Nos anos 1980, peguei uma mania, desenhar com a caneta “Fine Line”, ponta porosa – ultra fina, em pequenos espaços de 8, x 8,cm. O tamanho maior não ultrapassava os 12, x 12, cm. Em seguida, ampliava (estourando) a imagem para que as rebarbas do traço no papel ganhasse volume e beleza. Esta aí, por exemplo, é uma das ilustrações daquela fase e foi utilizada no Diário do Paraná. Original de 7,5 x 12, cm. Além de dar uma graninha, deu prêmio no “Illustrators Annual ’23” da Society of Illustrators ( New York ). É mole?
No Paraná são 100 mil e no Brasil são cerca de 2 milhões de proprietários que tem o direito à devolução do valor pago a maior do Dpvat de 2020.Os motoristas pagaram o seguro obrigatório antes da decisão do STF que reduziu a cobrança. Com a medida, proprietários de moto pagarão R$ 12,30, ao invés dos R$ 84,58 cobrados até o dia 08 de janeiro. Para carros de passeio, o Dpvat caiu de R$ 16,21 para R$ 5,23 (NSC Total).
O pedido de devolução pode ser feito a partir de quarta-feira, dia 15 de janeiro, no site seguradoralider.com.br . O proprietário deverá informar CPF ou CNPJ, Renavam, e-mail e telefone para contato, a data em que foi feito o pagamento, o valor pago, banco e agência da conta-corrente ou poupança.
Juridicamente, o mais correto seria o próprio consórcio de seguradoras notificar os proprietários para lhes devolver o valor pago a maior.
Há alguns anos havia a discussão sobre os valores baixíssimos das indenizações do Dpvat, os autores, pessoas acidentadas, inválidas e sequeladas tinham ganho de causa nas ações da diferença entre o valor oferecido pelo Dpvat e o que realmente tinham direito. Contudo, uma decisão de tribunal superior reverteu as indenizações, fazendo com que milhares de contribuintes ficassem desamparados e em benefício das seguradoras.
Recente fiscalização do Tribunal de Contas da União gerou uma economia superior a R$13,5 bilhões. O relatório de monitoramento constatou despesas administrativas irregulares, acordos judiciais antieconômicos, dentre outras irregularidades e, principalmente, o elevado lucro das seguradoras (Ac. 1801/2019 – Pleno TCU).
“O filme é corajoso, por mostrar o jogo sujo que resultou no meu afastamento do poder e como a mídia venal, a elite política e econômica brasileira atentaram contra a democracia no país, resultando na ascensão de um candidato da extrema-direita em 2018”.
NOTA DE DILMA ROUSSEFF sobre a indicação do Democracia em Vertigem, de Petra Costa, ao Oscar de melhor documentário de 2020. Se o júri do Oscar levar em consideração forma e conteúdo da nota de Dilma ainda desqualifica o documentário. Jair Bolsonaro também comentou. Com os intestinos.
A ex-presidente continua de mal com a lógica e o raciocínio minimamente ordenado. Vamos lá. Dizer que o filme é corajoso … Por favor, o filme pode ser bom, didático, contundente, nunca corajoso, porque corajoso é aquele ou aquilo que enfrenta algo mais forte. O filme foi produzido num país – ainda – democrático.
Jogo sujo. Desculpa do perdedor que fez gol contra. Se alguém tem responsabilidade no impeachment de Dilma é a própria Dilma, pela arrogância, inépcia, tolerância com a corrupção de seu partido e dos financiadores de seu partido. Em especial de seu criador, Lula, hoje um mártir auto-proclamado.
Mídia venal? Qual, quem pagava essa mídia? Venal é o que se vende, portanto o que se compra. E os jornais, revistas, blogues financiados pelo governo Dilma eram puros, vestais, santos imantados pela sacralidade das boas intenções do PT? Em tempos de burrice bolsonara, Dilma passaria por inteligente calando a boca.
Elite política, elite econômica brasileira. Qual elite, amor? O PT era e é elite, tem bancada grande, senadores e governadores. A outra elite política faz parte do jogo democrático da alteridade. Menos em Cuba e na Venezuela da paixão dílmica. Os empreiteiros salteadores da Petrobras e do BNDES são a elite da elite econômica.
Atentado contra “a democracia no país”. Meu Deus, nem Gleisi Hoffmann, nem a finada Ideli Salvatti falariam assim. Se o impeachment se deu no Brasil, contra a presidente do Brasil, o atentado atingiu a democracia. Ponto final. Não houve impeachment contra a democracia no Paraguai ou na Venezuela.
Por último, mas nem por isso menos imbecil, tudo isso resultou na eleição de um “candidato da extrema direita em 2018”. Teve outra eleição fraudada antes de 2018 que prejudicasse Dilma? O povo que elegeu Dilma duas vezes e Lula outras duas é tão cretino que elege depois o “candidato da extrema-direita”?
