O direito das crianças

© César Marchesini

Na maior parte das vezes, as crianças não têm voz para reclamar da violência que sofrem e nem tem acesso aos seus direitos.

Elas formam uma parcela significativa da população e, muitas, vezes, sofrem com a violência familiar e cotidiana. Espancamentos, torturas físicas e psicológicas, humilhações, abusos sexuais, negligência na educação escolar, negligência na alimentação, na ausência do mínimo conforto e acolhimento do lar e da família.

Falta de assistência médica, dentária, psicológica, privação do lazer e das brincadeiras, traumas que sofrem na infância e no desenvolvimento da sua adolescência e na juventude.

Os atores desses sofrimentos são a família, o Estado e a própria sociedade pela omissão ou por ações deliberadas, por exemplo, na omissão quanto ao trabalho infantil.

As crianças têm o direito não sofrerem castigos físicos ou cruéis, isto é, não sofrerem beliscões ou até palmadas, consideradas leves, mas proibidas pela Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) pois se desconhece a intensidade destes castigos.

Em 2017, das 307.367 vítimas de violência no Brasil, 126.230 foram crianças e adolescentes, ou seja, 41% (quarenta e um por cento), não considerando os milhares de casos que não são notificados oficialmente (Datasus).

Os agressores são, em regra, da família: mãe, pai, avós, padrasto ou madrasta.

No Brasil há uma espécie de agressão cultural na família, que apoia os maus tratos contra as crianças como forma de educar, sem qualquer diálogo ou conversa sobre a educação. Esta violência também se reflete nas mulheres, nos idosos e em grupos vulneráveis.

Os conselhos tutelares são um avanço na legislação brasileira, mas tem muito a evoluir quanto ao acolhimento das crianças, principalmente quanto ao apoio orçamentário do estado.

Muitas pessoas se calam ao saberem da violência contra crianças, mulheres e idosos para não “se intrometerem”, contudo, é dever de todos denunciar as situações que se demonstrem incompatíveis com a dignidade das crianças que, por essência, são vulneráveis, desprotegidas e tornam-se vítimas sem voz, caladas.

Pais com baixa e com alta escolaridade também são violentos, portanto, a violência não tem endereço na classe social da família.

A criança que sofre violência pode se tornar um adulto violento e com aptidão para desenvolver diversos distúrbios psicológicos e físicos. As consequências são o comprometimento da autoestima, gerando um sentimento de pouca valia e expectativas negativas a seu próprio respeito; impacto no processo de aprendizagem e desenvolvimento da inteligência; sentimento de solidão, tristeza, abandono, ansiedade e culpa (Cida Barbosa, Correio Braziliense).

Por sua vez, o Estado não possui campanhas educativas para denunciar este problema, já banalizado no Brasil, cada vez mais violento. Por fim, devemos alertar as pessoas sobre a importância da proteção às nossas crianças e o direito de crescerem em paz, com a devida proteção física e psicológica.

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Absolut

absolut-lévi-straussClaude Lévi-Strauss (Bruxelas, 28 de novembro de 1908 — Paris, 30 de outubro de 2009) antropólogo, professor e filósofo francês. É considerado fundador da antropologia estruturalista, em meados da década de 1950, e um dos grandes intelectuais do século XX.

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Todo dia é dia

balas-perdidas
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Collor operava em Curitiba para lavar dinheiro

A Polícia Federal investiga em Curitiba um braço do esquema de lavagem de capitais por meio de compra de imóveis em leilões públicos que seria chefiado pelo ex-presidente Fernando Collor, atual senador por Alagoas. Buscas e apreensões foram cumpridas esta manhã em Curitiba e Maceió pela Polícia Federal, com autorização do do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A Operação Arremate, como foi denominada, têm por objetivo identificar e comprovar o provável envolvimento de Collor como responsável por arrematações de imóveis em hastas públicas ocorridas nos anos de 2010, 2011, 2012 e 2016, utilizando-se de interposta pessoa com o objetivo de ocultar a sua participação como beneficiário final das operações.

Essas compras serviriam para ocultar e dissimular a utilização de recursos de origem ilícita, bem como viabilizar a ocultação patrimonial dos bens e convertê-los em ativos lícitos.

Estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão nas cidades de Maceió e Curitiba com o objetivo de arrecadar elementos de prova relacionados aos fatos investigados. Para o cumprimento das diligências, 70 policiais federais participam das diligências nos dois Estados.

