Futura arte perdida

Ninguém mais escreve à mão na rua e cada vez menos em casa

Reza a lenda que, quando Albert Einstein, com sua fórmula E = mc2 ainda fresca para a humanidade, esteve no Rio em 1924, teve a companhia, em suas andanças pela cidade, do jovem jornalista Austregesilo de Athayde. O qual foi impecável, exceto por algo que intrigava o cientista. Com certa frequência, Austregesilo tirava um caderninho do bolso, lambia a ponta do lápis e tomava nota de alguma coisa. Einstein não se conteve: “O que o senhor tanto escreve, dr. Athayde?”. E Austregesilo: “Sempre que tenho uma ideia, eu a anoto, dr. Einstein”. E este, resignado: “Ainda bem que até hoje só tive uma ideia”. Bem, eu disse que era uma lenda.

Com uma assiduidade mais para Austregesilo do que para Einstein, também anoto coisas em caderninhos que sempre levo comigo quando saio à rua. Podem ser ideias de assunto para esta coluna ou observações para algum livro em que eu esteja trabalhando. Faço isto com uma caneta Bic preta, objeto que me acompanha há décadas e ao qual devo boa parte da minha produção —muitos textos nascem dela e é com ela que os reescrevo depois de perpetrados no computador e impressos. Até aí, tudo bem. O problema é ser visto anotando coisas em caderninhos numa via pública.

Até há pouco, não havia nada de mais em ser visto escrevendo à mão na rua. Mas agora há.

Tenho reparado que, ao me verem encostado num poste ou sentado num hidrante, e garatujando num bloco ou caderneta com aquele estranho objeto cilíndrico, as pessoas me olham diferente. Devem pensar que sou um pesquisador do Ibope, um leitor do relógio de eletricidade dos prédios ou mesmo um apontador de jogo do bicho.

Ninguém mais escreve à mão na rua e cada vez menos em casa. Pode se tornar uma arte perdida. Mas, se um dia deixarem de existir canetas e cadernetinhas nas papelarias, já me precavi —estou estocado para os próximos anos.

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Lava Jato: todos no Poder?

Dois nomes surgiram na imprensa no final de semana como favoritos do superministro da Justiça, Sérgio Moro, para seguir para a capital federal. O primeiro é o investigador-chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol, que ficaria no lugar da procuradora-chefe do Ministério Público Federal, Raquel Dodge. O segundo é um dos nomes mais importantes da Operação, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, aposentado e morando em São Paulo, que iria para a equipe de Moro.

Se ambos aceitarem os novos cargos, nunca uma operação contra a corrupção teria catapultado tanta gente para altos cargos federais como a Lava Jato. E, mais surpreendente ainda, é a transferência direta das pesquisas e investigações que sustentaram a Lava Jato para cargos da maior relevância no serviço público.

Sucesso da Operação e de seus integrantes?

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Um que eu tenho

CD Hemisphere, Reggae Africa, 1993, EMI Records. Compilation produced by Gerald Seligman. Ova-se!

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Tempo

© Orlando Pedroso

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O Consumidor e o extravio das bagagens e perda de malas

As companhias aéreas ou empresas de ônibus e trens podem extraviar as bagagens ou perder as malas do consumidor. Quais os cuidados que o Consumidor deve ter?

Primeiro, recomendo que o consumidor fotografe com o seu aparelho celular todas as peças e objetos que ficarão guardados em suas malas. Peça por peça, não custa nada tomar esta precaução importante, tanto na viagem de ida quanto na volta, para se ter absoluta certeza sobre tudo o que está sendo transportado.

Para os mais precavidos, pode-se fazer um seguro para estas situações de extravio ou perda integral das malas.

Apesar dos valores de indenizações, normalmente, serem tabelados por convenção internacional, as indenizações podem se alterar.

Segundo, ao perceber o extravio, utilizar e sempre ter em mãos o comprovante do despacho de bagagem, ele é muito importante. Mesmo depois de pegar as malas guarde-o para o caso de perda parcial do conteúdo das malas, pois você não vai abrir as malas e conferir se tudo está lá dentro na hora do desembarque.

Terceiro, há golpistas que rondam passageiros distraídos em estações e aeroportos, por isso o consumidor de ter muita atenção com as suas bagagens. Quando as malas são despachadas daí a responsabilidade é das empresas de transporte.

Se o extravio ocorrer em viagem aérea, o consumidor deve preencher junto à companhia aérea um Registro de Irregularidade de Bagagem (RIB) e registrar uma queixa na Agência Nacional de Aviação Civil no aeroporto onde ocorreu a perda.

Os danos morais são pelos aborrecimentos causados em função do ocorrido e os danos materiais são pelos bens extraviados propriamente ditos.

Se ocorrer em estação rodoviária ou ferroviária, os procedimentos são semelhantes, a reclamação junto à empresa transportadora e junto a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Os juizados especiais em aeroportos e rodoviárias são raríssimos, de forma que se não for resolvido a contento o extravio junto à empresa transportadora, o Consumidor pode ajuizar uma ação de reparação por danos, ou até de forma simultânea ao pedido administrativo feito na empresa.

Há valores tabelados de perda de bagagens, mas isto pode ser contestado na Justiça. Em média, dependendo do caso, os valores podem variar de quatro mil e quinhentos a doze mil reais, em caso de viagem aérea, mas tudo dependerá do incômodo que o consumidor sofrer em razão do extravio.

Consumidor(a), sempre exija seus direitos e, em caso de dúvida, consulte um(a) advogado(a) de sua confiança.

Publicado em Claudio Henrique de Castro | Com a tag | Deixar um comentário
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Veríssimo –  “Já fui muito elogiado pelo que nunca escrevi. Há uma maneira de detectar se o texto é falso ou não: se o Luiz da assinatura for com ‘z’, o texto não é meu. Se for contra o Bolsonaro, é”

O capeta no cangote – Vamos deixar as coisas claras. Ônix é uma pedra polida pelos elementos, a água dos rios, principalmente. Desde os egípcios, passando pelos indianos e chegando ao nosso tempo, é tida como amuleto contra o azar e o mau olhado. É usada em casa, anéis e em colares. Diz-se que limpa a aura negativa.

Mas muita atenção com a grafia: é ‘ônix’, acento gráfico e tônico na primeira sílaba, do ‘o’ sozinho. O povo vem escrevendo nessa forma o nome do ministro da Casa Civil do futuro governo Bolsonaro, o Lorenzoni. Fique esclarecido de público e raso: é ‘Onyx’. Esse Onyx não tem nada a ver com a pedra ônix.

Primeiro, pela acentuação, que é tônica e na sílaba final, assim: ‘oníx’. Segundo, se os pais do ministro quiseram homenagear a pedra e poupar o rebento do azar, se o tabelião cometeu aqueles erros de tabelião é uma coisa. Em bom português, o ministro é um oxítono sem acento, não um paroxítono acentuado.

Mas daí a pensar que o ministro que evoca a pedra vai tirar o azar, o mau olhado, esconjurar o coisa ruim, afastar as trevas e impedir a queda no abismo, melhor calçar colar e anel de ônix. Ainda que com nome de tira-encosto, o ministro carrega o capeta no cangote. Ele próprio sofre sua dose de mau olhado, de inveja e de despeito.

Publicado em Rogério Distéfano - O Insulto Diário | Deixar um comentário
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Juiz censura Globo e proíbe divulgação de inquérito sobre assassinato de Marielle

Emissora diz que cumprirá decisão, mas recorrerá porque ela fere liberdade de imprensa

Um juiz criminal do Rio de Janeiro censurou a TV Globo em decisão liminar (provisória), ao proibir a divulgação do conteúdo de qualquer parte do inquérito policial que investiga os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, informa o site G1.

A determinação é do juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio, e foi feita a pedido da divisão de homicídios da Polícia Civil e do Ministério Público do estado. O magistrado diz na sentença que “o vazamento do conteúdo dos autos é deveras prejudicial, pois expõe dados pessoais das testemunhas, assim como prejudica o bom andamento das investigações, obstaculizando e retardando a elucidação dos crimes hediondos em análise”.

Ele proíbe a emissora de publicar termos de declarações mesmo que as testemunhas não sejam identificadas. Também não permite que sejam divulgados procedimentos sigilosos usados em investigações e conteúdos de gravações de áudios, emails ou mensagens de vítimas, testemunhas ou investigados.

A Globo afirma que, em suas reportagens sobre o caso, evitou divulgar algo que pudesse pôr em risco as testemunhas ou as investigações.

Em nota exibida em seus telejornais, o Grupo Globo diz que irá cumprir a decisão judicial, mas irá recorrer. “[A decisão] fere gravemente a liberdade de imprensa e o direito de o público se informar, especialmente quando se leva em conta que o crime investigado no inquérito é de alto interesse público, no Brasil e no exterior”, diz a nota.

“A TV Globo quer assegurar o direito constitucional do público de se informar sobre eventuais falhas do inquérito que, em oito meses, não conseguiu avançar na elucidação dos bárbaros assassinatos da vereadora Marielle e do motorista Anderson. E deseja fazer isso seguindo seus princípios editoriais, o que significa informar sem prejudicar as investigações ou colocar em risco as testemunhas”, informa a Globo.

A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) também se manifestou. Para a associação, a decisão viola o direito dos brasileiros à livre circulação de informações de interesse público.

“A imposição de censura é uma afronta à Constituição. A liberdade de imprensa, fundamental para a democracia, deveria ser resguardada por todas as instâncias do Poder Judiciário, mas é frequentemente ignorada por juízes que, meses ou anos depois, são desautorizados por tribunais superiores”, diz a entidade.

“Nesse meio tempo, o direito dos cidadãos de serem informados fica suspenso, o que gera prejuízos irreparáveis para a sociedade. O caso em questão é um exemplo dessa prática absurda, que precisa acabar. Cabe ao Poder Judiciário preservar direitos constitucionais, não atacá-los.”

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Duke

© Duke – O Tempo (MG)

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Cocada na cabeça

Quem entende das coisas está desconfiando que, mesmo antes de assumir o poder, alguns integrantes da equipe de Ratinho Junior estão passando por aquela transformação onde a cocada preta chega à cabeça. Isso não é bom, levando-se em consideração que o futuro governador não tem e jamais teve essa doença que acomete principalmente quem não sabe o que faz.

Publicado em Roberto José da Silva - Blog do Zé Beto | Com a tag , | Deixar um comentário
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O submarino argentino e o Paraná

Depois de um ano e a 800 metros de profundidade, os argentinos localizaram o submarino desaparecido há um ano com 44 tripulantes a bordo. É um feito e tanto, o que anima aqueles que procuram pessoas, objetos, votos e dinheiro que se perderam ao longo do tempo. Aqui mesmo, no Paraná, muita gente e muitas coisas desapareceram, mas não se pode perder a esperança. São elas:

1) Os votos dos ex-governadores Beto Richa e Roberto Requião e do PT
2) O primo distante Luiz Abi Antoun
3) Pepe Richa e dona Fernanda Richa
4) Assinaturas de convênios com municípios de Cida Borghetti
5) O pijama com âncoras de Valdir Rossoni
6) O colete de R$ 40 mil e o uniforme de corredor de carro de Beto Richa
7) Os elogios de Ratinho Jr ao ex-chefe Beto Richa
8) Os R$ 30 milhões desviados das escolas do Paraná
9) O ex-secretário da Fazenda, Mauro Ricardo
10) O chefe de gabinete Deonilson Roldo e o empresário Jorge Atherino (de circulação)
11) Os irmãos Dias, um por desgaste do material e outro por decisão própria
12) O juiz Sérgio Moro. Agora é superministro Sérgio Moro
13) O camburão da bancada dos deputados. Só ficaram os deputados
14) O professor Galdino, o Chick Jeitoso e a Escolinha de Governo de Requião
15) A amizade entre Beto Richa e Tony Garcia
16) A amizade entre Rafael Greca, dona Margarita e Roberto Requião
17) O olfato de Rafael Greca quando encontra moradores de rua
18) As lembranças do jantar na casa de Ratinho Pai para Lula
19) O Choque de Gestão no governo do Paraná e
20) O debate sobre o pedágio. Mas todo mundo continua pagando

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Ska

Rodrigo Cerqueira. © Myskiciewicz

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Livro de poemas infantis será lançado hoje na Feira do Poeta no Largo da Ordem


Um livro divertido, bem ao gosto das crianças, reúne um pouco de tudo: pai, mãe, avós (uma avó viúva), pássaros, gatos, vento, chuva, formigas, borboleta, o escuro da noite, a lua, um tio careca, um anjo sapeca, um irmãozinho idem. Até um relógio maluco faz parte desse cenário.   

Esse é o “Pequenos poemas traquinas”, de Zeca Corrêa Leite, que será lançado hoje na Feira do Poeta, das 11 às 13 horas. A sala localiza-se ao lado da Casa Romário Martins, no Largo da Ordem. O livro custa 20 reais.

Destinados ao público infantil, os “poemas traquinas” são textos breves compostos de modo a propiciar aos pequenos leitores (ou ouvintes) melhor compreensão daquilo que é narrado. As ilustrações são da premiada artista Márcia Széliga.

Segundo o autor, “Pequenos poemas traquinas” propõe-se a levar a um público específico, em fase de aprendizagem da leitura, ou ainda não alfabetizado, a delicadeza poética “cujos textos inserem-se ao seu mundo com recortes do cotidiano, porém onde o elemento lúdico é determinante”.

Outro fator a ser destacado é a liberdade dos temas. “Escrevi sem a obrigatoriedade de conceituações e mensagens edificantes. Seria como uma brincadeira inocente, onde a palavra transita dentro de um ritmo, uma musicalidade natural que é a marca de todo poema.

O volume de 24 páginas contém 33 textos que são um convite informal para os pequenos adentrarem num dos caminhos da literatura: a poesia.

A edição de “Pequenos poemas traquinas” contou com a chancela do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura/Fundação Cultural de Curitiba e Prefeitura Municipal de Curitiba, com incentivo cultural da Caixa Econômica Federal e apoio do escritório Cultural Office. 

Zeca e Márcia

“Pequenos poemas traquinas” é o primeiro livro infantil de Zeca Corrêa Leite, autor entre outros de “Lendas das águas”, “O velho e alguns escritos”, “Quinhentas vozes” (adaptado ao teatro valeu-lhe o Troféu Gralha Azul, de melhor texto). Em coautoria com Rosirene Gemael lançou neste ano “Odelair Rodrigues”, biografia sobre uma das estrelas do teatro e da televisão paranaense.

Márcia Széliga, formada pela Embap, fez especialização em Desenho Animado na Academia de Belas Artes de Cracóvia, na Polônia, como bolsista do governo polonês. Realizou diversas exposições no Brasil e exterior, como as Bienais de Bratislava, na República Eslovênia. Neste ano recebeu o Prêmio AEILIJ de melhor livro ilustrado “(Esopo: liberdade para as fábulas”, de Luiz Antonio Aguiar. Também foi finalista do Prêmio Jabuti 2018 pelas ilustrações de “Vovô vai para as estrelas”, do mesmo autor.

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Frases para a história

Quem disse ‘Nunca nomeie quem você não pode demitir’?

Uma frase muito usada nas últimas semanas, desde que Jair Bolsonaro convidou o juiz Sergio Moro a ser seu ministro da Justiça e este aceitou, é: “Nunca nomeie quem você não pode demitir”. A ideia é a de que Moro tem tanto peso junto à opinião pública que, se os dois se desentenderem, as consequências serão cataclísmicas —para Bolsonaro. Se ele demitir Moro, terá de se explicar muito bem. Se Moro se demitir, será o equivalente a estar demitindo Bolsonaro.

Tudo isto é meio óbvio, só restando estabelecer de quem é a frase fatal. Já a ouvi atribuída a Tancredo Neves, Delfim Netto, César Maia e outras figuras do raposário. Bem, o autor é… nenhum deles. Trata-se da adaptação de uma máxima dos cursos de business nos EUA, e tão velha que, mesmo lá, o nome do autor já se perdeu: “Never hire somebody you can’t fire” —“Nunca contrate quem você não pode demitir”.

Quando se trata dessas frases que parecem dizer tudo com o mínimo de palavras, é difícil imaginar uma que os americanos já não tenham criado. Ou quase. O filme de John Ford, “O Homem que Matou o Facínora” (1962), por exemplo, tem uma que passou à história: “Quando a lenda se torna fato, publique a lenda”. É dita pelo repórter interpretado por Carleton Young ao personagem de James Stewart quando este revela, 25 anos depois, que não foi ele quem matou o facínora Lee Marvin, e sim John Wayne. Suponha agora que, muito antes, um brasileiro já tivesse dito algo parecido.

A frase, dos anos 40, é “O que importa não é o fato, mas a versão”, e sempre foi atribuída ao político mineiro Benedito Valadares. Mas o verdadeiro autor seria outro mineiro, José Maria Alkmin. Que nunca se conformou com o fato de não ver isso reconhecido. Dizem até que, certa vez, ele se queixou: “Poxa, Benedito. Eu invento a frase e as pessoas acham que foi você!”.

Ao que Benedito respondeu: “O que prova que ela está certa”. 

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Escondido, revelado

Ele só se esconde quando fotografado. Quanto fotografa, abre a alma de poeta da luz, das formas, do sentimento. Artista, a cara é de mau, mas a alma é de criança. De vila, de pé no barro, de dominar pipas no ar, de se encantar com parquinho e circos mambembes, de olhar as raras árvores no meio da pobreza.

Desenhista,cinéfilo, roqueiro, perdido e achado no mundo, ao receber sua primeira câmera há poucos anos, se revelou por completo. Um fotógrafo que transforma o pequeno quintal da casa dos pais, que já foram embora, num encantamento que faz muita gente de longe querer conhecer. Suas imagens de flores, folhas, bichos são como mensagens disparadas pelo mundo e que, pode ser, são enviadas de dentro do coração, onde ficou dona Zefa e o Zé Luis, seu pai, de quem herdou o lado fechado, mas que é aberto.

Também é sobrevivente, assim como o irmão, que o admira e ficou um pouco triste ontem porque ele voou para Palmeira dos Índios,  Alagoas, depois de passar alguns dias em Curitiba.

Roberto José da Silva

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Quaxquáx!

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