Quem é o ministro-símbolo do governo Bolsonaro? Mexa e remexa e você chegará num único nome: Damares Alves, a ministra das Mulheres, Índios e GLBT. Curioso que o atributo de símbolo da ministra não é pelo que faz ou diz agora, mas pelo que disse no passado.
No agora Damares está contida pela liturgia do cargo. Acontece que o passado vai e volta para atormentar a ministra. Isso fica, está no superego dela e pode não sair em palavras, porém sairá em atos. É só dar tempo ao contratempo.
Teve aquele caso estranho de falar com Jesus na goiabeira e agora a imprensa desenterra outro, tão antigo quanto. Circula agora na rede a palestra da ministra em que ela critica a educação sexual praticada na Holanda.
Na palestra, deambulando peripatética no estilo Dilma, a então pastora denuncia que nos Países Baixos os pais masturbam os países baixos dos filhos e filhas desde os sete meses, para prepará-los para uma vida sexual saudável na idade adulta.
O despautério já chegou à Holanda, de onde a ministra recebe tamancadas virtuais. Não acho estranho nem absurdo o que Damares falou, pois leio coisas piores ditas pelos bolsonaros dos EUA. Eles acusam os liberais de masturbarem os bebês ainda na barriga das mães.
Para esses trogolitas, eleitores de Trump, gente que entende o Velho Testamento na literalidade do texto, os chutes que os bebês dão dentro da barriga da mãe são na realidade orgasmos pré-natais, uma pouca vergonha de liberais, democratas e ateus.
A ida de Bolsonaro a Davos é parte da aposta maior de seu governo: reformas e retomada da economia. A reforma da Previdência, por exemplo, não será tão consensual como Paulo Guedes afirmou. No entanto, tem chance de ser realizada.
Concordo com a tese geral de que um passo correto na economia fortalecerá seu governo. Discordo, entretanto, de quem acha que a economia neutraliza todos os outros problemas.
Não tem sido assim. No passado discutia com simpatizantes do PT o mesmo tema. Argumentavam que o importante era crescimento e renda e a corrupção seria apenas uma nota de pé de página na História do período. Teoricamente, acho que as dimensões econômica e política se interpenetram e, em certos momentos, uma delas pode ser a determinante.
O período de democratização revelou para mim que existe uma grande demanda de valores na vida pública. Na primeira eleição direta, Collor era o caçador de marajás; Lula, o que traria a ética para a política. Na verdade, era uma demanda já na eleição do período anterior, em que Jânio venceu esgrimindo uma vassoura.
O governo Bolsonaro surge com uma demanda maior, potencializada pelas redes sociais e diante de um País bastante severo e conhecedor das táticas evasivas dos políticos. Por isso vejo com a apreensão o episódio envolvendo o senador Flávio Bolsonaro. Os elementos que existem ainda não nos permitem concluir sobre o conteúdo. Mas é possível ter uma opinião sobre como as pessoas reagem quando estão sob suspeita – o comportamento acaba revelando mais do que a própria denúncia.
Quando Flávio Bolsonaro pediu ao Supremo que suspendesse as investigações, usando o foro privilegiado, alguns analistas concluíram que tinha tomado um elevador para o inferno. No primeiro andar já encontrou uma fogueira. Durante a campanha, JairBolsonaro, ao lado de Flávio, condenou o foro privilegiado.
Novas revelações – é sempre assim – surgiram e as explicações foram ficando mais difíceis e complicadas. Surge um novo elemento com a prisão do Escritório do Crime, uma organização criminosa. Nova fogueira pelo caminho. Um dos milicianos teve a mãe e a mulher empregadas no gabinete de Flávio, então deputado estadual. Flávio disse que a responsabilidade da contratação era de Fabrício Queiroz, o motorista que já o enredara nas transações bancárias, levantadas pelo Coaf. Acontece que é muito difícil um deputado não conhecer perfeitamente seus assessores.
Além do mais, Flávio tem uma visão de que as milícias são um mal menor, porque expulsam os traficantes. E achava razoável que fossem financiadas pela comunidade. São posições muito delicadas porque se aproximam da apologia do crime, na medida em que ignoram que as milícias vendem gás, controlam parte do mercado imobiliário, do transporte alternativo e em certos lugares elas próprias até assumem o tráfico de drogas.
Em meio ao alarido geral, aparece agora Jean Wyllys dizendo que vai renunciar ao novo mandato de deputado federal. No anúncio feito em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, ele afirma que está desistindo de seu terceiro mandato e sairá do país. O político do Psol disse que tomou a decisão por causa de ameaças, porém não foi claro sobre o real conteúdo dessas ameaças. Não trouxe nenhuma denúncia objetiva, alegando apenas que o clima criado com a eleição de Jair Bolsonaro afeta sua segurança pessoal.
Com a notícia, o deputado conseguiu ganhar espaço na imprensa, mas se ele tinha esperança de criar uma comoção política, parece que o artifício não deu certo. Não houve nada parecido a um “Fica, Jean Wyllys!”. Inexiste qualquer movimentação pedindo que ele reconsidere a decisão. Ao contrário, as pessoas vêm prestando sua solidariedade e dando um tchau ao renunciante.
Não me espantaria se isso for mais uma de suas pataquadas. Jean Wyllys é um fazedor de cenas, desde o tempo em que foi vitorioso numa edição desse programa lamentável que é o BBB, da Rede Globo. Na política ele continuou atuando de forma farsesca. Ele saiu do programa, mas o BBB não saiu dele. Na política fez fama infelizmente se aproveitando de temas essenciais para a democracia brasileira e prejudicando a luta pelos direitos civis. A verdade é que sua carreira política não deu certo. Ele não conquistou representatividade entre as minorias, no eleitorado feminino e no meio cultural de esquerda, entre os quais supostamente ele teria grande força política.
Sua votação para deputado federal no Rio de Janeiro foi muito pequena, demonstrando que faltou-lhe capacidade de fazer da sua enorme projeção nacional um reforço importante em pautas que costumam ficar de fora da política tradicional. Ele teve apenas 24.295 votos e não teria sido eleito se não fosse o alto quociente eleitoral do Psol, garantido por Marcelo Freixo, com seus 342.491 votos que deu-lhe o segundo lugar no estado, pouca coisa abaixo do deputado Hélio Negão, apadrinhado por Jair Bolsonaro. E em matéria de violência, Freixo tem mais do que se queixar do que Wyllys. Desde que presidiu a CPI das Milícias em 2008, ele vem sendo obrigado a viver protegido por um forte esquema de segurança.
No anúncio da renúncia política, Jean Wyllys voltou a acusar Jair Bolsonaro e seus filhos, citando inclusive as suspeitas de relações da família Bolsonaro com chefes de milícias paramilitares no Rio. “Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário”, ele disse. Ocorre que esta rivalidade não é unilateral. Não foi alimentada apenas por Bolsonaro e nem era só ele que lucrava com os insultos mútuos. Da sua primeira eleição — com apenas 13.018 votos, quando foi eleito da mesma forma pelo quociente do partido — Wyllys saltou para 144.770 em 2014.
O problema para ele foi que seu eleitorado minguou nos últimos quatro anos, quando a estratégia do confronto acabou favorecendo Bolsonaro e seus filhos. Com inabilidade política e total falta de bom senso, Wyllys foi um dos parlamentares otários da esquerda que serviram de alavanca para o extraordinário crescimento da direita no país. Não se pode deixar de ser solidário com ninguém quanto à ameaças de violência, mas para o bem dos direitos individuais e a qualidade da democracia, Jean Wyllys já vai tarde da política.
Mas o melhor instrumento para denúncias ainda são as palavras
Ouço com frequência no rádio e na TV que as pessoas estão botando a boca no trombone. As mulheres vítimas de assédio ou estupro estão botando a boca no trombone. Os praticantes das delações premiadas estão botando a boca no trombone. A imprensa está botando a boca no trombone. O povo está botando a boca no trombone.
Acho formidável tudo isto —aliás, levei a vida esperando que acontecesse—, mas não concordo com a imagem do trombone. Dá a entender que ele é um instrumento de alerta, feito para tocar alto e despertar os distraídos. Mas, embora seja um componente importante de desfiles militares, bailes de Carnaval e charangas de torcidas, o trombone não nasceu para fazer barulho.
Aprendi isto escutando o trombonista americano Tommy Dorsey. Seu megassucesso dos anos 30 e 40, o fox “I’m Getting Sentimental Over You”, de George Bassman e Ned Washington, tinha um longo solo de trombone. Dorsey o tocava com tanta suavidade que era como se não precisasse respirar. Aliás, era o que pensava o crooner de sua orquestra, o jovem Frank Sinatra. Esperando sua vez de cantar, Sinatra ficava sentado bem atrás de Dorsey enquanto este tocava de pé, na frente do palco. “Eu observava o paletó de Tommy, esperando que inflasse e desinflasse. Mas ele nem se mexia!”, disse Frank.
Os grandes trombonistas do jazz, como o clássico Jack Teagarden, o bebop J. J. Johnson, o West Coast Frank Rosolino e outros, eram delicados ao tocar. Melba Liston, trombonista das orquestras de Dizzy Gillespie e Quincy Jones, nem se fala —era mulher. O mesmo no Brasil, com Raul de Barros, Norato e Nelsinho. O próprio Raul de Souza, ás do samba-jazz, com toda a energia e velocidade que isto implica, está dizendo cada vez mais com menos notas.
Donde é besteira botar a boca no trombone. O melhor instrumento para as graves denúncias que foram e continuarão a ser feitas sempre serão as palavras.
Thiago E, além de gago, é poeta, compositor, cantor, agitador cultural e faz parte da banda Validuaté, de Teresina. Este poema é da revista AO – Academia Onírica – número 02, dezembro|2011.
Bettie Page, símbolo sexual da década de 1950, popularizou o pin-up e foi uma das musas da revolução sexual. Do livro “The Big Butt Book” (“O Grande Livro das Bundas”), Livraria da Folha.
– Mas nem uma linha sobre a trapalhada do Flávio Bolsonaro, o filho nº 1 do capitão presidente?! – estranhou um amigo próximo.
Faço-lhe ver que nada mais precisa dizer sobre o assunto. A não ser que as peripécias de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, como picareta de automóveis e as habilidades no mercado imobiliário do próprio Flávio apenas os afunda mais no atoleiro da malandragem mal explicada.
Até os paralelepípedos da minha velha Saldanha Marinho sabem que o que aconteceu (e talvez continue acontecendo) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro é uma velha prática presente em quase todos, senão todos, os legislativos estaduais (e alguns municipais) deste Brasil varonil, inclusive na Assembleia do Paraná. É a “repartidinha” ou “rachadinha”, conduta institucionalizada entre os políticos, através da qual um assessor parlamentar é nomeado e, no final do mês, divide (às vezes, até mais do que a metade) a remuneração com o nobre deputado que o nomeou. Uma explícita safadeza, reprovável sob todos os aspectos, mas real.
Não por acaso, a procuradoria-geral de Justiça do RJ, investiga 27 deputados estaduais por improbidade administrativa. A lista inclui 75 assessores que tiveram movimentação bancária muito acima do que eles recebem ou recebiam, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O MP quer saber a origem e o destino das movimentações financeiras e também pretende esclarecer se esses funcionários eram obrigados a repassar parte dos salários que recebiam para os deputados, ou ainda se eram “fantasmas”, para que os parlamentares ficassem com os vencimentos.
O nobre deputado Flávio Bolsonaro, prestes a assumir uma cadeira no Senado Federal, apenas demorou um pouco para entrar nessa cena. Tinha um arrecadador pessoal, o policial aposentado e assessor Fabrício Queiroz, que fazia o recolhimento da grana, depositava-a na própria conta corrente e, depois, procedia à devida distribuição (a futura primeira dama recebeu em sua conta R$ 24 mil, como parte do pagamento de um suposto empréstimo do marido a Queiroz). Fabrício só não esperava cair, ele próprio, na rede do Coaf, sob suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
Também, pudera! Os “rolos” de Queiroz começaram com R$ 1,2 milhão, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, mas podem chegar a R$ 7 milhões.
A ligação de Fabrício com Flávio era inevitável. O deputado defendeu, claro, o assessor, pôs a mão no fogo por ele, garantindo-lhe a idoneidade e lisura de comportamento, ainda que se negasse a prestar depoimento ao MP.
Foi além na sua estultice: impetrou – ele que nem parte era na questão – mandado de segurança junto ao STF pedindo a suspensão das investigações sobre o assessor Fabrício Queiroz. E a estultice das estultices: teve liminar deferida pelo brilhante ministro de plantão na Corte, Luiz Fux.
Eis que aí o Coaf flagra movimentação “atípica” na conta corrente do próprio deputado. Em 2017, no período de apenas um mês, 48 depósitos, todos de R$ 2.000, em dinheiro vivo, foram parar, no mesmo dia e praticamente no mesmo horário, na conta de Flávio. Segundo o Coaf não foi possível, na ocasião, identificar o autor dos depósitos, feitos no autoatendimento da agência bancária da Alerj. Essa prática fracionada, aliás, é um velho truque para ocultar a origem do dinheiro.
Só que o insigne deputado Flávio Bolsonaro assumiu publicamente a autoria dos depósitos, justificando ganho de tempo, isto é, achou que ao preencher, identificar e depositar no caixa eletrônico 48 envelopes, em sequência, seria mais rápido do que levar os R$ 9C6 mil diretamente a um caixa pessoa física e depositá-los de uma só vez…
O assunto, presente diariamente nos jornais e nos noticiários da TV, está incomodando o Palácio do Planalto. Ainda que o ministro Onyx e o conselheiro Augusto Heleno garantam que “a coisa não tem nada a ver com o governo”, tem sim. E muito. Flávio Bolsonaro é o filho nº 1 do capitão que se elegeu Presidente da República do Brasil escorado no discurso moralista de seriedade administrativa e combate intransigente à corrupção, às malandragens e à patifaria de políticos e homens públicos.
No mesmo dia o deputado Flávio Bolsonaro teve depositados R$ 96 mil em sua conta bancária. O peculiar da operação: foram 48 depósitos de R$ 2 mil cada, em dinheiro, feitos no caixa automático, nos envelopes especiais. Outra peculiaridade: os depósitos ocorreram a pequenos intervalos, o suficiente para encerrar uma operação e iniciar outra.
O prático e racional seria depositar os R$ 96 mil em operação única. Havendo receio de segurança, o depositante poderia fazê-lo via cheque ou direto no caixa interno da agência. A explicação do deputado não faz honra aos votos recebidos nos mandatos para a assembleia legislativa do Rio e para o Senado: a agência bancária ficava longe de seu gabinete.
Só isso. Não vale a pena desconstruir a versão. Se existem, como na constituição dos EUA, as “verdades evidentes por si mesmas”, esta dos depósitos é a “estupidez evidente por si mesma”. De uma infantilidade que não é tocante porque deriva para o deboche e o cinismo. Fernando Collor caiu pelo Fiat Elba mal explicado. Como será agora?
Para ideólogo, o que importa é a transformação da qual o mundo precisa
Nos anos 1960, para mim, não havia “técnicos”, só tecnocratas. Se um governo nomeasse um ministro por ele ser competente (com as credenciais de quem estudou e ponderou as questões-chave do seu ministério), todos gritaríamos contra o domínio da razão abstrata, que, pensávamos, indiferente ao sofrimento provocado, acabaria com a criatividade, as ideias, o desejo, a espontaneidade e a poesia.
Tínhamos algumas razões para desconfiar dos técnicos. Afinal, as duas guerras das quais éramos filhos foram guerras de expansão entre nações rivais ou guerras da ciência e da indústria militar contra o homem, por cima das nações? Qual a relação entre a vontade de conquista e a “necessidade” de usar as armas, uma vez que elas foram inventadas? Perguntávamos isso 20 anos antes de assistir a “O Exterminador do Futuro”.
De fato, éramos sobretudo neuróticos. Encarávamos os técnicos como substitutos dos pais no dia em que a gente pedia sorvete e eles respondiam que não havia dinheiro para sobremesa.
“Técnicos”, em suma, eram aqueles que tentavam nos explicar por que não dava para fazer o que a gente queria. Hoje, ele explicariam por que é necessária uma reforma previdenciária.
Nos os chamávamos de tecnocratas porque eles pareciam se servir de sua “técnica” e ciência para justificar seu poder.
Resumindo: nos anos 1960, a gente era sonhador e odiava os tecnocratas, que assassinavam nossos sonhos em nome da “realidade”.
Já nos próprios 1960, muitos sonhadores deixaram de ter apenas vontades, desejos e impulsos aparentemente generosos; eles começaram a ter ideias, de modo a poder contrapor uma visão do mundo à “realidade” invocada pelos tecnocratas.
Os sonhadores passaram assim a acreditar em ideias: eles se tornaram ideólogos. Ideólogo acredita na Bíblia e acha portanto que Darwin estava errado. Ou então ideólogo acredita em Marx e acha que o comunismo é inelutavelmente o fim da História. Dá na mesma: ideólogo é quem pensa a partir de sua ideologia, não a partir da realidade.
Como se forma um ideólogo? O ingrediente básico é a paranoia, que organiza o pensamento num sistema, dá sentido a tudo e, claro, designa os inimigos.
O sonhador podia ser inconstante e mutável como são os sonhos. No ideólogo, o que importa não são os quereres, mas é a transformação da qual “o mundo precisa”. O ideólogo tem certeza da necessidade de seu plano e do caminho para realizá-lo. E ele sempre tem razões “superiores” para menosprezar os custos de seu projeto: o bem de todos, os “princípios”, seu deus etc.
Ao longo dos anos 1980 (fim da Guerra Fria), não digo que a gente deixou de ser ideólogo, mas o fato é que, aos poucos, os tecnocratas voltaram a ser chamados de técnicos.
Ou seja, começamos a levar em conta os custos das ideias e a prestar atenção na realidade. Talvez esse seja um jeito de dizer que nos tornamos social-democratas. A virada não foi difícil, pois os que permaneceram ideólogos, em geral, levaram suas comunidades à falência.
Chegamos, aliás, nos 1990, a constatar que qualquer ideólogo é perigoso. É ótimo ter ideias sobre como levar sua vida, mas é péssimo acreditar que a sociedade inteira precise dessas ideias.
E hoje? A década na qual vivemos parece ter um novo carinho pelos ideólogos —e um novo desprezo pela competência dos técnicos.
No novo governo brasileiro, por exemplo, com a exceção da Fazenda, onde Guedes poderia não ser um ideólogo ultraliberal, mas um técnico (logo saberemos), vinga uma preferência pelos ideólogos: na Educação, no Itamaraty, no ministério misteriosamente dito da Mulher, Família e Direitos Humanos.
Como governantes, os que têm suas ideias (os ideólogos) são os mais apavorantes: a história mostra que eles não recuam diante de nada para a maior glória de seus pensamentos.
Os sonhadores também são péssimos para governar e se tornam ideólogos facilmente.
Restam os técnicos, que, como a gente receava, podem mesmo ser seduzidos por razões abstratas e perder de vista as exigências da vida concreta de todos em nome, sei lá, de um equilíbrio contável.
Conclusão? Gostaria que surgisse uma nova categoria: os empíricos, ou seja, os que pensam, a cada vez, a partir da realidade concreta, em toda sua complexidade.
Nota sobre a coluna passada. Agradeço aos leitores que me assinalaram que o seriado “Babylon Berlin” está disponível no Brasil, na Globoplay. Não percam!
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