Empate

VÁ LÁ, as gravações apresentadas pelo Intercept Brasil são falsas, adulteradas, maquinadas, montadas, assim como as delações de empreiteiros sobre as propinas ao PT, assim como o sítio e o triplex não são de Lula, pois não escriturados nem registrados no cartório de imóveis.

Os 45 milhões que votaram no presidente fazem fé na primeira parte da afirmação acima e rejeitam a segunda parte, esta um ponto-de-fé para os 43 milhões que votaram em Fernando Haddad. Este é o Brasil de hoje, que faz da negação sua ideologia e válvula de escape.

Os milhões que decidiram não escolher entre o pior e o mais pior têm certezas:  1 – ainda que para o bem de todos e a felicidade geral da nação, Moro & Dallagnol conspiraram; 2 – Lula é o dono do sítio e do triplex, pois pobre gosta mesmo é de luxo; pobreza é ópio de intelectual.

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The Intercept e o escândalo que não decola

O The Intercept finalmente divulgou nesta terça-feira o primeiro áudio do material que Gleen Greenwald, dono do site, recebeu sabe-se lá de quem. Os áudios vinham sendo citados de forma sensacionalista pelo jornalista, procurando criar suspense para o que, segundo ele, seria um grande escândalo. Greenwald faz isso desde que anunciou que tinha em seu poder grande quantidade de mensagens e áudios, com diálogos trocados entre membros do Ministério Público e também de Sérgio Moro.

O áudio apresentado hoje reforça a imagem citada por Moro, da montanha que pariu um rato, com a diferença que nem rato mais vem saindo dessa montanha. Neste primeiro áudio, alguém identificado pelo site como Deltan Dallagnol comemora a proibição de entrevista de Lula em 2018, numa mensagem que não faz sentido algum como denúncia. A redação do The Intercept e seu chefe Greenwald estão com um problema sério na verificação do devido peso político do material e até da relação entre as supostas conversas e os fatos.

Greenwald fala em “conhecimento prévio e secreto” de Dallagnol da decisão do ministro Luiz Fux, mas já está demonstrado que a notícia não era segredo para ninguém. O dono do The Intercept também acusa Dallagnol de querer ocultar a decisão “para impedir que a Folha pudesse recorrer”. Parece piada. O jornal teria de ser intimado, como de fato foi. É uma determinação que está em toda decisão judicial. Como é que Dallagnol manteria segredo de uma decisão do STF que a própria Folha noticiou pouco antes de sua suposta mensagem de áudio? São mistérios do jornalista investigativo Gleen Greenwald.

Exatamente neste dia 9 completa-se um mês da primeira publicação de vazamentos pelo The Intercept e claro que Greenwald já estava muito antes com o material. Tiveram tempo de sobra para vasculhar tudo e selecionar áudios e mensagens mais impactantes. Porém até agora só conseguiram trazer a público material sem relevância do ponto de vista jornalístico e que não servem nem ao objetivo óbvio de ativismo de esquerda.

O que tem de novo neste caso é a acusação de Greeenwald, que envolve um ministro da mais alta Corte do país. O ministro Fux seria então capaz de antecipar em segredo uma decisão do STF a um promotor público? A acusação é leviana e muito grave. Consolida a imagem do The Intercept como uma publicação meramente ativista, sem respeito aos fatos e totalmente sem credibilidade jornalística.

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1990|Pamela Anderson. Playboy Centerfold

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Governante menor

Que sorte, a de João Gilberto! Bolsonaro não o elogiou

Leio que o presidente Jair Bolsonaro reagiu com indiferença à notícia da morte de João Gilberto. Não decretou luto nem se deu ao respeito de emitir um comunicado lamentando a perda desse grande artista etc. —o discurso protocolar dos chefes de Estado, que pode não engrandecer o morto, mas também não apequena quem o emite. Que sorte, a de João Gilberto! Um elogio de Bolsonaro seria uma nódoa nas homenagens que lhe estão sendo prestadas por tanta gente importante, no Brasil e no exterior. 

