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Jovens, por favor, transem

Se vocês não transarem antes do casamento, talvez não transem nunca mais!

Jovens deste Brasil, transai e gozai e não vos multiplicai. Usem camisinha, tomem pílula e transem. Amem, se apaixonem, namorem e transem. Sintam tesão e depois fiquem só amigos, mas transem. Daqui a 10 ou 15 ou 20 anos, se quiserem, tenham filhos, porque é um dos ápices da vida adulta, mas, por ora, foquem o grande ápice da juventude e transem!

Deixem-me alertá-los: a melhor fase da vida é quando as costas não doem constantemente apesar de tantos tratamentos e médicos, os joelhos ainda não estalam (e o barulhinho começa a ficar viciante, porque a gente vicia em cada merda), a neurose está diluída em hormônios, a enxaqueca não funciona como o apito de uma panela de pressão avisando que é hora de parar de pensar em problemas e os antidepressivos ainda não aleijaram nossa excitação. Por favor, jovens, não escutem a tia Damares e transem muito.

O que a ministra do velório libidinal não conta a vocês é que a abstinência acontece, sem nenhum esforço por parte dos envolvidos, DEPOIS do casamento. Então, jovens, se vocês não transarem ANTES do casamento, talvez vocês não transem nunca mais!

No escuro da noite, quando as crianças não choram por tudo, os maridos finalmente tiraram o fone de ouvido que usam o dia inteiro, as mães não destroem nossa autoconfiança, os colegas de trabalho finalmente pararam de mandar mensagens, a única coisa que movimenta (em um contido sorriso) meu bigode chinês com preenchimento é lembrar que eu já fui um ser muito transante. Eu já fui jovem e, por Deus, passei o rodo nesse país outrora divertido.

Um dia revelarei aos meus netos: “Vovó aprontava altas!”. E eles, que se tudo der certo serão livres e felizes e terão pais progressistas e estudarão em escolas progressistas e terão psicanalistas freudianos ou lacanianos progressistas, dirão, desapontados: “Não deveria ter parado jamais!”.

Eu tenho saudade da escada do prédio da minha mãe. Eu tenho saudade das escadas dos prédios das agências de publicidade onde trabalhei. Eu tenho saudade das escadas das festas que eu frequentava.

Hoje em dia eu tenho preguiça até de conversar em pé, que dirá namorar. Eu olho uma escada já me cai a pressão. Não fosse o elevador, eu moraria para sempre no primeiro andar da minha analista.

Um dia eu e meu marido voltaremos a transar, porque os 40 são os novos 38. A esperança é que seja um com o outro. Rimou! Um dia eu vou estar menos cansada, menos medicada e menos chateada. Rimou! Em vez de rimar, eu preferiria transar. Rimou de novo ! Percebam: uma hora nossa mente começa a funcionar para versificar os dias e a casa. Tudo em caixinhas musicais, porque fica mais fácil terminar o dia.

Saudade de perder madrugadas amando, de desaguar rios de lágrimas porque o amor acaba, de começar tudo de novo porque ainda dá tempo.

Jovens, por favor, transem; e ao transar, por favor, se cuidem. Cuidem-se para não pegar doenças, cuidem-se para não engravidar antes da hora e cuidem um do outro. Depois votem direito, votem em um governo que trate de vocês como humanos e não como robôs ou rebanhos ignorantes e assexuados. E transem, por favor. Transem por mim, pela Damares, por seus avós e, sobretudo, por este país.

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Já nas bancas!

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Haicara

Kenard Kruel Fagundes.  © Vera Solda

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A ministrocracia brasileira

Os poderes executivo e Legislativo são eleitos e, por meio de procedimentos, instalam discussões de projetos de leis que, ao final são regularmente promulgados e entram em vigência. Eles foram eleitos e representam mais de 210 milhões de brasileiros.

Por meio de um despacho, um ministro do Supremo Tribunal Federal, suspende a lei federal ou até emenda à Constituição. Ele representa sozinho o saber jurídico de mais de 210 milhões de brasileiros.

