FALEM os difamadores o que quiserem dos Bolsonaros, mas eles são gente limpa. Mais que limpa, asseada. A começar pelo pai, fotografado a lavar os calções de banho depois do mergulho no mar.

Vejam o filho 03, cabelos bem cortados, tudo no lugar, nem a barba de cinco dias prejudica o visual limpo. O filho 02 tem aquilo que Célio Heitor esqueceu em sua crônica de hoje, o “sorriso Eucalol”.

O MP RJ descobriu que o filho 01 lavou R$ 638 mil vivos em imóveis. Como tinha que contar aquela montoeira de dinheiro que andou pela mão até dos funcionários da assembleia legislativa, o certo era lavar.

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Edição histórica do jornal, em parceria com cartunistas da Grafar, será lançada nesta sexta-feira (20) em Porto Alegre

O maior cronista vivo do Brasil solta o verbo e trata de Bolsonaro, seus filhos, seu ministério inacreditável, seu condomínio barra pesada, mídia, terra plana, redes sociais, militares, Deus, sexo e muito mais. Luis Fernando Veríssimo na maior entrevista que já concedeu é uma das atrações do Brasil de Fato RS – Humor, uma edição especial que será lançada nesta sexta-feira, dia 20, às 19h30, no Espaço 900, em Porto Alegre.

Desafiado por sete entrevistadores afiados, Veríssimo mostra que sua ironia não perdeu o fio. “Todo mundo sabe que a Era Glacial teve inspiração comunista e que os vulcões são controlados pelo Greenpeace”, replicou ao ser questionado a respeito do aquecimento global. Seu verbo não poupa Moro, Guedes, militares, Olavo de Carvalho… Também fala sobre a barra a ser enfrentada pela democracia para recuperar o terreno perdido ao autoritarismo. “O nosso lado está com a razão mas o lado deles está com os AK 154”, notou. Mas deixa uma observação animadora: “Lembrem-se que o David não precisou de mais do que um estilingue”.

Nas suas 20 páginas – quatro delas dedicadas à entrevista com Veríssimo – o jornal também traz uma linha do tempo que percorre a longa jornada do país noite adentro. São mais quatro páginas, ilustradas com cartuns, mostrando o assalto ao poder pela direita ensaiado desde o Mensalão, passando pelo golpe de 2016, a exclusão de Lula da disputa presidencial de 2018 e a eleição de Bolsonaro.

Sempre pelo viés da irreverência, traz o Bolsonário, o dicionário dos tempos que correm que tem a chancela da ABL, a Academia Brasileira de Laranjas, e o Diciomoro, com pérolas que o juiz/ministro não disse mas que poderia perfeitamente dizer. Também o consultório sentimental da Mãe Milícia que de sentimental não tem nada. Isto sem falar na Oficina de Desmanche do Seu Jair, que aborda a devastação em curso, e páginas temáticas onde o processo de destruição nacional, em várias frentes, está documentado com textos e charges.

O Brasil de Fato Humor resulta de uma parceria entre a edição gaúcha e a Grafar, a Grafistas Associados do RS, uma entidade que reúne craques do humor gráfico gaúcho e brasileiro. Para esta edição, a Grafar, além de convocar o seu supertime, chamou feras do cartum de todo o país, entre eles Laerte, Jota Camelo, Latuff. Tornou-se um mutirão do riso com veia crítica.

Com distribuição gratuita, Brasil de Fato RS convida seus leitores a prestigiarem o evento com um chamamento: “Venha celebrar com riso o fim de um ano bizarro”.

Nesta edição: Santiago, Laerte, Bier, Edgar Vasques, Benett, ERnani Ssó, Rafael Sica, Ayrton Centeno, Moa, Hal, Schröder, Fraga, Eugênio Neves, Kayser, Solda, Jota Camelo, Rafael Corrêa, Zimbres e muitos outros.

SERVIÇO: O QUE – Lançamento do Brasil de Fato- Humor QUANDO – Sexta-feira, dia 20/12, às 19h30. ONDE – Espaço 900. Na José do Patrocínio, 900 – Cidade Baixa – Porto Alegre (RS).

