A encenação do Hamas na entrega de reféns

Ao entregar para a equipe da Cruz Vermelha reféns mantidos em cativeiro por 50 dias, terroristas tentaram parecer cidadãos de bem.

Ao entregar para a equipe da Cruz Vermelha na noite de domingo, 26, reféns mantidos em cativeiro por 50 dias, terroristas do grupo que assassinou 1.200 pessoas com requintes de crueldade e que sequestrou outras 239 em 7 de outubro tentaram parecer cidadãos de bem.

Em vídeo divulgado pelo próprio Hamas, seus membros aparecem dando um “tchauzinho” com a mão para os 17 civis inocentes (14 israelenses e três cidadãos tailandeses) libertados em troca de criminosos palestinos e colocados dentro de ambulâncias para serem levados de volta ao território de Israel.
Em vídeo divulgado pelo próprio Hamas, seus membros aparecem dando um “tchauzinho” com a mão para os 17 civis inocentes (14 israelenses e três cidadãos tailandeses) libertados em troca de criminosos palestinos e colocados dentro de ambulâncias para serem levados de volta ao território de Israel.

O gesto de afetação de bons tratos não foi feito por acaso. Em sua guerra de propaganda, os terroristas sabem que podem pautar boa parte da imprensa internacional com encenações e ainda comover o público desinformado por ela.

Segundo Aviva Klompas, que comandava a equipe da missão permanente de Israel na ONU, “6 das 9 crianças libertadas” no domingo “tiveram um ou ambos os pais assassinados pelo Hamas em 7 de outubro” e “algumas podem descobrir apenas hoje”.

Já as irmãs Ela e Dafna Elyakim, de 8 e 15 anos, testemunharam o assassinato do pai, Noam Elyakim, e da companheira dele, Dikla Arava, antes de serem raptadas no Kibutz Nahal Oz, segundo o jornal Times Of Israel.

Elas estavam na casa de Noam para passar o feriado de Simhat Torá com o casal e mais o filho de Dikla, Tomer Arava. Maayan Zin, a mãe das meninas, mora em Kiryat Ono, no centro de Israel.

“Os terroristas que entraram na casa de Nahal Oz documentaram o ataque ao vivo no Facebook, gravando a família sentada na sala onde foram obrigados a identificar-se.

O pai, Noam, baleado na perna, foi visto sangrando muito, enquanto sua filha Dafna chorava ao lado dele. Os terroristas foram filmados pegando as carteiras de identidade dos pais e forçando Noam e Tomer a sair. Tomer, de 17 anos, foi levado sob a mira de uma arma para convencer os vizinhos a saírem de seus espaços protegidos.

À certa altura, Dikla e Tomer recusaram-se a ser capturados e foram baleados e mortos. Noam, Ela e Dafna foram levados como reféns, mas o corpo de Noam foi encontrado mais tarde e apenas as suas filhas, Ela e Dafna, foram levadas para Gaza”, relatou o jornal israelense.

Esse é o verdadeiro Hamas: o que mata, ou explode, civis inocentes na frente de seus filhos.

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Mural da História – 2017

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A nova milonga de Milei

DIANA MONDINO, futura ministra do Exterior da Argentina, está em Brasília para discutir as relações bilaterais com seu homólogo brasileiro, ministro Mauro Vieira. Também trouxe convite para Lula ir à posse de Javier Milei, o futuro presidente. Como os ela e o presidente ainda não assumiram, os convites são pessoais, não oficiais, Lula só irá se quiser. Não passa de forma elegante de livrar a face de Milei, que na campanha ofendeu Lula. A futura chanceler, deputada de origem, desponta como a cabeça pensante do governo Milei desde que em recente entrevista, ao enfatizar a estreita dependência entre os dois países, lançou por terra os preconceitos contra o Brasil e Lula vocalizados pelo presidente eleito. Conforme o humor de Milei, a futura relação Brasil-Argentina será ditada por um tango, ou El dia que me quieras ou Por una cabeza.

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O triunfo de Gilmar

O presidente Lula confirmou a aliados, dentro e fora do Supremo e da Procuradoria-Geral da República, que indicará Flávio Dino à vaga de Rosa Weber e Paulo Gonet à chefia da PGR. Caso o petista confirme nesta segunda o que assegurou a pessoas próximas nos últimos dias, ambos deverão os novos cargos, em larga medida, ao apoio do ministro Gilmar Mendes. O decano foi incansável no trabalho político a favor dos dois – e contra os concorrentes deles. Não há padrinho como ele.

O poder que Gilmar acumula, de maneira inédita na história de uma Suprema Corte que não para de fazer história, não se explica somente pela astúcia do ministro. É o encontro da inteligência estratégica de um ministro que sabe fazer política de Judiciário como ninguém com um presidente que precisou ir à cadeia para aprender o valor de peças das quais antes abdicava por pudores institucionais. Em comum, o pragmatismo dos interesses próprios e a repulsa atávica a qualquer pessoa ou princípio associado a Lava Jato – um nome fantasia que, há anos, virou espantalho útil para qualquer coisa que se queira fazer ou deixar de se fazer em Brasília.