Outras glórias da cultura já morreram este ano, como Bibi Ferreira e Beth Carvalho, e não me lembro de ter escutado uma palavra de Bolsonaro a respeito. Beth era declaradamente de esquerda, mas não me consta que, no fim, a política tomasse muito tempo de Bibi. Bolsonaro, se fosse um estadista, e não um presidente com estofo de vereador, teria aproveitado para reverenciá-las e mostrar como um governante está acima de divergências e mesquinharias. Mas não faz isto, porque conhece bem o seu lugar. A rampa do Planalto não elevou sua estatura.

Diz-se que Bolsonaro não se pronuncia sobre certas pessoas porque não sabe quem são, nem tem quem o instrua. É possível. Seu universo de referências culturais não parece extrapolar a churrasqueira do condomínio onde morava, na Barra.

Mesmo os generais da ditadura, que ele tanto admira, eram intelectuais diante dele. Castello Branco gostava de teatro; Costa e Silva, diziam, fora craque em matemática no Colégio Militar; Geisel tinha fumaças de estadista e, por via das dúvidas, mantinha Golbery ao lado; e Figueiredo governava com os cavalos, mas seu irmão, Guilherme Figueiredo, era um escritor respeitado, inclusive pela esquerda. Já Médici, não: seu cérebro era uma extensão do radinho de pilha com que ele ia ao Maracanã.

Aliás, pela frequência com que Bolsonaro tem ido a estádios, só pode estar em campanha pela presidência da CBF.

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gabrielleGabrielle. © IShotMyself

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Requiescat in pace

LÁPIDE

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Jornal Cândido de julho investiga a revalorização do ensaio

A revalorização do ensaio é o tema de capa da edição de julho do jornal Cândido, publicado mensalmente pela Biblioteca Pública do Paraná. Cada vez mais presente nas redes sociais, na imprensa e no mercado editorial, o gênero volta à tona especialmente graças ao seu caráter abrangente e fluido. É o que explica o jornalista e escritor Ronaldo Bressane, que assina o especial do mês.

Em um “ensaio sobre o ensaio”, Bressane resgata os primórdios do gênero e mostra como o texto ensaístico pode dialogar com a reportagem jornalística, a ficção, a autoficção, o diário, a crítica literária e a poesia. E o melhor de tudo: com leveza e ponderação – elementos em falta no debate atual.

Outro destaque do Cândido 96 é a transcrição do bate-papo realizado com a escritora gaúcha Cíntia Moscovich em mais uma edição do projeto Um Escritor na Biblioteca. Durante o encontro realizado em maio, com mediação da jornalista e tradutora Mariana Sanchez, ela falou sobre o incentivo à leitura no ambiente familiar, sua origem judaica, a arte do conto e a superação de um câncer (que inspirou seu novo projeto de livro).

Citado na entrevista de Cíntia, seu conterrâneo e professor Luiz Antonio de Assis Brasil também colabora com esta edição. Coordenador, há mais de 30 anos, da famosa Oficina de Criação Literária da PUCRS, ele narra os bastidores de seu mais recente lançamento, um “manual reflexivo” para aspirantes a escritor.

Retomando a discussão sobre a poesia brasileira contemporânea no jornal, o professor e escritor Paulo Venturelli comenta o surgimento de uma nova geração de versadores, mais interessada na crueza da realidade do que na aura pomposa do gênero. Uma atitude já adotada pelo autor chileno Roberto Bolaño, cuja “essência de poeta” é comentada por João Lucas Dusi, da equipe do Cândido.

O menu de inéditos traz um conto de Carla Bessa, uma HQ de Aline Daka e poemas de Luiz Felipe Leprevost e Rogério Skylab. As ilustrações deste número são de Carolina Vigna e Beatriz Cajé.

