Katrafina. © IShotMylself

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Craques no camarim

Como depilar-se, fazer sobrancelhas, branquear os dentes e treinar ao mesmo tempo

vitória do Brasil na Copa América é a prova de que se pode jogar futebol e cuidar da cútis ao mesmo tempo. Basta haver organização. Para isso, a CBF faz um organograma de treinos adequado às visitas dos maquiadores, cabeleireiros e tatuadores à concentração. Como cada jogador tem o seu homem de confiança para certas tarefas, não é uma logística simples. O modelo, design e contorno da sobrancelha de Gabriel Jesus, por exemplo, é resultado de horas de micropigmentação, só ao alcance de um especialista.

Outra operação complexa é a depilação. Foi-se o tempo em que os craques se passavam pelos velhos presto-barba, máquina de barbeiro ou cera quente no salão da Jéssica. Hoje se usa a pistola de laser, e não se limita ao púbis e axilas —cobre todo o corpo e leva tempo. O mesmo quanto ao cabelo. Só um profissional sabe a musse adequada ao cabelo de Fagner ou Willian. E, embora a CBF forneça os podólogos, para lhes cuidar das unhas dos pés, os manicuros —não manicures— são de escolha exclusiva deles. Não é qualquer um que pode cortar, lixar e pintar as unhas das mãos de Daniel Alves, nem cuidar de seus hiponíquios, que é como passaram a se chamar as cutículas.

O branqueamento dos dentes, que pena, só pode ser feito no consultório. Mas, depois de pronto o trabalho, basta escovar os dentes com Omo, como fazem Casemiro e Firmino. E há também o problema dos brincos e piercings. Se a aplicação é simples, o difícil é o design —ouro ou prata?—, só decidido depois de muitas reuniões com os ourives da H. Stern.

Sem falar nas visitas dos alfaiates, para medir, cortar e alinhavar ternos que combinem com os bonés, tênis e mochilas que eles são obrigados a usar, por seus contratos pessoais. E dos dermatologistas, com suas receitas de hidratantes para cada tipo de pele. Etc.

Nunca foi tão difícil jogar futebol!

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Revista Ideias|Travessa dos Editores|Julho 2019|#213

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Ciro Gomes, Tabata e os dissidentes a favor da reforma da Previdência

Quem ficou com um grande pepino depois dessa votação da reforma da Previdência foi Ciro Gomes. O PDT fechou questão contra a reforma, mas oito deputados do partido votaram a favor da proposta, inclusive a revelação nacional da bancada, a deputada Tabata Amaral. O partido tem 27 deputados.

O problema de Ciro é ainda mais grave porque ele vem conduzindo este debate partidário bem a seu modo, sem respeito às opiniões contrárias. Também o presidente do PDT, o notório Carlos Lupi, tentou atropelar as vozes divergentes, afirmando que “quem quiser o lado dos banqueiros, que vá para o lado de lá”. Bem, ele só pode estar falando com certo atraso da proposta de Paulo Guedes, do sistema de capitalização, que não entrou no projeto votado pela Câmara. Os brucutus pedetistas trataram os próprios colegas de partido como políticos que trocam o voto pela verba de emendas do governo.

O debate sobre esta questão deveria ter sido encaminhado nos processos internos de discussão partidária, se é que o PDT tem isso, mas o encaminhamento que se impôs foi no estilão de Ciro Gomes, com ameaça de expulsão e achincalhamento público de quem propunha o voto favorável. Claro que isso dificulta bastante a negociação agora com os dissidentes para encontrar uma solução de consenso, sem o desgaste da ruptura.

Imaginem o clima para a convivência partidária depois das ameaças públicas de expulsão, além de que mais pra frente Ciro vai com certeza pegar o microfone e voltar a xingar companheiros que divergirem dele em outros assuntos. A decisão mais sensata para Tabata Amaral é sair logo desse partido ou vai prejudicar sua carreira, iluminada espontaneamente pela atenção da opinião pública.

Ainda na metade do ano, Ciro Gomes já foi reprovado ao enfrentar uma situação na qual um candidato derrotado à Presidência da República tem a obrigação de se sair bem. Ele mostrou que é incapaz de organizar politicamente, administrar e definir rumos até de um partido pequeno.

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O Bandido Que Sabia Latim

américo vermelho© Américo Vermelho.

