais para os exames médico e psicológico, e inaugura uma nova modalidade de profissionais, os de medicina de tráfego e de psicologia de trânsito; isto é, inventa no que está funcionando bem.

Atualmente, a suspensão do direito de dirigir ocorre a partir de 20 pontos na habilitação, o novo texto permitirá limites de 20, 30 ou 40 pontos, em 12 meses.

Para o condutor profissional que exerce atividade remunerada, a suspensão será com 40 pontos, justamente os que deveriam ser mais os cuidadosos com o trânsito poderão dobrar os pontos permitidos atualmente.

Na penalidade por dirigir com velocidade 50% (cinquenta por cento) superior à permitida na via, o projeto retira a apreensão da CNH e a suspensão imediata do direito de dirigir, exigindo um processo administrativo. Diferente do que decidiu, recentemente, o Supremo Tribunal Federal sobre a imediata retirada da habilitação e da suspensão do direito de dirigir.

No Brasil, a cada uma hora, cinco pessoas morrem em acidentes de trânsito. A violência no trânsito está banalizada, tornou-se “normal”.

Afrouxar as normas de trânsito será a solução? Nos países europeus e asiáticos, eles tornaram mais rígidas as regras de trânsito e, assim, tiveram a drástica redução do número de vítimas e a maior conscientização dos condutores.

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César Marchesini

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Orifício rugoso – no cérebro

…nada contra quem usa seu orifício rugoso infralombar [para o sexo]

Gilson Machado Neto, presidente da Embratur, em live de repulsa a monólogo teatral sobre um Jesus transsexual.  Além de obsequiar os brasileiros com a informação de que Jesus era homem, masculino, assim nascido, morto, crucificado e ressuscitado, o presidente nos acrescenta a definição do velho e batido forévis: orifício rugoso infralombar. O presidente – ele e o outro – tem um desses no cérebro.

Machado tem tudo para ser o novo ministro da Educação. Sofre, como os anteriores, de certa deficiência no argumentar. Alguns transsexuais também nascem e são crucificados em estado masculino. O que lhes morre é exato o que aposentam na transição, o dito orifício rugoso infralombar. Quanto aos que transitam para o estado feminino, isso não é assunto dele, é lá com dona Damares.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Deixar um comentário
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Amostra grátis

Clara E. © IShotMySelf

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Ah, os advogados!…

Sou advogado, formado pela UFPR e inscrito na OAB. Passei a maior parte da vida no serviço público, mas na temporada posterior de militância advocatícia, creio não ter maculado ou aviltado a profissão. Por isso, sinto-me à vontade para dizer que, com a devida vênia, em determinadas ocasiões, sinto vergonha de certos colegas – se me permitem a audácia de chamar de colegas certos figurões do Direito.

Leio nas folhas que um grupo de advogados pretende infernizar a vida profissional do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. “Ele não terá vida fácil na planície” – garante um dos destacados membros do grupo autodenominado “Prerrogativas”.

Qual teria sido o pecado de Sérgio Moro? Se espremermos os motivos dos componentes do “Prerrogativas”, concluiremos ter sido um só: o cumprimento do dever.

E tudo se explica quando se conhece os nomes dos medalhões do movimento. Todos o suprassumo do ofício. Um defende a ex-presidente Dilma Rousseff e o deputado Aécio Neves; outro, o senador Renan Calheiros; um terceiro é sócio de José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e ex-advogado de Dilma; tem também aquele criminalista que atende por um doce apelido infantil; os demais entraram em confronto com Moro durante a Lava-Jato, na defesa da Odebrecht e de outras empresas do mesmo naipe.

Há ainda entre os luminares um presunçoso jurista paulista, com extensa e ininteligível obra acadêmica, petista de carteirinha, que se acha acima do apogeu, se isso fosse possível. Quando participa de congressos, simpósios e eventos do gênero, é sempre o último a falar, porque depois dele ninguém pode ter voz. Participou da banca examinadora de doutorado de um dos mais competentes professores de Direito desta província e conferiu-lhe nota 9,5, enquanto os outros quatro perquiridores deram-lhe 10 com louvor. Dez ele conferia apenas para si próprio. Em minhas petições, nunca o citei como referência doutrinária, porque não entendia direito o que ele pretendia dizer. Mas é um mandarim cantado em prosa e verso.

Estão todos de prontidão, caso Sérgio Moro solicite autorização da OAB para advogar, ao final de sua quarentena. Alguns argumentam que Moro “foi maléfico para a advocacia” como juiz e, por isso, não merece exercê-la. Outros, condenam-no por não haver informado aos órgãos competentes, quando ministro, supostas irregularidades cometidas por Bolsonaro.

É chegada a hora da vingança.

Enquanto isso a popularidade de Moro continua nas alturas e ganha fôlego inclusive nas redes sociais com um salto de 88%, herdando, segundo os especialistas, a fatia antes pertencente ao capitão-presidente.

Essa realidade tem atormentado os doutores do “Prerrogativas”, que sequer são mencionados em pesquisas de reputação e notoriedade. Só me resta pedir ao querido editor Zé Beto licença para encerrar estas mal traçadas com um palavrão:  A inveja é uma merda!

Publicado em Célio Heitor Gumarães - Blog do Zé Beto | Deixar um comentário
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Ministro das Comunicações contraria bolsonaristas e tenta se aproximar da imprensa

Desde a posse, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, sinalizou o interesse em promover uma reaproximação do governo com a imprensa. Nesta quinta-feira, ele anunciou uma sequência de visitas a redações dos principais veículos de comunicação do país, informa a Crusoé.

“Essa é uma rotina que vou manter e ampliar, com visitas a todos os veículos, presencialmente ou por videoconferência. A relação entre a mídia e a administração pública aproxima nossas ações de todos os brasileiros”, disse Faria. “É nosso compromisso com a transparência e com cada cidadão. Vamos unir o país pelo bem comum.”

O ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, hoje secretário-executivo da pasta de Fábio Faria, sempre manteve uma postura de confronto com a mídia, alimentada por Carlos Bolsonaro, o 02.

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O que é fake law

A tradução de fake law é o falso direito, ou a falsa lei. A Constituição e as leis passam por grandes negações, assim como a ciência.

Ele é uma espécie de terraplanismo que nega que a Terra é esférica ou que o homo sapiens sequer existiu, e que a humanidade surgiu de Adão e Eva.

O fake law reflete a vitória política de setores obscurantistas, com uma mídia jornalística sem crítica ou comentários, da quebra do estado laico pelas bancadas políticas religiosas e pela multiplicação de notícias falsas (fake news) nas mídias sociais.

O enfraquecimento dos atores judiciais e a precarização do ensino jurídico fizeram emergir “opiniões novas” e “outras visões do direito”. Desta forma nasceu o fake law.

Em resumo, há inicialmente a negação dos direitos para, num segundo momento, a sua revogação nas áreas: ambiental, indígena, direitos das minorias, do consumidor, direitos humanos e civis, direito do trabalho, sindical, enfim, dos direitos sociais.

O fake law constrói uma narrativa negacionista de direitos e, por fim, minimiza e exclui garantias e deveres sociais e coletivos.

Todo um novo exército de operadores jurídicos, de formadores de opinião, de juristas e leigos, de setores religiosos e empresariais do atraso que incorporam o fake law.

O seu conteúdo é com informações diretas, sem conceitos rebuscados, sem palavras difíceis, tudo muito simples, por vezes, com deboche.

O cimento do fake law consolida a indiferença quanto aos poderes e aos direitos instituídos, pela promessa de uma sociedade “mais justa e correta” e “menos corrupta” (risos).

O fake law renova as promessas de uma justiça diferente da estabelecida. Uma nova história sem coitadinhos, mas somente vencedores, em resumo, o bom e velho mito do herói.

