Anelis Assumpção

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Livros, um dia, jovens

Para onde foram os milhares de leitores brasileiros?

Por causa de um livro em que estou trabalhando, a sair no fim do ano, sobre o Rio dos anos 1920, tenho manuseado muito material daquela época —romances de Theo-Filho, poemas de Gilka Machado, crítica de Agrippino Grieco. São edições originais, desaparecidas há décadas, e que só estou encontrando em sebos e leilões. Os exemplares me chegam machucados, com todas as marcas do tempo. Alguns, nitidamente, foram pasto de insetos —como se a vida contida em suas frases continuasse de outra forma, à custa do sacrifício do próprio papel em que elas foram impressas.

Quando abro um deles, tomando cuidado porque as páginas, ao menor movimento, podem se soltar, penso nos leitores que me antecederam —os que leram aquele livro antes de mim. Quantos não o tiveram em mãos e se emocionaram com ele? Talvez tenha atravessado gerações. Era, então, um livro jovem, com a encadernação firme, o papel, vivo, e as colas e costuras, frescas. Mas, depois de algum tempo e por qualquer motivo, foi esquecido num baú de quarto dos fundos. Não ficarei surpreso se, num romance da escritora Chrysanthème, achar a impressão de uma lágrima feminina —de uma leitora revoltada com os suplícios causados às mulheres pelos homens que ela descrevia.

Alguns desses livros trazem estampado na capa o número de edições ou de exemplares vendidos. A conta se fazia em milheiros: “40º milheiro”, “60º milheiro” —esses eram os números relativos aos romances de Benjamim Costallat. O Brasil tinha então 80% de analfabetos, o que torna tais números ainda mais impressionantes.

Para onde foram esses milhares de leitores, a ponto de tais autores terem chegado mortos aos nossos dias? As explicações podem ser muitas, inclusive uma renitente e injusta propaganda negativa.

Mas, ao serem novamente abertos e lidos, esses livros voltam a respirar e a querer seus leitores de volta.

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Playboy – Anos 70

1972|Linda Summers. Playboy Centerfold

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Érico e Luis Fernando Veríssimo. © Cássio Loredano

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Helen Mirren – © Funpop

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Humour at The Falls

fozverasoldadoisEdgar Vasques, Edra, Albert Piauí, Crist, Ana von Rebeur e o cartunista que vos digita (de costas), Humour At The Falls, Foz do Iguaçu, 2005. © Vera Solda

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Todo dia é dia

ar-n'água

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faça-propaganda-e-não-reclamefaça-propaganda

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Sidney Alexis. © Zishy

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O épico do pior

O capitão Jair Bolsonaro, como Charlie Chan, o detetive chinês do cinema americano, anos 40, numerou os filhos. O número 03, deputado mais votado em São Paulo, adora os EUA, desde as armas até os barões assinalados. Antecipa que o anunciado encontro entre o pai e Donald Trump “será épico”.

Não sei se o menino sabe o que significa épico. Se conhecesse a história do Brasil, ele e o pai lembrariam do deputado Octávio Mangabeira, que beijou a mão do general Eisenhower, comandante dos Aliados na II Guerra Mundial, quando da visita deste ao Congresso Nacional. O general estava em campanha para a presidência dos EUA.

Jair Bolsonaro já bateu continência para um ministro de Trump. Agora se só beijar a mão do presidente dos EUA será um avanço, mas nada de épico. Épico seria coisa muito pior, é esperar para ver. Mas Bolsonaro nos mostrou que com ele o pior não tem limites. Teremos o “épico do pior”. Ou dos piores, que entre os dois a diferença é nenhuma.

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Rua da Paz

esta-veinhaIara Teixeira, ansiosa, espera o convite oficial para morar no Retiro dos Artistas, criado pelo ator Edson Bueno. Foto de Dóris Teixeira, também na fila.

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O irritante guru do Méier

aqui-millôr-ricardo-Moraes-Folha-Press-fraseRicardo Moraes|FolhaPress

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Fernandes

© Luiz Carlos Fernandes – Diário do Grande ABC

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Cada qual com o seu na mão

Luca Rischbieter. © Maringas Maciel

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Biquíni inclusivo

Brasileiro inventa palavras e adapta palavras estrangeiras, principalmente do inglês dos EUA, sob quem estamos sob colonização cultural (!) desde os anos 1960. Exemplos não faltam, são aos montes, a começar por este meio aqui, que chamamos de ‘mídia’. Mídia é uma apropriação cultural de ‘media’, palavra inglesa que replica o plural latino de ‘medium’, meios de comunicação. Os gringos escrevem ‘media’ e pronunciam ‘midia’.

Nós aqui, como os cariocas que chamaram os trens urbanos de bondes porque neles havia propaganda de ‘bonds’, ações lançadas na Bolsa. A mais recente é o ‘influenciador digital’, que transpusemos direto do inglês para identificar esse povinho que tem zilhões de seguidores – followers – na internet. Na sua maioria são celebridades, atrizes, blogueiras de moda e os que fazem da vida o chamado ‘reality show’, uma espécie de BBB.

Entre eles há o casal Whindersson Nunes – Luísa Sonsa (os ‘s’ nos nomes são um encanto especial), cantores radicados no Piauí. Juntos somam em seguidores as votações acumuladas de Joice Hasselmann, Eduardo Bolsonaro, Janaína Pascoal e ainda sobram cabeças suficientes para eleger um senador pelo Amapá. Luísa lança modas e agora põe no mercado o “biquini inclusivo”. Se já é difícil aceitar isso de ‘influenciador digital’.

Influenciador desses só reconheço um, o doutor Renato Bonardi.   E como a mídia e os bondes, repudio a brincadeira com o verbo ‘incluir’. Incluir pode significar muita coisa. Tipo biquíni inclusivo. Isso é deturpação, linguagem equívoca, sem novidade. Não é de hoje que os biquínis entram tão profundamente nas generosas (e nas minguadas) nádegas brasileiras que mais importante será o biquíni exclusivo, o que se exclui das bundas.

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