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Sabiá sabia

© Roberto José da Silva

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Bons tempos dourados

De repente, me dei conta de que sou do tempo da bolacha Maria. Bolacha de São Paulo para baixo, porque de São Paulo para cima, como no Rio e em Minas, bolacha é biscoito.

Em Curitiba e arredores não éramos movidos apenas à bolacha Maria, que existe até hoje, mas também a preciosidades inesquecíveis, que não existem mais, como as bolachas de mel, em forma de coração, enfeitadas com desenhos de açúcar colorido; as balas azedinhas, de coco queimado, de canela e, sobretudo, as balas de ovos, das Indústrias Todeschini, se não estou enganado. Ah, as balas de ovos… crocantes por fora e úmidas por dentro! E os pés-de-moleque, a rapadura, as cocadas, as paçocas de amendoim e as marias-mole?..

Mas as bolachas Maria eram insuperáveis. Quando a mãe, tia ou avó mandava a gente ao armazém ou à padaria (os supermercados ainda não existiam) comprar 200 gramas de bolacha Maria, era uma festa. O vendedor abria uma lata enorme, cheia de bolachas, e pesava a quantia desejada, para, em seguida, embrulhá-la em um pedaço de papel pardo.

Como bom lapeano (assim mesmo com e, porque nós, os lapeanos da resistência ao cerco federalista, não admitimos certas atualizações ortográficas), devo dizer que só uma iguaria era capaz de superar a bolacha Maria: os bolinhos de polvilho azedo. Aqueles com uma pitada de farinha de milho, enroladinhos em forma de laço, com uma ponta depositada sobre a outra. Quem não os conheceu, não sabe o que perdeu. Pena que na velha Lapa dos meus amores já não se fabrique mais o polvilho mágico, que, no entanto, continua existindo “no” Tibagi do Tide Mercer. Até bem pouco tempo, o bandido, de vez em quando, fazia questão de presentear-me com alguns quilos do precioso produto, com um bruto ar de superioridade…

Como estou numa época zen e em plena hora da saudade, vale dizer que eu sou não apenas do tempo da bolacha Maria, mas também das balas Zequinha, do xarope Bromil, do Sandu, do carro-de-praça, do lotação, da telefonista (“Número, por favor?”), do carro-forte (da polícia), de Chic-Chic e do Circo Queirolo, das normalistas do Instituto de Educação, do Colégio Iguassú, das matinadas do Cine Ópera, dos festivais da Metro, dos seriados do Cine Curitiba, do “Clube Mirim” da Rádio Guairacá, de Nhô Belarmino & Nhá Gabriela, da “Revista Matinal” da PRB-2, da Confeitaria Shaeffer, da cuba-libre e do hi-fi, do Café Ouro Verde, da Orquestra do Genésio, dos Chás-Dançantes de Engenharia, dos chocolates Basghal, da Padaria Aurora, da banana-split e do chicle de bola das antigas Lojas Americanas da Rua XV, das Farmácias Minerva, da sopa húngara do Bar Paraná, da vina com salada de batata do Cachorro Quente, do sanduba de pernil com verde do Bar Triângulo, da velha Confeitaria Iguaçu, do Bar OK, da Churrascaria Bambu, do Teatro de Bolso, das boates Marrocos e Moulin Rouge, do Drinks Bar, da Casa Sloper, do Lá no Luhn, da Casa Ottoni, do Lord Magazin, das malas Ika, da velha Ghignone, dos calçados Clark, da Maria do Cavaquinho, do “Pick-Up Automático” da Rádio Ouro Verde FM, do jornal “Última Hora”, da revista “TV Programas”, dos Calouros do Ritmo, do Rei do Disco, das Lojas Mazer, da Maison Blanche, da Cirandinha, das Lojas Tarobá, da Casa Orlando (“Suba que o preço desce”), da Casa Feres (“Pequena por fora, grande por dentro”)… e por aí afora.

Quer dizer, já tenho boa quilometragem rodada e muitas horas de janela. Talvez por isso mesmo continue resistindo à ideia de depor as armas e abandonar o campo de batalha.

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Mural da História

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Compre já!

Livro “Solda”, do cartunista que vos digita. R$30,00, só na Loja Plural. E também livros de Benett, Marco Jacobsen e Pryscila Vieira, sempre livres, leves e laicos. Imperdível!

