Discretamente, a primeira-dama Janja da Silva ainda trabalha para emplacar uma mulher preta para o Supremo Tribunal Federal na vaga de Rosa Weber, aposentada no mês passado. Seus interlocutores crêem que ela pode conseguir.
Segundo uma fonte que esteve recentemente com Janja, ela se diz otimista no seu trabalho de convencimento do presidente.
Um dos nomes que subiram na cotação é a desembargadora Adenir Carruesco, do Tribunal Regional do Trabalho da 23º Região. Ela é da justiça do trabalho, preta, filha de uma boia-fria e de um trabalhador rural.
Segundo a mesma fonte, Lula se identificou ao saber da história da desembargadora.
Porém, outros nomes foram sugeridos, como a jurista Vera Lúcia Santana Araújo, a juíza Adriana Cruz (da 5º Vara Criminal do Rio de Janeiro) e Edilene Lobo, ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral.
Quando estive em Havana, 1986, conheci o velho Gregório Fuentes, o barqueiro do Pilar, um amigo de Hemingway, portanto. Tomamos alguns mojitos nesse bar, no Cojimar, o cais onde ainda hoje está ancorado o Pilar. Sempre que posso, repito: foi uma das grandes figuras que conheci na vida.
Passamos o dia juntos. Falamos de tudo, política, Papa (Hemingway), Cuba, Fidel, etc… Eu aprendi horrores. A certa altura ele falou: “Vocês, brasileiros, não precisam de armas para conquistar a democracia, pode ser pelo voto”. Anos depois, quando foi possível, elegemos o Collor. Toninho Vaz
A POLÍCIA portuguesa deu batida na casa do primeiro ministro para investigar corrupção via tráfico de influência. O primeiro ministro renunciou, depois de longos anos no poder. O Velho do Restelo não arrancou os cabelos nem a Torre do Tombo desabou no Tejo. Parece que os lusos continuam a imitar o Brasil, depois de iniciarem o processo discriminando os imigrantes brasileiros. Solidário aos compatriotas que lá sofrem, entrei em greve contra o pão francês com mortadela da Rico Pão, a padaria portuguesa instalada há 60 anos aqui perto de casa.
Essa abstinência está insuportável, tudo por culpa dos bolsonaristas que fugiram para Portugal. É o efeito borboleta lusitano: uma sacanagem em Lisboa azeda a mortadela em Curitiba.
Poesia e Ficção Ano 2 promove lançamento de 3 livros reunindo textos e poemas desenvolvidos em oficinas de criação durante 2023
Em 11 de novembro (sábado) será realizado o lançamento de 3 livros do projeto Ampliando Horizontes: Poesia e Ficção Ano 2. O evento acontecerá, a partir das 14 horas, no Cine Guarani – Portão Cultural, em frente ao terminal de ônibus do bairro Portão, em Curitiba. A entrada é gratuita.
O idealizador e coordenador pedagógico do projeto, Marcio Renato dos Santos, vai mediar um bate-papo com os professores das oficinas de conto (Jonatan Silva), poesia (Priscila Prado), e romance (Paulo Venturelli), incluindo a participação de Victor Augustus Graciotto Silva, historiador, escritor, editor e coordenador-geral de Ampliando Horizontes: Poesia e Ficção Ano 2.
Em seguida, participantes dos cursos realizarão leitura de poemas e textos de ficção. Depois, acontecerá a sessão de autógrafos.
As 3 obras impressas reúnem conteúdos produzidos nas oficinas de poesia, conto e romance viabilizadas pelo projeto Ampliando Horizontes: Poesia e Ficção em 2023 – as atividades presenciais foram realizadas na Casa de Leitura Hilda Hilst (poesia e conto) e na Casa de Leitura Miguel de Cervantes (romance), entre junho e agosto deste ano.
Durante os encontros, os professores-escritores apresentaram fundamentos teóricos e estimularam atividades práticas para a escrita de contos, poemas e romances. Ao final, a escritora Andréia Carvalho Gavita e os escritores Antonio Cescatto e Roberto Nicolato selecionaram os poemas, os contos e os fragmentos de romances publicados pela Máquina de Escrever Editora, empresa responsável pela edição e comercialização das obras.
Além de oferecer a oportunidade de conhecer técnicas e recursos para a escrita, estimulando a produção de poesia e ficção, Ampliando Horizontes: Poesia e Ficção Ano 2 também fomenta a economia criativa paranaense.
“Contratamos revisoras, um diagramador, um capista, enfim, a equipe necessária para realizar as obras, além dos serviços de uma gráfica”, diz Victor Augustus, acrescentando que o site www.ampliandohorizontes.com.br, disponível desde a primeira edição, foi atualizado com as informações deste ano.
Após o lançamento, os livros serão encaminhados a instituições culturais e bibliotecas com a finalidade de disponibilizar ao público os fragmentos de romances, contos e poemas.
“Da ideia inicial à publicação do conteúdo em livro impresso, quem participa de nosso projeto vivencia todas as fases do processo artístico, incluindo o lançamento. A partir de agora, disponibilizamos as obras em bibliotecas para o público leitor completar o circuito da literatura, por meio de olhares e interpretações dos poemas e textos de ficção elaborados em nossas oficinas”, comenta Marcio Renato dos Santos, que não deixa de informar que os desenhos das capas dos 3 livros são de autoria de Simon Taylor.
Ampliando Horizontes: Poesia e Ficção Ano 2 é realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e Prefeitura Municipal de Curitiba, com incentivo da Softmarketing Comunicação e Informação, Pesa Imóveis, Brementur Agência de Turismo, Kirsten Industria e Comércio de Materiais Elétricos.
Serviço: Lançamento com bate-papo seguido de sessão de autógrafos dos 3 livros do projeto “Ampliando Horizontes: Poesia e Ficção – Ano 2” em 11 de novembro, a partir das 14 horas, no Cine Guarani – Portão Cultural, na Avenida República Argentina, 3.430, no bairro Portão, em Curitiba.
Venho sendo cercado por telefonemas, recados eletrônicos e fáquicis, tentando me cooptar pra apoio à manifestação pró Cinema, dia 28, na Cinelândia. Apenas pela posição física deste quadrado (não tenho ilusão), há sempre tentativas de transformá-lo na “Voz do Povo Aflito e Desamparado”, e no “Último Hálito da Liberdade”, na “Tribuna Sem Medo e Sem Vergonha”, e por aí. Mas se entro nessa, adeus! Millôr vira um chato comum, deixa de ser um chato personalizado. Pô, já não basta o tempo do meu deinde philosophare desperdiçado com a inacreditável mediocridade e mutretariedade da administração carioca?
Mas, afinal, abro exceção pra panfletagem do cinema com o poema gráfico do curitibano Solda e do não menos curitibano, cineasta Sylvio Back (*). O grafismo é homenagem a 60 diretores de cinema mortos nos últimos 12 anos e augura que o cinema propriamente dito não entre na mesma fria.
Quero apenas repetir que minha relação com a arte é diferente. Pra mim, artista tem que sofrer. Ser anão, como Lautrec, cortar orelha como Van Gogh, contrabandear armas como Rimbaud, morrer na miséria como Grosz. Cara que, como eu, ganha dinheiro com o que faz pode ser, e é, chamado de tudo, menos de artista.
*Madrugador inveterado, todo dia abro minha janela pra ver o sol surgindo no horizonte e, um pouco mais abaixo, mas não menos brilhante, correndo pela praia, Sylvio Back, o atleta que veio do frio”.
Hoje, terça, 7 de novembro. Trêrs anos hoje que a gente se livrou do Trump (viva!). Duas semanas pra Argentina eleger o Milei (é, a gente não tem folga mesmo).
A marijuana e o Direito
A boa notícia: o Plural, o jornal mais charmoso da cidade, agora tem uma editoria para falar de Direito. Sempre de um jeito bacanizado, sem frescura e tratando do que é importante. A notícia ruim? A primeira reportagem é pra mostrar que o mundo jurídico brasileiro ainda não se adaptou à cannabis medicinal.
As coisas estão avançando, mas sabe como é: no mundo das leis e dos compêndios a coisa nunca anda tão rápido quanto a gente gostaria. O nosso caderno, que chama “Direitos no Plural”, ouviu especialistas para entender em que pé estamos.
E no fundo, apesar da demora, há coisas para comemorar. A não ser que haja mais algum terremoto de conservadorismo no caminho, tudo indica que pacientes de depressão, epilepsia e outras doenças logo terão mais facilidade para acessar o canabidiol e o THC.
Sára Saudková vive nos dois universos, sendo mãe e fotógrafa. Aprendeu a fotografia como assistente e modelo do também fotógrafo Jan Saudek (inspiração do filme “O Fotógrafo”) e, se não fosse o encontro decisivo com Saudek, seria economista, por ser formada na área (Universidade de Praga) — aliás, por ter relacionado-se com Jan, até hoje pode ser localizada como “Sarah Saudek”.
Com Saudek, ela aprendeu a fotografar e a estimar a nudez e a fotografia em filme, opção que ela prossegue mantendo, mesmo consciente da qualidade atual das fotos digitais. E é baseando-se em película médio formato e na experiência com seus vários filhos que Sára Saudková registra a maternidade de uma forma tocante, sempre em imagens monocromáticas.
Sempre é bom ouvir as duas partes envolvidas em uma questão. Se ouvimos uma só, tendemos a acreditar nela e ficar a favor. Um caso interessante por ser tirado da vida do grande artista alemão Goethe. Li três ensaios sobre ele: de Paul Valéry (Discurso em honra a Goethe), de André Maurois (dentro de Arte de Viver) e de Somerset Maugham (dentro de Pontos de vista). Claro que não vou nem resumir nada aqui.
Calma, não largue já o blogue, seu chato! Vou apenas citar uma passagem. Dizem que Goethe tinha fama de muito chato para com visitantes. Schiller, poeta, se tornou amigo íntimo de Goethe e confessou em carta a um amigo que ele sabia agradar e cativar, mas estava sempre livre e soberano, sendo egoísta ao extremo. Schiller disse que ficaria infeliz se convivesse muito com Goethe. Isso foi citado por S. Maugham. Valéry diz que, em qualquer relação humana, Goethe sentia logo “todas as forças da impaciência invadirem-no” e nada o mantinha junto de alguém mais tempo do que o necessário.
André Maurois citou coisas do próprio Goethe: “Quem quer fazer alguma coisa pelo mundo, deve velar para não se deixar prender por ele”. Escreve Maurois: “Quando, apesar das ordens dadas, um importuno forçava a porta de Goethe, era depressa desencorajado pela atitude glacial do seu interlocutor. Goethe cruzava as mãos nas costas e se calava. Se o visitante era de qualidade, Goethe tossia e dizia: “Hum! Hum! So… So…” e mais que depressa a conversação morria”. “So”, em alemão, quer dizer, mais ou menos, “Ah, tá!”
Maugham diz, em honra a Goethe, que aquele algo inumano nele permitiu que nos deixasse Fausto e Wilhelm Meister. Valéry diz que Goethe é o “Mestre mais erudito e mais nobre da arte de viver e de aprofundar o gosto pela vida”. Johann Wolfgang von Goethe viveu 82 produtivos anos, livrando-se dos chatos. E a gente ainda não sabe como afastar dos que invadem nossa vida! Fica o provérbio: o segredo do insucesso é querer agradar a todos.
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