Os valores das arrematações sob investigação são de aproximadamente R$ 6 milhões (valores ainda sem as devidas correções monetárias).

Os envolvidos poderão responder na medida de suas responsabilidades pelos crimes de: Lavagem de Ativos, Corrupção Ativa, Corrupção Passiva, Peculato, Falsificações e pelo tipo penal de Integrar Organização Criminosa.

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Fraga

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Sem garranchos…

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Fuxico Xavier

Mesa-branca© Orlando Pedroso

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amigos-do-peito-21amigos-do-peito-foto© Christian Bars

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Mural da História

22 abril|2010

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Hoje!

Todo mundo lá!

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Tempo, tempo, tempo

Zé Beto em Alcântara (MA), quando era cabeludo. Foto de Ralf G. Stade

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Fraga

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Will Eisner em novas edições

Will Eisner foi um maiores gênios da arte quadrinizada. Muito mais do um extraordinário autor/desenhista, criador de um personagem admirável, chamado The Spirit, Eisner foi o precursor da moderna HQ. Foi ele que enriqueceu a trama narrativa e trouxe para os quadrinhos as primeiras inovações gráficas. Mais ainda: tirou as historietas daquele marasmo pictórico inicial e deu vida de verdade aos heróis de papel. Introduziu nos comics o humor, a ironia, a linguagem cinematográfica e os diversos planos, incluindo o close e o super-close up – como bem assinalou, certa ocasião, outro admirador de carteirinha de Eisner: Jô Soares.

Em meados de 1940, quando Super-Homem, Batman, Capitão América e outros personagens fantasiados já desfilavam toda a sua onipotência nas páginas das revistinhas ilustradas, o herói de Will Eisner não passava de uma pessoa comum, sem nenhum poder sobrenatural. Nem uniforme tinha. Usava terno e gravata, como todo mortal classe-média. E chapéu, como mandava o figurino da época. Como disfarce, apenas uma pequena máscara negra.

Mas nem tudo eram rosas na vida de Spirit. Uma aura de mistério envolvia o herói, a começar pelo seu habitat, localizado no Cemitério Wildwood, nos arredores de Central City. Também a sua verdadeira identidade jamais foi revelada, a não ser para uma reduzida corte integrada pelo amigo Ébano, pelo comissário-de-polícia Dolan e pela filha deste, a louríssima Ellen, que Denny Cold namorava à moda antiga. E ele apanhava prá burro dos fora-da-lei.

— Como todas as boas ideias já tinham sido usadas – confidenciou o autor –, Denny Colt teve que se virar como pôde. “Sem superpoderes, sem super-uniforme capaz de lhe dar vantagens sobre as pérfidas forças do mal. Ele tinha que combater o crime, correndo o risco de se arrebentar. Afinal, era de carne e osso como qualquer humano”.

No entanto, The Spirit foi um dos mais notáveis personagens dos quadrinhos de todos os tempos e uma das mais bem sucedidas empreitadas no gênero e, por isso, ainda hoje uma referência obrigatória.

Filho de imigrantes judeus pobres, William Erwin Eisner nasceu no bairro do Bronx, em Nova York, em 1917. Foi vendedor de jornais e percorreu todos os cantos da grande cidade, conhecendo os seus dramas, os seus contrastes e a sua magia irresistível.

— Minha formação é a de um garoto urbano – relatou em uma entrevista de 1990. “Eu estudei em NY. Sei de cada recôndito de Manhattan. Central City era Nova York, e os políticos da cidade eram bem conhecidos. A metrópole foi a minha matéria-prima”.

E Will Eisner soube aproveitá-la como ninguém. Não apenas como cenário para as histórias de Spirit, mas também em uma série de trabalhos memoráveis, que ele denominou “novelas gráficas”.

Pois são essas novelas que a Editora Devir está lançando em dois volumes, que denominou Biblioteca Will Eisner, reunindo títulos anteriormente publicados por outras editoras em edições avulsas.

