O asno alado

Só de ficar perto dele você passa a concatenar as ideias como alguém ridículo

Tenho um amigo de infância que é um cara assim… eu ia escrever burrinho, mas vamos chamá-lo de “desprovido de neurose”.

Uma definição bem rasa de neurótico é: toda pessoa não psicótica. Mas esse meu amigo não me parece maluco, tampouco angustiado com o que quer que seja. Acho fascinante.

Ele até passava de ano, decorava umas coisas e tal, entrou em uma faculdade razoável, mas lhe faltava algo no espírito. Nada se criava ali. Nada entrava em combustão. Nada doía (a não ser a gengiva, uma vez, porque ele abriu uma cerveja no dente, enquanto ria abobado).

No ginásio a classe organizou uma viagem de formatura e, desde aquela idade, eu já contabilizava todos os problemas oferecidos pelo mundo sempre que eu me distanciasse mais de 100 quilômetros de casa.

Ele não, ele parecia flutuar. Escombros ou ondas do mar: ele era apenas descomplicado. Um dia, admirando sua inutilidade neurotransmissora, pensei: “Olha lá o asno alado!”.

Seu corpo vive na atmosfera das pessoas sem sinapses. Seu cabelo tem mais brilho e é mais esvoaçante que o de todos.

A clássica propaganda de xampu certamente foi idealizada por alguém ou muito bobo ou com muita inveja dos bobos.

Ficamos amigos porque ele me achava “uma figurinha” e eu, em contrapartida, pensava que se um dia pirasse, só de olhar para ele voltaria ao normal.

O asno alado é tão calmo e literal que só de ficar perto você passa a concatenar as ideias como alguém ridículo, ou melhor: ridiculamente feliz.

Ele trabalha, paga as contas, casou, conta algumas histórias que a gente não acha graça, chora em filmes quando algum lutador supera tudo. Mas, sei lá. É outra espécie humana. Não lê jornal (então tudo bem a gente falar mal dele aqui), o último livro que folheou devia ser obrigatório para o vestibular.

Seriado não consegue acompanhar: “chega uma hora que fica confuso”. Gostava de novela quando era a única coisa que tinha na TV, agora, porque tem muita coisa, não liga a TV porque não gosta de nada complicado.

O asno alado, apesar de ter 40 anos, não sabe que existe uma coisa chamada check-up anual. Uma vez ele falou pra mim: “No trabalho eu penso quando precisa, mas daí no carro eu já parei de pensar ou nem lembro o que pensei. E, chegando em casa, tô pra te falar: eu não penso mais nada!”.

Eu duvidei. Eu quis entender. Eu expliquei que era impossível. A gente pensa o tempo todo. Não? Inclusive, tem aí o nosso inconsciente, que pensa para além e “para trás” e para sempre. Ele não entendeu.

Acho mesmo bonito o viço da sua pele jamais acinzentada pela corrosão cerebral. Uma cor de quem nunca perderia uma noite de sono depois de assistir a um documentário sobre trigêmeos separados (no nascimento) por um psiquiatra a fim de estudar se nossos transtornos psíquicos são mais acentuados pela genética ou pela falta de afeto.

Ele nem sabe o que quer dizer “documentário”. Ele corre na esteira até sentir exaustão, a mulher me contou.

Meu amigo chegou à maturidade com poucas rugas na testa e quando falei que estou cozinhando com água mineral, preocupadíssima com a nova lei que abranda o controle dos agrotóxicos, ele apenas riu e como eram bonitos seus dentes e bom o seu hálito.

O bafo de quem não torce as vísceras pela constatação sombria da existência. É uma dádiva poder voar enquanto nossa cabeça nos soterra vivos no buraco da inquietude.

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Padrelladas

Sou um apaixonado pela história de Pompéia, aquela cidade que foi soterrada pelas cinzas do Vesúvio. Li que lá (possivelmente em outros cantos do império também), as togas eram postas no mijo humano para branquearem. Havia até coletores de urina nas ruas. Como o presidente de vocês curte um lance escatológico, segundo se depreende de suas falas, não entendo porque até agora o Mestre não pensou em pegar todo esse cocô de que ele fala e aproveitá-lo na lavanderia do Palácio. (Os antigos togados eram os senadores, e usavam uniforme branco).

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Fraga

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© Jan Saudek

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Playboy – Anos 80

198910_Karen_Foster_441989|Karen Foster. Playboy Centerfold

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A vida tira as pessoas de Itararé. Mas nada tira Itararé das pessoas

Residência onde morou o fotógrafo sueco Claro Jansson em Itararé, a partir de 1928. No fundo da casa aparece a edícula onde funcionou seu estúdio fotográfico.