“(…) ele (Solda) é um cartunista de letras. Nuvens de letras pairam sobre os calungas que desenha, jorram da telinha de TV, se derramam dos chapéus, das gavetas, dos livros entreabertos, de todas as fendas, buracos e orifícios. Seus textos são cáusticos e certeiros, como o de outro cartunista que escrevia primorosamente bem, o Fortuna. São ao mesmo tempo absurdos e lógicos. E vice-versa. E não me pergunte por que, leia o Solda e você vai  saber do que estou falando”. (Jaguar)

Loja Plural

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Daydreamer. © IShotMyself

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PASSA BATIDO. O governador saqueia o tesouro, os desembargadores grilam terras, vendem sentenças – e são punidos com aposentadoria remunerada -, os deputados, senadores e vereadores legislam para si mesmos, os prefeitos transformam o mandato em instrumento de caprichos infantis. O retrato do Brasil. Não é culpa do presidente que faz da própria ignorância um galardão de glória.

ISSO TUDO, mais o pecuarista de Unaí (MG), o cretino ignorante que debocha da humanidade com a suástica, só tem um culpado: é o brasileiro – seja o que aplaude o falso moralismo direitista, seja o cego defensor do mistificador idealismo esquerdista, seja o miserável semialfabetizado ou analfabeto, assim mantido pelo interesse do Estado em não resgatá-lo para a qualidade de vida.

ESSE CULPADO, em resumo, somos nós, contribuintes, eleitores, cidadãos. Nós, que nos emocionamos com a Seleção, temos arrepios com o Hino Nacional, nos lixamos para o meio ambiente e jogamos lixo nas ruas. Nós, verdadeiros, completos, irremediáveis, energúmenos. Não somos os únicos, os EUA nos superam na estupidez. Mas também nos superam naquilo que insistimos em não ser.

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A mesma roupa toda segunda-feira

Não é novidade para ninguém que jornalistas mulheres quando são atacadas o alvo é sempre sua aparência física, seu estado civil e sua sexualidade

Repeti a mesma roupa todas as segundas-feiras dos últimos dois meses, no programa do qual participo no YouTube, o Segunda Chamada, do MyNews. Antes disso, vinha intercalando o mesmo macacão preto com azul escuro com outras poucas peças. A mesma calça e variações de algumas blusas. Resolvi fazer essa experiência depois que recebi uma crítica justamente por me vestir da mesma forma vezes seguidas.

Lembrei-me de experiências contadas por jornalistas estrangeiros, todos homens, sobre a repetição dos trajes. Um deles, o apresentador australiano Karl Stefanovic, contou depois de um ano que havia usado o mesmo terno sem que alguém tivesse notado. Detalhe, o programa era diário. Todos os dias, o cara estava em frente às câmeras com seu terno cinza e ninguém jamais percebeu —ou se importou. Stefanovic disse que fez isso em apoio à colega que recebia regularmente críticas de espectadores e da imprensa em relação às roupas que escolhia. “As mulheres são julgadas de forma muito mais severa e profunda pelo que fazem, pelo que dizem e pelo que vestem”, afirmou o apresentador.

Ele tem razão. Não é novidade para ninguém que jornalistas mulheres quando são atacadas o alvo é sempre sua aparência física, seu estado civil e sua sexualidade. Não importa se o assunto seja energia nuclear ou política internacional. Se a opinião não agrada, a mulher é sempre a porca, a vadia, a encalhada. Tenho uma coleção de impropérios sobre como sou mal-amada, recalcada, velha e já fui chamada de sapatão, como se isso fosse um xingamento. Apenas não entendi até hoje a relação entre ser sapatão e um texto sobre urnas eletrônicas.

No dia em que li a crítica sobre estar com a mesma roupa fiquei incomodada, mas depois pensei, por que não? Não fui convidada para participar do programa por causa do meu guarda-roupa, nunca trabalhei com moda, sou zero referência, não vivo e não me alimento desse universo, apesar de gostar do tema e de fazer umas comprinhas de vez em sempre. Mas investir em roupas para passear é uma coisa, a outra é ter que variar o guarda-roupa para satisfazer a audiência.

