Desbunde!

Bikinisafari. © IShotMyself

Publicado em Desbunde! | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Son Salvador

© Son Salvador – Estado de Minas

Publicado em Son Salvador | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Sobre a violência contra as mulheres

A violência contra as mulheres no Brasil tem crescido a cada ano, apesar e por causa dos tímidos esforços legislativos.

Em 2017 foram 4.539 homicídios, um crescimento de 6,1% em relação a 2016. Os crimes de feminicídio, que se definem por crime de ódio, baseado no gênero  fizeram 1.133 vítimas em 2017, com crescimento de 21% em relação ao ano anterior. Os estupros aumentaram em 10,1%. As lesões corporais tiveram uma leve queda, de 1,2%, segundo os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2016-2017).

A violência está aumentando – e as leis atuais não conseguem deter esta escalada de terror.

A culpa é do Estado, do Poder Judiciário, do Poder Legislativo ou da sociedade violenta e machista, como é a brasileira?

Há pouquíssimas campanhas educativas e afirmativas dos direitos das mulheres e falta estrutura para o atendimento das vítimas. Resumo elas não têm a proteção que deveriam ter, seja nas esferas judicial, estatal ou social.

Soluções?

Segundo dados extraoficiais, cerca de um milhão de alunos treinam artes marciais nas escolas públicas brasileiras. Taekwondo, judô, capoeira e caratê são as disciplinas de Educação Física.

Alguns países no mundo ensinam artes marciais exclusivamente para as mulheres na escola. O Brasil deve enfrentar a temática da violência contra a mulher também a partir da educação básica.

No plano do direito processual penal, as medidas protetivas estão longe de resolver o problema da violência e da ameaça. A lerdeza processual ajuda a tornar sem efeito prático isso, ficando apenas na intimidação. Devemos pensar um novo modelo que incorpore as experiências das tragédias que a, todo momento, fazem parte do noticiário brasileiro.

Porte de arma consignada em caso de ameaça? Medida cautelar de afastamento com tornozeleira eletrônica? Contratação de segurança privada as expensas do agressor, em favor da mulher protegida? Curso intensivo de defesa pessoal em áreas de risco? Punição rigorosa aos agressores com o fim da indústria da impunidade que é abundante no direito penal brasileiro? Responsabilização da autoridade pela inércia ou ineficácia da medida adotada processualmente? Muitas perguntas, mas até agora sem respostas dentro deste universo de poucas propostas de caráter objetivo e eficaz.

O pior é que não há um plano, ou planejamento para a contenção da violência contra as mulheres no Brasil – e o problema só tem se agravado, como comprovam os números acima.

As discussões sobre as medidas são extremamente lentas, ineficazes e acacianas, como diria o Primo Basílio de Eça de Queiroz.

Enquanto isso, nossos telejornais da televisão continuam divulgando as tragédias. O resultado dessa exposição diária, que aumentou muito nos últimos anos, é a banalização e a certeza da impunidade para a quase totalidade dos casos.

Está mais do que na hora de mudar essa realidade.

Publicado em Claudio Henrique de Castro | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Todo dia é dia

Publicado em Todo dia é dia | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Miran

Desenho de Miran, do livro “Miran, Um Rapaz de Fino Traço”, Art no Papel, Casa de Ideias.

Publicado em miran | Com a tag , | 2 comentários
Compartilhe Facebook Twitter

Playboy – Anos 70

1970|Madeleine & Mary Collinson. Playboy Centerfold

Publicado em Playboy - Anos 70 | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Cinquentinha

Madonna, 1985. © Revista Playboy

Publicado em Sem categoria | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Publicado em Charge Solda Mural | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Todo dia é dia

Publicado em todo dia é dia | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Incontinência…

© César Marchesini

Publicado em Sem categoria | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Hoje!

Publicado em absolut | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Amanhã…

Publicado em Sem categoria | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

2019, essa incógnita

© Rafael Sica

Diante das apreensões de grande parte da população acerca do novo ano, adianto o que apurei junto a fontes inseguras quanto à natureza e as principais características de 2019. É o básico do básico, mas serve para acalmar tanto os sem norte quanto aqueles sem a rosa dos ventos.

