Em toda a conquista da América repetiu-se a formalidade da leitura do “Requerimento” que proclamava a posse da terra pela Coroa espanhola e a transformação dos nativos em seus súditos
A versão oficial da conquista do Novo Mundo pelos europeus é de que tudo começou com a chegada ao que viria a ser o México do espanhol Hernán Cortez, que embasbacou o império asteca antes de derrotá-lo, facilmente, assoviando, nas armas. Os nativos nunca tinham visto um cavalo, que dirá mosquetes e outros instrumentos de guerra, e sucumbiram ao poder de fogo e ao garbo dos espanhóis. O que explicaria a relativa docilidade do imperador Montezuma diante dos invasores.
Não foi bem assim. Com a esquadra de Cortez viajou, além de um exército, um notário real, cuja função era assegurar que a posse das novas terras pela Espanha obedecesse a todos os trâmites legais – da Espanha. A rendição de Montezuma fez parte do embasbacamento que precedeu a chacina. Uma cultura fundada na cerimônia como a asteca teve seu primeiro encontro com uma cultura legalista e não resistiu. Um império de gestos rígidos mostrou-se impotente diante de um império de palavras maleáveis e foi enrolado pelo jargão jurídico antes de perder a guerra e a terra.
Em toda a conquista da América repetiu-se a formalidade da leitura do “Requerimento” que proclamava a posse da terra pela Coroa espanhola e a transformação dos nativos em seus súditos. Se os nativos não estivessem presentes na leitura do “Requerimento”, não importava: o notário estava lá e daria fé.
Cristóvão Colombo declarou formalmente diante de índios caribenhos que tomava posse das suas ilhas para o rei da Espanha “y no me fué contradicho”, como ele mesmo escreveu depois. Argumentar que ninguém ali poderia contradizê-lo porque nenhum nativo tinha ideia do que ele estava dizendo seria apelar para o bom-senso, algo sem nenhuma majestade histórica. A conquista europeia da América deixou, entre outras, a tradição da lei como instrumento de enrolação.
Em toda a América persiste a mesma divisão entre brancos e índios dos tempos de Cortez e Montezuma. De vez em quando, um se recusa a ser embasbacado e tenta contradizer a hipocrisia reinante, mas nunca vai longe.
Os cristãos emergem na escrita de Nixey como um bando de talibãs fanáticos
A violência é a parteira da história. Essa ideia era comum entre intelectuais de esquerda no século 20. Hoje, a ideia é politicamente incorreta. A esquerda se fez vegana. A expressão Revolução Cultural chinesa era objeto de orgasmo para gente chique como Sartre e Beauvoir: a via maoísta.
A Revolução Cultural chinesa nos anos 1960 foi um massacre. Uso a expressão revolução cultural cristã aqui como analogia com a Revolução Cultural chinesa.
O cristianismo teve sua revolução cultural principalmente entre os séculos 4º e 6º d.C., após a conversão do imperador Constantino (272 d.C. – 337 d.C.). Foi violenta, sangrenta, boçal e eficaz, como a chinesa. Mas, enquanto pega bem louvar a chinesa, é chique, nos jantares inteligentes, xingar a cristã.
É justamente a revolução cultural cristã que a jornalista britânica Catherine Nixey narra no seu excelente livro “A Chegada das Trevas: Como os Cristãos Destruíram o Mundo Clássico” (pela editora portuguesa Desassossego).
A rigor não há nada de novo no que ele narra, para quem conhece um pouco do traçado, mas o livro tem inúmeros méritos: conciso, elegante, bom aparelho crítico com relação às fontes, oferecendo uma bela síntese do modo como muitos cristãos, entre eles os famosos monges do deserto, chamados por ela de “fedorentos”, destruíram templos, estátuas, pergaminhos (livros) e fontes essenciais do que era a cultura clássica.
Esses cristãos emergem na escrita de Nixey como um bando de talibãs fanáticos e bem distantes da ideia que se tem desses heróis do paliocristianismo. Nomes como João Crisóstomo, Santo Agostinho e Basílio Magno saem bem chamuscados depois das passagens em que ficam claras suas reservas para com a
cultura clássica.
Nixey reconhece que muito foi salvo graças a cristãos cultos, mas, como ela mesma repete, muito, muito, muito mais foi destruído graças às taras da maioria dos idiotas da fé. Filha de pais cristãos, Nixey está longe dos tiques nervosos do anticlericalismo típico de quem conhece pouco do cristianismo em geral.
O mundo clássico era belo, rico, produtivo e com tendências que chamaríamos, anacronicamente, de tolerante, em oposição ao cristianismo, que, com sua marca monoteísta e proselitista, varreu o mundo greco-romano com a sanha do Deus único.
Mas Nixey não é nenhuma idealista do mundo clássico. Por exemplo, sua descrição dos banhos romanos, objeto de ódio dos cristãos “puritanos”, não deixa dúvida: eram imundos, fedorentos, promíscuos. Sua água fedia e a chance de você pegar todo tipo de doença era enorme.
Todavia, a revolução cultural cristã, como a chinesa, devastou a herança clássica. Teríamos mais tesouros, além de Platão, Aristóteles, Sófocles, Marco Aurélio, Sêneca, entre outros, se esses malucos fanáticos não tivessem se posto a destruir as fontes. No que tange à beleza dos templos greco-romanos, a devastação foi monstruosa.
Um dos pontos mais fortes do livro está no desmonte da ideia de que os oficiais romanos eram, na sua maioria, uns tarados pelo sangue inocente cristão.
A análise dos autos em que oficiais romanos tentavam salvar cristãos fanáticos do martírio é excelente. Muito distante da falsa imagem que parte da história oficial do cristianismo e o cinema construíram, a maioria dos oficiais romanos era gente razoável que estava muito longe de querer “rolo” com um bando de fanáticos.
E aqui, vem, a meu ver, o coração da tese da autora. Descrevendo um desses oficiais romanos encarregados de lidar com a sanha fanática dos mártires malucos, Nixey diz algo assim: “Como membro da elite romana, e de toda elite, era um homem bem educado o bastante para não crer na religião, qualquer que fosse ela, mas, também, era bem formado o bastante para não desdenhar de nenhuma delas”.
Aqui reside toda a diferença de uma verdadeira atitude culta em relação às religiões: se, por um lado, a adesão a elas revela uma certa pobreza de espírito, o desprezo para com elas, revela uma certa pobreza de alma. Desdenhar das religiões é um atestado de fraqueza intelectual.
“A pior das loucuras é, sem dúvida, pretender ser sensato num mundo de loucos”. Essa colocação – sensata, inclusive – foi feita por Erasmo de Roterdã em seu célebre livro Elogio da Loucura.
Erasmo de Roterdã foi um filósofo e teólogo holandês de formação humanista que viveu na época do Renascimento. Era bastante respeitado pelos eclesiásticos e protestantes, mas profundamente odiado pelos cristãos, pelo fato de ter sido um crítico assíduo da Igreja Católica, instituição detentora de enorme influência política naquela época.
Filho de uma relação ilícita entre um padre e uma moça, Roterdã recebeu forte educação religiosa. Era inquieto e insatisfeito, de temperamento moderado. Falava sempre mais que o necessário, mas, socialmente, evitava ser o centro das atenções – apesar de ter sido conhecido por sua boa retórica e disposição para longevos diálogos.
Em 1484, aos 15 anos de idade, ele se tornou órfão. Seu pai e sua mãe morreram no mesmo ano, com intervalo de poucos meses um do outro.
No ano seguinte, começa a trabalhar como monge no convento de Steyn, não por vocação ou vontade, mas como única saída para um estudante sem dinheiro que deseja prosseguir seus estudos. Após sete anos encubado no convento, e tendo aprendido bastante sobre as práticas, doutrinas, preceitos e valores católicos, Roterdã se forma padre.
O holandês abraçou o sacerdócio, para abandoná-lo logo em seguida. Especializou-se no pensamento clássico e erudito. Viajou e ensinou em vários países como Inglaterra, Espanha e Bélgica.
Ao longo de sua carreira teológica e acadêmica, Roterdã imergiu em manuscritos escolásticos e católicos, o que fez surgir sua percepção crítica sobre as contradições da Igreja. Ele é uma figura importante para se entender as transformações pelas quais passou a fé religiosa da Idade Média à Renascença.
Roterdã não tinha pudores: costumava dizer tudo que lhe vinha à boca, pouco se preocupando com as consequências de suas palavras. Por esse hábito de ser autêntico, excêntrico e, por vezes, desagradável, foi menosprezado por muitos que o desveneravam, ainda que outros o amassem por essas mesmas características.
Como humanista, ele acreditava que a razão deveria estar a serviço do homem, e não o contrário. Criticava com ferocidade teólogos conservadores e alguns filósofos de sua época, alegando que seus raciocínios eram distorcidos, desprovidos de sentido, tendenciosos demais. Era totalmente contra aqueles que perpetuavam o pensamento das trevas e defendiam uma fé superficial e artificial.
Em vida, Roterdã escreveu pouco, mas suas palavras provocaram (e ainda provocam) considerável ressonância, principalmente entre os intelectuais e estudiosos de história e filosofia humanista.
Sua obra mais importante do ponto de vista teológico é Colóquios. Mas sua obra de maior impacto, que o popularizou, é Elogio da Loucura.Continue lendo →
ninguém conhece o teu calibre teu amigo mais Fidel em cuba libre a velha bazuca matou Somoza Stroessner não ficou triste Pinochet de dedo em riste Videla entrou de sola agora sou eu o dono da coca-cola três porções de Tupamaro azedo um Montonero ao óleo desde cedo misture bem com o MR 8 em fogo lento até virar biscoito bata sandinistas em ponto de neve ponha tampa e abafe de leve enfeite tudo com um filho o cão com os dentes no gatilho Roberto Prado e Antonio Thadeu Wojciechowski
TIRANDO O PAÍS, “Brasil acima de tudo” é a exata tradução de “Deutschland über alles”, o hino da Alemanha nazista. Na foto, o resgate da estética de Jair Bolsonaro, “o pau de arara” que ele promete aos ministros corruptos, não aos assessores corruptos de seus filhos mimados.
Santos-Dumont só viajava de navio, e JK detestava escutar o ‘Peixe Vivo’
Vêm me dizer que o bilionário Bill Gates, fundador da Microsoft, passa o dia lendo livros, jornais, documentos –não nos tablets e smartphones que fabrica, mas no arcaico e confiável papel. E que Mark Zuckerberg, criador do Facebook, também regula o tempo que suas filhas passam diante dos celulares–no máximo, uma ou duas horas por dia. Gates e Zuckerberg são sensatos. Evitam o veneno que servem ao resto do mundo.
Significa que nem sempre as pessoas se confundem com o que as tornou famosas. Santos-Dumont, por exemplo, não viajava de avião, só de navio. E olhe que, em 1932, quando ele morreu, a aviação comercial já operava com segurança. Há outros exemplos. A estrela Joan Crawford, herdeira da Pepsi-Cola, não bebia seu refrigerante. Preferia o Johnny Walker. E Garrincha, quase um sinônimo do futebol, não gostava de futebol. Pelo menos, não de assistir –só de jogar.
Frank Sinatra, o ouvido absoluto, a Voz, tinha um tímpano perfurado, provocado por um fórceps desajeitado em seu parto. As incontroláveis Mae West e Dercy Gonçalves, que levaram a vida falando duplos e triplos sentidos, tiveram vida sexual paupérrima –podem ter passado mais de meio século sem praticar. E Fred Astaire detestava os aparatos que compunham sua indumentária no cinema: o fraque, o colarinho tico-tico, a cartola. Na vida real, quando estreava um terno, rolava no chão para amassá-lo e fazê-lo parecer usado.
Juscelino Kubitschek não aguentava escutar o “Peixe Vivo” –aonde quer que fosse, logo aparecia uma banda para tocá-lo. Paulo Francis, tão exigente em literatura, balé e ópera, relaxava quando ia ao cinema –gostava mesmo era dos filmes de pirata e espadachim com Errol Flynn.
E quando os locutores gritam “festa na favela!” a cada gol do Flamengo, podiam gritar também “festa nas coberturas!” –porque o Flamengo impera igualmente nas coberturas do Leblon.
Nos EUA foram 118 hospitalizações em 50 estados, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças daquele país. Problemas respiratórios chegam a 2409 – e até agora foram registradas 52 mortes relacionadas aos cigarros eletrônicos.
Em Nova York foram banidos por três meses os que são vendidos com sabores. Há também acidentes com explosões das baterias destes dispositivos.
Essa é a nova onda que está no Brasil, paga fortunas por espaços publicitários, e tenta amealhar boa parte dos fumantes que estão tentando ficar longe do vício assassino do tabaco, alvo de todo tipo de campanha e leis por aqui, mas que continua dominando.
Não se tem notícia de nenhum movimento para tentar brecar a nova máquina de gerar doenças. Por quê?
A indústria milionária do tabagismo no Brasil deixou um legado de milhões de mortos e sequelados.
Os fumantes passivos são outra cifra oculta neste cenário devastador.
Isso tudo, sem qualquer responsabilização dos fabricantes por parte do Judiciário brasileiro, diferente dos países onde a Justiça funciona, que condenam as indústrias em pesadas indenizações a favor dos consumidores.
A ideia de que cada um é responsável pelos seus vícios é um engodo pois todos arcam com a previdência pública que atende as vítimas do tabagismo.
Responsabilizar os fabricantes seria o mínimo que o Direito poderia fazer, mas isto no Brasil, está longe de se tornar uma realidade.
Além de tudo isto, não são divulgadas amplamente as consequências que essas drogas e seus dispositivos eletrônicos causam aos usuários.
A literatura tem me servido de escape neste fim de ano esquisito
Órfã do caudaloso, mítico e aventureiro “Moby Dick”, passei em revista a fila de livros da cabeceira e me agarrei a “Essa Gente”, de Chico Buarque.
São duas obras incomparáveis, mas a mente não obedece a lógica. Não demorou, a amplidão de Melville se tornou espelho oposto do diário lacônico de Chico.
A literatura tem me servido de escape neste fim de ano esquisito, em que tudo o que reconheço como justo e relevante virou motivo de ataque e chacota da frente obscurantista terraplanista que ocupa o poder.
Herman Melville é um colosso de autor, capaz de conceber o “preferiria não” do magro Bartleby e, em “Moby Dick”, te transportar para o centro de um cardume de mais de cem baleias prenhas, a bordo dos botes de pescadores que ambicionam colher o espermacete que iluminará cidades e civilizações.
A liberdade com que esse monstro de escritor quebra com as regras do narrador, saltando da cabeça de Ishmael para a de Ahab, e delas para as de Starbuck, Pierce e Stubb, mareia o estupefato leitor. Isso quando não abandona de todo os heróis, para se dedicar ao estudo dos cetáceos e de suas representações iconográficas.
“Moby Dick” é um feito inalcançável, que nos afasta da mixórdia da atualidade. Santas letras. Inflamos as velas na direção oposta à de um milagre literário como esse e “Essa Gente” é prova disso.
Tudo o que em “Moby Dick” é farto, belo e poético, é escasso, miúdo e miserável na obra de Chico. A pequenez é tamanha que a própria trama não chega a se estruturar como narrativa. Feito de anotações esparsas e datas perdidas, “Essa Gente” é o diário fantasma de um moribundo pasmo.
O protagonista vive o estranhamento do que o cerca, dos condôminos que exigem que o porteiro abra a porta do elevador, enquanto aplaudem o homem que passeia pela rua armado de um três oitão.F
Foi-se a empatia. Não há mais saída para uma sociedade avessa à natureza, à educação e à cultura, e que vê no extermínio uma solução. Melhor o tiro na própria cabeça.
Acabei o livro tão colada no personagem que engatei outro diário, esse de viagem, de um homem que acreditava existir apenas um problema a ser encarado com seriedade: o do suicídio.
“O Viajante”, sobre o exaustivo périplo de Albert Camus pela América Latina, começa no tombadilho do navio, de onde o filósofo contempla o mar imenso que o separa de seu destino.
Ali, no vasto oceano extraordinariamente descrito pelo argelino, reencontrei a saudosa grandeza de Melville. Durou pouco. Logo, eu já me afogava em datas e anotações, que remetiam aos apontamentos de “Essa Gente”. Curiosa mescla.
Camus sente poucos lampejos de encantamento pelo Brasil, o clima lhe piora a saúde e a agenda é extenuante. Com exceção de Caymmi, Manuel Bandeira e Oswald de Andrade, o moço prefere a solidão de uma noite estrelada à companhia dos homens.
A edição termina com a transcrição das palestras que o filósofo ministrou para os sul-americanos. Nelas, Camus fala da geração à qual pertence, jovens niilistas do período entreguerras que viram a pintura abolir a figura; a literatura, a linearidade; a música, a melodia; e a filosofia, a verdade, em prol dos fenômenos.
E justo esses homens, ensinados a duvidar da pureza e acreditar que todos podiam ter razão, justo eles, acabaram obrigados a se engajar numa guerra. Quem não luta adota os valores do inimigo —e os de Hitler eram inaceitáveis.
Eu também cresci com a ideia de um mundo relativo, plural, e assim como os contemporâneos de Camus, me vejo assombrada pelo ressurgimento do nacionalismo totalitário e carola.
Quisera eu possuir o tesão anárquico para curtir o swing no sofá sifilítico do motel que só serve coca litro de Anderson França, mas não. Minha libido anda a zero. E leio para lembrar que a beleza existe e esquecer do pacto sinistro entre a eficiência econômica e a ignorância que hoje vigora.
Camus fala de ontem, mas parece o agora.
Na maior parte do mundo, o diálogo é substituído, hoje em dia, pela polêmica, a linguagem da eficácia. “O século 20 é, entre nós, o século da polêmica e do insulto. […] Mas qual é o mecanismo da polêmica? Ela consiste em considerar o adversário como inimigo. Em simplificá-lo, consequentemente, e em se recusar a vê-lo. […] Aquele que quer dominar é surdo. Diante dele, é preciso lutar ou morrer. Por isso os homens de hoje vivem no terror.”
Hora de encarar “Guerra e Paz”, seguido de “Rio em Schamas”.
DIZEM QUE ninguém é completamente bom, nem completamente mau. Ou seja, a maldade e a bondade têm suas pausas de descanso. Ainda não tenho motivos para acreditar, pelo menos em parte. Na parte do completamente mau. Acredito que quem é mau é mau o tempo todo, o tal escoteiro do mal, o sujeito com a necessidade vital de prejudicar alguém todos os dias.
JÁ O COMPLETAMENTE bom, também acredito, mas só em parte, na parte do completamente: o bom tem seus vacilos eventuais, em que fica meio bom, bonzinho, sem transitar para a fronteira do mau (ou do mal, se você, como todos os ‘normaus’, confunde adjetivo com advérbio). Jair Bolsonaro quase abalou minha convicção. Sempre o tive e ainda o tenho como completamente mau.
RESSALVO no presidente o lado bom com os filhos maus. Normal; em matéria de filhos ninguém é de ferro; filhos nos deixam cegos, surdos, mudos e imbecis. Dizia: nesta semana Bolsonaro quase me abalou quando colheu amostras do rosto para investigar câncer de pele. Abri exceção e olhei – como diria Mário Montanha Teixeira – detidamente para o rosto do presidente.
UM CHOQUE, meu rosto tem mais sinais de alerta para o câncer que o de Jair Bolsonaro. Também devo baixar dermatologista. Outro choque: o rosto de Bolsonaro está completamente bom e o meu completamente mal. Sim, ‘mal’ mesmo, coisas da flor do Lácio. Um detalhe: o presidente é bom de rosto e mau de alma. O pintado aqui é bom de alma e está mal de rosto. Ainda bem que câncer de pele tem cura.
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.
Funcional
Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos.O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.