Que país é este?

 

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Palíndromo iluminado

© Alberto Centurião

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Curso por correspondência

Por sua opinião sobre os estudantes, Weintraub parece nunca ter se sentado em uma sala de aula

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem nos brindado com seu precário domínio da aritmética, pouca intimidade com a literatura e hilárias batatadas no uso da língua portuguesa. Isso explica um boletim cheio de zeros em seu curso de ciências econômicas da USP —que, sabe-se lá como, o diplomou. Mas, depois de sua denúncia de que os professores estariam “coagindo os estudantes” a participar de protestos, começa-se a desconfiar de que foi por correspondência que Weintraub fez sua carreira escolar.  

Só alguém que nunca se sentou em uma sala de aula, em meio a uma classe e diante de um professor, é capaz de imaginar os estudantes como um bando de palermas que se sujeitam a coações. Nenhum professor tem a admiração incondicional da turma e muitos são ostensivamente contestados. No curso secundário, essa contestação pode se dar pelo desinteresse dos alunos pela aula e até pela hostilidade física ao mestre.

Na universidade, esse confronto, por mais adulto, é ainda pior. Nenhum professor é capaz de impor sua opinião a um aluno que já não esteja de acordo com ele. A ideia de um universitário brasileiro se deixando manipular por um professor é ofensiva a toda a categoria.

Gostaria de ver o professor Weintraub diante da minha turma de ciências sociais na antiga Universidade do Brasil, hoje UFRJ, em fins dos anos 60. Teria de se entender com rapazes e moças, de todas as colorações políticas, capazes de lhe dar aulas de sociologia, antropologia, ciência política, história, literatura e até da sua suposta especialidade, economia. Que estou dizendo? Weintraub não sustentaria cinco minutos com nenhum deles.

Só um idiota se deixaria coagir por um professor. Mas, com a avalanche de informação hoje ao alcance de qualquer jovem, já não deve haver idiotas entre os estudantes brasileiros. Se houver, estão morando dentro da cabeça do presidente Bolsonaro.

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Desenho de Orlando Pedroso, El Flintstone

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Neymar, o craque dos gols contra ele mesmo

O caso da mulher que acusa de estupro o jogador Neymar é todo confuso, agravado nesses tempos em que o jornalismo brasileiro foi demolido, faltando-nos por isso qualquer filtro para haver um entendimento até de acontecimentos mundanos. Junte-se a isso a dificuldade de discernimento de cada um sobre os limites do julgamento de um fato ou da vida das pessoas e tudo acaba neste embaralhamento doido.

No entanto, este fato deixou muito claro a incompetência da administração de uma carreira que envolve muito dinheiro e uma porção de interesses, tendo por isso delicada relação entre o peso financeiro do ídolo e seu comportamento pessoal. É óbvio demais que independente do que na verdade tenha ocorrido entre Neymar e a mulher, não era para ser encarado da parte do jogador com guerrinha de exposição nas redes sociais da intimidade da relação entre os dois. De onde será que saiu a estratégia da divulgação de fotos íntimas da moça? Pelo nível, talvez em reunião bem calibrada em alguma boate.

A divulgação das fotos íntimas piorou uma situação que já era difícil de conduzir. Usando a imagem de um jogo muito mais inteligente, o que Neymar pensava ser um lance de craque foi um xeque-mate em suas próprias peças. No plano da administração de uma carreira, os movimentos até agora foram de um amadorismo de várzea, criando sérias complicações para a maior lucratividade do jogador, que é o uso de sua imagem em propagandas. Cabe apontar que boa parte do mercado a ser explorado é na Europa, onde não se coloca panos quentes nesse tipo de encrenca e o abuso contra as mulheres é um tema que recebe muita atenção. Independente do desfecho deste caso, a marca Neymar teve estreitada tremendamente sua lucratividade.

Já se sabia que Neymar é um sujeito ligado em farras e nas baladas, cercando-se para isso de manos da pesada. Com este caso ficou parecendo que os manos também administram sua carreira.

Publicado em José Pires - Brasil Limpeza | Deixar um comentário
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Eliane e os mijões

VÃO EXPULSAR OS VELHINHOS? Pergunto, como sempre de chofre, à bela Eliane, guarda-municipal do Passeio Público. “Não, por quê”, ela repergunta. É que as mesas em que se reúnem e jogam todos os dias estão isoladas, nenhum deles por perto, galhos de árvores podados sobre elas. “Eles ficam”, diz Eliane, linda dentição cútis de porcelana, mulher suave e esbelta.

“O problema com eles é outro”, continua Eliane: “eles fazem xixi nas árvores. A gente fala, eles dizem que vão obedecer, nos distraímos e fazem novamente. O senhor imagine o cheiro que fica, pior que o da antiga jaula do leão”. Não tem banheiro para eles, pergunto. “Tem”, diz a bela Eliane, “depois do serpentário, mas eles não vão até lá”.

Eliane querida – impossível não chamá-la assim -, vai por mim, estou na categoria do pessoal do carteado aqui do Passeio. Nós, eles e eu, não conseguimos caminhar os duzentos metros daqui até o banheiro sem estragos nas calças. Fosse uma só vez, até daria, Eliane. O problema é que em duas horas de baralho são umas cinco idas. Eliane sorriu, sempre bela.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Deixar um comentário
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Karla – © TaxiDriver

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Um prazer bastante peculiar

O que é uma transa vazia se você pode ter o mundo inteiro aos seus pés?

Fiz uma aplicação de botox na testa que “escorreu” internamente para a minha pálpebra direita. Estou há dois meses parecendo o Cerveró. Ando pela casa gritando “Slooooth” e fazendo selfies bizarras. Uma quantidade da toxina alcançou também parte do nariz e da boca. Em suma, caro leitor, eu estou feia pra porra. Toda vez que volto da rua, lépida e faceira, meu marido infla-se em compaixão: “Que coragem sair assim!”. Eu respondo que em terra de cego, quem tem um olho é rei.