Vários políticos pelo mundo afora se utilizaram do fake law para negar direitos consagrados, para banalizar a violência (bandido bom é bandido morto, etc), naturalizar a pobreza e as carências sociais (não querem trabalhar, vagabundos), descontruir as instituições (pelo fechamento das Cortes Constitucionais e do Poder Legislativo) e até negar a ciência médica (a pandemia é uma invenção) etc.

Nesta visão, para todas as coisas cabem novas opiniões, sem fundamentos na ciência, em uma palavra ou no máximo, numa pequena frase.

O fake law acaba com a complexidade dos direitos e inaugura a nova modalidade de indiferenças públicas (e daí?).

As bancadas do fake law engrossam suas fileiras nos parlamentos, nos tribunais e nos poderes instituídos. É uma nova elite inculta e sedenta em inaugurar a “nova era” da exclusão social, da indiferença pela pandemia e, essencialmente, pela negação dos direitos coletivos.

Inaugura-se a era dos não direitos, da corrosão da Constituição, da negação da ciência jurídica e até, de uma nova moralidade pública menos corrupta, pero non mucho.

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Síndrome suicida de Bolsonaro é contagiosa?

Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança” – Hannah Arendt

Bolsonaro desafia as instituições, fala barbaridades, passeia pelo Código Penal, desafia as autoridades sanitárias do seu próprio governo e do planeta, provoca o STF e governadores, nega a gravidade da pandemia e a redondeza da terra, isola-se cada vez mais do mundo civilizado, testa todos os limites, governa só para os filhos, os amigos e os devotos da seita, ou melhor, não governa.

Faz de tudo, enfim, para que abreviem sua permanência na Presidência da República por meio de cassação, impeachment, interdição, renúncia forçada, seja lá o que for. Parece gritar no seu íntimo: “Me tirem daqui!”

Ao contrário dos meus colegas comentaristas, tenho dúvidas se ele quer mesmo dar um autogolpe ou está apenas pedindo pelo amor de Deus para alguém fazer o favor de lhe tirar o fardo pesado do cargo.

Desde o início do seu tumultuado mandato, noto nele uma síndrome suicida de alguém que não dá o menor valor à própria vida nem à dos outros como se o mundo fosse acabar amanhã.

Está sempre em conflito, vive atormentado, fala em tom desafiador, incapaz de dar um sorriso ou fazer um afago em alguém. Vive em permanente combate contra inimigos reais ou imaginários.

Se fosse só ele, já seria um grande problema, mas desconfio que Bolsonaro não está sozinho, longe disso.

A nova pesquisa Datafolha divulgada esta semana me deixou intrigado com a sua resiliência em manter o apoio de um terço da população, não por acaso, a mesma proporção dos que são contra a quarentena e querem a volta ao trabalho e à “vida normal” a qualquer custo, nem que o preço seja a própria vida.

É incrível a identificação do presidente com seu eleitorado mais fiel, alimentado a doses maciças de ódio e fake news nas redes sociais, o que me leva a pensar que esse instinto suicida seja contagioso como o coronavírus.

A pandemia uma hora vai passar, mas temo que o bolsonavírus deixe sequelas mais duradouras e nocivas na sociedade brasileira, já tão radicalizada e intolerante.

Já não se trata apenas de uma questão política ou ideológica, de ser mais ou menos de extrema-direita, conservador nos costumes e liberal na economia, mas de uma categoria de pensamento movida a fanatismo quase religioso. Continue lendo

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Heleno diz a aliados que falou ‘a verdade’ em nota sobre apreensão de celular de Bolsonaro

Bela Megale|O Globo – O ministro general Heleno disse a aliados que falou “a verdade” ao escrever uma nota, em maio, em que afirmou que a apreensão do celular de Bolsonaro poderia ter “consequências imprevisíveis para estabilidade do país”. O texto foi divulgado por ele nas suas redes sociais.

