El arte de los chicos malos de la fotografía

Jerry Hall, Jean Pigozzi e Mick Jagger, em algum lugar do passado. © El País

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Acordos de leniência e o TCU

Reza a Constituição que os poderes são independentes e harmônicos entre si. Ultimamente, quando se trata de acordos de leniência entre criminosos de altíssimas quantias, as coisas não têm funcionado com tanta harmonia assim.

Bilhões de dólares tem sido negociados em acordos de leniência à margem dos outros poderes e controles, sem o respeito aos ditames legais e constitucionais. No caso dos acordos em que envolvem recursos da União, o Tribunal de Contas a União tem que se pronunciar a respeito dessas tratativas e sobre sua economicidade, legalidade e legitimidade.

Ficou relativamente fácil para os grandes atores dos desvios dos dinheiros públicos, firmarem acordos de leniência para se livrarem do cárcere.

O problema do uso do direito comparado no Brasil é assim, obedece-se a nova lei, para burlarem-se outras as leis e a Constituição. Em resumo, ao final, comprasse a impunidade, com grande parte do dinheiro que foi desviado.

O Tribunal de Contas da União percebendo esta fuga da fiscalização nestes acordos de leniência em quantias vultosas, editou a Instrução Normativa 83 de 12 de dezembro de 2018, que obriga a sua oitiva a partir da instauração desses acordos.

Pela simetria constitucional, os Tribunais de Contas dos Estados também possuem este poder e devem ter conhecimento dessas tratativas, quando os acordos envolvem recursos públicos dos estados e municipais, pois o comprometimento das receitas estaduais é assunto de extrema importância quando se trata desses acordos que dispensam sanções e abrem mão de diversos tipos de punições penais e administrativas.

Outro tema ainda pouco enfrentando pela fiscalização são os contratos de Arbitragem firmados por entes públicos e entes privados, nos quais há advogados árbitros das partes contrárias aos interesses públicos que julgam com suposta imparcialidade.

Recentes acordos de leniência que envolvem Estados estrangeiros também não são válidos sem a concordância do Congresso Nacional. Senão, rasgue-se a Constituição. Em muitos casos, há uma corrida pela exposição nos noticiários e redes sociais. Contudo, o cumprimento do devido processo legal e das leis ainda não foi abolido no Brasil.

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Pobre Brasil do aqui e agora

O que fazer quando o presidente e o chanceler de seu país dizem, em Israel, que o nazismo foi um movimento de esquerda? O ideal é dar de ombros e seguir na vida cotidiana. Essas afirmações bombásticas são feitas para provocar debate. Não tenho tempo para ele.

Sinto muito pelos professores de História no Brasil. Terão de explicar como um movimento de esquerda invadiu a União Soviética, uma espécie de meca da esquerda mundial naquele período. E como milhões de pessoas morreram a partir desse fogo amigo.

Os professores de História terão de se consolar com os de Geografia, que ainda acham que a Terra tem uma forma arredondada. São colegas com uma tarefa mais dura: explicar que a Terra não é plana, como querem os novos ideólogos.

Estamos passando por uma revisão completa. Seus autores se acham geniais. O chanceler Ernesto Araújo disse que o nazismo é de esquerda, dentro do Museu do Holocausto, em Israel. Ali, o nazismo é considerado um movimento de extrema direita.

Mas o chanceler disse que há teorias mais profundas. Os judeus, que sofreram com o nazismo e ergueram um museu para lembrar suas vítimas, são superficiais: ainda não descobriram a verdade das obscuras teorias conspiratórias que embalam o governo brasileiro.

A direita embarca na canoa usada pela esquerda no passado recente. Não há mais respeito às evidências ou provas científicas. O que importa é a versão. Não houve desvio de dinheiro público, apenas procuradores e juízes perseguindo honestos políticos.
Eles convergem na tentativa de conformar os fatos às suas convicções ideológicas. O que foi aquela gritaria na Câmara? Nada mais que uma aversão compartilhada à palavra tchutchuca.

Suspeito que direita e esquerda são machistas da mesma maneira que suspeito que a Terra seja arredondada, e o nazismo tenha sido um movimento de extrema direita. Tenho pavor dessas gritarias noturnas na Câmara. Na minha época descobri: servem apenas para prejudicar o sono. Saem todos tensos e irados e têm dificuldade em dormir. Só isso.

Uma reforma da Previdência é coisa séria. É possível alterar a proposta do governo. Mas é muito difícil negar a importância de alguma reforma, antes que a Previdência quebre como na Grécia.

Há mais de um século a esquerda desenvolve suas técnicas de provocação. Guedes precisa mais que o curso de alguns dias para enfrentá-la com êxito.

Minha experiência mostra que nessas constantes trocas de insultos, sempre alguém vai insinuar que o outro é gay. Com o tempo, certas pessoas se acostumam. É o meu caso. Tive a sorte, como na música de Cazuza, de ser chamado de viado e maconheiro. O único problema era ser chamado de apenas um desses dois nomes. Ficava esperando o outro como se estivesse faltando algo.

É como a piada de um homem que vivia no andar de baixo, e todas as noites o vizinho de cima chegava meio bêbado e tirava as botas ruidosamente. O homem reclamou. O bêbado voltou do botequim, jogou a bota esquerda com força, mas se lembrou do vizinho. Tirou a bota direita com muito cuidado, silenciosamente. O vizinho de baixo não dormiu esperando que ele jogasse a outra.

Todas aquelas pessoas xingando as outras na Câmara: não há nada de pessoal naquilo. Apenas histeria política.

É preciso superar logo essa fase de sensibilidade à flor da pele. Entender que é o país que está em jogo. E não depende apenas da reforma da Previdência.

A política externa toma um rumo radical, sem que o tema seja discutido adequadamente no Congresso. Nesse sentido, é uma política tão autoritária como a que nos ligou ao bolivarianismo. Não expressa a visão nacional.

O Ministério da Educação não funciona. Todos as semanas demitem e contratam. A ida do ministro Vélez à Câmara mostrou que não tem projeto. Exceto o de reescrever sua parte da história do golpe militar. Ele é modesto diante do chanceler que quer reescrever a história da Segunda Guerra Mundial e levar sua mensagem cristã a todos os recantos do mundo.

O velho cardeal Richelieu já dizia no século XVII: o homem é imortal, sua salvação está no outro mundo. O Estado não dispõe de imortalidade: sua salvação se dá aqui ou nunca.

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Muito além do jardim para Jair Bolsonaro

Na semana passada, Jair Bolsonaro veio de novo com mais uma de suas falas constrangedoras, quando procura justificar algo e acaba expondo de forma brutal seu despreparo. Em discurso na inauguração de uma ouvidoria do governo federal, ele disse que “não nasceu para ser presidente” e que o cargo é “só problemas”. Falando sobre o desconforto com as obrigações do cargo, ele veio com essa: “Não me sobe à cabeça o fato de ser presidente. Eu me pergunto, eu olho para Deus e falo: O que eu fiz para merecer isso? É só problema, mas temos como ir em frente, temos como mudar o Brasil”.

A situação desse político atordoado, às voltas com as obrigações de um cargo muito além de sua capacidade lembra bastante a figura de Mr. Chance, personagem de um filme que as novas gerações desconhecem. Todo mundo devia assistir esta obra-prima, mais que pertinente ao que vivemos nos dias de hoje. O filme é “Being there” ou “Muito além do jardim”. O protagonista ficou por conta de Peter Sellers, espantosamente perfeito no papel, como acontece em todos os filmes em que aparece. É uma comédia que exige na construção da personagem central muita capacidade técnica de atuação. Mr. Chance tem que ser convincente, embora tudo o que ele diz e propõe seja próprio de um homem que passou toda a vida isolado da realidade. O desafio resolvido de forma muito hábil pelo grande ator é que embora dizendo os maiores absurdos, o protagonista não pode ser tomado como um idiota qualquer.

O filme é extraído de um livro excelente, de um dos escritores mais singulares que já existiu, o polonês Jerzy Kosinski, que viveu nos Estados Unidos. Foi dirigido por Hal Ashby. O roteiro é também de Kosinski, inteiramente perfeito, especialmente na construção de Mr. Chance, que na obra escrita é de uma síntese primorosa. Editado no Brasil, aqui é atualmente uma raridade. Kosisnki tem outros livros muito bons, impossíveis de serem encontrados neste deserto cultural que virou o Brasil.

Mr. Chance é um homem totalmente ingênuo. Passou toda a vida como jardineiro em uma mansão, onde seu único contato com o mundo era pelo que via na televisão. Viveu isolado desde a infância neste lugar cercado por muros altos, até que seu patrão morre e ele é obrigado a deixar a casa. Depois de ser atropelado por um magnata passa a ter contato com industriais e dirigentes políticos. A partir daí, tudo o que ele diz vai sendo interpretado como declarações geniais e propostas políticas de grande poder de resolução. Acontece que ele apenas repete em outros contextos o que passou a vida assistindo na televisão. E mesmo quando Mr. Chance fica calado por não compreender o que lhe pedem, alguém encontra uma compreensão que se encaixa de forma esclarecedora em seu silêncio. O livro é uma crítica profunda à falta de qualidade da comunicação de massa. Trata também do vazio intelectual da política. É uma visão pioneira, pois o filme é de 1979.

Na política, Bolsonaro é o próprio Mr. Chance, com a ressalva de que, ao contrário desta personagem de ficção, nosso presidente é altamente ambicioso e sem nenhum escrúpulo em se dar bem, aproveitando as chances que aparecem. Outra diferença muito grande é que as facilidades de Bolsonaro como Mr. Chance se esgotaram com sua eleição. Até ser eleito ele podia dizer as maiores barbaridades, sem que houvesse a obrigação de ter que mostrar o funcionamento na prática. O que temos agora, neste desconsolo e no visível apavoramento do presidente é o segundo episódio de Mr. Chance, que é claro que o filme não teve. Porém, a vida real segue implacável.

Do mesmo modo que acontece no filme com Mr. Chance, até a eleição de Bolsonaro, cada declaração estúpida que ele dava — e foram tantas! — era logo interpretada como uma resposta objetiva a determinado problema brasileiro. Claro que houve também um esperto aproveitamento político, mas a verdade é que era de forma natural que Bolsonaro ia encaixando suas grosserias. Desse modo, ele acabou sendo visto como um sério demolidor do politicamente correto, implacável com os bandidos da política e também do crime comum, o homem que iria colocar o país numa era de equilíbrio moral e político. O candidato de uma direita tosca foi amoldado ao sonho conservador do fim do aparelhamento das instituições públicas e do desmascaramento do discurso esquerdista da proteção de minorias, eliminando de uma tacada esta ferramenta perigosa da instituição do comunismo em nosso país.

Claro que o que era atacado com grosserias e propostas simplórias por Bolsonaro tinha solidez real, como o que também ocorria com as questões resolvidas por Mr. Chance apenas com uma frase. Cabe fazer um paralelo entre ambos no prestígio alcançado sem exame algum dos problemas, apenas pelo entusiasmo popular produzido por comentários estúpidos. Porém, as semelhanças terminam quando Bolsonaro é obrigado a enfrentar a obrigação pessoal de demonstrar na prática o funcionamento de sua visão muito simples para a solução de complexos problemas nacionais. É neste segundo episódio do nosso Mr. Chance que estamos há um pouco mais de três meses. E até que não levou tanto tempo assim para os brasileiros perceberem que se enganaram com alguém que foi suficientemente estúpido para não medir as conseqüências de chegar a um cargo executivo de tanta responsabilidade, munido apenas de suas concepções do baixo clero da política.

Como eu disse, não houve um segundo episódio para Mr. Chance — quase escrevia “Mr. Chance real”. Na discussão crítica proposta no filme o protagonista idiota não assume responsabilidade direta por nenhuma de suas opiniões. Não é o caso de Bolsonaro, como os brasileiros assistem com um espanto que se aproxima cada vez mais do horror, até porque não dá para se entregar ao riso, já que nesta comédia grotesca não estamos no papel de platéia. É no palco que o nosso destino permanece ligado ao político colocado quase por acaso na Presidência da República — aí sim, temos o Mr. Chance “real”. O final deste enredo ninguém sabe, mas com certeza nenhum de nós se salva, muito menos os que abriram a possibilidade deste segundo episódio real e avassalador, colocando no poder um homem totalmente inepto para a comprovação de forma prática de tudo que na realidade ele não sabia como fazer.

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Luiza Brunet vai estrelar campanha de Damares contra suicídio

A modelo e atriz Luiza Brunet será estrela de uma propaganda do ministério de Damares.

Além da rotina

Ela vai fazer uma propaganda para prevenir o suicídio e a automutilação. “Pouca gente de fato consegue perceber que por trás de uma rotina aparentemente normal pode haver um profundo sofrimento”, dirá a modelo na campanha.

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Fraga

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A gente não faz anos; os anos é que fazem a gente. Fazem a gente ser o que já foi, o que somos agora, ser o que um dia seremos  e deixar de ser o que um dia já fomos, até não sermos mais coisa nenhuma. Fazem delícias e misérias com o corpo que temos, nos fazem iludidos com o que não temos, fazem o passado ser primeiro inesquecível e depois esquecido. Com os anos estamos feitos, sem eles nada feito, com os anos a experiência vem, sem eles se vai a esperança, com eles estamos  com tudo, sem eles sobra contudo, com  eles contemporâneos e conterrâneos, sem eles apenas o subterrâneo, com eles a existência, sem eles a  desistência. Os anos são a melhor prova que a vida nos aprovou.

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Dia do “Não Fico”

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Presidentes sapiens

Dizem que Bolsonaro é burro, que tudo que diz e faz é absurdo, minhoca, sem pé nem cabeça. Eu concordaria, com uma condição: que Dilma foi mais burra – e aquilo que vem a seguir ao ‘burro’ de Bolsonaro na frase anterior. Mais burra, sim senhor. Explico. Bolsonaro não esconde a burrice e o despreparo. O mundo e as ideias para ele reduzem-se ao genérico “isso tudo aí”. Ser burro não é problema. Problema é se achar inteligente. Melhor só meu colega de UFPR, que dizia “sou burro mas não represento”. E nunca representou, pois nunca foi ator.

O presidente admite que teve dificuldades no ensino fundamental e, humilde, reconhece que fez curso de português à distância – ia escrever ‘por correspondência’, mas tenho orelhas sensíveis ao cacófato. Seu curso superior foi a academia de Agulhas Negras, não uma universidade mineira ou paulista. Não seguiu o rumo do estrelado comum aos militares, os cursos de estado-maior e da Escola Superior de Guerra. Bolsonaro deixou o exército e caiu no baixo clero da política, ou seja, deixou o céu por ser escuro e foi ao inferno à procura de luz.

Dilma foi bailarina infantil, pai fugitivo do comunismo búlgaro; cursou as cadeiras optativas da guerrilha, estudou economia, assessorou Leonel Brizola como secretária das Finanças do Rio Grande (?!) Tem doutorado fake no currículo e fez o que fez como presidente – pior, nada fez. Suas contribuições à inteligência estão no feminino em tudo, da comandanta do avião presidencial ao presidenta. Sem esquecer o teorema da mandioca e na maravilha da ‘mulher sapiens’. Se alguma viúva petista concordar, afirmo a burrice do presidente.

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Ostras

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Resultado apertado e comentado

Do Goela de Ouro

O habeas-corpus conseguido pelos advogados do ex-governador Beto Richa no Tribunal de Justiça do Paraná, que o tiraram da terceira prisão, depois de 17 dias, começou a ser questionado nos bastidores a partir do resultado apertado da decisão dos desembargadores: 2 a 1. O relator, desembargador José Maurício, foi voto vencido na sua tese de manutenção da prisão ocorrida no âmbito da Operação Quadro Negro. Quem conhece o intrincado relacionamento e influência familiar entre os poderes na capital paranaense desconfia que a relação próxima do Legislativo e do próprio Executivo, além da Ministério Público, no caso do posicionamento do representante contra a ação do próprio MP, podem ter pesado no resultado. O novo relator da Quadro Negro  será o desembargador Francisco Rabello Filho porque, por ser voto vencido, uma norma do Regimento Interno do TJ, cuja constitucionalidade é contestada, tirou o caso das mãos de José Maurício. Uma varredura em cargos comissionados no Executivo foi feita para encontrar parentes diretos dos protagonistas no julgamento. Deu positivo.

Publicado em Roberto José da Silva - Blog do Zé Beto | Com a tag | Deixar um comentário
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Vada. © IShotMyself

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O aplauso de pé

No Brasil, ao fim de qualquer espetáculo, todos se levam e começam a bater palmas

Glenda Jackson, a atriz britânica, acaba de estrear com “Rei Lear” na Broadway. Ela é danada. Nos anos 90, trocou sua carreira no cinema e no teatro por uma cadeira no Parlamento, candidatou-se a prefeita de Londres pelos trabalhistas e foi cogitada para o cargo de primeira-ministra. Voltou ao palco e, há tempos, foi homenageada numa cerimônia em que estavam presentes diversas categorias de cabeças coroadas. Quando seu nome foi anunciado e ela surgiu no palco, a plateia a aplaudiu de pé por longos minutos. Glenda esperou os aplausos silenciarem, sorriu e disse: “Em Londres, não aplaudimos de pé”.

Aplausos, tudo bem —ela diria—, mas por que de pé? Representar direito o papel é a obrigação do ator. O aplauso sentado é mais que suficiente.

Sempre foi assim. Ao surgir no cinema, com filmes como “Delírios de Amor” (1969) e “Mulheres Apaixonadas” (1971), de Ken Russell, e “Domingo Maldito” (1971), de John Schlesinger, foi como se viesse de um planeta mais adulto que o nosso. De saída, ganhou dois Oscars —que aceitou, mas não foi receber. E, embora fosse filha de um pedreiro e de uma faxineira, nunca escolheu seus papeis pelo que lhe renderiam em dinheiro, mas pelo que exigiriam dela como atriz. Aliás, o cinema nunca foi sua primeira opção, daí ter feito poucos filmes. O teatro, sim.

Se fosse uma atriz brasileira de teatro, Glenda Jackson teria de repetir todas as noites sua advertência sobre aplaudir de pé. No Brasil, assim que qualquer espetáculo termina, todos se levantam e, tenham gostado ou não, começam a bater palmas. Se já se começa pelo aplauso de pé, o que será preciso fazer quando tivermos realmente gostado de um espetáculo?

Neste momento, haverá outra atriz no mundo disposta a encarar o papel de Rei Lear? É uma peça de três horas e meia e serão oito récitas por semana. Glenda está com 82 anos. Isto, sim, é caso para aplaudir de pé.

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Steve Jobs

© Reuters

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Absolut

Tiago Recchia.  © Vera Solda

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