O barão no meu cafofo

© Roberto José da Silva

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Riddims

Robbie--Dean-Rickards.jpgRobbie Shakespeare.  © Dean Rickards

A seção rítmica do baterista Lowell Dunbar (apelidado de Sly em homenagem a Sly Stone, um de seus músicos prediletos) e o baixista Robert Shakespeare iniciou-se na década de 1970, depois de terem se estabelecido independentemente no cenário musical jamaicano. Costumam ser referidos humoristicamente por Sly Drumbar e Robbie Basspeare, como por exemplo nas notas do álbum Red, do Black Uhuru.

Sly and Robbie podem possivelmente ser os artistas de estúdio mais prolíficos do mundo. De acordo com uma estimativa, teriam tocado ou produzido cerca de 200.000 canções, considerando-se que alguns de seus riddims, como “Revolution”, foram usados em mais de 100 canções. Em 2007 participaram da gravação do Álbum Sim de Vanessa da Mata.

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A identificação da procedência e dos agrotóxicos

No Estado de Santa Catarina, desde 2016, há a Portaria 459 da Secretaria da Agricultura e da Pesca e da Secretaria da Saúde que torna obrigatória a identificação de origem de frutas e verduras e o uso de agrotóxicos em etiquetas nas caixas dos produtos ofertados aos consumidores.

Toda a cadeia produtiva de vegetais frescos deve conter a origem, para fins de monitoramento e controle de resíduos agrotóxicos. O produto deve ter o caderno de campo que identifica todos os insumos utilizados na produção do alimento que ficará à disposição por dois anos para a fiscalização.

Esta identificação é necessária para que o produtor possa comercializar o Ceasa do estado (NSC total).  Esta medida atende ao Código de Defesa do Consumidor que determina o dever de informação da qualidade e das características dos produtos.

Se analisarmos os crimes contra os consumidores o fato de não se mencionar a origem do produto e uso dos agrotóxicos pode configurar a omissão de informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, dos produtos, conduta prevista como crime no art. 66 do Código de Defesa do Consumidor.

Neste passo, o Paraná deve seguir o exemplo catarinense e exigir o cumprimento legal, por meio de norma semelhante, impondo aos produtores o dever de informar sobre os agrotóxicos utilizados na cadeira produtiva, inclusive com a estimativa das dosagens desses venenos que os alimentos contêm.

O Brasil é líder em importação e liberação de agrotóxicos que estão proibidos e banidos da União Europeia.

Contudo, o mercado interno está exposto ao uso indiscriminado de agrotóxicos sem que os consumidores sequer saibam disto, quando a lei, expressamente, prevê este direito à informação.

A exposição aos agrotóxicos, nas propagandas, é pop. Na prática, conforme as dosagens, eles podem matar e são, por vezes, altamente cancerígenos, conforme estudos científicos amplamente reconhecidos pelo mundo afora.

Com efeito, deveríamos começar por rígidos protocolos semelhantes à União Europeia que, inclusive, proibiu a pulverização por aviões, também permitida no Brasil.

Contudo, estamos na contramão desses estudos científicos, permitindo de forma indiscriminada, a comercialização de agrotóxicos proibidos nos países civilizados e não informando isto aos consumidores.

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Fraga

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Tempo

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Clara_t. © IShotMyself

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Correndo o risco

tomi-2© Tomi Ungerer

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A saga dos talibãs tropicais

Se os gays desaparecessem do mundo, Crivella ficaria amuado, sem um tema para aquecer a sua campanha.

Liberdade de expressão e democracia ocuparam grande parte da agenda da semana. Volto a elas porque, nesses casos, o tema nunca é antigo. E volto também porque talvez minha experiência possa acrescentar algo. Refiro-me à decisão de Crivella de censurar o beijo gay num dos livros da Bienal.

Eu o conheço um pouco. Em 2008, quando começava a campanha eleitoral, éramos candidatos. Ele me criticou por apoiar a relação de homem com homem. Respondi apenas que isso não era o mais interessante para mim naquele momento. Vivíamos uma epidemia de dengue, como hoje vivemos, e o que me interessava era a relação do homem com o mosquito.

Crivella está de novo no limiar de uma campanha eleitoral. É hora de tirar o tema do homossexualismo da cartola e tentar agrupar sua tropa de fiéis eleitores. Nada mais que isso. Agora não é apenas candidato. É o prefeito do Rio. Não é ingênuo a ponto de ignorar que sua ação vai promover a venda do livro alvo de sua cruzada.

Para ele, isso não tem muito importância. Não quer verdadeiramente combater o homossexualismo, mas agrupar alguns votos. Se os gays desaparecessem do mundo, ele ficaria amuado no seu canto, sem um tema para aquecer a campanha.

Foi muito animador ver a reação dos artistas e a pronta resposta do STF. Definiu-se um limite que dificilmente será transposto no Brasil, sem destruir também as bases da democracia.

No passado foi diferente. A batalha contra a censura do filme “Je vous salue, Marie”, de Jean-Luc Goddard, foi mais difícil porque aconteceu no auge de um plano econômico.

Sarney não tinha razão para temer. O filme, que exibi como um ato de desobediência em inúmeros lugares, se fosse às salas de cinema não iria durar mais do que dois dias, por falta de público.

Aqui na atmosfera da fronteira norte, diante da reação nacional a Crivella, sou mais otimista em considerar improvável uma teocracia puritana, do tipo do Irã, no país.

Na esteira do Crivella veio o post de Carlos Bolsonaro dizendo que a democracia era um instrumento limitado para mudar o país. De fato, seria possível concordar com ele, pois num contexto revolucionário, sem as formalidades legais, os governos podem andar mais rapidamente.

Mas cada vez que se enuncia uma tese desse gênero, é fundamental lembrar que a democracia é lenta, diria até sinuosa, mas a alternativa a ela tem um preço: a perda da liberdade.

Quanto à eficácia das mudanças revolucionárias, também sou cético. O socialismo, segundo alguns teóricos, fracassou simplesmente porque, ao liquidar o mercado, perdeu a chance de ter uma real política de preços. Todas as ditaduras, inclusive as de direita, mergulham em zonas nebulosas, perdem a noção do país real.

Os filhos de Bolsonaro são filhos do presidente, que, por sua vez, diz muitas frases inadequadas. Um deles, Eduardo, falou no fechamento do STF com um cabo e um soldado. O mais velho, Flávio, está mudando o curso da política brasileira por suas possíveis ligações com as milícias. O Coaf já mudou, Bolsonaro escolheu um procurador-geral sob medida e procura detonar a PF.

Tanto as ações de Crivella como as frases da família Bolsonaro podem ser um balão de ensaio para testar a resistência democrática da sociedade. Nunca é demais voltar ao assunto, lembrar-se dele na próxima Bienal, onde quer que escritores e artistas se reúnam. É essencial também que os políticos se manifestem quando a democracia parece estar em jogo.

Quando os artistas se expressam por alguma questão social, ou mesmo pela sobrevivência da Floresta Amazônica, sofrem muitas críticas por estarem tratando de “algo que não lhes diz respeito”. No caso da liberdade de expressão, o tema é direto, sua própria sobrevivência está em jogo. Eles devem gritar mais ainda do que gritaram e, sinceramente, deveriam se preparar para isso.

Os Bolsonaros testam a sociedade. Não basta responder apenas a cada frase. É necessário que se comece a trabalhar uma frente, imune à instrumentalização da esquerda, mas que tenha muito claro os limites que não podem ser transpostos sem que a democracia entre em colapso. A liberdade de expressão é um desses marcos. O outro é escolher livremente nossos governantes e poder descartá-los de quatro em quatro anos. Os dois marcos se entrelaçam. A família Bolsonaro é livre para dizer absurdos; defensores de um Brasil tolerante e democrático, livres para empurrá-los ao ostracismo ou à dimensão real da extrema direita

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O barquinho não vai

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O asno alado

Só de ficar perto dele você passa a concatenar as ideias como alguém ridículo

Tenho um amigo de infância que é um cara assim… eu ia escrever burrinho, mas vamos chamá-lo de “desprovido de neurose”.

Uma definição bem rasa de neurótico é: toda pessoa não psicótica. Mas esse meu amigo não me parece maluco, tampouco angustiado com o que quer que seja. Acho fascinante.

Ele até passava de ano, decorava umas coisas e tal, entrou em uma faculdade razoável, mas lhe faltava algo no espírito. Nada se criava ali. Nada entrava em combustão. Nada doía (a não ser a gengiva, uma vez, porque ele abriu uma cerveja no dente, enquanto ria abobado).

No ginásio a classe organizou uma viagem de formatura e, desde aquela idade, eu já contabilizava todos os problemas oferecidos pelo mundo sempre que eu me distanciasse mais de 100 quilômetros de casa.

Ele não, ele parecia flutuar. Escombros ou ondas do mar: ele era apenas descomplicado. Um dia, admirando sua inutilidade neurotransmissora, pensei: “Olha lá o asno alado!”.

Seu corpo vive na atmosfera das pessoas sem sinapses. Seu cabelo tem mais brilho e é mais esvoaçante que o de todos.

A clássica propaganda de xampu certamente foi idealizada por alguém ou muito bobo ou com muita inveja dos bobos.

Ficamos amigos porque ele me achava “uma figurinha” e eu, em contrapartida, pensava que se um dia pirasse, só de olhar para ele voltaria ao normal.

O asno alado é tão calmo e literal que só de ficar perto você passa a concatenar as ideias como alguém ridículo, ou melhor: ridiculamente feliz.

Ele trabalha, paga as contas, casou, conta algumas histórias que a gente não acha graça, chora em filmes quando algum lutador supera tudo. Mas, sei lá. É outra espécie humana. Não lê jornal (então tudo bem a gente falar mal dele aqui), o último livro que folheou devia ser obrigatório para o vestibular.

Seriado não consegue acompanhar: “chega uma hora que fica confuso”. Gostava de novela quando era a única coisa que tinha na TV, agora, porque tem muita coisa, não liga a TV porque não gosta de nada complicado.

O asno alado, apesar de ter 40 anos, não sabe que existe uma coisa chamada check-up anual. Uma vez ele falou pra mim: “No trabalho eu penso quando precisa, mas daí no carro eu já parei de pensar ou nem lembro o que pensei. E, chegando em casa, tô pra te falar: eu não penso mais nada!”.

Eu duvidei. Eu quis entender. Eu expliquei que era impossível. A gente pensa o tempo todo. Não? Inclusive, tem aí o nosso inconsciente, que pensa para além e “para trás” e para sempre. Ele não entendeu.

Acho mesmo bonito o viço da sua pele jamais acinzentada pela corrosão cerebral. Uma cor de quem nunca perderia uma noite de sono depois de assistir a um documentário sobre trigêmeos separados (no nascimento) por um psiquiatra a fim de estudar se nossos transtornos psíquicos são mais acentuados pela genética ou pela falta de afeto.

Ele nem sabe o que quer dizer “documentário”. Ele corre na esteira até sentir exaustão, a mulher me contou.

Meu amigo chegou à maturidade com poucas rugas na testa e quando falei que estou cozinhando com água mineral, preocupadíssima com a nova lei que abranda o controle dos agrotóxicos, ele apenas riu e como eram bonitos seus dentes e bom o seu hálito.

O bafo de quem não torce as vísceras pela constatação sombria da existência. É uma dádiva poder voar enquanto nossa cabeça nos soterra vivos no buraco da inquietude.

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Padrelladas

Sou um apaixonado pela história de Pompéia, aquela cidade que foi soterrada pelas cinzas do Vesúvio. Li que lá (possivelmente em outros cantos do império também), as togas eram postas no mijo humano para branquearem. Havia até coletores de urina nas ruas. Como o presidente de vocês curte um lance escatológico, segundo se depreende de suas falas, não entendo porque até agora o Mestre não pensou em pegar todo esse cocô de que ele fala e aproveitá-lo na lavanderia do Palácio. (Os antigos togados eram os senadores, e usavam uniforme branco).

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Fraga

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© Jan Saudek

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