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Tempo

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Playboy – Anos 60

1969|Sally Sheffield.Playboy Centerfold

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Crivella, Doria e a arte de mobilizar por meio do pânico moral

Na semana passada, tivemos dois lances importantes no xadrez político nacional, com a curiosa peculiaridade de que se tratavam de dois movimentos que tinham como propósito a imposição, pública e de forma teatral, da agenda conservadora. No centro do espaço cênico, puseram-se dois chefes do Executivo da tríade conservadora do Sudeste: Crivella, da cidade do Rio de Janeiro, e Doria, do Estado de São Paulo. No espetáculo de Crivella teve declaração pública do prefeito em vídeo divulgado online, alegando que precisava proteger as crianças cariocas dos violadores da inocência infantil, teve funcionários da prefeitura invadindo uma feira de livros à caça de publicações com exibição de sexo para crianças, teve youtuber produzindo um contra-espetáculo de resistência e reafirmação dos valores liberais, teve desembargador autorizando a censura de impressos por conta de um mero beijo gay que o magistrado decidiu que era o equivalente à pornografia, teve um enorme repúdio público, registrado em mídias digitais e na mídia tradicional, contra a brutalidade antidemocrática do prefeito e do desembargador, e teve, por fim, sentenças proferidas por dois juízes da Suprema Corte brasileira que, finalmente, resolveram acabar com o número circense e reafirmar que ainda temos uma constituição democrático-liberal a mandar nas nossas vidas e que, por enquanto, não vivemos sob a sharia ou algum código teocrático medieval.

O Show de Doria foi menos espetacular, mas igualmente feito para encher os olhos e dar o que falar. O governador determinou que fossem recolhidas apostilas usadas por alunos de ciências do 8º ano da rede estadual de São Paulo. A razão apresentada, esotérica para os não entendidos do dialeto ultraconservador bolsonarista, diz que “Não concordamos e nem aceitamos apologia à ideologia de gênero”. O objeto da censura era uma página em que se explicava aos adolescentes as diferenças conceituais entre sexo biológico, identidade de gênero e orientação sexual. O que Doria decretou, do alto da sua sabedoria, ser “um erro inaceitável”.

Como chegamos a isso?

A história começa quando a extrema-direita pressente que a “terra arrasada” na política nacional, resultante do impeachment de Dilma Rousseff e da operação Lava Jato, não havia deixado intacto nada que pudesse ser proveitoso para que as forças políticas tradicionais se recuperassem em tempo de disputar as eleições de 2018. E resolve, então, apostar em forças sociais que ainda não tinham sido transformadas em forças política e eleitorais suficientemente robustas para conquistar o centro do poder nacional. Os conservadores eram esta força social de reserva, disponível e pronta para ser ativada eleitoralmente se fossem encontrados e acionados os gatilhos certos. Afinal, havia um contingente expressivo de evangélicos conservadores, crescendo ano após ano de modo consistente e acelerado, em todo o espaço urbano brasileiro. Sem falar em setores da classe média tradicional, que naturalmente tendem ao conservadorismo moral, mesmo quando a razão para isso não deriva de crença religiosa. Faltava, portanto, apenas o combustível. E o que poderia mobilizar os conservadores a não ser a transformação das suas preocupações morais em um problema político e eleitoral?

Todo conservador é, por definição, um pessimista com relação à natureza humana e ao que as pessoas farão com a sua liberdade. Para ele, as pessoas tendem ao mal. Se incentivadas, adotarão o pecado. Se não forem impedidas de vê-lo, optarão pelo vício. Se não forem fortemente reprimidas e constantemente vigiadas, entregar-se-ão à lascívia. Só censura, punição, controle e humilhação evita que as pessoas se encaminhem para o erro. O mal, naturalmente, se define para um conservador por contraste com os valores adotados pelo seu sistema de referência: a sua tribo, a sua comunidade, seita ou facção.

E foi assim que, em 2018, a turma que, estimulada pelo lavajatismo, elegeu a corrupção política como uma das emergências nacionais, convergiu na outra multidão, que decidiu que a corrupção moral da sociedade era o principal problema do país. O punitivismo político e o conservadorismo nos costumes foram devidamente manipulados politicamente para transformar indignação moral em voto, repulsa ao mal em sufrágio.

