A Lua e nós

Que a curiosidade e a visão de futuro sigam movendo a humanidade para a frente

Há 50 anos a serem completados neste sábado (20), homens andaram na Lua pela primeira vez.

chegada dos norte-americanos ao satélite da Terra, um dos maiores feitos da humanidade, foi subproduto da Guerra Fria. Em 1961, os soviéticos colocaram o cosmonauta Iuri Gagárin no primeiro voo orbital tripulado e desafiaram: “Que os países capitalistas tentem nos alcançar”. John F. Kennedy aceitou o chamado, e o resto é história.

O sucesso da missão coroou o intelecto, a engenhosidade, a colaboração científica e a parceria público-privada que só encontraram terreno fértil nas grandes democracias ocidentais, lideradas pelos EUA. Foi um duro golpe na propaganda da então União Soviética, que implodiria duas décadas depois, envergada pelo peso do obscurantismo, do controle estatal e da falta de liberdade civil e econômica.

Direta ou indiretamente, a viagem dos astronautas Neil Armstrong, Edward “Buzz” Aldrin e Michael Collins, seus preparativos e os resultados alcançados trouxeram avanços tecnológicos como a TV via satélite, o purificador de água, os aparelhos eletrônicos sem fio, o detector de fumaça e a tomografia computadorizada, para ficar apenas em cinco exemplos.

Neste meio século que nos separa daquele momento, o conhecimento humano cresceu em ritmo sem precedentes. E, no entanto, há motivos para preocupação. Nos últimos anos, vem ganhando corpo um movimento anti-iluminista, que suspeita do saber, ridiculariza os valores humanitários e desdenha os avanços da ciência.

Exemplo recente se observa em pesquisa Datafolha de julho, segundo a qual 26% dos brasileiros não acreditam que a chegada à Lua tenha, de fato, ocorrido.

Estarão acompanhados, em proporções variadas, dos que questionam a eficácia das vacinas, dos que menosprezam o papel dos radares e cadeirinhas na redução de mortes no trânsito, dos que duvidam dos efeitos do aquecimento global —e dos que acreditam, veja só, que a Terra seja plana.

Naquele 20 de julho de 1969, minutos depois de pisar o solo lunar pela primeira vez, com o pé esquerdo, e de proferir sua célebre frase (“Um pequeno passo para o homem, um salto gigantesco para a humanidade”), Neil Armstrong conversou ao telefone com o presidente Richard Nixon, que ainda não havia sido enxotado da Casa Branca por seus malfeitos.

O astronauta disse na ocasião que era um privilégio e uma honra representar pessoas “pacíficas de todas as nações, com interesse, curiosidade e visão de futuro”. Que o interesse, a curiosidade e a visão de futuro que levaram o homem à Lua sigam movendo a humanidade para a frente.

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O homem na Lua

A NASA – Agência Nacional da Aeronáutica e Espaço – americana comemora neste sábado 20 de julho o 50º aniversário do desembarque o homem terrestre na Lua. Uma curiosidade e um mistério envolvem o acontecimento.

A curiosidade: se para os norte-americanos e parte do mundo Neil Armstrong pisou no solo lunar às 23h56m20s do domingo 20 de julho de 1969, para outra parte desse mesmo mundo, incluindo o Brasil, o fato histórico só ocorreu na segunda-feira, dia 21, às 03h56m20s. Culpa do fuso horário, que registrava, então, uma diferença de 4 horas entre os EUA e o Brasil. O interessante é que, originalmente, a chegada do módulo lunar Eagle (Águia) no satélite era prevista para exatamente às 03h56m do dia 21 de julho. A NASA, no entanto, resolveu adiantar algumas horas a alunissagem. Então, digam aí se não é, no mínimo, curioso: para os norte-americanos o homem pisou na Lua no dia 20 de julho, mas para nós brasileiros foi no dia seguinte, dia 21.

Já o mistério foi revelado por mim, neste mesmo espaço, em outubro do ano passado. Não custa, porém, repetir, em homenagem ao possível ocorrido:

“Um pequeno passo para o homem, mas um gigantesco salto para a humanidade”, proclamou Armstrong, ao assentar o pé no solo lunar. O coração do comandante da missão Apollo 11 batia 150 vezes por minuto. Mas essa pulsação logo se aceleraria mais ainda, pois uma espantosa surpresa, de igual ou maior dimensão, estava preparada para os jovens astronautas na árida paisagem do Mar da Tranquilidade. Eles não estavam sozinhos. Ou por outra: alguém havia chegado antes deles.

