Zé da Silva

Cinco anos depois, a terapeuta revelou a essência. Fala-se tudo, as voltas são enormes, mas sempre se chega ao ponto de partida: pai e mãe. Depois é você o pai ou a mãe – e não entende porque os filhos estão do outro lado. Olho a fotografia dos meus. Estão aqui ao lado. Me protegem. A imagem é o segredo do segredo, como bem definiu Diane Arbus, ela que só fotografava aberrações. Somos nós? Eram eles?

Como saber se moramos em selvas de pedra e constantemente bombardeados pelo napalm das notícias ininterruptas? Olha lá aquele craquelento esfaqueando a outra drogada porque ela não pagou os reais das pedras! Alguém quer ver em câmera lenta? Acendo a vela de 7 dias que ilumina Fátima, Aparecida, Espírito Santo e Xangô.

É preciso – para não enlouquecer de vez. Ao me deitar sempre coloco o pé direito em cima da canela esquerda. À mesa aliso a nuca com a mão direita. Eu sou meu pai. Minha mãe foi a que despertou a usina de pensamentos rápidos. Agradeço e afio a navalha.

Publicado em Roberto José da Silva - Blog do Zé Beto | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Faça propaganda e não reclame

Publicado em Faça propaganda e não reclame! | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

O circo foi à falência quando o anão começou a crescer…

Publicado em Geral | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

A ditadura militar em novo trabalho de André Diniz

Já lhes falei de André Diniz, um arioca criado em Santa Tereza e uma das melhores revelações dos quadrinhos nacionais nos últimos tempos. Tem estilo próprio, ainda que influenciado por Flávio Colin, um dos maiores nomes dos gibis brasileiros, e sabe como poucos conduzir a sua mensagem. Juntos, fizeram “Fawcett”. Mas André conseguiu dar à sua arte características pessoais marcantes, únicas no universo nacional (e quiçá internacional).

É igualmente nítida a preferência de Diniz pela cultura afro-brasileira e a opção pelo traço artístico africano: “A História do Homem mais Velho do Mundo” (Galera, 2008), “Chico Rei” (Franco Editora, 2009), “A Cachoeira de Paulo Afonso” (adaptado do poema de Castro Alves – Editora Pallas, 2011), “Morro da Favela” (Leya/Barba Negra, 2011), “O Negrinho do Pastoreio” (Ygarapé, 2012) e “Mwindo” (Galera, 2012).

Em 2016, André Diniz resolveu romper as fronteiras do Brasil. Mudou-se com tintas e pincéis para Portugal. Não demorou muito para que um de seus mais aplaudidos trabalhos, “Morro de Favela”, fosse publicado também em Portugal, Inglaterra e França. Em seguida, a edição chegou à Polônia, através da editora Wydawnictwo Mendioca, com o título de “Favela W Dadzre” e uma novidade: um acréscimo de 12 páginas na história do fotógrafo Maurício Hora, morador do Morro da Providência, a partir do final da edição original.

Em 2017, André concluiu a adaptação do romance “O Idiota”, do escritor russo Fiódor Dostoiévski, publicado em 1869. Lançada em Portugal, a versão quadrinizada chegou ao Brasil pela Quadrinhos na Cia, selo editorial dedicado aos gibis da Companhia das Letras. Um trabalho em preto e branco, com um mínimo de palavras, que procura manter o máximo de fidelidade aos abismos interiores e os horrores metafísicos de Dostoiévski, mas ao estilo Diniz.

Agora, o ótimo André está lançando novo trabalho: “Entre Cegos e Invisíveis” (128 páginas, R$ 42), em pré-venda na loja da editora Café Especial.

A ação se passa no Brasil de 1971, tendo a ditadura militar como pano de fundo. O herói morreu. O funeral esteve apinhado de gente, pessoas que foram prestar a última homenagem ao falecido, general Gilberto Couto. Entre os presentes, no entanto, estavam Jonas e Leona, que o militar nunca reconheceu publicamente como filhos, já que eram uma nódoa no seu passado impoluto.

