Beto Richa experimenta a solidão dos caídos. Esperava 150 prefeitos, no mínimo, para a reunião que promoveu hoje pela manhã com antigos apoiadores. Só conseguiu reunir 26 prefeitos. E um deles logo teve de sair alegando problemas intestinais. Ou seja, o tiro saiu pela culatra.
Beto convidou os 399 prefeitos do Paraná para dar uma demonstração de força que sustentasse seu desejo de continuar candidato ao Senado. Também seria um ato de desagravo do PSDB, que discursa sobre ato de violência e complô para derrubar a candidatura de Richa ao Senado. O irmão Pepe e o filho Marcello também estavam presentes.
Cabe a pergunta: onde estavam os deputados estaduais e federais do PSDB e dos partidos que apoiavam o governo Richa e sua candidatura? Ninguém compareceu, comprovando a tese de que caráter não é o forte da casa no ninho tucano.
Roberto Requião deve estar arrependido de não ter entrado na corrida para o governo do Estado. Do jeito que está a zorra na paróquia, teria muita chance de, como nunca antes na história, emplacar o quarto mandato. A ninguenzada ficaria segura ao votar que, com a volta do show da Escolinha, tentaria provar ser mais eficiente do que o pai de seu principal adversário.
O jornalista e escritor Luiz Manfredini lança, hoje em Curitiba, com patrocínio da Itaipu Binacional, a biografia do também jornalista e escritor paranaense Wilson Bueno (1949/2010), um dos autores mais significativos e fascinantes da literatura brasileira contemporânea. O lançamento será na casa de chá The Kettle (Rua Prudente de Morais, 836, esquina com Júlia da Costa), das 18 às 21 horas.
A pulsão pela escrita não é apenas uma boa história, mas narrativa emocionante, plena de conflitos humanos. Luiz Manfredini apresenta um quebra-cabeça cujo resultado é composição surpreendente, onde a narrativa descreve idas e voltas sem jamais perder o fio da meada. E desse arranjo virtuoso, emerge, cru, o perfil de um personagem controverso e único, do criador talentoso, obsessivo cultor da palavra. Ora um flâneur, um vagau em andanças sem destino, ora escandaloso como Jean Genet, libertino como Rimbaud, ou recatado feito um cavalheiro vitoriano.
SERVIÇO: 18 de setembro. Hora: Das 18 às 21 horas. Local: Casa de Chá The Kettle. Rua Prudente de Morais, 836 (esquina com Júlia da Costa)
Ciro Gomes fez mais uma das suas, sábado, em Roraima. Ele agrediu um entrevistador durante uma coletiva de imprensa feita na rua, durante caminhada da sua campanha. O vídeo já corre pela internet. O candidato do PDT agride fisicamente o entrevistador e o chama de “filho da puta”. Isto é Ciro, comprovando o que eu disse sobre essa palhaçada de pesquisas afirmando que ele derrota qualquer adversário no segundo turno. Ora, para isso é preciso chegar lá. E o próprio Ciro, com seu gênio ruim, desmonta a possibilidade de que isso aconteça.
No vídeo, um homem faz uma pergunta e de imediato é acusado pelo candidato de ser do grupo do senador Romero Jucá. O entrevistador fez menção a uma declaração de Ciro, feita no mês passado sobre manifestação de brasileiros ocorrida em Roraima contra a entrada de venezuelanos em nosso país, quando com a sua notória diplomacia ele classificou o ato como “canalhice”.
Chama a atenção no vídeo da agressão ao entrevistador uma frase que o político cearense repete durante a confusão, ordenando a seus seguranças que peguem o entrevistador. “Prende ele”, Ciro diz várias vezes. Poderoso o cara, não? Imaginem o que pode fazer no poder um político que manda prender os outros quando ainda é candidato. E o “crime” da pessoa foi apenas fazer uma pergunta que ele não gostou. Sobre um político que faz esse tipo de coisa numa eleição nacional e em meio a um grupo de jornalistas, cabe também pensar quanto desmando um cabra grosso desses não comete em seu estado, onde seu grupo político está no poder há mais de duas décadas.
A confusão criada pelo candidato foi em meio a um amontoado de gente. Poderia ter provocado um tumulto, com risco sério para as pessoas presentes. Havia também o perigo de ocorrer uma briga e até uma agressão mais grave ao entrevistador porque o local estava cheio de simpatizantes de sua candidatura. Mas esta falta de bom senso não surpreende. Todo mundo sabe que é de nível bem baixo o grau de responsabilidade dessa instável figura que quer ser presidente do Brasil.
Ciro Gomes é o tipo de político que com certeza ficaria de fora de qualquer eleição se houvesse a obrigatoriedade de um sério exame psicotécnico para ser candidato. Mas, vem cá: qual desses políticos que aí estão não seria reprovado num teste desses? Com certeza, poucos seriam admitidos como candidatos. E Ciro não seria um deles.
Beto Richa saiu da prisão na ponta dos cascos, como seria de esperar. Na entrevista aos jornalistas que o esperavam, desceu o tacape em Tony Garcia, o delator. E propôs uma comparação de “histórico de vida” de cada qual. Quem tem credibilidade? Eu ou o delator Tony Garcia com seu histórico de vida? perguntou Richa. E afirmou que vai contestar as falsidades ditas contra ele.
Tony Garcia não gostou, é óbvio. E ainda na madrugada rebateu Beto Richa. Devolveu a pancadaria em dobro, e lançou o desafio para uma acareação entre os dois diante da imprensa. Em hora e lugar marcados pelo adversário. O texto é uma cacetada atrás da outra. É o que segue:
Desafio Beto Richa
Beto acaba de sair da cadeia, e como um péssimo ator de novelão mexicano, faz o que melhor sabe fazer, nega o inegável, e tenta comparar sua credibilidade com a minha.
Ora Beto, não me meça pela sua régua, achar que sua palavra vale mais que a minha pelos cargos que ocupou é um enorme equívoco que comete.
Cargos públicos exercidos com lisura, dignidade, honradez e honestidade te dariam esta prerrogativa, porém, é público e notório que não é o seu caso, visto o mar de lama em que se meteu em todos que exerceu.
Vc é acusado pela justiça de ser o chefe de uma organização criminosa, irresponsávelmente levou sua família para o mesmo cadafalso, não poupou irmão, mulher e filhos, e mesmo assim insiste no ataque como forma de defesa.
Como bem sei, vc não é afeito a leitura ou estudos, seu intelecto é frágil e superficial, sua mente lenta e preguiçosa te leva cada vez mais ao fundo do poço.
A primeira coisa que vc fez (como eu já esperava) ao sair da cadeia, foi me atacar, perguntando aos jornalistas que lá estavam quem teria mais credibilidade entre vc e eu.
Achei ótima sua pergunta, e acredito ter a maneira para que toda a imprensa, não só do Paraná, mas como a de todo o país, possa aferir a credibilidade de cada um de nós, e responder sua pergunta com precisão.
Te desafio publicamente para uma coletiva de imprensa convocada por vc, em seu campo, com hora, dia e local por vc escalado, juíz, bandeirinhas e regras a seu critério, olho no olho, vc e eu e mais ninguém. Combate de gente grande, onde até admitirei golpe abaixo de minha cintura. O final deste combate se dará por nocaute, um de nós beijará a lona, porém, o grande vencedor não será um de nós, mais sim os paranaenses.
Vc diante das câmeras diz o que quer, é covarde e torpe, tenha a dignidade e honradez, se é que ainda lhe resta, em aceitar o que proponho, caso contrario, cada ataque seu a mim dirigido, será respondido publicamente com PROVAS INEQUÍVOCAS de que vc não passa de um um psicopata mentiroso contumaz.
Canjinha de tico-tico –“Entrei honrado e saio honrado”. De Beto Richa, ao deixar a prisão. Esse cara ainda pega uma baita intoxicação de honra. Por sorte ele tem remédio caseiro: a canjinha de tico-tico.
A foto vale milhões –Fique esperto o autor da foto da entrada de Beto e Fernanda Richa encapuçados e agachados na chegada ao Gaeco. A foto vale milhões, é o melhor argumento na campanha para senador, caso Beto se mantenha candidato. É possível, apesar da prisão. A cara de pau de prefeito e governador continua viva e lustrosa.
Políticos em geral e Beto em particular lembram esses cachorros que invadem galinheiros para comer ovos e espantar galinhas. Cachorros e políticos viciados não têm cura; os primeiros costumam ser sacrificados; os segundos, presos. Mas com essa proteção pelo STF, os eleitores ainda agem como criadores de galinhas.
Mal comparando –“Nem tão depressa que pareça covardia, nem tão devagar que pareça provocação”. Palavras de Pinheiro Machado, senador gaúcho, herói da Revolução Federalista (onde conquistou a patente de general) e condestável da república na presidência Hermes da Fonseca (1910-1914). Foi a ordem ao motorista ao sair do Senado e deparar com a massa que o hostilizava.
O senador mandou no Congresso, escolheu candidatos e decidiu eleições em todo o Brasil, fez ministros e o presidente comeu pela sua mão. Foi odiado, amado e temido. Fez papel bonito na Constituinte de 1891, quando debateu com Rui Barbosa. Morreu apunhalado pelas costas, na rua.
A comparação não é com Jair Bolsonaro, de comum só os atentados. A comparação é com Beto Richa – e depreciativa para este: a coragem que sobrava no senador falta ao governador, que nos provocou devagar quando no governo, entrou covarde e saiu escondido da cadeia.
Tony Garcia aparece com cara de sofrimento na capa da edição impressa da Gazeta do Povo. Mais uma vez ele “conta tudo” sobre o escândalo das Patrulhas Rurais. Disse que foi “traído” pelo ex-amigo Beto Richa. Hoje o ex-governador só não chamou-o de escroque na saída da prisão porque esta palavra não está no dicionário dele. Isso posto, mostra uma pontinha do que é o andar de cima da chamada elite curitibana. Aquela que anda de queixo apontado para o céu.
No dia 12 de setembro deste ano, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) vinculado ao Ministério da Justiça constatou irregularidades nos serviços de telefonia no Brasil.
Em resumo: 1) as empresas violaram os direitos dos consumidores nos chamados serviços de valor adicionado; 2) houve irregularidade na oferta e na comercialização de serviços adicionados, além de oferta de serviços e produtos diferentes do que foi efetivamente entregue ao consumidor e; 3) foi verificado que as empresas cobraram por serviços e produtos nunca solicitados pelo consumidor.
No entender do Departamento, as empresas induziram os consumidores a erro com anúncios que não destacavam aspectos essenciais do serviço. Assim, não forneceram elementos suficientes à formação de adequado entendimento, pelo consumidor, acerca daquilo que realmente lhe estaria sendo entregue e pelo que seria cobrado.
Por essas razões o órgão da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, condenou as empresas Oi, Claro e Vivo ao pagamento de multa de R$ 9,3 milhões de reais por infração ao Código de Defesa do Consumidor. Ainda cabe recurso da decisão.
O processo não terminou, mas a multa milionária para as empresas de telefonia demonstra que pode haver algo gravíssimo na cobrança de valores adicionais e nas contratações de produtos e serviços das empresas de telefonia.
Cobrança de valores indevidos? Produtos e serviços que prometem determinadas vantagens que não existem? Cobrança de produtos e serviços que nunca foram contratados pelos consumidores?
Devemos ficar atentos aos itens cobrados na conta telefônica e, principalmente, no caso de irregularidade, exigirmos a devolução em dobro dos valores pagos.
Os consumidores podem denunciar à Anatel, aos Procons e ajuizar ações de cobrança e ressarcimento junto ao Juizados Especiais. Os valores podem ser pequenos, mas a cobrança indevida em milhões de contas telefônicas pode gerar quantias astronômicas para as empresas de telefonia.
Outras providências que podemos aguardar são as ações coletivas ajuizadas por Associações de Consumidores, órgãos de classe, sindicatos e pelo Ministério Público, estaduais e federal.
As multas determinadas às empresas de telefonia não trataram das devoluções de valores. Estas devoluções, se constatadas as referidas irregularidades, dependem da manifestação e pedido dos consumidores. Consumidor exija seus direitos e em caso de dúvida fale com um(a) advogado(a) da sua confiança.
Fernando Haddad não me parece ser má pessoa (embora me parecesse ser pessoa melhor, ou pelo menos mais íntegra, antes de aceitar o papel que está desempenhando nessas eleições).
Manuela é fofa e linda: difícil olhar para ela e não se encantar com aquele sorriso, aquele frescor de mocidade que é a imagem de tudo o que se deseja na política (pelo menos enquanto não expõe suas ideias) — uma pessoa jovem e dinâmica, cheia de boas intenções.
Mas meu maior pesadelo é vê-los no segundo turno contra Bolsonaro. Se Haddad for para o segundo turno, as chances de Bolsonaro vencer aumentam drasticamente.
Eleitor indeciso não vota no PT, que foi governo quatro vezes. Eleitor indeciso está por aqui com política e políticos, e é capaz de sair da inércia só para dar o troco no partido.
Até mesmo boa parte dos eleitores de Bolsonaro não vota no Bolsonaro, vota mesmo é contra o PT, contra um sistema que nos jogou na maior crise de todos os tempos e que, ainda assim, não desce do salto alto do bom-mocismo.
Vejo amigos meus muito felizinhos apoiando Haddad e enfeitando os seus avatares com o número 13, contentes com um candidato e uma vice tão gente-como-a-gente, deslumbrados com a eficiente campanha política do PT e sua linda música chiclete, sem perceber o abismo para o qual caminhamos, a locomotiva em direção contrária.
No mais, Bolsonaro ou Haddad no poder representariam a mesmíssima coisa: um país ingovernável, polarizado, dividido, a caminho de uma guerra civil. Ou do mais próximo que chegaremos disso.
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