Serviço – O Cândido tem periodicidade mensal e distribuição gratuita na Biblioteca Pública do Paraná e em diversos pontos de cultura de Curitiba. O jornal também circula em todas as bibliotecas públicas e escolas de ensino médio do Estado. É enviado pelo correio para professores, jornalistas, escritores e críticos de diversas partes do Brasil.

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Jair passará, João passarinho

“Uma pessoa conhecida. Nossos sentimentos à família.”

LACÔNICA declaração de Jair Bolsonaro sobre a morte de João Gilberto. Lacônica e eloquente, ilustrativa de quem é o presidente: o homem do rancor, sectário, líder de facção, indiferente à missão de unificar os brasileiros. Só faz alimentar a divisão que o levou ao cargo. Coisa mesquinha, menor, execrável.

Para marcar sua característica e seu éthos, Bolsonaro não age como todos os presidentes da República de 1988, independentemente de suas filiações e crenças: reconhecer, valorizar e enaltecer os grandes brasileiros. Para o presidente Bolsonaro os grandes brasileiros são os de seu imaginário autoritário e preconceituoso.

Sequer o tradicional luto oficial ele chegou a decretar para João Gilberto. Nem precisava. Um elogio de Bolsonaro poderia manchar a biografia desse brasileiro que já entrara na história quando o hoje e ocasional presidente aprendia português em curso por correspondência. Jair está de passagem, João estará para sempre.

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The fuckable classmate

Onde foram parar as pessoas com quem eu transaria?

“Ah, como é difícil, né?”, minha amiga do grupo de estudo lamentou, tentando alongar o pescoço sempre rígido. “Sim, quase impossível entender Lacan.”, respondi. “Não, besta, me refiro a não ter ninguém aqui com quem eu transaria.” Rimos. Então ficamos catatônicas. 

Por motivos de matrimônio monogâmico (um dia ainda supero isso) e excessivo sono materno (um dia ainda supero isso), hoje, além de meu consorte, eu não transaria com ninguém com quem eu transaria.

Ainda assim, como é bom ter por perto pessoas com quem eu, caso estivesse transando, transaria. Não é para fazer sexo, é só para pensar: “Opa, olha lá um ser humano que me daria vontade de pentear meus cabelos, botar uma roupa limpa e me tiraria dessa desistência erótica com pitadas de moda mendiga”. E, sim, esse texto vai ter repetição de verbo, porque para algum lugar o acúmulo de energia deve ir.

No breve curso de roteiro que fiz recentemente, um amigo americano quase desistiu das aulas: “Poxa, Rio de Janeiro, eu crente que conheceria algum ‘fuckable classmate’ e NADA”. Pois é. Carecas cabeludos.

Tênis de correr com bermuda jeans. Jaqueta mofada GG naquele calor. Defensores do Moro. Perguntas imbecis tipo: “Mas se essa é uma regra para roteiro de comédia, como o senhor pode afirmar que toda boa comédia é também um bom drama?”. Onde foram parar os cariocas transáveis de outrora, que costumavam mostrar mais pele e menos demência?

Fiz uma pós em letras na USP. Me perguntavam se eu estava lá como ouvinte, e eu tinha vontade de responder: “E como transante também, pena que não tem ninguém aqui com quem eu transaria”. Todos os moços tinham aquela nuca muito redonda e cabeluda. Vocês sabem como é? Parece que é um tipo de nuca muito comum em nerds de letras. Todos tinham cara de que, se vissem um quarto horrível de pousada barata diriam: “Ai, sei lá, achei muito chique”. Não dava.

Gente, e Freud? Eu estava certa de que Freud me ajudaria a conhecer pessoas com quem eu transaria. Por que cacete os cursos mais legais atraem uma infinidade de tiazolas com calcanhar precisando de lixa e nenhum intelectual grisalho ávido por entender melhor as perversões?