Na Constituição temos o art. 97 que prevê que somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

No art. 102, inciso I, alínea p, está prevista a competência do Supremo Tribunal Federal, que deveria zelar pela Constituição, cabendo-lhe processar e julgar, originariamente, ação direta de inconstitucionalidade ou declaratória de inconstitucionalidade – e julgar pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade.

Não há nenhum dispositivo constitucional que preveja o poder de cautela de um ministro sozinho para suspender leis inconstitucionais. A Constituição é explícita em afirmar que aquela Corte é o  Supremo Tribunal Federal, entenda-se o colegiado.

As leis ordinárias 9.868/1999 e 9.882/1999 que asseguram este poder, antes confirmado pela jurisprudência do próprio Supremo.

O Projeto de Lei 7.104/2017 propõe restringir este descomunal poder solitário, que acontece sem consulta ao pleno e sem o quórum da maioria absoluta de seus membros.

Há também projetos de Emendas Constitucionais (16 e 77/2019) que preveem mandado a prazo certo, contenção do poder liminar dos ministros e fixam o limite de 70 anos para aposentadoria compulsória dos seus membros.

No caso de o Supremo rejeitar uma emenda à Constituição,ou uma lei, por entendê-las inconstitucionais, podemos ter um mecanismo de disparo de referendo popular, por meio do Congresso Nacional, mediante determinada maioria qualificada ou não dos membros.

Assim, o Congresso poderia desafiar determinadas decisões daquela Corte e remetê-las ao referendo popular, revertendo-as.

Fala-se no poder contra-majoritário do STF, no sentido de que maioria temporárias poderiam subverter valores constitucionais. Mas… e a democracia, onde fica?

Várias pesquisas no mundo confirmam que os juízes com fome tendem a condenar os acusados – e após as suas lautas refeições tendem a absolve-los.

Estamos, portanto, sob o manto da sorte da alimentação dos ministros que fizeram, recentemente, uma licitação para compra de comidas requintadas e bebidas premiadas para eles próprios e seus comensais.

É o momento de se discutir a imposição da colegialidade no Supremo Tribunal Federal e reduzir este superpoder monocrático dos seus ministros, sob pena de abalo à frágil democracia brasileira, ainda em construção.

Uma decisão que afaste a constitucionalidade das leis deve ser exclusivamente colegiada e com quórum da maioria absoluta de seus integrantes, assegurando-se a colegialidade da Corte Constitucional.

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Van Gogh era feito de cores e paisagens

Era começo de agosto de 1888. Van Gogh vagando nada vagabundo no Midi. “Também vi um estábulo com quatro vacas café-com-leite e um bezerro da mesma cor; o estábulo branco-azul forrado de teias de aranha, as vacas muito limpas e muito bonitas, um grande cortinado verde contra a poeira e as moscas na porta de entrada. Cinza também, cinza-Velásquez!

Era tão calmo – este café-com-leite e havana da pelagem das vacas com o suave branco-cinza azulado das paredes, o tapete verde-amarelo cintilante do exterior ensolarado fazendo-lhe uma oposição deslumbrante. (…) Vi de novo uma coisa muito calma e muito bonita outro dia, uma jovem moça de tez café-com-leite – se bem me lembro –, cabelos cinzentos, olhos cinzas, corpete de índia rosa-pálido, sob o qual se viam dois seios erguidos, duros e pequenos. Isso contra o verdor esmeralda das figueiras. Uma mulher bem rústica, grande ar virginal. Não é totalmente impossível que eu a faça posar ao ar livre, assim como sua mãe – jardineira – cor de terra, que estava então de amarelo fosco e azul desbotado. A tez café-com-leite da mocinha era mais escura que o rosa do corpete.

A mãe estava surpreendente, sua figura amarelo fosco e azul desbotado se destacava em pleno sol contra um canteiro de flores resplandecentes, branco-neve e limão. Portanto, um puro Vermeer de Delft. Não é nada feio o Midi.” O sol caiu, a noite veio, desaprendemos a natureza, as cores, a vida em foco nas coisas simples e repousantes. Van Gogh olha pra trás, nos vê vagando vagabundos desbotados contra o céu cinza, e ri seu riso amarelo-sol radiante.