Apollo 11: — Oh, meu Deus!… Eles estão aqui!… E são enormes!… Esses “bebês” são enormes!…

Houston: — O que foi, Apollo 11? Que diabo foi…?

Apollo 11: — Não… Não… Não é nenhuma ilusão de ótica nem distorção… Oh, meu Deus!… Ninguém acreditaria nisso!…

Houston: — Que… que está acontecendo com vocês?… Que diabo ocorre…?

Apollo 11: — Eu lhes digo… Há outras naves espaciais aqui, alinhadas na borda da cratera!… Estão na luz… só observando!… Estão sobre a superfície!…

Houston: — Controle chamando Apollo 11…

Apollo 11: — Roger… Roger… Estamos bem aqui… Mas encontramos alguns visitantes. Eles estão aqui já há algum tempo, a julgar pelas instalações…

Houston: — Missão central falando. Confirme a última informação…

Apollo 11: — Estou lhe dizendo que aqui há outras naves espaciais… Estão alinhadas em fila, do lado mais distante da cratera…

Houston: — Repita… Repita…

Apollo 11: — Examinaremos a órbita… Queremos voltar para casa… Em 625 e um quinto. O relógio automático está colocado. Minhas mãos tremem de tal forma que não consigo…

Houston: — Filmar?…

Apollo 11: — Diabo! É assim… As condenadas câmeras estão funcionando mal aqui em cima…

Houston: — Vocês conseguiram alguma coisa, rapazes?…

Apollo 11: — Não temos mais filmes agora… Temos apenas três tomadas dos ufos, ou o que quer que sejam… Mas podem estar veladas…

Houston: — Missão… Controle. É o controle da missão. Estão para partir? Repita… Vocês estão para ir embora?… Que significa toda essa agitação?… Por que cenas de ufos?… Expliquem…

Apollo 11: — Estão pousados aqui!… Estão na Lua, nos observando!…

Houston: — Obtenham fotografias… Todas as fotografias possíveis… Vocês estão filmando?…

Apollo 11: — Sim, os espelhos estão todos no seu lugar… Mas esses seres podem vir amanhã e levá-los embora… Seja qual for a sua forma, aquilo eram naves espaciais… Não há dúvida…

Esse diálogo foi mantido entre os astronautas Neil Armstrong e Edwin Aldrin e o Centro de Controle da NASA, em Houston, no Texas, EUA. A transmissão era vetada aos meios de comunicação, mas foi captada por um grupo de radioamadores, através de sofisticados equipamentos. O jornal The Washington Post publicaria a transcrição da conversa que, algum tempo depois, acabou sendo ratificada por Otto Binder, membro da equipe espacial da NASA, e pelo diretor Christopher Craft, quando este deixou a agência.

Verdade ou ficção? Talvez nunca se saiba ao certo. Tanto é que pelo menos um quarto da população terrestre, ainda hoje, duvida que o homem tenha sequer chegado à Lua.

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O presidente das cavernas

JAIR BOLSONARO é um troglodita, como aqueles das cavernas que arrastavam as mulheres pelos cabelos e brigavam com paus, os de madeira, bem entendido. Como presidente, investiu-se de cruzado contra aquilo que na sua visão representa o obsceno. Assim, gays, transsexuais, lésbicas, os indefinidos de gênero são, com a licença do trocadilho, degenerados. No balaio entram índios, negros quilombolas e as minorias em geral.

Nosso presidente prega um moralismo tosco, míope, primário, sem paralelo nas épocas em que foi profissão de fé, a Inquisição católica e a Era Vitoriana, na Inglaterra. Entre tantos absurdos que jorram diariamente de sua língua na velocidade da luz e o cérebro na do som, agora passa a pontificar sobre arte. Ele é daqueles para quem toda crítica tem que ser construtiva e a notícia necessariamente boa.

