Bolsonaro e a arte de ser desagradável

Logo que Jair Bolsonaro começou a ficar mais famoso, a partir de vídeos de suas grotescas performances espalhados pela internet, o que mais me impressionou foi a sua estratégia de marketing que basicamente consistia em ser desagradável. Era a continuidade do que ele vinha fazendo na carreira de deputado do baixo clero e que incrivelmente deu certo também na eleição para presidente.

Bem, até aí tudo bem, pode-se dizer com o peso do desconsolo de ter de passar a vida encarando esta realidade brasileira cada vez mais torta. Mas acontece que um sujeito asqueroso pode até se dar bem do ponto de vista eleitoral. O problema é que depois, com certeza, a continuidade da grosseria vai atrapalhar bastante na função para a qual foi eleito.

Pois é o que temos agora no Brasil. Bolsonaro desconhece essa necessidade evolutiva da política. Sua grosseria ensaiada para ganhar votos nem é novidade na política. A diferença é que até aparecer este presidente sem noção, as barbaridades eram abandonadas no palanque. Nas prefeituras, nos governos estaduais e até na presidência da República, mesmo os grandes canalhas se enquadravam na chamada liturgia do cargo, com a contenção da má índole ou da encenação eleitoral dentro de uma razoável adequação às formalidades públicas.

A razão de tal transformação é muito simples. É que levando para o mandato a brigaiada e os insultos de campanha fica impossível ser efetivo no trabalho, seja no Legislativo ou no Executivo. Isso foi demonstrado na própria carreira de Bolsonaro, que manteve durante três décadas o mesmo caráter de arrumador de confusão, o que serviu para que tivesse uma reeleição atrás da outra e até elegesse também os filhos, porém mantendo-se na baixa qualidade política do baixo clero da Câmara, onde era uma figura isolada, até o país virar de cabeça para baixo e ele se dar bem.

E agora o problema é todo nosso. Os brasileiros estão vendo o efeito disso no comando de um país que precisava de uma remexida geral em todos os setores, mas que infelizmente não sai do lugar, ainda atolado em problemas criados pelos governos anteriores do PT e que acabam sendo agravados por esta insistência de Bolsonaro em ser desagradável. O Brasil tem um presidente que parece começar o dia reunindo a equipe para estudar situações em que ele pode intervir piorando o que já não está bom. E o pior é que no final da jornada ele não só alcança como na maioria das vezes ainda dobra a meta.

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Jair Simão Bacamarte

DILMA foi impichada por causa das pedaladas fiscais. Entre as pedaladas fiscais e as queimadas na Amazônia a diferença está na extensão da gravidade. Nos dois casos houve descumprimento da lei pelo presidente da República. Dilma deixou de cumprir regras financeiras para agradar seu eleitorado. Bolsonaro deixa de aplicar normas de segurança para conter as queimadas na Amazônia.

Bolsonaro omite-se no combate para atender seu eleitorado, o agronegócio, a exploração de minérios e a grilagem de terra dos índios. Com a agravante de estimular desmatamento e queimadas com seu discurso de negação dos problemas ambientais e de ódio aos estudiosos do ambiente, a quem carrega em acusações ideológicas. O impiche que derrubou Dilma tem maior força para derrubar Bolsonaro.

Não vai dar impiche, pena, porque o presidente é inimputável, como Adélio Bispo, porque desliza no teflon, como Lula, porque as zelite não querem passar vergonha mais uma vez. A continuar como está, Bolsonaro termina o mandato em camisa de força, trancado pelos generais de pijama em quarto acolchoado no Alvorada, de onde sairá para atos oficiais no colo de um deles, o ministro ventríloquo.

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Coisas ridículas para roteiros

Tinha algumas pérolas quase indecifráveis, como ‘o quadro do peito que tomba’

Encontrei ontem, fazendo uma limpa no computador, um arquivo com o título: “Coisas ridículas para roteiros”.

Tinha algumas pérolas quase indecifráveis, como “o quadro do peito que tomba”. Logo que saí da casa da minha mãe e fui morar sozinha, pedi a uma amiga artista plástica que pintasse um quadro meu… peladona. E para que eu queria isso? Não faço a menor ideia.