Arquitetos e urbanistas que fizeram intervenções em Curitiba, jamais poderiam imaginar que a paisagem histórica hibernada – seu casario tombado – ficasse sob ameaça clara e contundente de transformar-se, lenta e progressivamente, num cracódromo; e a sua Ópera de Arame numa casamata institucional de um legislativo distanciado do povo. Já por duas vezes – uma substituindo a Câmara Municipal e outra, mais recente, o Legislativo estadual – operou como um refúgio para isolar-se das pressões populares em torno da reforma previdenciária.
Nos dois casos alegava-se que a presença de manifestantes impedia o livre curso das deliberações, já que sindicalistas haviam invadido suas instalações e praticado depredações. O fato é que não houve aquele mínimo de abertura para debates com as corporações interessadas e tudo permaneceu como se vivêssemos numa ordem tecnocrática.
E havia muita coisa a discutir, como a alteração previdenciária de 2015 que redundou num massacre em pleno Centro Cívico que feriu mais de duzentas pessoas e se consumou numa perda anual de R$ 2 bi do capital da Paranaprevidência, para desafogar dispêndios do Tesouro estadual com servidores aposentados, algo que mexia com o horizonte atuarial do fundo de pensão. Houve agora, justamente por parte do líder oposicionista, Tadeu Veneri, esse enfoque sobre a questão atuarial.
A pressa em mostrar serviço ao governo central com a aprovação da matéria ainda este ano, mostrou que atos institucionais nada têm de incomuns em nossas práticas, ainda que o funcionalismo do Executivo, que não tem reajustes há três anos, perca mais 3% com o aumento da contribuição previdenciária de 11% para 14%.
Emerge disso tudo, como um símbolo forte de estranha democracia sem povo, essa metamorfose da Ópera de Arame, agora devidamente farpado e com saturante cerco de policiais militares para impedir a presença incômoda de pessoas interessadas no debate da matéria. Tudo como na operação de guerra de quatro anos passados, para evidenciar que atos institucionais tem variações surpreendentes, inclusive, com a presença dos legisladores, o que não lhe retira o traço forte do autoritarismo expresso no arame farpado, próprio das guerras de trincheiras.
Um vinil se lava na pia, com água, flanela e sabão, e põe-se para secar no escorredor
Um jovem me parou na rua para dizer que, ao ler um artigo meu sobre os gloriosos LPs —extintos nos anos 90, ressuscitados c. 2010 e hoje chamados de vinis—, comprara um toca-discos de segunda mão e uma pilha de discos também usados. Mas, como o aparelho viera sem instruções, não sabia como fazê-lo funcionar.
Passei-lhe o básico. O disco —um objeto flexível, preto, com um buraco no meio, com som gravado nos dois lados— deve ser colocado sobre o prato giratório, este acionado por um botão ou por condução manual do braço até a borda do disco. O braço é aquela haste contendo em sua cabeça uma agulha de diamante, que viaja pelos sulcos do disco, captando os sinais gravados e convertendo-os no som que sai pelas caixas. Ao fim do disco, é só virá-lo e repetir o processo. Cada lado pode conter até 23 minutos de som, geralmente seis músicas. Eu me referia, claro, ao LP “normal”, de 12 polegadas de diâmetro e girando à velocidade de 33 r.p.m.
Ele me disse que comprara também disquinhos menores. Expliquei-lhe que eram os chamados compactos, que também rodam a 33 r.p.m. e, no caso dos que vêm com um grande buraco no meio, a 45 r.p.m. —buraco este a ser preenchido por um adaptador que costuma vir nos toca-discos. Podia parecer complexo, mas era bem simples.
O garoto me disse que os discos estavam muito sujos de poeira e de marcas de dedos. Devia limpá-los? Respondi que sim e revelei-lhe que o truque estava em levá-los à torneira, esfregá-los com flanela, água fria e sabão de coco, enxaguá-los e pô-los para secar no escorredor. Mas, se ele estivesse com pressa de ouvir um deles, poderia tocá-lo molhado mesmo. A agulha nadaria de braçada entre os sulcos e, pela falta de estática, produziria um som brilhante, gordo, generoso, de encher o ambiente.
Ele me ouvia estupefato. E, ao me ouvir falando aquilo, até eu me sentia estupefato.
Dirigida pela cineasta mineira Petra Costa, a produção da Netflix acompanha o impeachment de Dilma Rousseff a partir de uma visão particular da diretora. A estatueta será entregue em cerimônia no dia 9 de fevereiro.
O longa chegou à plataforma de streaming em junho. Nos Estados Unidos, o filme também foi exibido em salas de cinema, requisito para concorrer ao Oscar.
Os outros documentários indicados são o americano “American Factory”, a coprodução entre Irlanda e Tailândia “The Cave”, o macedônio “Honeyland”, também indicado a filme internacional, e a coprodução entre Reino Unido e Síria “For Sama”.
A nomeação acontece depois de a aposta brasileira para o Oscar de melhor filme internacional, “A Vida Invisível”, ter sido deixada de fora da pré-lista de indicados.
Outro dia, num artigo, reproduzi uma frase do sociólogo Ulrich Beck em que ele afirma que as coisas estão mudando tão rápida e amplamente que as pessoas têm a impressão de que o mundo ficou maluco.
Pois acrescento outra impressão inquietante: a de que o mundo está pegando fogo. Com causas e consequências diferentes, três grandes incêndios assustaram o planeta: Amazônia, Califórnia e Austrália.
O grande incêndio da Austrália foi mal compreendido pelo governo brasileiro, que provocou as ONGS e artistas: por que não se manifestam?
Ilusão. No momento em que escrevo, de Pink a Elton John, os artistas já doaram US$15 milhões aos bombeiros de South Wales e Victoria, as regiões mais atingidas pelo fogo.
“Imprecionante”, como diria o ministro Weintraub. Acontece que a reação do governo australiano foi parecida com a do brasileiro, ao afirmar que eram incêndios frequentes e regulares nas regiões atingidas.
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, interrompeu suas férias no Havaí, mas ainda assim foi severamente criticado nas regiões devastadas.
Seu governo não se prepara para as consequências do aquecimento global. A própria oposição está de mãos atadas porque as forças políticas dependem das forças que produzem carvão e gás. Para completar a visão do sistema, a mídia, dominada por Rupert Murdoch, tende também à negação das importantes mudanças climáticas.
Alguns cientistas impressionados com o processo acham que entramos na era do fogo, a qual chamam de Piroceno.
Acontece que não estamos apenas sob impacto de grandes incêndios, mas de eventos extremos, tempestades, furacões, secas prolongadas.
Isso acontece num mundo que reage à tese do aquecimento global, e às conquistas da ciência de um modo geral. É uma tendência ampla que não se limita a negar o aquecimento, mas se estende ao movimento antivacinação e, na sua face mais radical, chega ao terraplanismo.
Não há o que fazer, exceto seguir argumentando pacientemente. Mas talvez fosse necessária uma inflexão tática.
Ao invés de convencer sobre o aquecimento global, centrar a discussão nos eventos extremos que se sucedem.
Mesmo quem não acredita em aquecimento global pode ser convencido de que os desastres naturais são cada vez mais frequentes e é preciso uma séria preparação em escala nacional.
Isso não tem nada a ver com esquerda ou direita, muito menos é uma doutrinação do marxismo internacional.
Talvez seja possível obter dessa corrente de céticos, e até adversários da ciência, algum tipo de compromisso sobre o fortalecimento de uma Defesa Civil nacional.
Embora os dirigentes atuais sejam muito decididos a combater a ideia de aquecimento ou mudanças climáticas, um certo pragmatismo tem chance no Brasil, independentemente da posição deles.
Tive a impressão de que, depois das grandes inundações em Blumenau, a Defesa Civil de Santa Catarina se organizou melhor e se tornou uma das mais eficazes do país.
Os bombeiros de Minas Gerais, depois de tantos desastres com barragens, transformaram-se, por sua vez, numa referência internacional nesse tipo de intervenção.
Num mundo que parece maluco e prestes a se consumir em chamas, é muito difícil convencer com grandes ideias, embora os governos não param de se reunir para debater o tema.
O desenvolvimento de uma sólida e bem equipada Defesa Civil pode ser um objetivo alcançável, se houver uma concentração de forças nessa tarefa, aparentemente, modesta.
O interessante é que isto diz respeito apenas parcialmente ao governo e ao Parlamento. É essencial preparar a sociedade em todos os níveis. Não alcançaremos o rigor e a disciplina dos japoneses.
Mas também não somos os vira-latas que os pessimistas acreditam que somos. Há experiências pontuais de comunidades de risco que já sabem quem precisa de ajuda na hora crítica, onde estão guardados os barcos, para onde fugir quando necessário.
Enfim, a sensação que tenho é que, se baixarmos a bola, temos mais chance de chegar ao gol, apesar das exasperantes dificuldades da partida.
Mas, se tivéssemos tido a intuição de criar realmente um grande front pelo saneamento básico, o atraso não seria tão pesado como é hoje.
Não trabalho com a tese de uma coisa ou outra. Apenas acho que é preciso definir o possível e o necessário em cada momento e não se perder apenas nas belas ideias gerais.
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