O primeiro volume, Um Contrato com Deus (formato 16 x 26 cm, 528 páginas, capa dura, R$ 165), reúne, além da novela que o intitula (1978), “A Força da Vida” (1990) e “Avenida Dropsie” (1995). Obras semi-biográficas, focalizam os dramas da cidade de Nova York e de seus habitantes nos cortiços do bairro do Bronx e o mundo miserável dos imigrantes durante a década de 1930. A cena inicial de “Um Contrato com Deus” é antológica. Abre com seu personagem – um velho judeu bom e devoto que se sente traído pelo divino, depois de haver perdido a filha adotiva – andando cabisbaixo numa chuva torrencial. Os pingos delineiam as figuras e o cenário.

A Força da Vida narra a vida e os sonhos, as esperanças e os temores de personagens comuns que sobrevivem à Grande Depressão econômica dos anos 30, paralelamente à ascensão da Alemanha de Hitler.

Avenida Dropsie é uma fábula urbana que retrata a metamorfose histórica de uma única rua de Nova York e seus moradores, de uma Nova Amsterdã colonial até o arco-íris étnico do início do Século 21.

O segundo volume apresentará Um Sinal do Espaço (1983)Pequenos Milagres (2000) e Assunto de Família (1998).

Pena que a seleção não tenha obedecido à cronologia original.

Ficam faltando – talvez para um terceiro, um quarto e até um quinto volumes, “O Sonhador” (1986), “O Edifício” (1987), “No Coração da Tempestade” (1991), “Pessoas Invisíveis” (1992), “Narrativas Gráficas” (1996), “A Princesa e o Sapo” (1996), “O Último Dia no Vietnã” (2000), “O Último Cavaleiro Andante” (2000), “New York: A Vida na Grande Cidade” (2000), “Fagin, o Judeu” (2003), “Sundiata, o Leão de Mali” (2003), “A Baleia Branca” (2003), “O Nome do Jogo” (2003) e “O Complô” (2005), a sua obra mais política, um ensaio gráfico sobre a história do livreto “Os Protocolos dos Sábios de Sião”, concluído um mês antes de sua morte

Will Eisner morreu em 3 de janeiro de 2005, em Laurdardale Lakes, Flórida, devido a complicações cardíacas depois de uma cirurgia. Iria fazer 88 anos.

Publicado em Célio Heitor Guimarães - Blog do Zé Beto | Deixar um comentário
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Quaxquáx!

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O barraqueiro

Bolsonaro acha que não precisa de ninguém; com esse raciocínio, Collor e Dilma foram apeados do cargo

Já não se pode dizer que Jair Bolsonaro seja um total incompetente. Impressiona a habilidade que tem para arranjar confusão. Nem nos piores reality shows da TV, nem entre as celebridades mais desbocadas vimos alguém tão barraqueiro quanto o presidente da República. Não há semana sem que ele destrate, ofenda, provoque, desdenhe, minta sobre quem quer que apareça em sua linha de tiro. Já sobrou até para a “porra da árvore”.

Houve quem chiasse quando escrevi que teríamos quatro anos de zona. Estava errada. Como dizem por aí, a expectativa era ruim, mas puta merda. Zona é pouco para essa realidade distópica, para a balbúrdia que é este governo, para o comportamento abjeto desse presidente.

Bolsonaro age como sua natureza manda, como um ditadorzinho que acha que pode fazer, mandar, falar o que pensa, como se estivesse com a reeleição garantida e pudesse fazer do país um quintal de sua estupidez e falta de educação.

Ninguém é poupado, de aliados, adversários políticos, líderes estrangeiros, instituições, mulher de presidente até a mãe de um cidadão entrou em sua rota de ataque.

A lista é grande: Bebianno, Bachellet, Macron, ONU, Raoni, Moro, Holanda, Alemanha, índios, nordestinos, Rodrigo Maia, toda a esquerda, João Doria, Luciano Huck, Globo, Folha, João Gilberto, Inpe, Ibama, militares, Polícia Federal, mortos pela ditadura. Ele consegue ofender a memória de gente morta.

Nesta semana, Jair desdenhou de Chico Buarque ao dizer que assinaria até 31 de dezembro de 2026 o diploma que será concedido ao músico pelo prêmio Camões, em 2020. Leva para o lado pessoal relações que deveriam ser institucionais. Também criou um furdunço em seu partido. Quer deixar a legenda, mas não faz nada sem criar tumulto e desgaste.

Além da conduta disfuncional, Bolsonaro acha que não precisa de ninguém. Com esse raciocínio, Collor e Dilma foram apeados do cargo.

Publicado em Mariliz Pereira Jorge - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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