O zelador faz-tudo pendurou a obra em cima da cama, notando que o quadro se inclinava para a esquerda. Ela desenhou o seio esquerdo bem maior que o direito, e o quadro —mistérios da arte— pendia para o lado da teta maior. Eu tenho muita vergonha de lembrar tudo o que eu fiz antes dos 30 anos.

Estava lá também anotada a minha paixão avassaladora por um escritor carioca que havia lançado um livro repleto de sexo, sobre a procura da mulher idealizada.

Eu devorei o texto e fui sedenta procurar pelo rosto por trás daquelas palavras tão provocativas. Cheguei ao Orkut do autor e não pude acreditar. Alto, de cabelos cacheados e olhos claros penetrantes. Passei seis meses mandando mensagens eróticas para o cara, até uma amiga me falar: “Não, doida! Essa foto é do Bob Dylan bem novinho”.

Um dia, na rua da escola, um motoqueiro se acidentou e ficamos todos impressionados com aquele jovem estendido no chão, esperando a ambulância. Parecia descaso. Foi quando o professor Claudio, de biologia, abdicou da lição sobre mitocôndrias para nos explicar a importância de jamais mexer no corpo de um acidentado.

Pois bem, no fim de semana seguinte, eu caí da bicicleta e fiquei totalmente imóvel, dura, sem abrir os olhos nem responder à minha mãe que gritava: “Pelo amor de Deus, fala comigo!”. Chamaram uma ambulância, e eu só tinha ralado o joelho.

Aos 16, eu namorava um moço que já tinha outra namorada e, com medo que ele fosse para a casa dela, o tranquei em meu quarto.

Ele começou a ficar muito nervoso (eu era menor de idade!) e deu vontade de fazer cocô. No meio da fuga até o lavabo, minha mãe acordou para seu xixizinho da madrugada e ele se escondeu entre os meus brinquedos, ao lado do Alf, o ETeimoso.

No susto, minha mãe, que estava dormindo sem calcinha, caiu de costas sobre o sofá, gritando: “Eu vou chamar a polícia!”, e ele então se ajoelhou de frente para a não calcinha dela, piorando por demais a situação, e implorou que ela não fizesse isso.

“Doce avariado” era sobre um paquera de internet que pegou mais de 14 horas de ônibus vindo do interior do Espírito Santo para me pedir em namoro e me trazer um doce caseiro feito pela avó.

Quando me viu, disse que me achou diferente da foto e que agora não sabia o que fazer com a compota da vovó, que estragaria em 12 horas. Ficou puto e preferiu jogar a iguaria fora a ter que me dar.

Ainda sobre minhas aventuras amorosas, me lembrei de quando saí com um estudante de filosofia sem saber que seu principal hobby, em vez da pesca, era o “machismo-tiozinho”.

Ao ver em seu carro o adesivo “Olha esse filezão que eu pesquei”, desisti do cinema.

O “kit putaria santo sudário” falava da vez que fui parada no aeroporto de Turim levando metade de uma sex shop (era um namoro recente com um italiano), e, quando me perguntaram o que eu estava fazendo naquela cidade, respondi que tinha ido conhecer o santo sudário.

Estou há mais de 24 horas tentando lembrar, sem sucesso, o que querem dizer as anotações “lhama amigo do Kiko com dengue”, “piroca-tecnia” e “umbanda sem cueca”. A idade traz muitos esquecimentos. Ainda bem.

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Poluicéia Desvairada!

Scania Vaso. Em alguma quebrada da Vila Sônia.  © Lee Swain

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Mural da História

11 de agosto|2009

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Soy loco por Teresina!

Adara Gomes, Teresina, Piauí. © Leide Sousa

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Tempo

República dos Bananas

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Tempo

Solda, depois de uma visita à tenebrosa Capela dos Ossos em Évora chegamos aos Cromeleques dos Almendres. 6.000 anos atrás já colecionavam menires (em algum lugar do passado). Abraços, Dico Kremer

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E agora?

UM SATÉLITE DOS EUA filmou queimadas recentes em Rondônia. E agora, Bolsonaro? Tem fake nisso também? Bolsonaro fala demais, fala fora de hora, fala o que não deve, fala besteira e não tem queimadas na língua. Igualzinho a Lula, a quem tanto condena. Precisamos de uma lava jato para lavar a língua (quem sabe o cérebro) deste presidente. No tanque, ralando na tábua, esfregando com sabão em pedra.