Nunca vi o mesmo tipo de julgamento em relação aos meus colegas de programa. Com exceção do jornalista Pedro Doria, que causa furor positivo com suas meias coloridas e chamativas. A audiência ama, mas ele está sempre de calça jeans, camisa e blazer. Uma provocação: quem pode afirmar que não são as mesmas peças?

Havia outra questão. Escolher roupas que tenham bom caimento e fiquem bem num programa em que passo o tempo todo sentada era outro problema. Muitas vezes, em casa, em frente ao espelho, eu ficava apresentável. Mas ao sentar na poltrona que ocupo, a peça acabava me deixando com uma pancinha, com os ombros caídos, ficava curta demais ou muito justa. O resultado no vídeo era sempre uma surpresa, muitas vezes uma surpresa desagradável.

Stefanovic está certo, sou sempre mais julgada que meus colegas homens pelo que faço, pelo que digo, pelo que visto. Darei um exemplo simples: muitas vezes sou interrompida por colegas e por convidados. Em geral, não me incomodo, acho que é do jogo e aprendi a me impor, depois de ter me irritado muito. Mas se sou eu a atravessar a fala de alguém, seja porque preciso fazer uma observação, corrigir um dado, incluir uma pergunta, sou massacrada.

Então, resolvi diminuir as possibilidades de crítica, pelo menos no que diz respeito a roupa. Escolhi algo que veste bem, é confortável, tem cor neutra e não me tira o sono aos domingos. A peça, claro, é lavada e eu vario o top, os brincos e as sandálias. Instituí a “Segunda-Feira Steve Jobs”, em alusão ao fundador da Apple, que vestia rigorosamente a mesma coisa todos os dias: calça jeans, tênis e camiseta preta de manga longa. Os comentários sobre a minha aparência, se não acabaram, diminuíram. É triste constatar que meus maiores algozes nesse sentido sempre são mulheres, exatamente as mais são cobradas. Por que fazemos isso?

Já penso em aposentar o modelo 2019 e encontrar um novo para o primeiro semestre de 2020. Também avalio trocar as sandálias por sapatos fechados. Descobri que existe um tipo de tarado (alguns) que só assiste ao programa para ver meus pés, enquanto estou muito concentrada em criticar o ministro da (des)educação. Tem doido para tudo.

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Fim de ano

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Surto

lápis-desenho

Hoje, quando tive um leve surto de “Febre do Escriba”, uma neurastenia comum entre a elite intelectual deste mundinho onde todo mundo olha pro próprio umbigo, liguei meu “Foda-se” para sempre.

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lescorpshumains_031lescorpshumains 031. © IShotMyself

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Padrelladas

Que gosto tinha a pitanga nas sonhaduras da infância? Que cheiro que tinha a chuva que chovia no jardim? E minha avó catalã me chamando pra jantar, que tinha naquela voz que não consigo lembrar? O sol criava ruídos nas plantações do pomar: uma cigarra gritava como fosse se matar; um passarinho, ora um sapo, ora um cachorro a ladrar eram as vozes antigas de fadas e curupiras trazendo medos ou então toda aquela sinfonia que marcava nossos dias fosse a promessa do hoje quando a criança velhinha pudesse reabraçar a avó que falava estranho e pudesse rotular cada fruta, sapo, flor que medraram no Jardim.

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Abraham Weintraub: mais um ministro no tiroteio olavista das redes sociais

© Fabio Rodrigues Pozzebom|Agência Brasil

A deputada Carla Zambelli convidou Abraham Weintraub para ser padrinho de seu casamento, porém na cerimônia, em fevereiro, ela poderá um ex-ministro como padrinho. Weintraub saiu de férias e pouca gente acredita na sua permanência no ministério da Educação. E mesmo quem aposta nele vai ter dificuldade em apontar onde está sua sustentação.

É geral o descontentamento com o ministro. Ele não criou empatia com a classe política e tampouco conseguiu apoiamento no meio universitário, onde conforme seu repetido discurso de alto teor ideológico, haveria um ferrenho domínio comunista imposto pelo aparelhamento petista da Educação. Pelo jeito, faltou habilidade a Weintraub para cooptar dissidentes deste Gulag liberto e atrair a colaboração dos setores conservadores, entre professores e servidores.