Meses

Pra começar, estão previstos a dúzia de sempre. Se o orçamento permitir, alguns poderão ser repetidos. Se faltar verba, alguns deixarão de acontecer. Também podem ocorrer ajustes na extensão, como meses com 40 ou mais dias e outros com 10 ou 20. Conforme se defina a realidade, 2019 poderá ter vários agostos, ou um agosto prolongado. Tampouco está descartado que agosto dure de janeiro a dezembro.

Bimestres

Haverá entre 8 e 10, ainda é incerto.

Trimestres

Talvez fiquem em 4, no máximo 5.

Quadrimestres

Pode ser que sejam 2, quem sabe o dobro.

Semestres

Ainda em estudo, mas de 3 não passarão.

Quinzenas

São partes integrantes de cada mês, com uma novidade: poderão, de acordo com a vontade do poder público, serem desmembradas em quins e zenas, espalhadas ao longo do ano.

Semanas

Se 2019 se mostrar folgado, teremos 42. Se parecer apertado, entre 70 e 80.

Dias

O cálculo mais otimista seria de 365, porém, com sensação térmica de 420. Em cálculo pessimista, um ano interminável. (Ainda assim, um ano bem menor que os 3 subsequentes)

Anoiteceres

Um por dia, com oscilações na cintilância a partir das 15h. O lusco-fusco será patrocinado por usinas termoelétricas apagadas.

Noites

Seguirão os cálculos feitos para os dias. Apesar disso, nada impedirá que noites e dias ocorram de forma desparelha. Imaginem a vantagem para pesadelos. Trata-se de experiência: se der certo, será adotada durante todo o período da nova administração.

Madrugadas

Vão durar enquanto houver escuridão, podendo inclusive avançar pelas manhãs a fora. Nesses casos, as insônias estarão liberadas.

Alvoreceres

Pode ser que sejam em igual número dos anoiteceres, pode ser que não, depende das autoridades. Conforme as condições anticlimáticas, talvez o país até tenha auroras boreais na região do Equador.

Horas

Em princípio, as de sempre, sem ordem fixa ou sequência obrigatória. Ah, serão todas hora H.

Minutos

Cada hora terá quantos minutos couberem, todos com cara de último minuto ou, o que é mais provável, aparentando ser o minuto fatal.

Segundos

Vão variar: alguns durarão apenas um átimo de segundo, outros parecerão durar minutos, enfim, o alívio de uns vai compensar a agonia de outros. Como já é atualmente, aliás.

Fora esses detalhes, 2019 poderá ser um ano tipicamente brasileiro.

ExtraClasse

Publicado em fraga | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

Hoje!

Aos queridos gêmeos, um abraço do tio cartunista que vos digita.

Publicado em hoje | Com a tag | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter

A poesia do encontro em Vila Rosa Maria

O carrossel da vida em Vila Rosa Maria

Foi no meu aniversário que o cartunista Solda me presenteou com alguns livros de Sergio Rubens Sossélla. Versos que na primeira ronda, ainda mesmo no bar que acontecia a festa, me estalaram ao que de mais profundo eu conhecia de poesia. Uma erupção, chibatas ouriçadas, poesia mínima que remenda a linguagem até a sua Inquisição. Fui me remendando. Remendei a minha disciplina com os livros, remendei a minha faísca com a palavra, e especialmente remendei a minha saga por mais livros do autor. Livros raros, alguns de tiragens de 15, 20 exemplares, feitos com a parceria de sua mulher-paixão Rosa Maria, estrelas cadentes que aos poucos floriam a minha vereda pueril. Sossélla montou a sua biblioteca, Vila Rosa Maria, e passou a dividir a paixão dos livros com a do cinema americano; outra fagulha embaraçava a minha cabeça: cinema e poesia, gominhos de uma mesma bola. A vida queimava e o Sossélla comigo; dando aula, discussão na academia, madrugadas fechando com o epitáfio de que a poesia de Sossélla é uma rachadura no coração.

a morte

revida

a vida

Depois da explosão, a consequência. Os meus livros de poesia foram nascendo mais beberrões, os versos paparicando abelhas e inchando os meus dedos. Não me importava que uma tia pegasse o meu livro e rechaçasse a poesia mínima. Mas Vinicius, só essas palavrinhas? E esse espaço em branco? Pensava em Sossélla e a sua virtude, a poesia mínima exige muito cuidado. Para se chegar ao nível certo da “flechada-zen” é necessário trabalho, constatação que Leminski-Bresson-Kolody já explicitaram em suas trilhas, e que na aura da leitura se emaranha muito mais. Nessa redoma, o grande mistério da poesia de Sossélla. Ela que te escolhe. Ela que te carbura ao ponto de potencializar a questão do leitor-poeta de Leminski (poesia tanto no emissor quanto no receptor); exige brio ao inatingível.

quem colhe tempestade

nem sempre semeou vento

Uma poesia minha ganhou o prêmio no Femup, Festival de Música e Poesia de Paranavaí. Apenas um verso rangia no meu pensamento, o endereço que está nos livros. Rua Martin Luther King, 3360. Cheguei na rodoviária e me animei com uma estrela desinibida que brincava com o alvorecer. Fui para o hotel, arrumei minhas coisas e na primeira oportunidade, chispei ao destino. O detalhe do muro na esquina me fez levar algumas horinhas, inclusive encontrei a casa depois de passar por todo o comércio arejando o poeta. Fiquei trêmulo, observando a mangueira, as poesias na entrada da casa e no devir da campainha, me retirei já satisfeito com aquele tempo que flanei diluindo uma íntima conversa sobre os espíritos.

 na luta

entre o mar e o rochedo

marisquei

O festival terminou na noite do Sábado, com a descoberta de pessoas irradiantes em suas desventuras, além das cigarras e a sua cantoria. Eu estava voltando para o Hotel, disposto a dormir e encarar a volta no Domingo, até que André e Karina, músicos ilustres, me apresentaram ao Amauri, pai do festival e fonte de uma luz especial. Começamos a conversar, surgiu o assunto da minha poesia mínima, até que retruquei que o prêmio seria uma homenagem ao poeta Sergio Rubens Sossélla. Falei do meu sonho e da minha peregrinação no dia anterior, ao que Amauri me inquietou: eu sou amigo da Rosa e do Serginho, o filho dele. Se quiser amanhã te levo para conhecê-los, já vou mandar um zap! O zumbido bateu e depois que ele confirmou, fui correndo para o Hotel esperar o dia seguinte.

deixem-me

insepulto e nu

urubu não come urubu

Mas a Vila Rosa Maria ainda guardaria mais emoções. Pedi para Rosa assinar um dos livros, ela foi para a mesa e no momento da data, começou a lacrimejar me dizendo: foi o Sossélla que te trouxe aqui. Hoje é a data de morte dele (18/11/18). Caí aos prantos e nos abraçamos, choramos. Eu, Rosa, Sergio, Amauri, André e Karina, fomos desconcertados pelo redemoinho da poesia. Foi o dia mais feliz da minha vida e guardo comigo cada segundo daquele dia. Ganhei uma foto do Sossélla segurando o livro originário de tudo isso, inclusive as poesias citadas estão nele: vida, carrosel da morte (1989). Hoje olho nos seus olhos e agradeço por tudo, inclusive dedico o meu livro O Futum das Birelas para essas pessoas que revoaram comigo o grande carrossel da Vila Rosa Maria.

não me descarto

de mim

Com amor, Vinicius.

*Vinicius Comoti se esconde pelo Ahú, abrolho menor de Curitiba. Costuma se debruçar sob o cinema brasileiro, como também vislumbrar em cada folha que despenca no seu caminho, a força de um verso cínico. Publicou os livros Lanzurapa (2016) e Leite com Manga (2018) e lançará em breve O Futum das Birelas pela Sendas Edições.

Kotter Editorial

Publicado em Sem categoria | Com a tag , | Deixar um comentário
Compartilhe Facebook Twitter