O capitão de bravatas investe contra o cinema brasileiro. Nem Lula, Dilma e petistas em geral fizeram isso quando o Petrolão acabou n’O Mecanismo, o filme do diretor que antes celebrara Sergio Moro e a Lava Jato. Com sua peculiar visão anã – com perdão aos anões, em especial Peter Dinklage, o brilhante ator do Game of Thrones – o chefe do governo ataca as agências e mecanismos que financiam a arte no Brasil.

Especial diatribe Bolsonaro verteu na semana contra o filme Bruna Surfistinha: é pornográfico e captou dinheiro público. Se ganhou prêmios, gerou lucros e empregos, é irrelevante. A moral bolsoignara está acima do custo-benefício geral. Faltou pouco para o presidente insistir que a história estimula o erotismo e os prazeres da carne, o solitário, entre eles, um anátema na visão evangélico-militar de sua excelência.

Nosso messias está a um passo dos nazistas, esquerdistas que, como a Inquisição, faziam fogueiras com os livros de autores malditos, que fugiam da doutrina oficial. O mesmo acontece no Irã e onde impera o fundamentalismo islâmico. Aliás, ao tempo da formação militar de Jair Bolsonaro, a repressão da ditadura brasileira prendia não só autores como leitores, vendedores e colecionadores de livros malditos.

O presidente só engana os que votaram nele, que acatam sua visão do obsceno e não veem obscenidade no filho embaixador (“Quero o melhor para meu filho”, disse na semana. A embaixada é o melhor – para o filho, não para o Brasil), no pagamento de votos no Congresso via emendas ao orçamento, na permanência do ministro Álvaro Antonio, o criador das mulheres-laranja em candidaturas de figuração.

Jair Bolsonaro nunca viu um quadro de autor renascentista, como a Vênus de Botticelli, que emerge nua das águas. Desconhece o mais antigo e clássico Decamerão, de Bocaccio. Na Bíblia. o neo-evangélico passa batido pelos Cantares de Salomão, para ele, pura sacanagem. Jair Bolsonaro nunca frequentou um museu, com certeza. Mas é impossível que não tenha se deleitado e massageado com os livrinhos de Carlos Zéfiro.

Os moralistas vão e voltam, assim tem sido na história, cíclica e dialética. Quando chegam, fazem estragos: destroem monumentos, queimam obras de arte, livros, reprimem a livre expressão e chegam ao limite do trágico, de matar os dissidentes de seus valores. A expressão artística com liberdade na concepção moral, esta fica, evolui e se perpetua em bibliotecas, museus e exibições. Nosso presidente não quer moralizar; quer sufocar a arte.

O que vemos nos últimos duzentos e poucos dias da presidência é o aceno autoritário de um homem que pretende se perpetuar no poder, inicialmente com dois mandatos, depois alternando com o filho, como Putin e Medvedev na Rússia. Se as instituições, como o Congresso, o STF e a opinião pública não reagirem, Jair Bolsonaro consegue dos seus abduzidos introduzir no Brasil as trevas que povoam seus sonhos.

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Trip

Revista Trip, setembro de 2014, nº 236. Da entrada à entranha.  Neste número, Deborah Secco se abre e Tom Zé lava calcinhas e consagra xoxotas.

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O Insulto Diário

Estas mal traçadas linhas vão para o pedaço de mulher chamado Deborah Secco. Sei que as leitoras irão discordar a princípio e já no princípio peço desculpas. Tem a ver com certo desvio da causa feminista, que no particular de hoje está sem nada – ou “com nada” como se passou a dizer neste Brasil sem lógica.

Qual o problema com Deborah Secco? Com os homens brasileiros, nenhum. Já era atriz de méritos, méritos que exponenciou ao interpretar Bruna Surfistinha no cinema, pondo em imagens o imaginário erótico masculino. Não fosse Deborah, outra atriz teria atenuado a carga sensual d’O Doce Veneno do Escorpião.

Por exemplo, a mais talentosa de nossas jovens atrizes, Débora Falabella, daria precedência ao dramático sobre o erótico – não que a ela falte sensualidade, mas perdeu o apelo ao casar com Murilo Benício, o galã sem sal. Outra, Juliana Paes, seria sexo, sexo demais, nenhum drama. Perdoem, mas sexo exige drama.