Desde que se lançou candidato, Lula demonstrou que agiria de modo puramente político, orientado por um realismo fincado na Praça dos Três Poderes, ao melhor estilo de seu confidente José Sarney – agiria, enfim, como um bom quadro do PMDB pós-redemocratização, e não do antigo MDB.

Daí a aliança com o ex-tucano Geraldo Alckmin. Daí a aproximação com ministros das cortes superiores e com Arthur Lira. Daí a indicação de seu advogado pessoal Cristiano Zanin. Daí o desinteresse manifesto de contemplar uma mulher no Supremo e a lista tríplice na PGR. E daí, não menos relevante, a disposição em negligenciar o PT, partido que o elegeu mas leva perdido em todas as indicações estratégicas de seu terceiro governo.

Entre Gilmar e o PT, Lula sempre optará por Gilmar. (O PT apoiava Jorge Messias para a vaga de Rosa Weber e nomes variados, como Antonio Carlos Bigonha, para o lugar de Augusto Aras.) Gilmar optará por Lula enquanto lhe for conveniente. O poder de Lula pode encerrar-se numa eleição. O poder de Gilmar, que ainda tem oito anos como ministro do Supremo, encerra-se em momento incerto, ao talante dele e do destino – e não de eleitores.

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Mural da História – 2019

Matou a cultura e não foi ao cinema. Jair Bolsonaro. © Pedro Ladeira|FolhaPress

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Todo dia é dia

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Mural da História – 2020

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Mural da História – 1980

tarifa-2

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Soma zero

O GOVERNO LULA estaria a tentar convencer parlamentares a destinar ao PAC suas emendas ao orçamento. Em português de botequim seria como pedir ao bandido para entregar na caixa de coleta do templo o dinheiro arrecadado em assaltos – sem sequer descontar o pro labore e a despesa com a munição para o assalto. Não se espante, não é ingenuidade do governo. É esperteza e demagogia para deixar mal o Centrão com aquele raro eleitor que pensa que pensa. Esse é o tal jogo de soma zero, em que um ganha apenas se o outro aceitar perder.

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Tempo

Vera Prado, no Pasquale, Teatro Margem, 1973. © Beto Bruel

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O que é, o que é, que Lula e Bolsonaro vetaram?

Os dois presidentes quiseram derrubar a desoneração seletiva da folha de pagamento, mas não tinham algo convincente para pôr no lugar.

O que é, o que é, que foi aprovado pelo Congresso e tanto Lula quanto Bolsonaro vetaram? Resposta: a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia.

Pois é. Lula, Bolsonaro e seus respectivos generais da economia, o petista Fernando Haddad e o liberal Paulo Guedes, coincidiram em alguma coisa.

O fenômeno é tão incomum que obriga a gente a pensar. Será que essa política não é mesmo ruim? Ou será que a política é boa – e ruins são os dois presidentes?

Por mais tentador que seja ficar com a última hipótese, neste caso específico o problema está de fato na desoneração seletiva. Tanto Bolsonaro-Guedes quanto Lula-Haddad fizeram o certo ao tentar liquidá-la.

Os setores beneficiados pela medida discordam, obviamente. Em maio deste ano, eles inclusive apresentaram números interessantes para sustentar sua tese.

Usando dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, eles compararam dois grupos de empresas no período entre janeiro de 2018 e dezembro de 2022: as que continuaram contando com a desoneração e as que foram reoneradas na última grande modificação ocorrida nessa política, no começo de 2018.

O resultado é que os setores desonerados tiveram um crescimento de 15,5% no número de trabalhadores contratados, enquanto os setores reonerados tiveram um crescimento bem menor nesse indicador, de 6,8%. Seria a prova de que o alívio dado às empresas no cumprimento de obrigações previdenciárias – pois é disso que se trata – faz com que elas contratem mais.

Ocorre que pouco depois, no último mês de agosto, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ipea, divulgou um estudo sobre a década que vai de 2012 a 2022 – praticamente todo o período de adoção da desoneração, que começou em 2011, no governo Dilma Rousseff. Em vez do Caged, o pesquisador usou microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, Pnad, e contemplou 87 setores da economia.

Esse recorte mostrou que os quatro setores que mais criaram vagas formais de trabalho durante a década analisada não gozaram da desoneração. Mais que isso, o balanço dos setores desonerados foi negativo: redução de 13% no número de carteiras assinadas em dez anos.

E esse é apenas um entre vários estudos que ao longo do tempo e com várias metodologias, apontaram para a ineficiência da política de desoneração na criação de empregos. Para ficar em um único exemplo, essa mesma conclusão foi alcançada por um levantamento de 2018, que tinha entre seus autores Adolfo Sachsida, que pouco depois integraria a equipe de Paulo Guedes no Ministério da Economia e em 2022 seria alçado ao Ministério de Minas e Energia de Bolsonaro.

