Quem muito se evita… – Evitava aquela rua. Se não podia evitar, fazia questão de ir pela calçada do outro lado. Queria evitar o encontro desconfortável, esquerdo, até ridículo. Assim, por anos inteirados. Não tinha esquecido o motivo e a motivadora.
Ficara distraído, não no evitar a rua. Não contava com a esquina da rua que evitava. Quando menos esperava ali aconteceu o encontro que sempre evitara. Foi o que Guimarães Rosa pensou ao dizer que “quem muito se evita se convive”?
Português de zelite –Michel Temer avisa que o aumento da magistratura pode causar “agravo econômico”. O general João Camilo Pires de Campos, secretário de Segurança do futuro governo João Dória, fixa a meta de sua gestão: “adestrar” os policiais paulistas. Agravo econômico em língua de gente normal quer dizer prejuízo. Adestrar, em língua de animal, pode ser o treinamento de cães. Os dois fazem sentido. Tanto sentido que nos deixam sentidos.
O ex-governador Jayme Canet Junior, já falecido, gostava de contar a história de como levou toda a família para visitar o Palácio Iguaçu, pouco antes de assumir o cargo, indicado pelo governo militar. Depois de percorrer as dependências do Palácio, acompanhado da mulher, dona Lourdes, dos filhos, noras e netos e alguns primos e sobrinhos, Jayme Canet reuniu a todos no Gabinete e deu a ordem: “Pois bem, agora que vocês conheceram tudo, viram tudo, quero que saibam que é a última vez que passam por aqui durante meu período de governo”.
E assim foi. Canet nunca nomeou nenhum parente e nem permitiu que qualquer membro da família participasse de qualquer negócio com o mundo oficial. Seu período de governo é considerado até hoje como um dos mais importantes e competentes que o Paraná já teve.
A família de qualquer homem público é um desafio constante, mais ainda quando há filhos adultos e que atuam na política, como acontece agora com o presidente eleito, Jair Bolsonaro. Além da importância que têm, emocionalmente, na vida do próprio pai, os filhos ocupam um lugar privilegiado e sem concorrência, mesmo em se tratando de assessores antigos ou super ministros, o do acesso sem limites, tanto no local de trabalho como em casa. E filhos, ou mesmo a esposa, se empoderam junto, rapidamente.
No caso de Bolsonaro, seu filho Eduardo, eleito deputado federal com a maior votação da história, já criou mais problemas do que a facada. Expôs o Supremo Tribunal Federal em constrangimento e levou o nome do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, num papelzinho e o pai aceitou. O que veio depois é isso que aí está e já se fala de uma meia volta, volver, de novo.
Para o novo presidente, pelo jeito, a grande tarefa será domar os próprios filhos e a influência deles no governo. E tem gente que achava que o maior desafio do Capitão seria conter as Forças Armadas brasileiras.
As regras foram estabelecidas pela Polícia Federal, que estará sob o comando do juiz a partir de janeiro. Os líderes do PT mais ligados a Lula trabalham com a possibilidade de um endurecimento das regras estabelecidas para ele na cadeia, muitas delas definidas pela Polícia Federal com a anuência da vara de execução penal de Curitiba. A partir de janeiro, a corporação estará sob o comando do novo ministro da Justiça, Sergio Moro.
“A companhia é outra, completamente diferente da que a gente recebeu”, disse o presidente da Petrobrás, Ivan Monteiro, ao comentar os resultados financeiros da empresa no terceiro trimestre deste ano, quando registrou o terceiro lucro trimestral consecutivo. Com os R$ 6,64 bilhões obtidos no período julho-setembro, a empresa registrou lucro líquido de R$ 23,7 bilhões nos nove primeiros meses do ano, o maior valor alcançado no período desde 2011 e 4,7 vezes superior ao registrado de janeiro a setembro de 2017.
De casa arrumada, como diz seu presidente, a Petrobrás é outra empresa do ponto de vista administrativo e financeiro, se comparada com aquela que a administração lulopetista legou ao governo de Michel Temer. Submetida a saques que comprometeram seus resultados e sua eficiência, utilizada de maneira irresponsável pela administração petista para a contenção da inflação por meio do congelamento dos preços dos derivados e transformada em instrumento de propaganda dos governos lulopetistas por meio de programas mirabolantes de exploração e produção de petróleo, a Petrobrás se tornara uma empresa problema. O escandaloso esquema de corrupção que nela se instalou para beneficiar partidos e políticos ligados à antiga gestão foi sendo desvendado pela Lava Jato e seus responsáveis foram punidos criminalmente.