A história é contada pela perspectiva desses filhos, que cresceram sem a presença do pai e começa no regresso do funeral. Como ilegítimos, eles são ignorados pelos familiares e amigos do grande herói. Afinal, a moral ali se baseia nas aparências tradicionais da família.

Mas é época da super-lua e Jonas e Leona são atraídos pelo fenômeno. Junto deles estão a mulher de Jonas e um estrangeiro, de quem não se entende uma palavra sequer. Aí ocorre um incidente, após o que, a verdade de cada um vai se revelando e novas feridas são abertas. Em destaque, o abandono, dores e rancores.

Anteriormente, André Diniz já havia tocado no tema da ditadura militar brasileira, na série “Subversivos”, datada de 1999.

“Entre cegos e invisíveis” foi lançado originalmente em maio deste ano pela portuguesa Editora Polvo, durante o 15º Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja. No Brasil, editada pelo selo da Café Especial, a obra fará parte do evento Butantã Gibi Com, marcado para domingo 1º de dezembro, das 09 às 20h, na Casa de Cultura de Butantã, na capital paulista.

Para quem não sabe, a ideia do Butantã Gibicon partiu do colecionador de quadrinhos Sandro Merg Vaz, com o propósito de apoiar projetos de financiamento coletivo e estimular a produção e o desenvolvimento de novos talentos artísticos nacionais. O objetivo de Sandro, sem fins lucrativos, é atrair pessoas para espaços públicos de cultura, fora dos circuitos tradicionais da cidade de São Paulo.

Publicado em Célio Heitor Gumarães - Blog do Zé Beto | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Livro Histórias de um Guarani

Esta obra organizada pelo Coletivo de Estudos e Ações Indígenas (CEAI) apresenta 18 contos de autoria de Nelson Florentino, indígena Guarani natural da Terra Indígena de Rio das Cobras – PR. Cada história possui sua própria ilustração e, além do texto em Guarani, também há a tradução para o português e espanhol.

O objetivo principal da Vakinha é arrecadar o valor necessário para a impressão e distribuição do livro nas escolas indígenas Guarani do estado do Paraná, colaborando para a educação de crianças e jovens destas comunidades.

Todos os colaboradores da Vakinha terão seus nomes adicionados à versão ebook do material e receberão uma cópia digital do livro via e-mail.

Colabore com esta iniciativa e ajude a valorizar as línguas dos povos originários e a educação indígena brasileira!

O que é o CEAI?

Concebido no âmbito do Programa de Extensão Laboratório de Estudos do Texto (LET), o CEAI foi criado em 24 de junho de 2017 com o objetivo de atender especificamente a demandas relativas a questões indígenas. O grupo, composto de indígenas e não indígenas, oferta cursos, realiza eventos e desenvolve coletivamente projetos nos eixos do Ensino, Pesquisa e Extensão, sempre na perspectiva do trabalho junto às comunidades indígenas e não “sobre” elas.

Acesse nossa página no Facebook: https://www.facebook.com/ceaicoletivoindigena/

Publicado em Sem categoria | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Flagrantes da vida real

Foca Cruz solta a voz nas escadas. © Maringas Maciel

Publicado em Flagrantes da vida real | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Entrou muda e saiu calada…

Publicado em As Velhas | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Vamos pastar!

Publicado em Sem categoria | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Faça propaganda e não reclame

Loja Plural

Publicado em Sem categoria | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Vale a pena ver de novo?

O MINISTRO DA FAZENDA ameaça com o AI-5 caso a agitação do Lula-agora-livre traga instabilidade ao Brasil. Não é isso que Paulo Guedes teme e pelo que ele treme. O problema do ministro são suas reformas, que carregam instabilidade própria, contra a qual o PT ameaça com outra instabilidade. Em paragens civilizadas a esse contraste se dá o nome de jogo democrático.

E NÓS? Devemos nos manter estáveis, apesar do esforço dos dois lados, do governo que foi eleito pelo PT, e do PT que recusa entender isso. Porque esse filme do AI-5 é ‘o não vale a pena ver de novo’ desta república. Nesse filme morremos, viramos zumbis, morremos como zumbis, e o ciclo se renova ad perpetuam rei publicae.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Para Luis Trimano

Los amigos

En el tabaco, en el café, en el vino,
al borde de la noche se levantan
como esas voces que a lo lejos cantan
sin que se sepa qué, por el camino.

Livianamente hermanos del destino,
dióscuros, sombras pálidas, me espantan
las moscas de los hábitos, me aguantan
que siga a flote entre tanto remolino.

Los muertos hablan más pero al oído,
y los vivos son mano tibia y techo,
suma de lo ganado y lo perdido.

Así un día en la barca de la sombra,
de tanta ausencia abrigará mi pecho
esta antigua ternura que los nombra.

Julio Cortázar

Publicado em Sem categoria | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Damares convoca entrevista, fica em silêncio e depois diz que foi encenação

Simulação foi feita para mostrar como mulheres são silenciadas, diz ministra

A ministra Damares Alves (Família, Mulher e Direitos Humanos) convocou a imprensa para uma entrevista coletiva, não respondeu a perguntas, abandonou o local sem falar com jornalistas e depois admitiu se tratar de uma encenação.

O episódio ocorreu na tarde desta segunda-feira (25) no Palácio do Planalto. No local, autoridades participaram em seguida de evento em razão do Dia Nacional de Enfrentamento da Violência contra a Mulher.

Damares chamou jornalistas às 15h e chegou ao local, no segundo andar do Planalto, com trinta minutos de atraso. Diante do primeiro comentário e das perguntas iniciais do jornalistas, deixou o local sem dar nenhuma declaração.

Antes, fez um gesto de negação com a cabeça, ao movimentá-la de um lado para o outro, e levantou as mãos para o alto, aparentando estar emocionada e impedida de falar.

A cena durou 30 segundos. Após a realização do evento, do qual participou o presidente Jair Bolsonaro, Damares disse que a simulação foi feita para mostrar como as mulheres são silenciadas.

As explicações foram dadas apenas após o fim da cerimônia, em que Damares prometeu ampliar o atendimento de mulheres vítimas de violência ao acrescentar às delegacias do país “salinhas pintadas de rosa”.

“Eu fiquei em silêncio para que vocês sintam como é difícil uma mulher ficar em silêncio. Quando eu queria falar tanto para vocês hoje, dizer dessa campanha belíssima, eu preferi o silêncio. É muito ruim tirar a voz de uma mulher. Era esse o recado que eu queria dar, e obrigada por terem participado voluntariamente e involuntariamente da campanha. Que todas as mulheres tenham voz”, disse a ministra em entrevista ao final da cerimônia.

Ela disse haver já orçamento previsto para a ação, mas não soube dizer o valor. Isso, segundo Damares, deve começar a ser feito a partir de janeiro de 2020.

Damares disse que a ideia de criar salas rosas nas delegacias comuns não quer dizer que ela vá acabar com as unidades especializadas em atender as mulheres.

“Não, nós vamos ter mais delegacia das mulheres e nos lugares em que não tiver delegacia da mulher vai ter um serviço especializado de atendimento até chegar a delegacia da mulher lá. O que não podemos é deixar a mulher sem um atendimento especial em todas as delegacias”, disse.

Segundo ela, os agentes começarão a ser capacitados no começo do ano que vem.

“Nós vamos procurar que o governo federal, num primeiro momento, arque com o treinamento. Mas claro, vai ter um momento que vai precisar trazer o estado, e os municípios também para este curso, para esta capacitação.”

Durante o evento, que contou com a participação do presidente Jair Bolsonaro, foi lançada a campanha #Vctemvoz.

De acordo com a Secom (Secretaria Especial de Comunicação), o custo total foi de R$ 11 milhões. Entre os materiais divulgados está um videoclipe da dupla sertaneja Simone e Simaria, que cantou uma música chamada “Amor que dói”.