Entre os estudiosos do assunto existe uma enorme concordância, o que é raro de acontecer: a desoneração não entrega o que promete. Pior ainda: é uma política discriminatória, que beneficia alguns setores em detrimento de outros. Pior ainda: a se levar em conta a pesquisa do Ipea divulgada neste ano, os setores beneficiados nem sequer são os que mais empregam.

O negócio então é reonerar a folha de todo mundo e ponto final? Calma, que não é isso que estou dizendo.

Ainda que a desoneração não tenha efeitos mágicos, a reoneração com certeza aumentaria os custos das empresas e poderia causar demissões. Ninguém quer isso.

Paulo Guedes dizia que o ideal seria promover uma desoneração ampla, que atingisse todos os setores econômicos, e fazer ao mesmo tempo uma reforma tributária que contemplasse também as necessidades fiscais do governo. Seria uma solução mais equânime. Mas ele nunca chegou a desenhar tal reforma.

Fernando Haddad mostra uma preocupação bem maior com a arrecadação do governo – ou não seria petista –, embora também chame atenção para o fato de que a desoneração, como é feita hoje, criar uma casta de beneficiados e uma casta de “comuns” entre as empresas. Ele  diz que vai apresentar uma alternativa em meados de dezembro, quando voltar da COP 28, em Dubai.

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Os ouros da discórdia

João Antônio, autor, entre outros, de um clássico da literatura brasileira – Malagueta, Perus e Bacanaço (Cosac Naify), foi camarada de minha melhor estima, numa amizade que durou até a sua (trágica) morte em 1996. Aprendi muito com ele e, penso, talvez tenha ele aprendido alguma coisa comigo, em nossa interlocução acossada, e quase sempre febril, por mais de vinte anos.

Várias vezes sondado a entrar para a Academia Brasileira de Letras, o velho João Antônio, supersticioso até a última raiz do cabelo, a ponto de manter figas e velas espalhadas pelo apartamento de Copacabana, à menor insinuação, fugia do convite como o Diabo da cruz. Ah, não pronunciava também a palavra Diabo… E disfarçava sempre, feito um menino atrapalhado, a cada vez que o tema da recusa à ABL vinha à baila.

Num de nossos inumeráveis porres, ao tempo em que eu fazia cá deste “corpitcho” um assombroso rali Paris-Dacar, e, João Antônio, não menos, embora a saúde já então precária, acabou me confessando: temia a desgraça da esterilidade literária que fatalmente se seguiria ao seu eventual ingresso na ABL.

E, ato contínuo, destilou rol de nomes, inclusive de alguns titãs literários, do passado ou do presente, que, depois de admitidos na Academia Brasileira de Letras, tornaram-se mais secos que um figo seco. E ria a sua risada indecente, sobretudo ao fim do vigésimo nono chope, entremeado de stanheguer.

Lembrei isso aí a propósito das notícias dando conta de que a escritora inglesa Doris Lessing classificou ter ganho o Prêmio Nobel de Literatura do ano passado, como um “desastre maldito”. Vociferou em coletiva à imprensa que a premiação só tinha lhe trazido desgraças. E que havia se apressado em “torrar” os 2 milhões e meio de dólares, distribuindo-os entre amigos, filhos, netos e parentes.

Claro, Lessing não precisa de dinheiro. Além de já estar na chamada “prorrogação existencial”, posto que 88 anos não se contam nos dedos, nem dos pés e das mãos juntos, recebe, e sempre recebeu, uma fábula em direitos autorais.

As desgraças trazidas pelo Nobel são muitas, segundo ela, sobretudo as das entrevistas a que se vê obrigada a conceder, cinco a seis ao dia, sem contar as insuportáveis sessões de foto. Não detalha o inferno em que também se meteu às voltas com toda sorte de “instituições filantrópicas” – dos escritores sem-livros da Nigéria aos desabrigados de terremotos e furacões…

Declarou ainda Ms.Lessing que não conseguiu, desde o Nobel, escrever uma linha sequer. O que é um descalabro para uma escritora fecunda como a autora de O carnê dourado. O mais recente livro, Alfred & Emily, já o tinha pronto muito antes do prêmio, explicou aos jornalistas.

Estava certo o saudoso João Antônio. Há ouros que são ouros, sim, mas da discórdia.

01|6|2008

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Alcolumbre confiante

O senador Davi Alcolumbre (União-AP) está num grande momento, dizem seus aliados. Ao articular a aprovação da PEC que controla a atuação individual dos ministros do Supremo Tribunal Federal, ele provou ao governo que é capaz de conseguir maioria para além do PSD e do União Brasil, incluindo aí os bolsonaristas.

Acha que, por conta disso, terá votos para suceder Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na presidência do Senado.

Alcolumbre comanda a Comissão de Constituição e Justiça, por onde terão de passar os indicados para o Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria-Geral da República.

Somente por controlar a agenda da CCJ, dizem, já conseguiria muitos benefícios do governo. Mas não é só.

Alcolumbre mantém influência na Esplanada, especialmente no Ministério do Desenvolvimento Regional, por onde canaliza investimentos para o Amapá. E, por fim, conseguiu de Lula esta semana o compromisso de barrar o aumento de 44% no valor da energia no estado.

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