O que Crivella, Doria, Witzel, Bolsonaro e companhia fazem desde então é soprar as brasas do conservadorismo, de tempos em tempos, para manter o fogo aceso. Uma vez que os conservadores aceitaram a narrativa de que estão sitiados por liberais, assediados por progressistas e cercados por hostes esquerdistas, homossexuais, feministas e ateias por todos os lados, um inimigo está identificado e basta mostrá-lo à turba para que a fúria desperte e se converta em mobilização. Por isso mesmo, é forçoso repetir constantemente o estímulo, para mostrar que é imprescindível estar vigilante e forte, uma vez que o mal não cessa nem diminui e está sempre aprontando das suas.

Mas, e se não estiver acontecendo nada? Não tem problema. Os que baseiam a sua estratégia política na mobilização permanente do eleitorado conservador nunca viram na ausência de dados e fatos um obstáculo ao próprio sucesso. Não foi para isso que inventaram as fake news, as informações forjadas, distribuídas em abundância pelas mídias sociais? Doria, Crivella e Bolsonaro são manipuladores do público conservador, e para convertê-lo em massa eleitoral não hesitam em mentir conscientemente, fabricar correlações estúpidas e absurdas, nem em adulterar fatos para provocar o pânico moral. Crivella não precisava mentir para seu público dizendo que a revista em quadrinhos tinha pornografia homossexual quando sabia que se tratava apenas de um beijo gay, desses de novela. Doria não tinha que enganar as pessoas dizendo que uma aula de ciência da sexualidade pretendia induzir crianças à homossexualidade. Precisar, não precisavam, mas eles têm certeza de que conservadores só se mobilizam por meio do pavor moral, de forma que se o único meio disponível para esse fim for recorrer a maquinações e distorções de fatos, pois bem, que assim seja.

WILSON GOMES é doutor em Filosofia, professor titular da Faculdade de Comunicação da UFBA e autor de A democracia no mundo digital: história, problemas e temas (Edições Sesc SP)

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Moda

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Todo dia é dia

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Já foi na Academia hoje?

swain-são-luizLee Swain. ©  Vera Solda

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Intolerância, uma atitude irracional

É antológica a frase do político carioca Marquês de Maricá, pseudônimo de Mariano da Fonseca (1773-1848):”A intolerância irracional de muitos escusa ou justifica a hipocrisia ou dissimulação de alguns.” Cada vez mais esta “intolerância” se torna mais freqüente e os resultados que ela produz são cada vez mais dramáticos e porque não dizer, mais inaceitáveis.

É a intolerância religiosa, racista, homofóbica, de classe social e acreditem, até de estética. Há quem não acredite, mas em pleno século 21, existem os que não aceitam o crescimento das religiões afro descendentes, como umbanda, candomblé entre outras, que não discriminam o homossexualismo dando exemplo de respeito e civilidade.

A moça engravida antes de casar, tão comum hoje, é um fato que na opinião dos hipócritas, fere a Deus, fere a fé. Pior que isso seria tirar a vida de um pequeno ser para cumprir ritos e costumes que não são absorvidos pela sociedade mesmo ao passar de centenas de anos.

Mas não seria intolerância, não aceitar um aborto por exemplo?

Intolerância àquele que cresce, social e culturalmente porque o tom de sua pele não é claro. Que diferença faz a cor da pele, dos olhos, se o cidadão é calvo ou cabeludo? Se tem uma tatuagem no corpo? Ora. Mais que intolerância isso é hipocrisia.

Seu vizinho comprou um carro novo, bonito, cheiroso. Então ele está agindo como criminoso porque você continua usando um carro com mais de dez anos de fabricação e o vizinho, aquele, fez uma poupança para adquirir um bem aumentando seu patrimônio.

Aquele seu colega de trabalho, tem um namorado, o detalhe é que ele é homem. No que isso o desqualifica? Aquela sua grande amiga que vez ou outra te socorre tirando uma dúvida, emprestando um dinheirinho para quebrar teu galho, é gente muito boa, mas tem um defeito, namora aquela loira bonitona que você acreditava ser a esposa dos sonhos. Pode até ser que seja, mas como diz o ditado, ela encontrou a tampa que precisava para a panela dela.

Intolerância é uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças em crenças e opiniões.

No Brasil exemplos não faltam. É o jogador de voley que assume sua opção sexual e é xingado pelos torcedores, temos também a história dos jovens que passavam na rua e foram agredidos com luminárias por que demonstravam sua opção sexual, e mais recentemente o brutal assassinato com 30 facadas de um travesti de 24 anos, identificado como Daniel Oliveira Felipe, por quatro rapazes em Campina Grande na Paraíba. Nesse caso, o crime foi flagrado por câmeras de monitoramento e apesar da brutalidade, a Polícia Civil disse, que não se tratou de crime homofóbico. Pelo que sabemos um homicídio é um homicídio em qualquer lugar do Planeta Terra.

A cada jogo de futebol que deveria ser uma festa perdendo ou ganhando, vemos a destruição de ônibus, as agressões nas ruas, a violência porque a pessoa veste a camisa do time do coração. Vocês acham que isso pode ser considerado normal?

A intolerância nossa de cada dia é tão grande que um metalúrgico que almejou a presidência da República, perdeu uma eleição para o governo de São Paulo e três para presidente. Afinal, como pode um cidadão que sai do interior de Pernambuco, pobre, metalúrgico, sem curso superior comandar o maior estado do País ou mesmo o melhor País do mundo que é o Brasil?

Deu no que deu. Uma surra de cinta nos ignorantes e intolerantes, colocando o Brasil nos trilhos e sendo reconhecido em 2009 como o homem do ano pelos jornais Le Monde e El País e de acordo com o jornal britânico Financial Times uma das 50 pessoas que moldaram a década pelo seu “charme e habilidade política” e também por ser “o líder mais popular da história do país. Isso é o fim da intolerância, mas aconteceu na Europa e não aqui no nosso amado país.

Mais recentemente e tristemente tivemos o episódio no Rio onde crianças foram mortas numa escola por um indivíduo armado e que hoje supõe-se, pois nada é provado, que foi vítima do chamado bullying ou buling. Uma agressão praticada porque determinada pessoa é magra demais, “gorda” demais, silenciosa demais.

As tevês repercutiram esta semana as opiniões de um dos mais respeitados e conhecidos jornalistas brasileiros Caio Blinder, qualificando esposas de líderes árabes, como a rainha da Jordânia de “piranha” durante o programa “Manhattan Connection”, da “Globo News”, por se vestir bem, ter muito dinheiro e estarem no topo das chamadas classes sociais. As “piranhas”, pejorativamente no Brasil são conhecidas como prostitutas, e também merecem respeito.

É muita coisa acontecendo e pouca gente se conscientizando que o direito de cada um acaba quando começa o do outro. Ser diferente do nosso modo de agir ou pensar é um direito de cada um e precisa ser respeitado. É preciso tolerar para sermos tolerados.

A intolerância deveria constar no código de processo penal e os juízes precisam sim, ser intolerantes com quem não tem tolerância. Quem não aceita o outro, seus atos, sua maneira de agir. É preciso impor a lei sempre justa e clara, para acabar com estas atitudes e dar ao cidadão o direito de agir como quiser e poder andar de cabeça erguida devido às suas opções.

O fim da intolerância é uma forma de reduzir a violência e garante que a democracia siga seus passos respeitando o direito de todos nós.

SOS Comunidade

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Damares explica ‘episódio da calcinha’

Em entrevista ao Correio Braziliense, a ministra Damares Alves foi questionada sobre “aquele episódio da calcinha”.

Ela respondeu assim:

“Eu vou ficar na história como a ministra do azul e rosa, a ministra do pé de goiaba, a ministra das calcinhas. Fizeram de propósito. Na verdade, precisa desqualificar um pouco a ministra para dizer que esse ministério não vai dar certo. A minha preocupação é que muita gente entra nessa onda e não sabe que está sendo usado, inclusive, por pedófilos, está sendo usado por quem não quer que acabe a violência sexual contra crianças. É bom a gente lembrar que tem crime organizado na pedofilia. É o terceiro maior ilícito em dinheiro. Nós temos imagem de abuso de criança que são comercializadas a R$ 50 mil no mercado, estupros de bebês, tem vídeos que podem custar R$ 50 mil. Então: vieram me justificar o abuso de crianças na Ilha de Marajó (no Pará). Abuso não se justifica, não se minimiza, não se explica e não se relativiza. Não vem dizer que é cultural. Aí, uma pessoa da Justiça sentou comigo e disse: ‘Tem um estudo que fizemos que indica que uma das coisas que pode estar atiçando esse desejo absurdo pelas meninas é que elas não usam calcinhas, elas são muito pobrezinhas lá. Aquilo me irritou. Não se justifica o abuso pela falta de calcinha. Então, eu estava falando naquela mesa ali (do auditório do ministério): ‘Nós vamos cuidar da Ilha de Marajó. Dizem que lá, as meninas são abusadas porque estão com fome, então, vamos levar comida; dizem que elas estão sendo abusadas porque os pais não têm emprego, então, vamos levar emprego para lá; dizem que elas são abusadas porque não usam calcinhas, então, vamos levar calcinha para lá, aliás, vamos levar uma fábrica’. Eu quis dizer, vamos levar um monte. Era uma indignação minha, mas não botaram as frases anteriores. Pegaram só isso, e deu aquela confusão.”

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