Mas é mesmo muito complicado o relacionamento com Weintraub. O sujeito é tão autoritário que até acredita nisso como um eficiente conceito de gestão. É de se ver seu orgulho em entrevistas a jornalistas, quando diz que com ele as coisas acontecem ou o responsável pela falta de solução é imediatamente demitido. Weintraub exibe com contentamento essa forma de agir em uma das pastas mais complexas do Governo Federal e que, conforme suas próprias denúncias verbais, ele pegou totalmente arruinada.

Deve ser difícil até puxar o saco desse ministro, pois ele mesmo se incumbe dos elogios à sua magnífica capacidade. Com a mesma falta de amparo técnico das suas críticas ou dessa sua absurda tese da pressão contínua e da ameaça do desemprego como estímulo à produtividade, ele afirma que fez uma “revolução” no ministério, o que em tão pouco tempo não seria possível nem para um gênio político e administrativo, mesmo sem levar em conta o alegado cenário de ruínas. Ele nem percebe que com essa lorota desmente a exposição da desastrosa condição deixada por administrações anteriores.

Weintraub é ineficaz até na propaganda de suas supostas qualidades. A carrada de autoelogios não tem referência em informações verificáveis do seu trabalho. É um revolucionário que não apresentou até agora nenhuma vitória em alguma batalha de peso. A precariedade de realizações fica muito clara quando ele se gaba da realização do Enem, como se isso fosse um grande êxito.

Se fosse ministro da Saúde é provável que de forma parecida citaria como uma grande façanha a realização do Calendário Nacional de Vacinação. Mesmo jornalistas favoráveis ao governo ouvem esse tipo de coisa com constrangimento, mas o ministro não se toca. Weintraub é o tipo de sujeito que se encanta com suas próprias palavras, de modo que os elogios à sua própria performance estimulam o andamento acelerado do discurso vazio.

O ministro tem dificuldade de se entender até com o que sobrou da base partidária do governo, no esfacelado PSL. Aparentemente, Weintraub não se apercebe de mudanças determinantes na realidade política, em razão da sua própria posição atual e do reposicionamento que atinge até o partido que elegeu Bolsonaro. E olhem que existem condições práticas muito óbvias, como sua presença na Câmara não mais por convite, mas agora pela obrigatória convocação. Falta-lhe também a lembrança que chegou a ser conduzido de mãos dadas até a mesa pela então amiga de Bolsonaro, deputada Joice Hassellmann, que no último depoimento não estava nem na sua defesa entre os parlamentares.

É tamanha a falta de percepção que sem dúvida também será difícil para Weintraub compreender que não se espera dele o sucesso de um lacrador de redes sociais, muito menos no diálogo sempre difícil com uma oposição que atua em comissões ou audiências públicas sempre para estabelecer um clima de constrangimento e confusão, tarefa a que se dedicam com histeria impressionante, obtendo um sucesso estupendo e até muito fácil com a natural irritabilidade do ministro da Educação.

Passadas suas férias, pode até ser que Weintraub suba ao menos uma vez a rampa do Palácio do Planalto até a sala de Bolsonaro, mas os indicativos são de que deve descer quase de imediato. É impossível detectar apoio ao ministro em qualquer setor relacionado ao seu trabalho, tendo surgido ainda entre a boataria de sua demissão a conversa de que ele já está sendo fritado pela equipe da Economia e a área militar do governo. Pior ainda, não há engajamento a favor dele nem entre a chamada corrente ideológica governista.

Até mesmo no meio olavista, que é de onde ele veio, existe um desentendimento sobre o apoio a Weintraub, tendo o próprio Olavo de Carvalho simplesmente lavando as mãos sobre o assunto, que ele chama de “Caso Weintraub”, em um vídeo postado nas suas redes sociais. Uma ala influente do olavismo já cai de pau em cima do ministro e o adorado guru da Virgínia evitou dar qualquer apoio pessoal, mantendo o clima de críticas, como sempre muito pesadas. Como se vê, Weintraub só conseguiu convencer ele mesmo de que é o homem mais que certo no lugar certo.

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