A posse, em maio de 2016, de uma diretoria executiva liderada por Pedro Parente e comprometida com a lisura administrativa e financeira e com a gradual melhora dos resultados financeiros e contábeis e dos principais indicadores de eficiência marcou o início de uma nova era para a empresa. Gradualmente foram sendo desmontados programas de investimentos não sustentáveis financeiramente, ativos considerados não essenciais para as atividades da empresa foram sendo vendidos, o novo modelo de gestão baseou-se na transparência e na busca de resultados para os acionistas. Os resultados começaram a surgir.
O Ebtida ajustado – que significa lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, importante indicador da eficiência operacional e financeira de uma companhia, pois afere sua capacidade de geração de receitas – alcançou, nos nove primeiros meses do ano, o recorde histórico para o período, de R$ 85,7 bilhões, o que representa margem de 33%.
A empresa atribui esse desempenho aos ganhos maiores tanto com as exportações como com as vendas no mercado doméstico, sobretudo por causa do crescimento das vendas do diesel, menores gastos com juros (em razão da redução da dívida total) e maior controle de gastos.
A relação entre dívida líquida e Ebtida, que estava em 3,67 em dezembro do ano passado, diminuiu para 2,96 em setembro último. Segundo seu presidente, a Petrobrás continua a perseguir a meta de 2,5. Ivan Monteiro lembrou que, se não fossem computados os custos dos acordos firmados pela petroleira com autoridades americanas para encerrar as ações que corriam na Justiça americana contra ela, a relação já estaria em 2,66 no fim do terceiro trimestre deste ano.
Perdeste o senso, tresloucado amigo – Nosso prefeito Rafael Greca e MinhaMargarita vogam em Barcelona. Na exposição de tecnologia que visitou Rafael tomou-se de amores pela privada tecnológica de Bill Gates. Seu Facebook foi pequeno para a foto do implemento e para o lamento de nosso prefeito: aquela privada resolveria o problema do esgoto das favelas curitibanas.
Equação elementar do engenheiro Greca. Na privada de Bill Gatos o número um e o número dois convertem-se em insumos e fertilizantes. Dispensadas, portanto, manilhas, esgotos, fossas sépticas e lançamento de cocô nos rios. Um milagre, favelados e ricaços industrializando a própria merda. Até a impureza social do cocô seria eliminada.
Releve-se o entusiasmo do prefeito, sempre exuberante e rebarbativo. Mas daí a um auto-festejado urbanista sugerir que o primor tecnológico da Microsoft soluciona a falta de fossas nas favelas de Curitiba assusta eleitores e detratores. Rafael testou o trono e ouviu estrelas, tresloucado como o sonhador de Bilac.
Tiros na silhueta – “Somos treinados para atirar na silhueta”. A coronel Eliane Nikoluk, ex-candidata a vice do governador Márcio França, explica o treinamento da PM. É por isso que em São Paulo tem pouquíssimas mortes nos confrontos com a PM. Mas a quantidade de bandidos baleados na bunda, de raspão no ombro, com bermudão rasgado de bala é coisa sem tamanho. Na eleição ao governo paulista os eleitores atiraram na silhueta do governador e da coronel.
Que tempos mais inocentes foram aqueles vendo SBT com meu avô
Tive o mais legal e fantástico dos avôs. Acho que já escrevi umas 200 vezes sobre ele. A gente assistia a Chaves juntos e ria de passar mal. Naquele episódio do churros, e também no de Acapulco, meu avô dava até uns tapas no braço do sofá, como quando rimos desbragadamente, de sair lágrimas. Que tempos mais inocentes e maravilhosos foram aqueles vendo SBT com meu avô Oswaldo, mais conhecido como seu Nito, que minha avó chamava de
Quando era dia de Chapolin, ficávamos meio deprimidos —além de não ser tão engraçado, sempre calhava de não ter nenhuma fritura para o almoço.
Meu avô tinha mania de higienizar todas as frutas com vinagre de maçã (incluindo as maçãs) e passei boa parte da infância achando que todas as frutas tinham gosto de maçã. Na manhã seguinte à noite que ele passou mal e morreu, encontrei na cozinha um copo com uvas verdes higienizadas que ele deixou para mim. Acho que nunca consegui contar isso a ninguém.
Às vezes meu avô me chamava de “stronza” (é tipo “bobona” em italiano) e era o jeito dele de dizer que me amava. Ele comia bolachinhas salgadas em formato de animais e bebia um licor de alcachofra chamado Cynar. Ele colocava minhas meias suadas atrás da televisão (sim, está naquela lista de coisas que pobres fazem, mas eu acho de uma riqueza incrível você esquentar as meias de um neto).
Sempre depois de qualquer refeição, meu avô zanzava rápido pela casa, batucando na barriga —dizia que era para fazer a digestão. Ele contava então a história de quando bateu o carro e o volante machucou sua barriga. Ele estava no hospital e iria ser operado, mas soltou um pum homérico e não precisou entrar na faca. Eu achava aquilo sensacional! Então, quando tudo parecer terrível, basta peidar? Isso obviamente não é coisa que se ensine para uma criança.
Meu avô era especialista em se livrar, sem querer, dos meus aparelhos ortodônticos. Eu embrulhava no guardanapo enquanto comia, e lá ia o aparelho para o lixo toda semana. Mas, como ele tinha mania de esterilizar tudo, metia o aparelho numa panela com água fervendo e o entortava todo. Meu pai ficava puto, porque era caríssimo fazer outro. Meu avô então respondia: “Melhor usar torto do que sujo”. Que pessoa espetacular era aquele avô.
Lembrei agora que ele tinha uma “casinha meteorológica”. Quando ia chover, um homenzinho com capa de chuva saia da casinha. Quando ia fazer sol, uma menina de saia colorida aparecia. Como ele tinha pavor de que eu ficasse doente, era só o desgraçado do homenzinho dar as caras que ele me enchia de camadas de roupas. Acho que nunca tomei chuva antes dos 15 anos de idade.
Eu paquerava o Sandrinho da mobilete e, quatro horas antes do horário que ele costumava passar, eu já começava a pentear meu cabelo e espiar pela janela. Meu avô ficava enciumado, mas se controlava. Só que a certa altura eu comecei a sofrer, e isso ele não poderia aturar. O Sandro estava paquerando outra e tinha sumido. Meu avô aguardou pacientemente o rapaz surgir numa tarde de verão e tacou uma roda de carro nele.
Stan Lee, que faleceu na segunda-feira, aos 95 anos de idade, não foi apenas o editor e roteirista de quadrinhos que criou centenas de personagens, até hoje cultuados por milhões de leitores de gibis e espectadores de cinema em todo o mundo. Lee foi muito mais do que isso: ele humanizou os super-heróis, aproximando-os dos seres comuns.
Até o início da década de 60, super-heróis eram figuras não apenas poderosas, mas também inatingíveis, invencíveis, incapazes de sofrer danos e, por isso, praticamente, imortais. Com Stan Lee, tudo mudou. E ele revolucionou o mundo dos comics books. Super-herói passou a ter dor de estômago, apanhar do adversário, cair em depressão, ter problemas de falta de dinheiro – igual a todos nós.
“Eu estava cansado de escrever roteiros simplistas, com palavras que jamais excediam duas sílabas…” – como regista Roberto Guedes em “Stan Lee – O Reinventor dos Super-Heróis”, Editora Kolaco, 2012. Então, Lee disse à esposa: “Vou cair fora!”. Joan interveio com o bom-senso feminino: “Ora, Stan, você sempre disse que gostaria de escrever histórias diferentes. Então, por que não faz isso e edita uma revista do jeito que você quer? O pior que pode acontecer é o (editor) Martins te demitir. Mas você já quer pular fora de qualquer jeito…”. Daí nasceu o Universo Marvel. “Tudo por culpa da minha mulher!” – pontua o quadrinhista.
O Quarteto Fantástico foi a primeira experiência, em “Fantastic Four” # 1, lançado em novembro de 1961. Um grupo de heróis bem diferente dos tradicionais, sem uniformes vistosos e identidades secretas. Além do que, o cientista Reed Richard, sua noiva Sue Storm, o irmão mais novo dela, Johnny, e um piloto de caças, Bem Grimm, têm endereço conhecido, no alto do edifício Baxter, em Manhattan. Durante a corrida espacial, em uma missão suicida, os quatro acabam expostos a misteriosos raios cósmicos. Resultado: Reed virou o Senhor Fantástico, capaz de esticar o corpo; Sue transforma-se na Garota Invisível; Johnny vira uma nova versão do velho herói dos anos 40 Tocha Humana; e Bem vira o Coisa, um ser rochoso de cor alaranjada.
O sucesso foi imediato. E, como diz Guedes, Stan Lee “sacou que tinha dinamite nas mãos”. Resgatou do ostracismo Namor, o Príncipe Submarino”, e, em parceria com o desenhista Jack Kirby, lançou o Incrível Hulk (maio de 1962). Em seguida, o Poderoso Thor (agosto de 1962), inspirado na mitologia nórdica, O Homem de Ferro (março de 1963) e Doutor Estranho (julho de 1963). Reunindo todo mundo, mais o diminuto Homem-Formiga e Vespa, surgiram Os Vingadores, e em março de 1964 foi revivido o Capitão América, não mais o super-soldado congelado num iceberg, mas um homem deslocado no tempo. Depois, vieram Nick Fury, O Falcão e o primeiro super-heróis negro, o Pantera Negra (nova criação com Kirby). Aí foi a vez dos X-Men, jovens que já nasceram com superpoderes, supervisionados pelo cientista mutante e telepata Charles Xavier, e do Demolidor (abril de 1964), bolado por Lee em parceria com o desenhista Bill Everett.
Em março de 1966, nasceria um dos mais extraordinários personagens da dupla Lee/Kirby: O Surfista Prateado, que surfava pelos céus numa prancha voadora. Arauto de Galactus, o devorador de planetas, a criatura logo rebelar-se-ia contra o criador e se tornaria exilado na Terra, atormentado pela prisão e temido e odiado pelos terráqueos. Uma obra-prima.
No entanto, a grande criação de Stan Lee foi e continuará sendo sempre O Homem-Aranha, vivido por Peter Parker, uma figurinha sem graça, sem amigos, vítima de bullying na escola, sem emprego fixo e sem dinheiro, com imensos óculos e uma tia velha para cuidar. Tudo ia nesse ritmo até que, durante uma exibição científica, uma pequena aranha contaminada por radioatividade pica o jovem, que passa a exibir habilidades idênticas às do aracnídeo: força e agilidade, uma espécie de sexto sentido e a capacidade de escalar prédios e andar pelas paredes.
O personagem, como achavam os editores, tinha tudo para dar errado. Era a antítese de um super-herói. Só que deu certo. E como! Um dos motivos foi a arte de Steve Ditko, que conferiu um visual de fragilidade e mistério ao personagem. E com o Homem-Aranha, Stan pode questionar instituições como a família, a escola, o trabalho, a imprensa e até mesmo o modelo capitalista, personificado pelo editor de “O Clarim Diário”, J. Jonah Jameson.
Muito ainda se poderia dizer sobre Stan Lee, que nasceu Stanley Martin Lieber, em 28 de dezembro de 1922, em Nova York, EUA. Infelizmente, o espaço é curto.
Acrescente-se, então, apenas, que o roteirista vinha enfrentando ultimamente uma série de problemas de saúde, além de conflitos com seu empresário, a respeito do gerenciamento de seus bens e de sua herança. Faleceu na manhã de 12 de novembro, no hospital Cedars-Sinai Medical Center, de Los Angeles, na Califórnia, deixando uma filha, Joan Celia Lee. A esposa Joan havia falecido em julho de 2017.
A DC Comics, a grande concorrente da Marvel, postou uma derradeira homenagem a Stan Lee em seu site: “Ele mudou a forma como vemos os heróis, e os quadrinhos modernos sempre carregarão sua marca indelével. Seu contagiante entusiasmo nos lembra por que nos apaixonamos por essas histórias em primeiro lugar. Excelsior, Stan!”
Sou Salgueiro, mas duvido que se ouvirá um samba-enredo melhor do que o da Mangueira no desfile das escolas do Rio no ano que vem. O samba faz homenagem a Marielle Franco, vítima por duas vezes, das balas dos assassinos e do descaso das autoridades em identificá-los. Dizem que o que está dificultando a investigação é que todo mundo sabe quem foram os atiradores e quem são os mandantes, a questão agora é decidir se vale a pena denunciá-los ou se é melhor deixar tudo, brasileiramente, pra lá — “lá” sendo aquele lugar em que nossos crimes e nossas culpas vão para serem convenientemente esquecidos.
O samba da Marielle homenageia a Marielle, mas também fala sobre um Brasil desejado, “o Brasil que não está no retrato”, que não é o falso Brasil da História ensinada nas escolas. Agora, querem que a História oficial seja única e sem contestação. Boa parte da nossa História oficial é mentirosa, ou apenas uma versão entre outras versões possíveis do que realmente aconteceu. Contestá-la não é fazer doutrinação ideológica, é uma maneira de formar, não pequenos comunistas, mas alunos capazes de aceitar a diversidade e as razões por trás do que aparenta ser apenas histórias de triunfos e heróis.
Ouvi o samba da Mangueira na internet, cantado pela turma de compositores da escola com uma participação importante, a da Cacá (guarde este nome) Nascimento, uma menina que não deve ter mais do que 12 anos, com uma bela voz e uma bela cara. Quero agradecer a Cacá. Às vezes, quando a gente está por baixo, pensando o pior da humanidade, alguma coisa vem e nos salva. Você recupera a esperança, o apetite e o prumo existencial, seja isso o que for. Aconteceu comigo vendo o sorriso aberto da Cacá cantando Marielle. O rosto da Cacá apaga tudo de ruim deste momento nacional. É o rosto da nossa reação. Lidere-nos, Cacá.
Letra do Samba-Enredo 2019 História Pra Ninar Gente Grande Autor: Deivid Domênico e Cia
Brasil, meu nego Deixa eu te contar A história que a história não conta O avesso do mesmo lugar Na luta é que a gente se encontra
Brasil, meu dengo A mangueira chegou Com versos que o livro apagou Desde 1500 Tem mais invasão do que descobrimento Tem sangue retinto pisado Atrás do herói emoldurado Mulheres, tamoios, mulatos Eu quero um país que não está no retrato
Brasil, o teu nome é Dandara Tua cara é de cariri Não veio do céu Nem das mãos de Isabel A liberdade é um dragão no mar de Aracati
Salve os caboclos de julho Quem foi de aço nos anos de chumbo Brasil, chegou a vez De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês
Mangueira, tira a poeira dos porões Ô, abre alas pros teus heróis de barracões Dos Brasil que se faz um país de Lecis, jamelões São verde- e- rosa as multidões
O biotipo dessa menina lembra muito a própria Marielle, não é? Imagina ela na Sapucaí ano que vem!
Se o general Augusto Heleno está mesmo fazendo uma varredura na vida dos indicados para o governo, ele vai ter de trombar com o presidente Jair Bolsonaro – pelo menos no caso do futuro ministro Chefe da Casa Civil, Ônix Lorenzoni, que já admitiu ter se utilizado de Caixa 2 em campanha. Mas, como o capitão disse que ninguém é 100% confiável…
O Brasil já teve dois educadores ativos e idealistas: Edgard Roquette-Pinto (1884-1954) e Gilson Amado (1908-1979).
Em 1923, Roquette introduziu o rádio no país com a pioneira Rádio Sociedade, dedicada a levar exclusivamente educação e cultura. A emissora era sustentada por uma sociedade de ouvintes —daí o nome—, nos moldes das atuais TVs por assinatura. Em 1932, para desgosto de Roquette, Getulio Vargas autorizou que as rádios transmitissem anúncios comerciais. Roquette então doou sua rádio ao Ministério da Educação, em 1936, sob a condição de que se mantivesse seu caráter educativo. Nasceu ali a Rádio MEC.
Gilson Amado, por sua vez, sempre sonhou com a educação à distância, via televisão. Em 1977, quando finalmente inaugurou a TV Educativa, também sob o controle do MEC, poucos sabiam que ela lhe custara 25 anos de luta —primeiro, conquistando valiosos minutos na programação das emissoras comerciais e, depois, horas, até chegar ao seu próprio canal. E que bom que, nos dois anos que lhe restavam, tenha vivido para ver a TVE ganhar tantos prêmios internacionais.
Mas nossos governantes adoram meter o bedelho no que os outros, antes deles, fizeram de bom. Nos anos 90, Fernando Henrique Cardoso, presidente, transferiu a Rádio MEC e a TVE para a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), órgão da Casa Civil, certamente para fins políticos. Lula, que o sucedeu, gostou e transformou tudo na EBC (Empresa Brasileira de Comunicação). Aparelhou-a de alto a baixo e fez da TVE a TV Brasil, um canal de propaganda do governo, com traço de audiência.
Agora, Bolsonaro, presidente eleito, quer acabar com a EBC, “a TV do Lula”. Tem poderes para isso. Mas não pode apagar os serviços prestados pela Rádio MEC e pela antiga TVE à educação no Brasil. É só devolvê-las ao Ministério da Educação, que é o lugar delas.
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