Estava pronta para o show do Los Hermanos quando uma amiga perguntou: “Mas você vai com esse olho?”. E então, na frente de uma turma de desconhecidos cheios de pose, fingi tentar arrancar meu globo ocular: “É, não tá rolando, vou ter que ir com ele mesmo”. Riram, e ficou tudo resolvido.

Passei a adolescência achando que precisava ter uma bunda redonda e dura para que sorrissem para mim nas festas. Descobri que se eu fosse ridícula seria ainda mais amada e, em vez de me acabar na academia, bastava seguir sendo apenas a minha pior versão.

Quando se é abestada, muitos gatinhos não te desejam sexualmente, mas os velhinhos, os animais, os bebês, as mulheres, as crianças e os caras legais te adoram. O que é uma transa vazia com um cara metido se você pode ter o mundo inteiro aos seus pés?

Não vou negar que chorei por alguns dias (voltando ao assunto da cara toda cagada pelo botox); não vou mentir que não senti uma leve desesperança quando tentei cuspir a pasta de dente e atingi meus perfumes ao lado da pia; mas depois acabei tomando gosto. Me expor ao ridículo sempre foi um dos meus maiores prazeres. Ontem fui a uma reunião com um moletom GG estampado com girafas imensas e no carro lembrei que tenho roupas ótimas —o problema é que não gosto delas.

No começo do ano, participei de um almoço só com gente muito culta e bacana na Folha de S.Paulo. Quando adentrei a sala, estava todo mundo sentado retinho, falando coisas um tanto ensaiadas e em voz baixa. Começou a me dar uma vontade danada de soltar um absurdo para acabar com aquela cerimônia. Que eu cometesse logo um erro grotesco para me libertar grandiosamente do medo de dar algum pequeno fora.

Ao perceber que todos ali eram do tipo que ministra aula magna, quis de uma vez por todas entender que raio era aquilo. Vem de magnânima? De magnitude? A masterclass é sua prima gringa ou esse “master” vem de mestrado? Pensei: “Pergunto ou não pergunto? Se rirem, vou parar de sentir vontade de golfar minha bile nesse arroz tão branquinho?”. E lancei: “O que é uma aula magMa?”. Quando não sou suficientemente péssima, meu ato falho sempre corre atrás do prejuízo. Silêncio absoluto até que alguém falou: “Magma não tem a ver com aula, Tati, é uma massa espessa e…”. Certeza que depois desse dia meu apelido virou Aula MAGDA. Antonio Prata, sempre muito querido, explicou aos convivas: “Ela é inteligente, mas adora parecer que não. Nunca vou entender”. Nem eu.

Tive um analista que dizia ser masoquismo: “Você tira o leite da boca para reviver eternamente o desmame”. Tive outro analista que afirmava ser minha obsessão por controle: “Você ri de você antes que alguém o faça”. Tive uma analista que falava que o humor era prazeroso por ser econômico: “Estamos prontos para um imenso gasto de sentimento (perante um problema), mas fazemos uma piada e economizamos os impulsos emocionais”. A única conclusão à qual chego é que tive muitos analistas.

Publicado em Tati Bernardi - Folha de São Paulo | Deixar um comentário
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Caras Amigas

Yasmin. © Maringas Maciel

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Tempo

Maria Taccari (txucarramãe) e Vera Solda (txucarramãe), em algum lugar do passado. © Lee Swain (caingangue).

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Todo dia é dia

© Myskiciewicz

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Os vendavais e as telhas de amianto

Depois dos vendavais e chuvas de granizo, muitos telhados de amianto são destruídos. Quem sofre são as populações mais carentes, que têm de trocar estas telhas velhas.

Em novembro de 2017 o Supremo Tribunal Federal, depois de dezessete anos de discussão, proibiu a extração e a industrialização do amianto crisotila no Brasil.

A proibição existe em 66 países e a ciência médica tem pleno conhecimento, há pelo menos um século, dos efeitos cancerígenos nos pulmões diante da exposição à poeira do amianto.

O manuseio das telhas deve ser feito com equipamentos de segurança para que não se aspire nem se contamine o ambiente com a poeira e o corte do material. Restos das telhas devem ser descartados com todo o cuidado, como é feito nos países civilizados.

Como não se tem um cadastramento de quais telhados estão com telhas de amianto, o risco está sempre presente.

Na Itália, ocorreram milhares de condenações e indenizações e a indústria Eternit foi fechada.

Isso não significa que as telhas no formato chanfrado possuem amianto, mas na hora de manusear um telhado antigo, muitos cuidados e precauções devem ser tomados, especialmente em relação ao uso máscara, para não respirar o pó do amianto.

Nos país que já proibiram o uso, quando se descobre alguma habitação com amianto, a casa deve ser imediatamente interditada e somente empresas especializadas podem retirar o material do local.

As doenças pulmonares podem se manifestar até 40 anos após o uso e da sucção para os pulmões das vítimas, daí a incidência a longo prazo da contaminação. As doenças mais comuns são a Asbestose e o câncer Mesotelioma Maligno.

As indústrias ganharam bilhões de dólares com as vendas de produtos com amianto.

Entretanto, as suas obrigações legais com seus trabalhadores e as indenizações com os milhões de consumidores que se utilizaram das telhas e caixas de água de amianto ainda não foram fixadas pelo poder judiciário brasileiro.

Publicado em Claudio Henrique de Castro | Deixar um comentário
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Freud explica?

Olavo de Carvalho. Vivi Zanatta|FolhaPress

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