Meu tipo inesquecível

cronosAmy Winehouse, Adegão. © LePress

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Flagrantes da vida real

Pablito Pereira faleceu na tarde de ontem.  O velório acontece hoje a partir das 8h na Igreja do Evangelho Quadrangular, na Rua Alberto Folloni, 124. Às 13h será realizado um culto no local. O enterro está marcado para as 14h no cemitério Jardim da Paz, na Barreirinha. Paulo Roberto Pereira/1953/2018

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Os candidatos e a redes sociais

Das novas gerações, poucas pessoas já ouviram falar da Lei Falcão.

Embora as circunstâncias que a produziram não existam mais, é importante conhecê-la para perceber o quanto erráticas são as estratégias de campanha da maioria dos candidatos neste nebuloso 2018. A Lei Falcão (Lei nº 6339/76) foi criada em 1 de julho de 1976 (Governo de Ernesto Geisel, em plena Ditadura Militar) e recebeu o nome de seu criador, o então Ministro da Justiça, Armando Falcão.

Foi apresentada  para regulamentar a propaganda eleitoral, mas tinha um alvo específico: barrar a progressão popular de Leonel Brizola, que depois de uma gestão de sucesso como governador do  Rio de Janeiro começou a representar uma ameaça ao regime com suas ideias esquerdizantes.

Brizola indicara como seu sucessor no RJ o antropólogo  Darcy Ribeiro, que havia idealizado os CIEPs, escola de tempo integral transformada na viga de sustentação do governo estadual. Dada a popularidade do padrinho, Darcy seria eleito com tranquilidade… Bastaria que se apresentasse aos eleitores como candidato de Brizola.

Aí é que entra a Lei Falcão e a genialidade de quem a criou: alguns anos antes, Darcy Ribeiro esteve exilado no exterior e havia recebido uma autorização especial do regime para voltar ao Brasil e tratar-se de um câncer pulmonar. Sobreviveu, mas teve de extrair um dos pulmões, transformando-se num homem frágil, incapaz de acompanhar o pique do Padrinho em campanha.

Darcy Ribeiro perdeu a eleição para Moreira Franco porque não conseguiu informar o eleitor que era o candidato de Brizola. E a Lei Falcão proibiu os governadores de aparecer ao lado de seus candidatos na propaganda eleitoral na televisão.

CORPO A CORPO ERA OBRIGATÓRIO

Isso ocorreu numa época em que o corpo a corpo era obrigatório para quem quisesse vencer uma eleição.… Hoje, não… Bem mais importante que o corpo a corpo, é o posicionamento firme e sistemático nas redes sociais.

Leonel Brizola e Darcy Ribeiro morreram antes de poder usufruir da internet e suas benesses. Se aquela eleição fosse este ano, Darcy Ribeiro poderia se apresentar como candidato de Brizola a todo eleitor carioca e fluminense sem deixar o conforto de sua casa.

O problema está em que existem pouquíssimos candidatos que sabem usar a internet de modo eficaz e competente. Não adianta, por exemplo, ter algumas páginas expositivas no Facebook. É preciso interagir com intensidade, provocar envolvimento e debate e ter soldados bem dispostos a defender as causas da candidatura em toda parte.

UMA EXCEÇÃO

A grande exceção é o candidato a presidente Jair Messias Bolsonaro (PLS) que já ameaça vencer esta eleição em 1º turno… Faz  três anos que eu sinto a presença de Bolsonaro nas redes sociais.  Já em 2015 havia uma infinidade de perfis no facebook com o slogan na capa da página: Bolsonaro presidente! De lá pra cá, a presença só aumentou: vieram os grupos bolsonaristas e o envolvimento das pessoas que o apoiam e defendem as suas muitas e controversas bandeiras é muito forte.

 A Veja diz que ele amplia sua presença nas redes via robôs.  Que seja isso (afinal, os robôs estão aí para ser usados), mas é possível perceber que seu desempenho em rede vai além das ferramentas disponíveis.

 Há inteligência e refinamento na estratégia e não será nada surpreendente que uma daquelas fundações americanas sempre dispostas a financiar a propagação do liberalismo tenha irrigado com recursos e “know-how” a campanha do deputado que há muito tempo se colocou em oposição radical ao esquerdismo do PT & cia.

A equipe que assessora Geraldo Alckmin dá demonstrações de que acordou da letargia que a fez trabalhar até agora de costas viradas para a internet…

A pergunta que deve ser feita neste instante é:  haverá tempo de reverter um placar tão desfavorável nas redes sociais? Se tomarmos o Facebook como exemplo, chegaremos à conclusão que a tarefa será hercúlea para não dizer impossível: nessa rede, o candidato do PSL possui 5,5 milhões de seguidores; Lula tem 3,7 milhões e Alckmin, 912,6 mil.

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Cida melhorou (muito) a performance

A governadora, hesitante e nervosa, de 4 meses atrás cedeu lugar a candidata Cida Borghetti mais preparada e mais segura que hoje participou da série de entrevistas que a CBN/Curitiba realiza todas as manhãs com os candidatos ao governo.

Com o aparato oficial e o cacho de coligações partidárias que tem, dona Cida pode subir mais nas pesquisas e realmente levar a eleição para o segundo turno. Outro acerto da campanha Progressista é colocar Maringá, reduto eleitoral da família Barros, que a governou por 14 anos, como exemplo do que o Paraná poderá se tornar, em outra escala de gestão.

Como se sabe, a Cidade Canção desfruta de todos os bons índices de qualidade de vida apontados por pesquisas variadas. É o must em cidade que se garante em termos de saúde, educação, meio ambiente, mobilidade urbana etc, etc. Basta que o cidadão seja representante do agronegócio ou tenha dinheiro em caixa, porque viver lá custa caro. Mas isso é apenas um detalhe.

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Maria Flor

© Jorge Bispo

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Noves fora: humilhação – Entrevista-debate com Jair Bolsonaro no Jornal Nacional. Bolsonaro é o que é, sem conteúdo, sem sentido, sem vergonha. O problema não está em Bolsonaro, mas em quem o apoia e vota nele, gente que não conhece a História recente do país, não se informa sobre o mundo e não faz a menor reflexão sobre as consequências de ter um presidente que se espelha em Donald Trump.

Os apresentadores da Globo, por mais que tentassem e o melhor que fizessem, falavam com uma parede. Não havia como extrair nada ou encurralar Bolsonaro em contradição – aliás, ele revelou esperteza de boteco ao buscar contradições na vida dos entrevistadores, como se o embate fosse entre ele e os entrevistadores, como se estes não vocalizassem segmentos da sociedade brasileira.

A entrevista-debate foi útil para Bolsonaro, que conseguiu mais apoiadores. Perder apoios e eleitores, não os perdeu; cresceu no conceito deles. O programa de ontem foi uma daquelas situações registradas na sabedoria popular: quando se discute com ignorante há dois riscos, o de vencer e o de ser vencido; se vencer, será covardia, vencido, será humilhação. Os apresentadores da Globo foram humilhados.

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As ameaças à democracia

A grande ameaça à democracia brasileira, a julgar pelo que tem saído com frequência cada vez maior na imprensa internacional, é a candidatura presidencial do deputado Jair Bolsonaro. No final de semana passado, o New York Times afirmou que o ex-capitão do Exército “está instigando os brasileiros a voltar a um capítulo sombrio de sua história”, referindo-se à ditadura militar. Já o jornal argentino La Nación destacou os temores de que “a quarta maior democracia do mundo estará em perigo com a possível vitória do deputado ultradireitista”. E esses são apenas os exemplos mais recentes das muitas reportagens e análises de jornais estrangeiros para os quais Bolsonaro, e apenas ele, encarna o que há de mais deletério para a democracia na atual corrida eleitoral. Trata-se, contudo, de uma visão parcial, que ignora um outro grande risco à democracia no País, representado pelo lulopetismo.

O sistemático ataque de Lula da Silva e dos integrantes de sua seita ao Judiciário, ao Congresso e à imprensa deveria ser igualmente percebido no exterior como uma ameaça concreta à democracia. Há muito tempo, o lulopetismo demonstra profunda ojeriza a aceitar os princípios democráticos, especialmente o contraditório e os limites impostos pela lei – que, de acordo com a doutrina lulopetista, só se aplica aos outros.

A ousadia de alguns juízes de condenar e mandar prender o morubixaba Lula da Silva por corrupção e lavagem de dinheiro, fazendo cumprir o que está na lei, serviu para escancarar de vez o caráter autoritário do PT. O partido recrudesceu sua campanha contra o Judiciário, exigindo que Lula receba tratamento especial. Mais do que isso: Lula está descaradamente usando a atual campanha eleitoral para se livrar da punição a ele aplicada e, se der, voltar à Presidência da República. É um escárnio poucas vezes visto na história pátria.

Na provável hipótese de Lula não poder concorrer, por ser ficha-suja, os petistas esperam que o partido consiga eleger presidente o ex-prefeito Fernando Haddad e que, ato contínuo, o chefão do partido seja solto. Essa estratégia, que ultrapassa todos os limites do aceitável no jogo político, foi candidamente explicitada por Gilberto Carvalho, ex-ministro e um dos principais porta-vozes de Lula. Em entrevista à Gazeta do Povo, de Curitiba, ele declarou: “Na campanha, vamos deixar claro para o povo o seguinte: votar no Haddad é votar no Lula. É o Lula quem vai governar. Vamos tirar o Lula da cadeia em algum momento. Até porque ele não vai passar o resto da vida lá. E vai sair direto para o Palácio do Planalto para cogovernar com o Haddad. Quem vai governar formalmente é o Haddad”.

A desfaçatez de tal declaração é apenas a mais recente manifestação do profundo desapreço do PT pelas instituições. Ajuda a fortalecer a suspeita de que, se conseguirem ganhar a eleição, mesmo depois dos escândalos e desmandos administrativos que protagonizaram, os petistas podem se sentir em condições de reimplantar sua agenda liberticida, frustrada pela incompetência e pelo desplante do poste Rousseff.

O programa de governo do PT prevê o controle da mídia, que é o outro nome para censura; o uso extensivo de plebiscitos para “aprofundar a democracia e empoderar a cidadania” – o que, em linguagem petista, significa atropelar o Congresso –; e a convocação de uma “assembleia constituinte”, providência que, quando adotada nos países sul-americanos governados por ditaduras com as quais o PT simpatiza, serviu para solapar as instituições e fazer evaporar a oposição.

Assim, Jair Bolsonaro representa de fato uma ameaça concreta à democracia, mas não é a única. No caso do ex-capitão, preocupam a sua visão simplista dos problemas nacionais, a sua inexperiência administrativa e a sua admiração incontida por métodos violentos, inclusive por torturadores, e isso basta para vê-lo como um grande perigo. Já Lula da Silva, graças ao formidável aparato de propaganda petista, consegue se fazer passar, aqui e no exterior, por grande democrata, embora seus atos – pelos quais está preso – e suas palavras – contra as instituições – revelem o exato oposto disso.

Editorial – Estadão

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Siga Ciro Gomes que ele mesmo já disse pra onde vai

Se alguém precisava de uma boa justificativa para esquecer o candidato Ciro Gomes como opção de voto nesta eleição, ele mesmo deu um argumento irrefutável na entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, nesta semana. O candidato disse que “confia cegamente” em Carlos Lupi, ex-ministro de Dilma Rousseff e presidente do partido de Ciro, o PDT.

Lupi é manjado em política, de antigas tretas e mutretas, sempre usando seu partido da forma mais clientelista. A sujeira é tão encardida que em novembro de 2011 até a Comissão de Ética Pública do governo Dilma recomendou por unanimidade sua exoneração, quando ele teve que pedir demissão bem rápido.

E aí vem o Ciro Gomes e diz que confia cegamente nesta figuraça. É como se fosse um aviso, na forma daquela parábola bíblica: o eleitor que for atrás do Ciro já fica sabendo que estará sendo guiado por um cego.

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O dia em que Bolsonaro bateu na Globo dentro da casa dela

Jair Bolsonaro, capitão da reserva do Exército, deputado federal e candidato à presidência da República, enquadrou a Rede Globo mais uma vez, dentro da sede da emissora e, desta vez, para os milhões de telespectadores que acompanham o Jornal Nacional.

Diante de um William Bonner que parecia um boneco sem vida repetindo as perguntas esperadas, e que levantam a bola do candidato, o candidato aproveitou a deixa sobre o questionamento feito ao seu vice, o general Mourão, que defendeu a intervenção militar por conta do caos do país, e lembrou aos donos da empresa e a todos os funcionários dali, além dos brasileiros que assistiam a entrevista, que Roberto Marinho, já falecido, defendeu o golpe militar de 1964 (Bolsonaro não classifica a intervenção assim) e fez a pergunta fatal: “Roberto Marinho era um democrata ou golpista?”.

Bonner tentou argumentar com a lorota do “arrependimento” feito trocentos anos depois, em editorial do jornal O Globo, onde foi dito que erraram naquela época. Hummmmmmmmm. A pergunta dirigida ao líder nas pesquisas, aliás, foi a última feita. Com certeza era imaginado que Bolsonaro iria sacar o canhão, como fez na Globonews e deixou Mirian Leitão com cara de Mirian Leitão.

O tiro, dessa vez, foi de misericórdia – e não havia mais tempo para continuidade, pois o espancamento seria maior. Portanto, para o bem ou para o mal, o capitão saiu maior do que entrou, porque ele bateu nos donos da casa.

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Desbunde!

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Má companhia – O ministério público impugna a candidatura de Cida Borghetti: seu governo estaria favorecendo a candidatura de Beto Richa ao Senado. Embora cite a mãe em todos os debates, Cida esqueceu o primeiro conselho de qualquer mãe: evite as más companhias. Agora é tarde. Quem abraça o náufrago morre afogado.

Tira o bigode – O senador Romero Jucá (MDB/RR) deixou a liderança do governo Temer por discordar da política quanto aos refugiados venezuelanos em Roraima. Seu gesto seria mais eloquente se cortasse o bigode. Porque Jucá e seu bigode foram líderes em todos os governos desde a presidência José Sarney.

Um novo exército para Lula – O PT atingiu mais um patamar em sua constante evolução. Foi esquerdista, vergado e entumescido nas intenções de mudança. Com isso sacrificou quatro eleições de seu líder. Adaptou-se ao meio e passou a eleger o presidente da República. Elegeu duas vezes. Na primeira eleição alugou partidos políticos para ajudá-lo a governar. Foi o mensalão.

Na segunda eleição entregou fatias do governo para os partidos que antes alugara, incluída a Petrobras, joia da coroa. Graças ao modelo do petrolão, o líder elegeu um poste. Duas vezes, até que os locatários do poder derrubaram o poste e assumiram o governo. Veio a desgraça e o líder foi preso, condenado – mas jamais morto e sepultado como o outro Messias.

Sempre inventivo, o PT agora adota o híbrido norte-americano/russo da mobilização eleitoral fake pela internet. Ela se origina do Piauí, montada por deputado de Minas e operada em benefício de Gleisi Hoffmann e do candidato a governador de São Paulo. Não tem tecnologia pós-soviética porque o PT traz a originária, estalinista, no DNA.

Mas pode trazer o benefício como o da eleição de Donald Trump. Louve-se o PT, que chega a esta altura da maioridade com o mesmo nome, pleno de seguidores cegos e fanáticos, sendo o mesmo partido e – algo que nem o velho Partido Comunista conseguiu – nas mãos do mesmo líder. E mais um exército, junto ao do Stédile, o exército hacker.

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Tucanos…

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Quem dá mais votos no Paraná: pai, tio ou marido?

No seu jeito Mazzaropi de ser, o apresentador Ratinho fez a festa em sua Jandaia do Sul natal neste final de semana: quer que a cidade dê pelo menos 70% dos seus votos para o filho Carlos Ratinho, candidato ao governo. E na mesma toada, deverá andar pelo estado ao lado do filho, como sempre fez em campanhas anteriores.

Fica difícil calcular quantos votos o simpático Ratinho Pai arrebanha para as urnas em nome do filho. Mas já lhe deu popularidade além da conta.

O recém-chegado candidato do MDB, João Arruda, quase não fala sobre o papel que o tiozão Requião tem na campanha. E nem é preciso. O DNA está ali, no gestual, na fala articulada e – por que não? – nos olhos azuis e na estampa.

Mas depois da pesquisa Ibope/RPC Roberto Requião, com 40% das intenções de votos dos paranaenses, passou a se sentir o verdadeiro macaco da bola azul na disputa para o Senado. Obviamente, vai tentar estender boa parte dos próprios votos para sobrinho, isso se não ficar com inveja e amuar. Já aconteceu outras vezes com outros candidatos do MDB velho de guerra.

Já dona Cida Borghetti ganhou de presente do marido, o deputado federal Ricardo Barros, tudo o que tem hoje: desde o governo do Estado até a candidatura recheada de partidos aliados, prefeitos-apoiadores e recursos vultosos do fundo partidário do Progressistas. Tudo muito bem articulado por ele.

Com tudo isso, a governadora-candidata não há de lhe cobrar, também, transferência de votos, até porque Ricardo Barros nunca foi campeão nessa área. Ficou pelas beiradas, mas já está na quinta disputa, e é isso o que importa.

O que quer dizer tudo isso? Que sem apoio de um familiar, seja ele pai, tio ou marido, minha gente, a disputa política no Paraná é mais difícil do que carpir café. E só carpindo café, ninguém chega lá.

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A nova proteção de dados pessoais

A recente lei 13.709/2018 disciplinou a proteção de dados dos consumidores. As informações sensíveis, tais como origem étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato e saúde, entre outros dados, somente poderão ser distribuídas apenas e tão-somente com o consentimento do consumidor.

Os dados manifestamente públicos não precisam de autorização. Há empresas que fazem o tratamento de dados e vendem essas valiosas informações, principalmente o perfil econômico dos consumidores e a sua faixa de renda. Quem compra esses dados? Empresas de publicidade, grandes corporações e até segmentos que os utilizam para fins econômicos e eleitorais.

Neste sentido, o consumidor tem que autorizar expressamente este tipo de destinação de uso, sendo que as autorizações genéricas são nulas. O consentimento do consumidor pode ser revogado a qualquer tempo. O tratamento de dados por órgãos públicos deve ser vinculado às suas atividades e finalidades e necessita da autorização dos consumidores e usuários.

A famosa venda de dados e registros do setor público para o setor privado está, em regra, proibida. O mais importante: o controlador de dados que no exercício de atividade de tratamento de dados pessoais causar a outrem dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legislação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo. Há multas e sanções às empresas e aos órgãos públicos que descumprirem a lei.

Todavia a parte da lei que criava a Autoridade Nacional de Proteção de Dados foi vetada, isto é, não foi criado o órgão específico para fazer a fiscalização e aplicar as sanções administrativas previstas na lei.

Outra novidade é que se o consumidor sair de uma rede social, seus dados não poderão permanecer disponíveis após sua exclusão, ressalvados os dados de guarda obrigatória. A privacidade de dados pessoais, em teoria, está regulada no Brasil, resta saber se esta lei vai pegar. Dependemos, essencialmente, da atuação do Estado para punir os abusos e as violações dos dados pessoais dos consumidores e dos cidadãos.

Publicado em Claudio Henrique de Castro | Com a tag | Comentários desativados em A nova proteção de dados pessoais
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