Hoje, a Procuradoria-Geral da República (PGR) determinou a abertura de uma apuração preliminar para verificar a conduta do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na edição da chamada “nota à nação brasileira”.

A pessoas próximas, o ministro também disse que não mencionou o STF, não citou o nome de ministros da corte e nem a palavra “golpe” no texto. A avaliação feita por Heleno é que ele escreveu “simplesmente” que a crise entre os poderes poderia ter “consequências imprevisíveis”. 

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Padrelladas

DIÁRIO DA PANDEMIA

  • Tumulto no corredor. Um rapaz foi apanhado descendo nu pela escada. Não estava de todo nu: Vestia cueca. E calça. E uma camisa esportiva cobria-lhe seios e costas. Nos pés, sapatos e meias. Sobre tudo, um sobretudo. Mas todos sabíamos que por baixo de toda aquela roupa esse degenerado estava nu como veio ao mundo.
  • Não tinha ninguém olhando, entrei no bonde da XV. No comando, Rafael avisava da partida. Vi Jaime sentado ali, com um vaso de plantas no colo: eram plantas de edifícios, de praças e jardinetes. O bonde seguiu em frente e eu disse: Rafael, aonde nos leva, rapaz? Ele apontou para o céu claro da noite estrelada, e para esse céu o bonde tomou rumo. Assim, sem dizer palavra, levou-nos ao mundo da lua.
  • Na edição passada, quando dissemos canalhas, biltres, bando de ostrogodos, queríamos dizer queridos leitores. E adiante, onde dissemos vão para o inferno, queríamos dizer vocês são benvindos, e na parte onde dissemos não se podia esperar outra coisa desse bando de energúmenos, queríamos ter dito parabéns pra você nesta data querida.
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Rouba, mas é pouco

O apoio ao clã presidencial pode evoluir para ‘rouba, não faz nada, mas e daí?’

Impressiona, ainda que não surpreenda, o contorcionismo dos apoiadores do governo para empacotar a corrupção como um mal menor diante da prisão de Fabrício Queiroz e da possibilidade de o primeiro-filho, o senador Flávio Bolsonaro, ter o mesmo destino.

Corrupção, confirmamos mais uma vez, nunca foi a razão para eleger um sujeito ignóbil como Jair. Fosse isso, bolsonaristas não defenderiam agora rachadinha como prática aceitável, “porque todo mundo faz”, “porque nem se compara ao que o PT ou Sérgio Cabral roubaram”. Mesmo para o padrão tupiniquim de lambe-bota de político, essa praga que nos assola, a mítica frase “rouba, mas faz” sofre aqui um duplo twist carpado.

Sabemos que a moral de parte da população é flexível. Bate palmas para tipos como Paulo Maluf, porque construiu pontes e avenidas, embora tenha enchido o bolso com milhões. Defende que partido que tira pobre da miséria não merece crítica nenhuma, apenas redenção, apesar dos comprovados pesares.

De Adhemar de Barros ao PT, o “rouba, mas faz” sempre foi exaltado. Coisa nova na vida política é a defesa apaixonada do “rouba, mas é pouco”. Não é pouco e faz falta na educação, na saúde, na segurança.

Bolsonaro tem razão quando diz que os brasileiros deveriam ser estudados. Muitos fecham o nariz e pulam no esgoto do pragmatismo político. Apoiadores do presidente têm demonstrado que podem nadar de braçada nessa imundice ao aceitar rachadinha, contratação de funcionário fantasma, inclusive pelo então deputado Jair, uso de verba pública para financiar atos privados e sites ideológicos, além dos superfaturamentos tão disseminados nos gabinetes parlamentares.

Com um ano e meio de governo, resultados desastrosos em todas as áreas, já sabemos que o apoio ao clã presidencial é irrestrito e pode evoluir até mesmo para o “rouba, não faz nada, mas e daí?”.

Publicado em Mariliz Pereira Jorge - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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