Parada Cardíaca

Essa minha secura
essa falta de sentimento
não tem ninguém que segure,
vem de dentro.
Vem da zona escura
donde vem o que sinto.
Sinto muito,
sentir é muito lento.

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Todo dia é dia

© Reuters

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Mural da História

Em algum lugar do passado.

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Deus é fiel

JOSÉ SARNEY resolveu os problemas do Brasil com seus fiscais do congelamento de preços e com o Plano do ministro Bresser Pereira. Fernando Collor trouxe o paraíso com o confisco de depósitos bancários e da poupança com seu Plano Collor, formulado por Zélia Cardoso de Mello – que ao deixar o ministério montou bufê de festas infantis.

A coisa andou bem no primeiro FHC e no primeiro Lula, mas logo veio Dilma Rousseff, que desmontou a economia com a contabilidade criativa e as improvisações desajeitadas, ela ministra de sua própria Fazenda. Temos agora Jair Bolsonaro e o Plano Paulo Guedes, que identificou a Previdência como pernicioso câncer cívico.

Não sei o que acontece nesse país, que sempre tem presidentes providenciais, iluminados e milagrosos, que nos salvaram da pobreza e do atraso, mas logo o Brasil desanda de novo. Esperemos que com Jair Bolsonaro seja diferente, pois com ele Deus é fiel e tudo pode aquele que tem Jesus ao lado.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Deixar um comentário
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Careca na guarita dá samba!

© Roberto José da Silva

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Um capitão terrivelmente “presidente”

Sobre foto de Adriana Machado|Reuters

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Um governo que namora com a morte

Acabara de escrever um artigo sobre esses estranhos seis meses em que o Brasil é conduzido pela direita. Pensei em mudar de assunto, mas surgiu a notícia da prisão de um sargento da Aeronáutica em Sevilha.

Trinta e nove quilos de cocaína num avião de apoio à comitiva presidencial. Segundo os jornais, o sargento Manoel Silva Rodrigues fez várias viagens oficiais, inclusive com outros presidentes. Aparentemente, era uma prática antiga. Mas foi descoberta na viagem de Bolsonaro. Isso significa um arranhão em sua imagem internacional. É inevitável.

Internamente, a repercussão num país polarizado transforma-se logo numa troca de acusações que dificulta uma abordagem mais séria do problema. Sem dúvida, por partir também de um ministro da Educação, a frase de Abraham Weintraub foi a mais infeliz. Ele sugere que os aviões de Dilma e Lula eram mais pesados.

Além de não se basear em nenhuma evidência (portanto, uma acusação falsa), Weintraub passa uma terrível impressão ao mundo exterior. Um ministro sugere que os aviões do passado levavam mais cocaína, e o Brasil conseguiu reduzir a carga para 39 quilos. Uma ética medida em peso.

Tudo isso acontece no momento em que Bolsonaro, à frente de uma política ambiental desastrosa, afirma que o Brasil pode dar lições à Alemanha.

Nós sabemos que Bolsonaro ignora os esforços que a Alemanha faz nesse campo, seu avanço tecnológico, e jamais visitou as florestas do país. Mas e os outros, o que pensarão dessa abordagem agressiva e tosca? Num tema que obriga à cooperação, internacional, Bolsonaro quer competir.

Na conclusão do artigo em que analisava alguns pontos dos seis meses de governo, afirmei que Bolsonaro está inspirando uma oposição que envolve mais que a democracia. Uma frente pela vida.

As pesquisas já indicam como o capital político de Bolsonaro escorre pelos dedos. Ele está longe de perceber como a extrema direita é minoritária.

No momento, sua agenda espontânea já indica uma linha condutora. É um flerte com a morte: das armas ao agrotóxicos, estradas sem radares, leis mais frouxas no trânsito.

Na Espanha da Guerra Civil, os adeptos de Franco expressavam essa tendência de uma forma mais nítida: “Viva la muerte.”

É uma luta inglória, um programa sob o signo de Tânatos. Suas manifestações não se limitam à destruição das espécies. Mas também da diversidade humana.

Na Rio-92 houve dois focos: a defesa da diversidade das espécies e, num outro palco, da diversidade cultural. São interligadas.

Para completar a semana, a notícia de que, recuando de nossas posições internacionais, o Brasil deixa de reconhecer as pessoas que se sentem mulheres, apesar do órgão sexual masculino, ou homens, apesar do órgão feminino. É uma visão de mundo que despreza a felicidade humana em nome de suas rígidas regras de vida.