Por que raios as matérias que me interessam sempre me oferecem senhores pigarrentos e com mamilos inchados em vez de mulheres narigudas com saboneteiras salientes? Onde foram parar as pessoas com quem eu transaria? Elas eram tantas e, de repente, o mundo virou aquela turma de parentes e amigos estranhíssimos que, no passado, visitava meus pais e então eu me trancava no quarto.

Seria eu um tipo desses? Seria eu uma forte integrante do grupo de pessoas não transáveis? Socorro-me-leva, Senhor!

Winnicott, meditação, o que a mitologia nos ensina sobre a astrologia, o grafite aplicado na observação de árvores… Fui a todo primeiro dia de aula depilada (sou de outro século) e com a esperança de sentar ao lado de alguém que me desse pequenos arrepios gostosinhos na medula espinhal.

Eu só fiz faculdade e tive empregos nessa vida porque estava procurando pessoas com quem eu transaria. Pagar supermercado e conta de luz, se formos honestos, obviamente vêm em segundo lugar. Respirar, viver, tudo desculpa para conhecer pessoas com quem a gente transaria. E isso não tem nada a ver com transar de fato.

Eu só leio jornal e escrevo esta coluna e escovo os dentes e existo na esperança de conhecer pessoas com quem eu transaria. Que gosto individual não é apenas a superfície socializante de uma infindável vontade de conhecer pessoas com quem a gente transaria?

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Tempo

Mário-Schoemberger-Kátia-Kertzmann-Manoel-Carlos-Karam-e-Vivianne-Beltrão-doisMário Schoemberger, Kátia Kertzmann, Manoel Carlos Karam e Vivianne Beltrão, em algum lugar do passado. © Lina Faria

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Fraga

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Dependência digital

Todos nós sabemos de alguém que ‘passou mal’ por ficar sem o celular

Um dependente químico é alguém que não consegue ficar certo tempo sem consumir sua droga, seja ela álcool, cocaína, crack, inalante, maconha ou o que for. Esse tempo varia com o dependente —um dia, duas horas, 30 minutos. Mas qualquer pessoa que precise usar tal produto para não sentir os efeitos físicos e psicológicos de sua ausência será dependente. Isso o levará a negligenciar a família e os amigos, tornar-se errático e inconfiável no trabalho e, em algum tempo, apresentar sintomas ligados à intoxicação. É uma escalada. Seguem-se, pela ordem, o desemprego, a falência, a depressão, a subnutrição, outras doenças, a loucura e a morte. 

Os mesmos sintomas assolam hoje um novo tipo de dependente: o que não consegue passar certo tempo desconectado do smartphonetablet, notebook ou computador. É o dependente digital. O aparelho o acompanha, ligado, durante suas refeições em casa, com a família, ou na rua, a negócios ou a prazer; na conversa com os amigos; no cinema ou no teatro e, inevitavelmente, no trabalho.

Como na dependência química, chega-se a um estágio em que tudo que não diga respeito à droga se torna intolerável, como o casamento, o emprego, atender a compromissos, pagar as contas e até tomar banho. A droga se apossa. Por ela, o dependente abole o mundo ao redor.

Todo mundo hoje sabe de alguém que, tendo seu celular quebrado, perdido ou roubado, “passou mal” por ficar sem ele. Chama-se a isto síndrome de abstinência. É o que acontece com o dependente químico —a simples ideia de não ter a droga à mão para a próxima dose é aterrorizante.

Já há no Rio e em São Paulo institutos de “desintoxicação digital”. Clientes não faltarão: segundo pesquisas, o brasileiro fica conectado, em média, nove horas e 14 minutos por dia. É o terceiro país do mundo nessa estatística, atrás apenas da Tailândia e das Filipinas —por enquanto.

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Supremo

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Álbum


este-banheiro© Kevin Greggain

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Nadine Gary. GoTopless.Org Celebrate the National “Go Topless Day”

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