Rui Werneck de Capistrano é autor de Nem Bobo Nem Nada

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Anna Friel. © Taxidriver

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Pátria amada

Será suficiente lavar com sabão a bandeira no vídeo de Roberto Alvim?

Sou despertado todos os dias pelo rádio de cabeceira. Os locutores têm fixação por engarrafamentos, as vinhetas musicais são longas e repetitivas e o Brasil parece sempre pior do que na véspera. É bastante para fazer o cidadão pular da cama e ir à vida, em vez de tentar mais dez minutos de cochilo. E, mesmo que não fosse, há os anúncios da propaganda oficial com as façanhas dos ministérios, todos terminando com a assinatura: “Ministério tal. Governo Federal. Pátria amada, Brasil”.

É de embrulhar os mais rijos estômagos, tão desprevenidos de manhã. A mim, soam particularmente ofensivos, porque não gosto que me pespeguem a pátria amada sem minha autorização. Não por ter algo contra a dita pátria —perdi a conta das vezes em que, nos anos 60, saí às ruas do Rio por ela, levei borrachadas no lombo e passei algumas horas numa cela da rua da Relação. É que não sei se estamos falando da mesma pátria. Se for a atual, dedicada a destruir a educação, o ambiente, as relações exteriores, os direitos humanos e a cultura, pode ser a mesma, mas não será amada.

Roberto Alvim, o Goebbels de galinheiro, tinha uma bandeira do Brasil ao seu lado no vídeo em que pregou uma “nova arte nacional”, “heroica” e sujeita ao seu diktat de, então, secretário da Cultura de Bolsonaro. O que farão com aquela bandeira tão ultrajada? Será suficiente lavá-la, esfregá-la com sabão? E quem garante que ela não será levada a enfeitar o gabinete de Regina Duarte, substituta de Alvim e, com certeza, herdeira das políticas de seu antecessor para a pasta?

O problema não está nos símbolos, mas em quem os encarna. Minha geração, que chegou à maioridade por volta de 1964, desenvolveu alergia ao Hino Nacional de tanto ouvi-lo como prefixo daqueles homens sombrios, fardados e de óculos escuros.

Eles também quiseram nos impor uma pátria amada. E custou, mas a pátria decidiu diferente.

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Dante Mantovanni. © Eliseu Carvalho

A exoneração de Roberto Alvim da Secretaria Especial da Cultura, após o vídeo no qual parafraseou o ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels, continua tendo repercussão internacional. O jornal Le Monde de refere-se a Alvim como um “Goebbolsonarista”, e ainda diz que ele não é o único personagem controvertido, para não dizer “iluminado”, a ocupar cargos de alto escalão na área da cultura no governo de Jair Bolsonaro.

“Muita gente suspeitava que o governo de extrema-direita brasileiro tinha simpatia pelo 3° Reich e, agora, tiveram a prova”, escreve o jornal francês. Le Monde aponta outros colaboradores de Bolsonaro dispostos a criar “uma máquina de guerra cultural”, copiada da propaganda nazista, para agradar o chefe.

À frente da Biblioteca Nacional, Rafael Nogueira, “monarquista convicto”, é um deles, cita o Le Monde, lembrando que este olavista disse que Caetano Veloso era reponsável pelo analfabetismo no Brasil. “Mais doido ainda: o novo presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), o maestro Dante Mantovani, acredita que “o rock ativa drogas, sexo, aborto e satanismo”, relata o respeitado jornal francês. Mantovani também propaga que a Terra é plana.

Segundo o texto do correspondente Bruno Meyerfeld, o vídeo de Alvim não se contenta em tomar emprestado a verve de Joseph Goebbels, mas também copia a aparência física e o tom grandiloquente do nazista, ao pedir o surgimento de “formas estéticas poderosas, favorecidas pelas virtudes da fé, da lealdade, do autossacrifício e da luta contra o mal” em seu vídeo, agora retirado da internet. “A ópera Lohengrin, de Richard Wagner, apreciada por Adolf Hitler, dissipa as últimas dúvidas sobre as fontes de inspiração do orador”, destaca.

Le Monde reporta que o vídeo gerou intensos protestos. O jornal reproduz a nota da Confederação Israelita do Brasil (Conib): “Imitar a visão [de Goebbels] é um sinal assustador […] Essa pessoa não pode controlar a cultura do nosso país”, condenou a entidade. Acrescenta que autoridades religiosas, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e a embaixada de Israel também se manifestaram horrorizadas.

Sem dúvida, Bolsonaro reagiu para não perder o apoio de seu “amigo” Benjamin Netanyahu, avalia o vespertino francês. O chefe de Estado brasileiro afirmou sua “rejeição a ideologias totalitárias e genocidas” e seu “apoio total e irrestrito à comunidade judaica ”.

Mas, para um governo que ainda tem um Rafael Nogueira e um Dante Mantovanià frente de instituições culturais, o risco de novos deslizes não acabou.

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© Orlando Pedroso

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Poluicéia Desvairada!

Em frente à Galeria do Rock, centrão da cidade.  © Lee Swain

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César Marchesini

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Terry Jones, do Monty Python, morre aos 77 anos devido a demência rara

Jones dirigiu alguns dos filmes do grupo britânico, como ‘A Vida de Brian’, de 1979, e ‘O Sentido da Vida’, de 1983

Terry Jones, um dos integrantes do grupo Monty Python, morreu aos 77 anos, nesta terça-feira (21), devido a uma forma rara de demência. A morte foi informada pela família em um comunicado. 

“Terry morreu na noite de 21 de janeiro de 2020 aos 77 anos de idade, com sua mulher, Anna Soderstrom, ao seu lado, depois de uma batalha longa, extremamente corajosa, mas sempre bem-humorada, com uma forma rara de demência, a FTD”, informaram.

O comediante sofria de uma progressiva afasia, doença que leva à perda da fala. Antes de adquiri-la, Jones dirigiu alguns dos filmes do grupo britânico, como “A Vida de Brian”, de 1979, e “O Sentido da Vida”, de 1983.

Em 2016, um porta-voz do ator declarou que Jones sofre de uma variante de demência que afeta sua comunicação e, por isso, não daria mais entrevistas. A notícia veio após o prêmio Bafta anunciar que Terry Jones ganharia um troféu especial por sua contribuição à televisão e ao cinema.

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Rafael

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A lista do material escolar e o exemplo de Santa Catarina

O Procon de Santa Catarina estabeleceu multas de R$400,00 a R$ 6 milhões em caso de exigências irregulares de materiais escolares aos alunos.

Não pode ser exigido que o material escolar seja novo, pois é possível reaproveitar pastas plásticas, entre outros materiais.

Não pode ser exigido material de uso coletivo ou pagamento adicional para isto, tais como: papel higiênico, toalha de mão, lenço de papel, sabonete, creme dental (a menos que volte diariamente na mochila), produto de limpeza, sacos plásticos, papel-ofício, álcool, fita adesiva e cartolina. Salvo se estiver previsto no plano de atividade didático-pedagógico do aluno, com possibilidade de consulta dos responsáveis e pedido em quantidade específica e razoável. O aluno não deve arcar pelo material para uso coletivo da escola.

Não pode cobrar a taxa de material escolar ou obrigar que o material seja comprado no próprio estabelecimento escolar ou loja específica indicada, que configuram procedimentos abusivos pois impedem o direito de escolha e a pesquisa de preços por parte dos pais.

Segundo a lei catarinense (6.586/84) é proibido indicar a marca ou as lojas específicas para compra (NSC Total).

Estas proibições em defesa dos consumidores são válidas em outros estados, mesmo que não haja acordo específico com o Procon estadual. Neste caso, o consumidor está mais vulnerável pois agirá sozinho em face do estabelecimento escolar.

Deve-se verificar se o Procon do estado possui alguma medida que imponha multas ou sanções para proibir tais medidas abusivas contra os consumidores pais de alunos.

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