Nosso consolo é que Tânatos, o deus da morte, inspira apenas uma política de governo. A sociedade é cheia de vida, diversa; dentro das limitações, centenas de experiências ambientais se desenvolvem no Brasil.

De fato, temos uma grande floresta em pé, por razões históricas e econômicas. Parte da destruição de nossas matas conseguimos conter com a legislação. Isso talvez seja uma conquista.

Bolsonaro deveria se lembrar de que foi contra muitas dessas leis. Participei delas, sinto desapontá-lo: em vários temas, nos inspiramos na Alemanha e outros países europeus aos quais ele quer dar lições.

Finalmente, o caso da cocaína merece uma investigação profunda e transparente. É uma questão nacional. O que o general Heleno disse também é um espanto: foi falta de sorte a droga ter sido descoberta numa viagem para a reunião do G-20. Segundo o jornal “El País”, a mala de cocaína sequer estava escondida junto à roupa. Droga nua. Não era falta de sorte, mas de controle.

Em qualquer circunstância que uma carga dessas fosse descoberta num avião presidencial, seria um grande azar para o Brasil. Em matéria de sorte, a gente vai levando, mas a fase, francamente, é de fechar o corpo, enquanto ainda temos nossos pais e mães de santo.

Os músicos de metrô já perdemos por inspiração de um dos filhos de Bolsonaro. Gostava de ouvi-los na Praça Nossa Senhora da Paz tocando “There Will Never Be Another You”.

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E Veja, para onde vai?

Minha assinatura de Veja vence em meados de agosto. Não vou renová-la. Perdi a paciência com a revista e com sua atual linha editorial dúbia, imprecisa e contraditória – se tudo isso não significar a mesma coisa.

Como bem diz o jornalista José Pires, do blog Brasil Limpeza, reproduzido no Solda Cáustico, do nosso brilhante Solda de Itararé, na presente fase de acirramento do debate público no Brasil, o perigo ronda os veículos de comunicação/informação. Esse perigo é consolidado no risco de perder o “vínculo de crédito com o leitor”. E, com isso, esses veículos se tornarem menores, fadarem-se ao fracasso e até fecharem as portas.

Segundo Pires, com quem concordo inteiramente, “uma publicação que entrou neste foco de descrédito é a Veja”. Argumenta ele: “A revista semanal já vem gradativamente demolindo a credibilidade construída anteriormente, quando desenvolveu uma linha editorial de investigação e denúncia dos desmandos e da roubalheira do PT no poder. Esta perda de prestígio piorou bastante com o lamentável desmonte financeiro da editora Abril, que publica a revista. E nos últimos meses a imagem de Veja descamba de um modo que demonstra um equívoco sério dos novos proprietários da empresa…”.

José Pires refere-se à entrada da publicação semanal na parceria com o site The Intercept para a divulgação de diálogos do ministro Sérgio Moro, quando era juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, com o propósito de desqualifica-lo e macular a Operação Lava-Jato. Observa o comentarista que “a revista entra na história quando já está clara a articulação política que envolve o PT e seus puxadinhos como o Psol”, sem trazer nada de novo. Ao contrário, “a reportagem embaralha o material, dispondo erradamente acontecimentos que não podem ter ligação entre si pela inexistência de coincidência de datas”, alguns dos quais “nem eram da alçada do então juiz Moro”.

O desespero petista é ciclópico. Quer tirar o padroeiro Luiz Inácio do xadrez de qualquer jeito. Como não confia na Justiça brasileira, já recorreu à ONU e ao Papa. Agora, vale-se do material produzido pelo até então desconhecido e de repente respeitado site The Intercept Brasil, com o qual Veja acaba de fazer acordo. A “matéria prima” – anuncia a própria revista – é “o conjunto de diálogos repassados por uma fonte anônima ao jornalista Glenn Greewald”, sem comprovante de autenticidade. O objetivo é atingir o ex-juiz Sérgio Moro e todo o precioso trabalho da Operação Lava-Jato.

Veja ajudou a colocar Lula na cadeia. Foi pesada a artilharia da publicação contra o lula-petismo. Agora, ainda que procure negar, aliou-se ao então inimigo e passou a servir de referência para deputados, senadores e porta-vozes do PT e de seus satélites.

O pior que pode acontecer a um veículo de informação é perder o respeito do leitor. Ao longo de sua longa existência, nascida durante o governo militar, a revista Veja enfrentou várias situações complicadas e as superou, incluindo a própria ditadura de 64. Passou pelo triste governo Collor, até chegar ao reinado petista, com o assalto desavergonhado aos cofres públicos e a pilhagem da Petrobras. Sempre teve o apoio do leitor. Mesmo quando o mau gerenciamento derrubou o então poderoso império Abril. Quase sem anúncios, manteve-se nas bancas e na casa dos assinantes.

No momento, errou o alvo ao posicionar-se – como disse José Pires – “de um lado que comprovadamente é restrito do ponto de vista político e ideológico, além de inegavelmente ter uma ampla e sólida rejeição entre os brasileiros”. Isto é, daqueles que a leem e a vem sustentando.

Não sei quem é Fábio Carvalho, atual comandante da Editora Abril e do conselho editorial de Veja. Recorro ao prof. Google e sou informado de que se trata de um empresário que fundou e dirige a sociedade de investimentos Legion Holding, “especializada em renegociação de dívidas e reestruturação empresarial”. Quer dizer: é um cara que tem dinheiro (próprio ou de terceiros) e o multiplica adquirindo empresas à beira da falência, por uma merreca, para extrair-lhes o bagaço e fazer negócios. Simplificando: é um oportunista, de não muito definidos propósitos.

Aí começo a entender.

Publicado em Célio Heitor Guimarães | Comentários desativados em E Veja, para onde vai?
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Tabata Amaral e o PDT de Ciro Gomes próximos da separação

Acabou rápido o sonho de uma renovação política do PDT, com o destaque conquistado pela deputada Tabata Amaral com seu discurso progressista mais arejado e de uma sensatez política que faz tempo que não se via na esquerda. Tabata pode ser expulsa do PDT por ter votado a favor da reforma da Previdência nesta quarta-feira. Os caciques do partido parece que não compreendem que a perda também é de caráter simbólico.

A deputada estabelecia uma relação de empatia com a opinião pública e especialmente com a juventude. O eterno candidato a presidente Ciro Gomes também terá prejuízo político com esta expulsão. Por sinal, este impasse com o posicionamento da figura que na visão de muitos era uma revigorada no PDT mostra a incapacidade de Ciro para administrar sem rupturas até questões internas de um partido. E esse cabra queria ser presidente da República.

A deputada já havia se pronunciado a favor da reforma, mas o PDT fechou questão contra a proposta. No dia da votação, o presidente do partido, Carlos Lupi,  avisou que vai haver punição ao parlamentar que desobedecer a resolução. Ele foi ao Twitter para atacar quem defende o voto favorável. “Quem quiser o lado dos banqueiros, que vá para o lado de lá”, escreveu o pedetista.

O notório Lupi dando lição de moral pelo Twitter chega a ser engraçado. Mas mesmo Ciro Gomes, que até então exaltava Tabata como a grande revelação da política brasileira, andou sendo grosseiro com a moça. Depois de telefonar para a deputada para pedir que ela seguisse a orientação do partido, ele passou a insinuar que o voto favorável é por favorecimento pessoal.

“Eu fiz um apelo humilde pelo voto dela, para que seja contrário à reforma da Previdência. O governo tem um poder de convencimento que a gente não tem. Nós temos as palavras e eles têm emendas”, ele disse. É bem diferente do que dizia antes. Em março, ele escrevia no Facebook o seguinte: “A deputada Tabata Amaral é um tesouro! Só quem não conhece sua linda historia ou a vê com medo do que ela será no futuro, pode atacá-la desonestamente! Seu único defeito é a pouca idade com que tem que enfrentar a velhacaria política brasileira”.

Tenho a impressão de que o medo que essa tal “velhacaria política brasileira” tinha do que Tabata poderia ser no futuro chegou mais cedo do que Ciro esperava. Um pouco mais de seis meses foi tempo suficiente para que ele e seu partido mostrassem que promessa de renovação e o discurso com o aceno para valores democráticos e de respeito para a opinião contrária era só no gogó. O PDT e Ciro continuam alinhados com o velho dirigismo autoritário dos caciques da esquerda.

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Mural da História

cunhado-7-de-julho-20107 de julho, 2010

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Que país é este?

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