Afinal, o que fez a doce e roufenha Deborah para desagradar as mulheres? Em entrevista inocente ela feriu o fundamentalismo feminista ao dizer que quando o homem quer transar a mulher deve fazê-lo, ainda que não tenha vontade, porque ali, no rala e rola, a vontade surge, aflora e conduz ao prazer.

Deborah merece busto em praça – ainda que o dela tenha mais silicone que conseguinte. Recorro à música de Vinícius, “mulher que nega carinho seu tem uma coisa de menos no seu coração”. Deborah reforça a rima do poeta: o homem deve espicaçar o carinho da mulher. “Então, tá”, dizia a Surfistinha.

Rogério Distéfano|O Insulto Diário|16 de outubro|2017

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Castigat ridendo mores

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Benett

© Alberto Benett|Plural

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Deborah Secco, 1979,  uma atriz brasileira. Conhecida pelos personagens Carina em A Próxima Vítima, a vilã Íris em Laços de Família, a vampira Lara em O Beijo do Vampiro, a manicure Darlene em Celebridade, a mocinha Sol em América, a retirante Maria do Céu em A Favorita, a cômica Natalie Lamour em Insensato Coração e a vilã Karola em Segundo Sol, além de Raquel Pacheco, Bruna Surfistinha (2011). © Reuters

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Aqui, como lá…

Brunha Surfistinha, pra inglês ver, não é, Bozo?

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Garganta profunda

QUEM É garganta profunda, o delator-vazador das conversas entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol divulgadas pelo The Intercept Brasil e pela Folha de S. Paulo? Imprensa e analistas estão quietos, economizando o segundo prato do banquete midiático depois de esgotado o primeiro, das conversas.

Os viciados em novelas, séries e filmes policiais, os que na metade da história matam a charada e apontam o criminoso, estes trabalham com pistas: é alguém por dentro, indignado, roído de despeito pela celebridade adquirida por um com o trabalho de todos.

Para sorte do delator-vazador, além da proteção da fonte anônima, existe o que Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, que versam inglês e citam o direito norte-americano, chamariam de prova circunstancial: aquela que nos filmes e séries gringas não leva à condenação do suspeito.

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Assim passam os dias…

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Padrelladas

Na manhã de hoje vejo a Globo toda feliz, contando que Viena teve a grande ideia de perfumar o metrô para que os passageiros não precisarem respirar o cheiro de bode que emana de sovacos austríacos e estrangeiros. E que a novidade seria aplicada também nos metrôs alhures, como os de Paris, cujos parisienses – reza a lenda – concorrem ao Troféu Sovaco de Bode. Pois Viena que guarde seu cavaquinho, e a Globo que pare com essas fake news.

Numa viagem que fiz de ônibus de Atenas a Istambul – ônibus lotado de turcos, desde nenê até provectos, seja lá o que isso signifique – .TODOS fumavam. Era inverno, lá fora havia um horizonte branco. Por isso, o ônibus seguia com as janelas todas cerradas. A espaços, o motorista parava a condução e espargia um perfume nauseabundo sobre todos os passageiros, e a viagem seguia com todos fumando novamente. De modo que não foi Viena que inventou a perfumação dos coletivos. Viu, Globo? Foram os turcos.

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Blondine. © IShotMyself

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O Bandido Que Sabia Latim

© Américo Vermelho

…não é do meu hábito apresentar soluções comunitárias, mesmo porque eu, hoje, estou mais preocupado em salvar meu próprio nariz do naufrágio. O meu livro “Catatau”, que vai ser publicado em dezembro, dez anos após tê-lo iniciado, é inclusive uma solução toda minha, pessoal, pras minhas próprias decepções e angústias quanto à cultura letrada. Os outros que encontrem seus paradigmas e modelos e construam suas próprias balsas para não morrerem afogado.

Gosto muito em Curitiba, entretanto, em vista de sua radicalidade natural, dos cartunistas Rettamozo, Mirandinha e Solda. Eles não têm nada a ver com minhas propostas e buscas – pois não há ninguém em Curitiba, quanto a isso, que me fascine – mas me parecem, em sua área de interesse, muito bem atualizados com as novidades e informações do setor. Os cartunistas trabalham com mais de um código. E isso pra mim é fundamental, na criação artística. Além do mais, nossos cartunistas me parecem bem mais atualizados que os nossos escritores nos avanços de sua especialidade.

(Paulo Leminski, 1977)

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