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Fake news

Millôr Fernandes. © José Medeiros

As inventadas por Otto, Cony e Millôr mereciam ser verdade

Em novembro de 1955, depois do “golpe preventivo” do então ministro da Guerra, general Henrique Teixeira Lott, para garantir a posse deJuscelino Kubitschek na Presidência, Otto Lara Resende foi entrevistar Lott para a revista Manchete. Mas o general era ruim de verbo e não estava sabendo contar a história. Daí, Otto, com as informações que apurara, escreveu-a ele próprio como se fosse Lott falando. Lott não se queixou. Ao contrário, adorou. E até passou à história como autor de uma expressão que Otto pusera na sua boca: a do “retorno aos quadros constitucionais vigentes” —querendo dizer que a Constituição era intocável. 

Vinte anos depois, em 1975, Carlos Heitor Cony, repórter da mesma Manchete, foi entrevistar o famoso falsário Walmir Vieira Azevedo, autor de grandes golpes em São Paulo. Mas, ao lhe ser apresentado na delegacia, Walmir não quis falar. Cony não se apertou. Inventou tudo e ocupou quatro páginas da revista com a genial “Entrevista de mentira com um falsário de verdade” —sem deixar o leitor saber se o texto era a sério ou não.

Nos anos 60, Millôr Fernandes escreveu uma peça de teatro sobre o bairro boêmio da Lapa. Numa passagem, o valentão Madame Satã enfrenta a polícia de Getulio Vargas. Bate em 20 soldados e só é levado preso porque o subjugam e amarram a um burro-sem-rabo, do qual sai de cena em triunfo. Essa história nunca aconteceu e a peça não foi encenada. Mas Satã ficou sabendo da passagem e gostou. Anos depois, o Pasquim entrevistou Satã e ele a contou como se fosse verdade. Um dos entrevistadores era o próprio Millôr —que não o desmentiu, para não desapontá-lo. Afinal, Satã acreditava mesmo que tinha batido na polícia.

Essa é a diferença. As fake news inventadas por Otto, Cony e Millôr mereciam ser verdade. As de hoje fedem à distância e só acredita nelas quem, além do olfato, perdeu a visão.

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Tempo

© Ademir Paixão

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Brumar na bruma – O Capitão provocou mais uma baixa, desta vez no já acidentado romance de Neymar e Bruna Marquezine. Ela diz que “foi ideia dele”. No Brasil de hoje só se dispensa uma mulher daquelas por motivo político. A Globo, onde Bruna trabalha, tornou-se um comitê petista nesta eleição. E Neymar, evangélico e boleiro, joga time de Ronaldinho Gaúcho, que apoia o Capitão.

Faça o que digo… – O TSE tarda na questão das mensagens pagas por empresas para influenciar candidatos. Diga-se candidatos porque o PT se faz de vítima, como se só o Capitão tivesse ganho votos dessa forma. Fernando Haddad também teve propaganda com  WhatsUp, ainda que em menor número.

As mensagens foram decisivas na votação de Jair Bolsonaro? A resposta nunca será decisiva, certa, assertiva. Esse problema surgiu nos EUA na eleição de Donald Trump e até agora só teve uma utilidade: esfriar as relações com a Rússia de Vladimir Putin.

O PT e o PDT  querem anular as eleições porque empresas pagaram as mensagens pró Bolsonaro. Seria fraude eleitoral, idêntico ao que faziam a Odebrecht e a Friboi nas eleições de Dilma. Se não fosse coisa de política poderíamos dizer ‘cinismo, hipocrisia’.

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Tudo pelos pelos!

Katrafina. © IShotMyself

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Desespero

Consciente de que será muito difícil reverter a vantagem de Jair Bolsonaro (PSL) na disputa pela Presidência da República, o PT decidiu partir para seu “plano B”: fazer campanha para deslegitimar a eventual vitória do oponente, qualificando-a como fraudulenta. É uma especialidade lulopetista.

A ofensiva da tigrada está assentada na acusação segundo a qual a candidatura de Bolsonaro está sendo impulsionada nas redes sociais por organizações que atuam no “subterrâneo da internet”, segundo denúncia feita anteontem na tribuna do Senado pela presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, que lançou o seu J’accuse de fancaria.

“Eu acuso o senhor (Bolsonaro) de patrocinar fraude nas eleições brasileiras. O senhor é responsável por fraudar esse processo eleitoral manipulando e produzindo mentiras veiculadas no submundo da internet através de esquemas de WhatsApp pagos de fora deste país”, afirmou Gleisi, que acrescentou: “O senhor está recebendo recursos ilegais, patrocínio estrangeiro ilegal, e terá que responder por isso. (…) Quer ser presidente do Brasil através desse tipo de prática, senhor deputado Jair Bolsonaro?”

Como tudo o que vem do PT, nada disso é casual. A narrativa da “fraude eleitoral” se junta ao esforço petista para que o partido se apresente ao eleitorado – e, mais do que isso, à História – como o único que defendeu a democracia e resistiu à escalada autoritária supostamente representada pela possível eleição de Bolsonaro.

Esse “plano B” foi lançado a partir do momento em que ficou claro que a patranha lulopetista da tal “frente democrática” contra Bolsonaro não enganou ninguém. Afinal, como é que uma frente política pode ser democrática tendo à testa o PT, partido que pretendia eternizar-se no poder por meio da corrupção e da demagogia? Como é que os petistas imaginavam ser possível atrair apoio de outros partidos uma vez que o PT jamais aceitou alianças nas quais Lula da Silva não ditasse os termos, submetendo os parceiros às pretensões hegemônicas do demiurgo que hoje cumpre pena em Curitiba por corrupção?

Assim, a própria ideia de formação de uma “frente democrática” é, em si, uma farsa lulopetista, destinada a dar ao partido a imagem de vanguarda da luta pela liberdade contra a “ditadura” – nada mais, nada menos – de Jair Bolsonaro. Tudo isso para tentar fazer os eleitores esquecerem que o PT foi o principal responsável pela brutal crise política, econômica e moral que o País ora atravessa – e da qual, nunca é demais dizer, a candidatura Bolsonaro é um dos frutos. Como os eleitores não esqueceram, conforme atestam as pesquisas de intenção de voto que expressam o profundo antipetismo por trás do apoio a Bolsonaro, o PT deflagrou as denúncias de fraude contra o adversário.

O preposto de Lula da Silva na campanha, o candidato Fernando Haddad, chegou até mesmo a mencionar a hipótese de “impugnação” da chapa de Bolsonaro por, segundo ele, promover “essa campanha de difamação tentando fraudar a eleição”.

Mais uma vez, o PT pretende manter o País refém de suas manobras ao lançar dúvidas sobre o processo eleitoral, assim como já havia feito quando testou os limites legais e a paciência do eleitorado ao sustentar a candidatura de Lula da Silva. É bom lembrar que, até bem pouco tempo atrás, o partido denunciava, inclusive no exterior, que “eleição sem Lula é fraude”.

Tudo isso reafirma, como se ainda fosse necessário, a natureza profundamente autoritária de um partido que não admite oposição, pois se julga dono da verdade e exclusivo intérprete das demandas populares. O clima eleitoral já não é dos melhores, e o PT ainda quer aprofundar essa atmosfera de rancor e medo ao lançar dúvidas sobre a lisura do pleito e da possível vitória de seu oponente.

Nenhuma surpresa: afinal, o PT sempre se fortaleceu na discórdia, sem jamais reconhecer a legitimidade dos oponentes – prepotência que se manifesta agora na presunção de que milhões de eleitores incautos só votaram no adversário do PT porque, ora vejam, foram manipulados fraudulentamente pelo “subterrâneo da internet”.

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PT com a mão na Constituição dos outros

O PT é conhecido por roubar obras dos outros, fazendo isso até com criações boicotadas por seus dirigentes e atacadas com ferocidade por seus militantes. Foi assim com o Bolsa Família e também com o Plano Real. Pois nesta quinta-feira os larápios passaram a mão em outra obra que se dependesse deles não existiria. Desta vez foi com a Constituição Brasileira que exerceram sua notória hipocrisia, em evento eleitoral promovido na tentativa de fazer deslanchar a candidatura empacada de Fernando Haddad.

Em evento com apoiadores da área do Direito, Haddad levantou para o alto um exemplar da Constituição Brasileira. E fez isso sem fazer nenhuma mea culpa. Toda vez que um petista se apoiar na Constituição, que fazem sempre exclusivamente em interesse próprio, é preciso lembrar que se dependesse do partido do Lula o Brasil não teria sequer terminado de redigir sua Constituição em 1988. Na época os petistas estavam na oposição e faziam política no estilo furibundo do “quanto pior, melhor”. Estavam ainda mais firmes   no seu projeto de muitos direitos e nenhum dever.

Durante os trabalhos da Constituinte, com uma bancada nanica de apenas 16 deputados o PT fez barulho demais. Apelou para intimidações, insuflou trabalhadores contra parlamentares de outros partidos, usou sindicatos e imprensa para atacar a reputação de políticos que buscavam o consenso. Muito tempo depois, no aniversário de 25 anos de promulgação da Carta, com o PT ainda no poder, Lula comentou a atitude de seu partido, afirmando que se os projetos apresentados pelo PT durante a Constituinte fossem aprovados o Brasil seria “certamente ingovernável”.

Na época, os petistas jogavam pesado, com a irresponsabilidade costumeira, sem nenhuma preocupação com a estabilidade política do país. O processo de democratização ainda estava no começo. Os militares haviam saído do poder apenas três anos antes. Derrotada nas suas tentativas de emplacar propostas radicais, a bancada petista — da qual Lula fazia parte como deputado — ameaçou não assinar a Constituição, como posso comprovar na imagem com o recorte do Jornal do Brasil, dos meus arquivos implacáveis.

A teimosia petista perdurou até o prazo final. O partido do Lula votou contra o projeto do relator, mas a contragosto acabou assinando a Carta. Se dependesse deles, vale repetir as palavras do chefão do PT, “o país seria certamente ingovernável”. A verdade histórica é que se petista tivesse vergonha não botava a mão na nossa Constituição.

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Ostras

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Mural da História

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Arquivos da Ditadura

Do livro “O Jugo do Bicho”, edição do autor, Curitiba, junho/1978

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Mural da História

27 de setembro, 2009 – O Ex-tado do Paraná

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Levy Fidelix, do aerotrem a homem de ideias de Bolsonaro

Levy Fidelix, esse mesmo, o candidato do aerotrem com quem a Luciana Genro gostava de debater, apareceu com uma ideia estonteante na área da segurança. Fidelix, que é dono do partido do vice de Jair Bolsonaro, já disputou uma porção de cargos e nem dessa vez conseguiu se eleger para deputado federal, mesmo com o fenômeno Bolsonaro levando vários salafrários na rabeira para a Câmara — teve apenas 23.113 votos.

Mesmo sem boa votação, Fidelix continua uma usina de idéias. Sua proposta é a utilização de navios-presídio para evitar fugas. Que sacada, não? E vem mais dessas por aí. Em entrevista ao jornal O Globo ele disse que “partido coligado não vem para se coligar à toa, vem para somar ideias”. E falou que já está discutindo algumas ideias com o candidato.

Está aí algo que ninguém pensava: Levy Fidelix como uma das cabeças-pensantes de um provável governo Bolsonaro. Bem, tem por aí algumas pessoas com medo de um retrocesso político com a vitória dele. Até o momento não existem elementos sólidos para esse temor, mas uma coisa pelo menos é garantida se ocorrer um desastre do tipo. A ditadura do Bolsonaro vai ser muito mais engraçada que a ditadura militar de 64.

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Sun Tzu para bozonaros – O capitão precisa por ordem unida na tropa, a soldadesca atira a esmo dentro da trincheira e acerta mais nos companheiros que no inimigo. Perda de tempo e munição. O inimigo foi derrotado por si mesmo e pela estratégia de seu marechal de campo.

A guerra ainda não está decidida e um general rebaixado a vice-capitão faz aliança que pode tirar o apoio de exército que se mantém neutro. A combatente mais forte imita o vice-capitão e faz acordo isolado, quebrando a hierarquia.

Isso não é bom, as forças sairão desunidas da trincheira e o resultado se sabe: a tropa se dispersa. Bom para os inimigos à espreita, prontos para fundir seus exércitos. Aliás, seus generais já traçam estratégias.

Faltam os estigmatas – “Quero ser o Bolsonaro de saias” |Promessa de Joyce Hasselmann sobre sua conduta como deputada mais votada do PSL. Tais promessas lembram o bolero que fala das “procelas do mar”, inconstantes e passageiras. Ela pode envergar as saias de Bolsonaro, fidelidade ou interesse políticos levam a isso.

O que se espera dos fiéis é mais que fidelidade; espera-se o sacrifício, como os cristãos que morreram no circo romano. Ou que repliquem as chagas de Cristo, os estigmatas, como entre os fiéis que viviam o transe da Paixão. Já vimos o fervor que leva a tais expansões afetivo-políticas.

Caso de Gleisi Hoffmann, que renegou o curial Gleisi Bernardo pelo Gleisi Lula – com o risco da troca do ‘l’ pelo ‘m’. A vibrante campeã dos votos do PSL assumirá seu Joyce Bolsonaro, eventualmente Bolsonara, como as imigrantes russas de sua (nossa) Ponta Grossa?

Isso de nada conta, é detalhe de forma. A fidelidade de uma e outra, da Lula e da Bolsonara, será crível com os respectivos estigmatas: Gleisi sacrificando uma falange no moedor de carne; Joyce atirando-se contra uma faca de cozinha. O resto é o resto, figuração.

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Frente esvaziada

Estratégia eleitoral do PT praticamente inviabiliza uma aliança ampla no segundo turno

A meros dez dias da votação decisiva, parece rumar a um fiasco a pretensão propagada pelo presidenciável Fernando Haddad (PT) de liderar uma frente suprapartidária, unida em defesa da democracia, contra Jair Bolsonaro (PSL).

As dificuldades para tal concertação foram expostas de forma pública e franca pelo senador eleito Cid Gomes (PDT-CE) —cujo irmão, Ciro Gomes, terceiro colocado no primeiro turno, é naturalmente o aliado prioritário para o PT.

“Tem que fazer mea-culpa, tem que pedir desculpa, tem que ter humildade e reconhecer que fizeram muita besteira”, cobrou o político cearense de uma plateia petista, sabendo que não será atendido. “Vão perder feio.”

Ex-ministros de governos petistas, os Gomes declararam, como seria previsível, voto em Haddad. Entretanto deixaram claro que seu engajamento não irá muito além disso. As demais lideranças relevantes mostram ainda mais frieza.

Há exemplos no Brasil e no mundo de união entre forças políticas heterogêneas para derrotar uma candidatura vista como um mal maior —e Bolsonaro, dado seu histórico de declarações em favor da ditadura militar e hostis ao meio político, poderia, em tese ao menos, desencadear tal fenômeno.

Entretanto a forma como o PT conduziu toda sua campanha praticamente inviabiliza uma aliança de amplo espectro. Mais que a eleger um chefe de governo, a estratégia do partido se prestou a sustentar sua versão para o impeachment de Dilma Rousseff, a ruína econômica e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O comando petista passou os últimos meses a incentivar a polarização e a acusar um quimérico complô da elite econômica, dos partidos adversários, da imprensa, do Ministério Público e da Justiça com o intuito de afastá-lo do poder.

Tal pregação teve lá seus resultados —exploraram-se os redutos lulistas, em especial no Nordeste, para levar Haddad ao segundo turno, eleger ao menos três governadores e formar uma bancada expressiva na Câmara dos Deputados.

No entanto produziu-se o efeito colateral de ampliar e intensificar a rejeição à sigla no eleitorado, hoje um trunfo para Bolsonaro.

A tarefa de atrair aliados se tornou inglória. Se Ciro Gomes pode sentir-se sabotado pelas manobras petistas que inviabilizaram sua união ao PSB, os tucanos e Marina Silva (Rede) —há muito tachados de golpistas pelo PT— têm ainda menos motivos para aderir a Haddad.

Este procura se mostrar mais moderado e maleável; depois de apresentado como preposto de Lula, porém, a mudança soa falsa. O sumiço da cor vermelha e o aceno a religiosos renderam, até aqui, pouco mais que piadas. As chances de vitória se reduzem, mas ainda superam as de autocrítica.

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Meus arquivos da Ditadura

Publicado em algum lugar do passado.

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