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Cem anos de capa e espada

Zorro, a centenária criação de Johnston McCulley

Diante da boa repercussão do texto da semana retrasada, vou continuar no tema. É também uma maneira de esquecer um pouco das asneiras cotidianas do capitão-presidente. Além do que, há um justiceiro muito mais autêntico e eficiente (da literatura, do cinema, da TV e dos quadrinhos) completando neste mês de agosto do ano da graça de 2019 cem anos de vida.

Refiro-me ao Zorro. Não àquele que cavalga o belo corcel Silver, usa balas de prata e tem um companheiro chamado Tonto. Este foi indevidamente batizado de Zorro no Brasil, pelo editor Adolfo Aizen, da saudosa Ebal, mas chama-se, na verdade, The Lone Ranger ou Cavaleiro Solitário, embora seja igualmente cultuado pelos leitores de gibis.

O Zorro (em espanhol “raposa”) a que me refiro é aquele criado pelo escritor norte-americano Johnston McCulley e que apareceu pela primeira vez no dia 9 de agosto de 1919, na história “The Curse of Capistrano”, publicada em cinco partes na revista “All-Story Weekly”. Defensor dos pobres e oprimidos, enverga traje todo preto, incluindo capa, chapéu tipo sombreiro cordobés de aba larga e um misto e capuz e máscara que lhe cobre a cabeça e a metade superior do rosto. É um acrobata e especialista em armas de fogo, ainda que prefira manejar a espada, com a qual costuma esculpir um “Z” com três golpes rápidos na testa ou no corpo dos inimigos. Seu cavalo chama-se Tornado, um quarto- de-milha de sete anos e sua vítima favorita é o roliço, glutão e atrapalhado Sargento Garcia (originalmente, Sargento Gonzalez), miliciano da colônia californiana da coroa espanhola.

Zorro é a identidade secreta de Don Diego de la Vega, filho único de Don Alejandro de la Vega, rico estancieiro e proprietário de terras da Califórnia.

Um dos primeiros exemplares de vingador mascarado com dupla identidade, o personagem teria sido inspirado em um mexicano a meio caminho de bandoleiro e patriota, na Califórnia do século XIX, Joaquín Murieta. Outra inspiração teria sido Pimpinela Escarlate, um justiceiro inglês que teria atuado durante a Revolução Francesa, criado pela escritora Emmuska Orczy, uma britânica de origem húngara.

Ainda que tenha nascido na literatura, a popularidade do vingador mascarado de McCulley começou no cinema, em 1920, na adaptação de “A Marca do Zorro”, estrelado por Douglas Fairbanks. Em 1936, A Republic Pictures lançou “The Bold Caballero”, com Robert Livingston; no ano seguinte, saiu “Zorro Rides Again”, com John Carrol a frente do elenco; em 1939, foi a vez de Reed Hadley; e em 1940, a 20th Century Fox apresentou um remake de “The Mark of Zorro”, protagonizado por Tyrone Power. Mas o herói deslanchou de verdade quando foi assumido pelos estúdios de Walt Disney, a partir de outubro de 1957, com o ator Guy Williams no papel principal. Aí, o herói chegou à TV (foram 78 episódios em preto e branco, sendo colorizado em 1992), aos quadrinhos e outras mídias, conquistando a plateia internacional. Uma curiosidade da época dos estúdios Disney: Guy Williams era obrigado a gravar as cenas de duelos apenas às sextas-feiras, pois, caso o ator se machucasse, teria o final de semana para se recuperar.

Ao longo da carreira do personagem de McCulley, no cinema, usaram a máscara e a espada de Zorro os atores Alain Delon, George Hamilton, Henry Daeeow, Duncan Regehr, Antonio Banderas e Anthony Hopkins, entre outros.

Nos quadrinhos, Zorro foi publicado de forma irregular pela Western Publishing, através do selo Dell Comics de 1949 a 61. Quando passou para os estúdios Disney, as histórias passaram a ser desenhadas por Alex Toth e Warren Tufts, algumas hoje clássicas.

No Brasil, Zorro foi primeiro publicado pela Ebal na revista Edição Maravilhosa, numa adaptação da Dell. Depois, nos idos de 1979, a editora de Adolfo Aizen ofereceu a série Zorro, Capa & Espada, produzida por Franco de Rosa, Arthur Garcia e Sebastião Seabra.

Na Editora Abril, então detentora dos direitos sobre a produção Disney, quando o material original americano escasseou, as histórias de Zorro foram desenhadas por Rodolfo Zalla e Walmir Amaral. Os roteiros eram de Primaggio Mantovi e Ivan Saidenberg.

O personagem ficou sem ser publicado nos Estados Unidos por décadas, até que em 1990, a Marvel Comics lançou uma série de 12 edições, baseada na série de TV, estrelada por Duncan Regehr.

Mais recentemente, a editora americana Dynamite Entertainment voltou a publicar histórias do herói.

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Hoje – João Urban

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O Brasil em ritmo de lacração

O Brasil está cada vez mais contaminado perigosamente pelo clima de irresponsabilidade que domina as redes sociais. Está tudo dominado por encenações no Twitter, Facebook e outras plataformas, nas quais até mesmo autoridades escrevem o que lhes vêm na cachola, sem o devido respeito e responsabilidade com o cargo ocupado.

A bobajada começa pelo espantoso presidente da República, é claro. Nesta toada, haja conversa fiada, ataques irresponsáveis, denúncias sem fundamento, acusações e ameaças, mentira em cima de mentira, tudo isso que virou uma prática cotidiana acabou invadindo a linguagem em instituições de Estado, fazendo um remelexo emporcalhado no que é falado em lugares onde devia haver não só um zelo com as palavras como também responsabilidade com o que é dito.

Nesta quarta-feira o deputado Alexandre Frota — já instalado no PSDB depois de ter sido expulso do PSL de Jair Bolsonaro — falou na tribuna da Câmara sobre o desentendimento com o presidente, que hoje em dia diz que nem sabe quem ele é. Até aí, nada demais, pelo menos neste conceito de normalidade meio de cabeça pra baixo em que está o país.

Mas acontece que na sua fala, com certeza planejada para publicar como um desses vídeos que costumam viralizar entre a tigrada que adora um arranca-rabo entre políticos, o deputado disse que não se deve mais perguntar onde é que está o Queiroz, referindo-se ao sujeito que foi o braço direito de Flavio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Frota, que até há pouco tempo era bastante próximo de Bolsonaro e de seus filhos, disse que a pergunta agora deve ser “onde está enterrado o Queiroz”.

Como se sabe, Queiroz sumiu depois da descoberta pelo Coaf de transações bancárias suspeitas que envolvem o filho de Jair Bolsonaro, inclusive tendo feito um depósito em dinheiro na conta da primeira-dama. Pois bem: um deputado que há poucos dias era da base aliada do governo sobe à tribuna da Câmara e praticamente afirma que o sujeito está morto, obviamente insinuando que a morte não foi natural. Dali vai para seu gabinete, espalha o vídeo pelas redes sociais e tudo fica por isso mesmo.

Claro que em um país que não estivesse neste estado de total falta de respeito com a lógica e nesta acomodação em não levar nada a sério haveria exigência de que Frota falasse do que sabe de fato sobre o desaparecimento do Queiroz, afinal ele disse que o suspeito está morto. Seria o caso até da Câmara começar a cuidar oficialmente de uma denúncia de tal importância. Trata-se do investigado em um caso que envolve o filho e a mulher do presidente da República.

Mas qual nada. A tribuna da Câmara e qualquer grupo fuleiro de Whatsapp se equivalem em valor na ordem do dia, no mesmo nível de fofoca, desinformação e total irresponsabilidade. O país todo gira despreocupadamente em ritmo de tuitadas, no compartilhamento da mesma falta de efetividade, sem preocupação com a seriedade do que se escreve ou é dito, com dirigentes e políticos buscando aquela lacradinha, os Poderes todos servindo meramente para arrumar uns likes a mais.

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Flagrantes da vida real

Em campanha, já? O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, comemora a ação policial ao pousar de helicóptero na ponte Rio-Niterói (Antonio Lacerda/EFE) – Veja

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