Bolsonaro fez uma breve fala e disse que todos sentem quando uma mulher é agredida.

“Quando uma mulher sofre uma agressão física ou moral todos nós sentimos, mas nós temos que criar meios para dissuadir os agressores. Criar novas leis que os façam sentir, que os façam cada vez mais se arrependerem de seus atos”, disse.

Ele ainda disse que espera que as ações de seu governo ajudem a proteger sua filha no futuro. O presidente é pai de Laura, 9, e de quatro filhos homens.

“O que eu faço hoje, o que a Damares faz hoje, o que nós fazemos, será revertido em benefício para essa minha filha. Eu não consigo imaginar ela sofrendo agressão um dia”, disse.

Publicado em Folha de São Paulo | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Prefiro cuidar dos estábulos,
ficaria mais perto da égua sarnenta e desdentada da sua mãe

DE ABRAHAM WEINTRAUB, ministro da Educação, em resposta a internauta. É no que dá surfar na rede. O ministro disse, como sempre, algo atravessado. Recebeu resposta atravessada e soltou a tréplica destemperada.

TIREM a égua da chuva que isso não queima o filme do ministro com o presidente. A frase está no padrão do “eu não te estupraria porque você não merece”, que o então deputado Jair Bolsonaro disse da tribuna da câmara dos deputados para a colega Maria do Rosário.

A DEPUTADA, segundo Bolsonaro, dias antes o teria chamado de estuprador. Aquela coisa, tem um lado e tem o outro lado. O ministro da Educação caminha para o terceiro lado. Agora, vamos e voltemos, isso de ofender a sarna da égua é um despropósito.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Vinicius Comoti

O órgão muscular de Vinicius Comoti (bruxo, cineasta, curandeiro e membro da Associação dos Poetas Rupestres de Ourinhos) situado na cavidade torácica entre os pulmões, num espaço denominado mediastino, também chamado coração (presente nos humanos e em outros animais) bombeia o sangue através dos vasos sanguíneos do sistema circulatório.

O sangue fornece ao corpo, nuvens, árvores, céu estrelado, sangue, suor e lágrimas, sobremesas, ervilhas, bailes de debutantes, Nina Simone, sempre cantando I put a spell on you, amores inesquecíveis, duplicatas vencidas, boletos, nutrientes, livros comprados em sebos, brioches, medalhinhas de São Jorge, autógrafos de Marilyn Monroe, elimina resíduos metabólicos, desafetos, parentes distantes, trovoadas e chuvas intensas, ajuda na formação da última flor do lácio – inculta e bela e a cena final de Hamlet, além de beijos, gritos e sussurros.

Sangue do meu sangue, sangre, insiste sempre Vinicius Comoti, no cio. Seus manuscritos, sempre em tábula rasa, gritam rasga, coração!  Mas o coração não lhe dá ouvidos e segue em frente, cumprindo a árdua tarefa de bater, bater, normalmente de 60 a 100 vezes por minuto. Bate bem o coração do poeta, mas sempre apanha no final, mas aí já é outra conversa. Então vem o verso, o reverso da mesma moeda, e Vinicius, em plena madrugada, entoa cânticos às paixões, mordiscando o bico do peito da ninfeta de cabelos ao vento. Longe dali, ali mesmo, o menino transverso, perverso, ejacula sonetos irreverentes, ruborizado. Na escuridão, ouve o canto da cotovia, prece clara e jubilosa. E vice-versa. Luminoso vaga-lume brincando com as constelações, numa bioluminescência eterna.

Vinícius mostra que os mortais têm a liberdade e habilidade dos deuses, divertindo-se com os afazeres da vida cotidiana cometendo pecados imortais, pagando tudo com a própria vida, já que a morte não deixa por menos. E mais: todos os seus versos, um por todos, e todos por um, só têm um compromisso: a poesia. Dou minha palavra. E não aceito de volta.

Publicado em Sem categoria | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Cadeira azul, azul cadeira

© Roberto José da Silva

Publicado em zé beto | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter