Droga de ministro

O MINISTRO DA EDUCAÇÃO declara que Lula e Dilma são drogas piores que a cocaína encontrada na comitiva presidencial ao G-20. Abraham Weintraub, o ministro, sempre confirma a inépcia e a origem olaviana. Se Lula e Dilma são drogas piores que a cocaína, Bolsonaro é igual, iguais razões: como Lula, ele desperta o fanatismo irracional; como Dilma, é incapaz de governar e falar coisas com sentido.

Nosso educador mor dá exemplo aos jovens a quem deve ensinar. Se Lula e Dilma são drogas piores que a cocaína, o consumo desta é aceitável. De raciocínio estúpido extrai-se conclusão estúpida: antes ser viciado em cocaína que ser petista. A tal nível de degradação chegou o governo federal. Weintraub empata com Damares e supera na estupidez a Antonio Rogério Magri, o ministro que disse que “cachorro também é ser humano”.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Eric Clapton

Publicado em Sem categoria | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

O sumiço de Paulo Guedes

Não que eu esteja me queixando de falta de animação no governo Bolsonaro, mas vocês repararam no desaparecimento do ministro da Economia, Paulo Guedes? Não, ele não está em viagem para o Japão, com o presidente Jair Bolsonaro. Guedes não faz parte da comitiva que foi à reunião do G20. O motivo da sua ausência não foi divulgado.

Bem, nem é preciso dizer que a situação do ministro não é a de um “Posto Ipiranga”, como Bolsonaro vive dizendo desde a campanha eleitoral, para justificar que também de economia ele não entende nada. Mesmo a reforma da Previdência que segue no Congresso Nacional não é a de Guedes. A que ele mandou foi toda desmontada pelos parlamentares. Fizeram uma nova, aproveitando inclusive para aparecerem como os bonzinhos que excluíram as maldades do ministro. Nesta reforma não tem a marca essencial da proposta do governo, mesmo que Bolsonaro não estivesse sabendo, que seria a mudança para um sistema de capitalização.

Era o grande lance de Guedes, a salvação da lavoura, como se dizia antigamente. Como fazer sem o remédio essencial, a panacéia indispensável para evitar que o Brasil afunde estrondosamente em um buraco sem fundo? Era o que dizia Guedes, em tom de ameaça que atingia várias gerações, desgraçando o futuro até dos nossos tataranetos.

Mas não foi só com a Previdência que o ministro perdeu o comando para o Congresso. Estimulado pelo vazio de articulação do governo Bolsonaro — problema agravado pelo estilo de pouca conversa de Guedes e sua fixação obsessiva na Previdência — Rodrigo Maia puxou também para o Legislativo outros temas importantes da economia, como a mudança no FGTS, autonomia do Banco Central e a reforma tributária.

O presidente da Câmara montou uma equipe que em matéria de prestígio faz sombra para o ministro da Economia. Para cuidar da pauta econômica ele chamou Samuel Pessôa, Bernardo Appy, Marcos Mendes e Marcos Lisboa. Todos liberais, cada um deles com mais experiência na atividade pública que o ministro Guedes e juntos formando um ministério que faz do Posto Ipiranga de Bolsonaro um postinho largado de beira de estrada de terra.

Na prática, mudanças na economia estão sendo pensadas pelo Legislativo. A hábil puxada de tapete de Maia minou o respeito e a credibilidade de Guedes. Seu sumiço terá algo a ver com este desprestígio? Pode estar pensando em uma carta de demissão, planejando cumprir a ameaça que fazia o tempo todo, achando que dessa forma obrigaria os políticos a acatarem suas ordens sem nenhuma discussão.

Publicado em José Pires - Brasil Limpeza | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Orquestra Sem Fim lança primeiro single e videoclipe no 92 Graus

Após uma apresentação “de gala” no hall da Biblioteca Pública do Paraná, a Orquestra Sem Fim (O.S.F.) sobe o palco do 92 Graus, The Underground Pub no próximo dia 28 de junho, a partir das 21h, para um show de lançamento do primeiro single e do primeiro clipe.

A Orquestra Sem Fim é o mais novo projeto musical de um time de músicos, compositores e poetas originários de bandas seminais da música curitibana, como Contrabanda, Beijo AA Força, Opinião Pública e Maxixe Machine. Ela é formada por Rodrigo Barros (vocal e violão elétrico), Luiz Ferreira (cordas e vocal), Sérgio Viralobos (vocal), Walmor Góes (guitarra), Marcelo Sandmann (teclados), Miguel Zattar (guitarra), Alberto Lins (baixo) e Ricardo Fadel (bateria).

A música escolhida para o single e clipe foi Devoniana. O clipe é uma espécie de trailer de um filme fictício que será lançado. Foi filmado em fevereiro, no Santa Mônica Clube de Campo, em Quatro Barras, e na cachoeira do Buraco do Padre, em plena Escarpa Devoniana, importante reserva ecológica do Estado do Paraná, atualmente correndo o risco de ser reduzida drasticamente em prol do agronegócio. Primeiro single do álbum de estreia da Orquestra Sem fim, a música “Freudiana” ganhou o nome de “Devoniana” na versão do clipe, com direito a edição exclusiva também.

Com direção de Luiz Ferreira, codireção de Luciano Popadiuk, direção de fotografia de Eduardo Moura, o clipe tem a participação dos atores Lucas Müller e Raissa Barbedo. Conta ainda, segudno Ferreira, “com uma mãozona dos amigos, como está escrito nas legendas do clipe, uma sugestão de Viralobos para dar um tom menos ‘sério’ na despretensiosa produção”. Com custo zero, o trabalho contou com a mobilização de uma turma de amigos e familiares, a esposa e a filha de Ferreira participam, respectivamente, como figurante e dançarina.

No momento, a banda está finalizando outras músicas gravadas no estúdio Ponto Z, que formarão o primeiro álbum, a ser lançado brevemente em todas as plataformas digitais através do selo iMusics. Entre as próximas manifestações da O.S.F. está a apresentação de suas músicas com pegada madura, agressiva e romântica no lançamento dos livros dos poetas e parceiros musicais Thadeu Wojciechowski e Sérgio Viralobos, ainda sem data e local definidos.

Os ingressos para o show no 92 Graus custam R$ 20 e podem ser adquiridos no local. O endereço é Rua Manoel Ribas, 108 – em frente ao antigo prédio da Telepar. Mais informações na página do evento no Facebook

Plural

Publicado em Sem categoria | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Agenda

A poesia de Luci Collin continua alta. Melhor: continua crescendo. Melhor ainda: continua séria. O que oferece aos leitores é uma notável sequência de poemas, escrita com ponta fina, digitada firmemente. Se bem me lembro do que eu senti anteriormente, a coesão de sua poética mantém o equilíbrio perfeito de uma progressão exata de uma carreira contínua. A prova disso está nos poemas, cito alguns ou poderia citar todos, pois é difícil preferir uns e deixar de lado outros: “Alinho”, “Incombinado”, “Traço”, “Lida”, “Rogativa”, “Acontecido”, “De se fazer”, “Cinzel”, “Manto”, “Shikantaza”, “Lembrete”, “Remissivo”, “Raso”.  

Paro por aqui para deixar, no meio do livro, esse jogo de escolha, que volta e meia, tende a adicionar outros títulos, que foram deixados para trás, cometendo injustiças, sem sombra de dúvida. Pois em Rosa que está nenhuma pétala deve ser esquecida e não querida. Trata-se de um livro completo, de A a Z. E a cada leitura (já que ele pede releituras) vamos descobrir novas nuanças das suas rosas reunidas num buquê que não se despetala.

Armando Freitas Filho

Publicado em Sem categoria | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Publicado em Geral | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

A goiaba de Newton

COERENTE com a linha programática do governo Bolsonaro, o ministério da Educação prepara mudanças nos livros escolares. Uma delas sobre a lei da gravidade. Coisa de somenos na física, coisa de somuitos no regime bolsoignaro: Isaac Newton não terá descoberto a lei quando lhe caiu a maçã na cabeça; as crianças brasileiras aprenderão que foi a goiaba, não a maçã – e ela não caiu, foi Jesus quem lançou do alto da goiabeira.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

O direito de suspender serviços

A Agência Nacional de Telecomunicações regula a suspensão do serviço de telefonia fixa e celular, internet e tv por assinatura.

O consumidor deve estar em dia com seu contrato para, assim, poder solicitar a suspensão a cada 12 meses, uma única vez, no prazo mínimo de 30 dias e no máximo 120 dias. Não pode ser cobrada taxa de suspensão ou de religamento (Res. 477/2007).

Essa regra é vantajosa para as operadoras, pois desconsidera que é garantido ao consumidor a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral – e a telefonia é um serviço público.

Por exemplo, para os serviços de assinatura de jornais e revistas e serviços de academia é necessário se verificar o contrato. Todas as tratativas devem conter protocolo para que o consumidor não pague indevidamente por serviço suspenso.

Esta regra da Anatel é ótima para as operadoras, e a regra nos contratos assinados pelos consumidores certamente é excelente para as empresas contratadas.

E os interesses dos consumidores?

Por quais motivos se chegou a 30 (trinta) dias no mínimo e 120 (cento e vinte dias) no máximo da suspensão?

E se o consumidor viajar duas vezes ou mais ao ano? Paga pelo serviço que não utilizou. Neste caso, temos o enriquecimento sem causa para as operadoras.

Estes prazos deveriam ser flexíveis e adequados à realidade dos consumidores. Um exemplo: se o consumidor fica desempregado e pede a suspensão para depois não ter que pagar novamente a assinatura e a instalação.

Ou, ainda, no caso de enfermidade do consumidor, cobra-se o período integral, dificulta-se o cancelamento e, novamente, as operadoras ganham pelos serviços que não foram usufruídos.

As Agências que regulam a matéria, que deveriam proteger os consumidores, normalmente fazem arranjos legais para o bem das prestadoras.

Enquanto isto o Congresso Nacional dorme em berço esplêndido e o direito à suspensão dos serviços não é debatido. Ao final, como sempre, quem paga a conta são os consumidores.

Publicado em Claudio Henrique de Castro | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

92 Graus

Imperdível!

Publicado em Geral | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Tutorial para ressonância magnética

Horas dentro de um tubo de ensaio, ouvindo um mix de obra de shopping com balada techno

No carro, fui me convencendo de que o exame não duraria mais do que 30 minutos. Dez para a cervical, dez para o ombro e dez para a escápula. Meia hora passa voando. Meia hora é menos do que aquela ponte aérea com chuva de granizo que fez o avião arremeter chegando a São Paulo. Meia hora é menos do que aquela vez que a anestesia não pegou e o dentista continuou serrando meu osso para arrancar o siso lá de dentro. Meia hora é menos do que fiquei na casa do Edu, o pior sexo da minha vida. Meia hora dá para aturar.

O médico já tinha avisado que cada uma das três ressonâncias demandaria bastante tempo, mas eu não quis acreditar. Ninguém faria um ser humano ficar horas dentro de um tubo escuro, apertado e com apitos ensurdecedores na orelha.

Você tem tatuagem? Tenho. Você tem alguma maquiagem definitiva? Tenho. Você tem alguma cicatriz de cirurgia? Tenho. Você tem piercing? Tenho. Você tem claustrofobia? Tenho. Ok, podemos começar o exame. Não, espera, o que significa ter tudo isso? Nada, senhora. Como assim nada? Tá tudo bem, senhora.

Tudo bem não estava. Eu queria poder ler, brincar com a minha filha, trabalhar, fazer exercícios, andar e dormir sem sentir tanta dor. Minhas costas doem ininterruptamente há mais de 15 anos. E doem tanto que eu estava prestes a ficar horas dentro de um tubo de ensaio, ouvindo um mix de obra de shopping com balada techno, para tentar obter alguma nova pista do que fazer.

Na sala, muitos quadros com fotos de palmeiras verdinhas e ensolaradas. Colocaram uma campainha na minha mão: “Qualquer coisa é só apertar”. Colocaram um fone com música clássica nos meus ouvidos: “Se quiser outro estilo, é só falar”. Colocaram uma manta bem quentinha nas minhas pernas: “Se continuar frio, a gente coloca outra”. Na última vez que me trataram tão bem, eu entrei num casamento e nele estou há sete anos. Isso só podia ser sinal de que o exame demoraria muito.

Pobre do Vivaldi, que nem no volume máximo das Quatro Estações foi páreo para a britadeira tecnológica. Pobre de mim, que, contrariando o conselho de amigos, resolvi abrir os olhos e vi que o “teto”, de fato, estava a dois centímetros do meu nariz. Parece um caixão essa porra. Cacete, essa porra parece um caixão. Seria a minha cremação? Me velaram por horas, choraram, lamentaram “ela estava no auge da vida”, e eu estava apenas desacordada? Teria eu abusado do Dramin? Das cinco opções de música disponíveis no crematório, meteram um Vivaldi porque é quase animadinho e dá uma esperança para os que ficam? Estou sentindo esquentar.

Pensei em gritar: “Para tudo, eu não morri!”, mas me lembrei da campainha na minha mão. Eu estava fazendo ressonância! Era isso! Entendi finalmente para o que servia aquela campainha. Não é para você apertar, parar o exame no meio e pagar de descontrolado na frente de vários médicos; é apenas para lhe recordar que ninguém daria uma campainha a um morto.

Vamos para as listas. Sim! Elas sempre me acalmam. As dez piores crises de pânico que já tive na vida. Não. As dez vezes em que achei que ia morrer, e não era nada. Não. As dez vezes em que meu coração batia tão forte que eu achei que ia enfartar, mas passou. Não. As cem listas horríveis para não se pensar dentro de uma ressonância magnética de duas horas. Sim. Aos poucos, a luz, os quadros de palmeiras verdinhas e ensolaradas, a cara redonda da médica. Sento, me alongo e, profundamente feliz e emocionada, sinto uma dor insuportável nas costas.

Publicado em Tati Bernardi - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Que país é este?

grande-circo-brasil-dois

Publicado em Que país é este? | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

O irritante guru do Méier

millorfernandes© Jornal do Brasil

Publicado em O irritante guru do Méier | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Todo mundo lá!

Publicado em Maringas Maciel | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Apoio

Publicado em As Velhas | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

‘Vem aí um jornal’, disse Francis

O jornal era o Pasquim, seis meses depois do Ato Institucional nº 5

Foi há 50 anos. Paulo Francis me falou: “Vem aí um jornal. Um semanário. Meio sério, meio de humor. É coisa do Tarso de Castro, do Jaguar e do Sérgio Cabral. Vai se chamar O Pasquim. Quer colaborar nele?”. “Se quero!”, respondi. “Vou falar com o Tarso”, prometeu. O jornal saiu. Seis ou sete números depois, Tarso me chamou. Fui. A Redação ficava na rua do Resende, na Lapa —o que era curioso, porque o jornal tinha todo um sabor de Ipanema. Tarso foi claro: “Para colaborar no Pasquim, tem duas condições. Você é contra ou a favor da ditadura?”. Eu: “Que pergunta. Contra, claro”. Ele: “Qual é o seu time?”. E eu: “Flamengo”. “OK, vai colaborar”, decretou Tarso. E assim foi. 

Era uma brincadeira, porque ele me conhecia dos artigos no Correio da Manhã e na revista Diners, onde eu trabalhara em 1968 sob Paulo Francis. Mas assim era o Pasquim —desde já, fingindo não se levar a sério.

Um jornal independente, sem patrões, era um velho sonho dos jornalistas. Tentado várias vezes, nunca dera certo por muito tempo. O Pasquim deu, e sob as piores condições. O Ato 5 fora decretado seis meses antes e parte da imprensa estava sob censura. O Pasquim, não —os homens não sabiam o que pensar daquele deboche que parecia apolítico. Quando acordaram, mais de um ano depois, mandaram um censor. Mas quem? O general Juarez, pai de Helô Pinheiro, a garota de Ipanema, e que adorava ser tapeado.

O Pasquim tirou a gravata da imprensa, entrevistou todo mundo que valia a pena e lançou modas. Teve colaboradores presos e inúmeras edições apreendidas. Durou 22 anos, embora, em minha opinião, só os primeiros dez tenham sido para valer —o começo da abertura, em 1979, cegou o seu gume.

Fui um colaborador bissexto, mas tenho uma medalha. No Pasquim mais famoso, o nº 22, com a entrevista de Leila Diniz, meu nome está nas chamadas de capa. E sem nenhum artigo meu naquele número.

Publicado em Ruy Castro - Folha de São Paulo | Com a tag , , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter