Na semana, durante o “debate” promovido pela Gazetona entre Cida Borghetti (PP) e Ratinho Junior (PSL), passou batido a lembrança que a governadora fez ao deputado estadual, seu principal adversário sobre essa história de candidato do “novoNa semana, durante o “debate” promovido pela Gazetona entre Cida Borghetti (PP) e Ratinho Junior (PSL), passou batido a lembrança que a governadora fez ao deputado estadual, seu principal adversário sobre essa história de candidato do “novo”.
Ela recordou que os dois começaram juntos na Assembleia Legislativa do Paraná. O primeiro mandato dos dois foi em 2003. Isso é política!”. Isso é política!
Antes e agora –Lula fez uma revolução no Brasil. Antes dele ligação de presídio era extorsão de falso sequestro. Depois dele pode ser campanha eleitoral. A segunda é como a primeira, mera questão semântica.
O candidato de todos – Jair Bolsonaro exibe os companheiros que revelam sua falta de preconceito. Tem o Hugo Negão, preto retinto, também candidato. Logo virão Chico Quilombola, Pedro Xavante, Bicha Louquíssima, Maria Sapatão e se precisar ele puxa o Chinês da Pastelaria.
Sim, abundam más notícias sobre o Rio. Os tempos estão mesmo difíceis, realçados pela atração que, por bem ou por mal, o Rio desperta. Uma galinha pula o muro do vizinho, e o que seria algo trivial em outras plagas ganha as manchetes se o dito muro ou galinha estiver aqui. Segundo as últimas estatísticas, o Rio é a 23ª capital mais violenta do país. Imagino como não estarão as primeiras 22 —mas só posso imaginar, porque os relatos sobre seus perigos e peripécias quase não chegam até nós.
Paradoxalmente, as boas notícias que às vezes poderíamos produzir costumam ficar entre as nossas fronteiras. Fora daqui poucos sabem, por exemplo, que o céu do Rio voltou a ser cruzado por bandos de araras, papagaios e periquitos. É uma papagaiada como há muito não se via —ou se ouvia. E espécies em perigo, como certas variedades de maritacas e maracanãs, foram reinseridas há tempos nas matas cariocas e os resultados já estão à vista.
A lagoa Rodrigo de Freitas, cujas águas melhoraram muito e a vegetação de mangue é hoje espetacular, abriga agora espécimes que não existiam nem no tempo em que o garoto Tom Jobim brincava por ali com água pelas canelas. A lagoa tornou-se um santuário de marrecas, frangos d’água, caranguejos, lagartos, capivaras. E, mais do que nunca, tem justificado o verso da poeta Elisa Lucinda, “Olha que coisa mais linda/ Mais cheia de garça”.
Nesta época sem chuvas e, por isso, de mares limpos, as praias têm recebido a visita de arraias, golfinhos e baleias jubarte. Em junho, a turma do kitesurf andou filmando tubarões na Barra, o que é sinal de muito peixe e de proliferação da vida marinha. E, no último verão, eu próprio encontrei dois peixes no meu terraço. Juro. Mas nada demais nisso. Caíram do bico de gaivotas que os pegaram no mar e vieram me sobrevoar. Gaivotas descuidadas também são sinal de que há motivo para esperança
Vai sobrar para Fernanda – A delação de Maurício Fanini expõe uma chaga na sociedade curitibana, diria até na paranaense, e não são as propinas supostamente recebidas pelo então governador Beto Richa. Isso ainda está sob investigação e sob o manto da ampla defesa. A chaga, mantida em pudico e obsequioso silêncio, não está sob investigação, mas sujeita à ampla fofoca, e envolve a querida mulher de Richa.
A chaga consiste do seguinte: Fernanda Richa, duas vezes-vezes-dois primeira-dama e uma vez e meia segunda-dama está quebrada, insolvente. Explico. O marido sempre brandiu o estandarte ainda prestigioso entre nós de ter casado com mulher rica, seja para fazer votos, seja para se defender de acusações de improbidade, seja para fazer coisas que aqui não interessam.
Nessa lógica de engenheiro interesseiro – atributos de empreiteiro perigoso -, Beto não precisaria roubar: tinha o dinheiro da mulher. Curioso que não passou naquela cabeça bem penteada que o político pode roubar para economizar o dinheiro da mulher. Coisas de Beto, sem tempo para abstrações. Mas essa leveza de espírito do marido pode afundar a mulher nas investigações.
Primeiro, Fernanda Richa teria que provar que está pobre, dissipou sua herança no bancar luxos e caprichos do marido, desprendido e abnegado homem público. Segundo, pobre, como leva vida de rica? Sim, porque sempre nos papeis de primeira-dama, secretária de Estado e tornozeleira conjugal de Beto, sua fortuna mantém-se estável, até cresce, sem um gestor eficiente.
Joyce –Nossa querida Joyce Hasselman, aquele texto instigante, aquele pedaço de mau caminho, é candidata ao Senado por São Paulo pelo partido dos Bolsonaro. Essa menina se perdeu ou se encontrou? Cartas à redação.
Do blog do Rigon – A Justiça Eleitoral determinou a quebra de sigilo de dados de conteúdo patrocinado da página do Facebook da candidata e atual governadora do Paraná Cida Borghetti. Os impulsionamentos em questão não teriam atendido às normas de conteúdo eleitoral, especialmente no que se refere à transparência do financiamento de campanha.
A decisão desta sexta-feira é do juiz eleitoral Tito Campos de Paula, e atende ao pedido da assessoria jurídica do Partido Social Democrático (PSD), do candidato ao governo Ratinho Junior, a cargo da Bonini Guedes Advocacia.
O pedido questionou conteúdos publicados na página da atual governadora em que não se verificam as informações obrigatórias em qualquer das telas em que se vê a expressão “Patrocinado”, entre elas a informação de que se trata de Propaganda Eleitoral e a inscrição do CPF ou CNPJ do responsável pelo impulsionamento. Os conteúdos foram publicados na rede social no dia 22 de agosto, porém quando visitado no dia seguinte (23) já haviam sido apagados.
O magistrado afirma ser relevante para a instrução do feito que o Facebook preste informações relativas ao possível impulsionamento ocorrido na página. Vale destacar que é prevista a condenação a pagamento de multa no caso de caracterização de propaganda eleitoral irregular, isso se for comprovado o descumprimento dos requisitos para o impulsionamento. O Facebook tem prazo de dois dias para realizar a quebra de sigilo, sob pena de multa diária de R$ 10.000,00 em caso de descumprimento.
Ontem, Paulo Leminski faria 74 anos. Morreu há 30, quando tinha apenas 44 anos. Perdemos o polemista, poeta, escritor, tradutor, provocador. Além de outras qualidades e ousadia, como nesta foto de Dico Kremer. Eu o conheci em 1963. Era aluno do curso Abreu, me preparava para o vestibular de Direito. Ele, professor de história e do que chamavam de cultura geral. Foi impressionante. A figura de cabelos longos, voz um pouco rouca e uma retórica indestrutível desfiava a história da humanidade e questionava a cultura estabelecida e os modelos literários que considerava gastos. Beirava os 20 anos e parecia ter lido tudo, de Platão a Joyce, e no original. No intervalo entre as aulas, dissolvia nossas dúvidas de estudantes de latim. O vestibular de Direito, nessa época, exigia português, história, latim e outra língua. Ele parecia saber tudo o que se precisava saber para as quatro provas.
Minha vocação de jurista dissolveu-se como tantas outras vocações definitivas que tive. Minha vida encaminhou-se na militância política e minhas ideias sobre arte e literatura estiveram engessadas pelos dogmas da época. Leminski era um ruído questionador. Presente em todos os debates. Das ideias políticas à literatura. Do cinema à música popular. E eu creio que essa foi sua contribuição permanente à cidade e a todos nós. Seu permanente comportamento transgressor, inconformista, iconoclasta, não permitia o conforto do consensual. Sua avidez pelo conhecimento o levou a todas as experiências e a todos os territórios, inclusive aos mais destruidores.
Eu o reencontrei quando ele passava pelo pior momento, mesmo assim lúcido e desafiante em seu transe suicida. Mais que isso, o reencontrei através da obra. Li o Catatau, a obra mais instigante já escrita nesta área do planeta. E me pareceu ver ali vertido, em exercício de ficção e linguagem, todo o conhecimento que ele acumulou desde sempre, em incrível monólogo onírico de René Descartes em visita a Pernambuco no período holandês. O espanto do filósofo diante da natureza dos trópicos e dos costumes nativos. A falência da razão cartesiana. “Duvido se existo, quem sou eu se esse tamanduá existe?”, pergunta o filósofo. Reli o Catatau com Décio Pignatari, que comandou a preparação de sua edição pela Travessa dos Editores. Foi novo aprendizado. Durante meses trocamos ideias sobre as fontes e as invenções de Leminski, para perceber toda a extensão de seu processo criativo e de seu conhecimento.
É, para mim, a sua grande obra. Não creio que a poesia de Leminski tenha alcançado o grau de complexidade e tensão criativa do Catatau. Ela passeia por outro terreno, da cultura pop, o que não me impede de gostar e muito de poemas e letras que criou, onde se percebe o mesmo espírito transgressor. Nada que se compare ao desafio de inteligência que o romance-ideia propõe e que o transforma em obra seminal. Certamente de digestão difícil e pouco compreensível para quem a aborda com ânimo de leitor de narrativas horizontais ou para quem simplesmente não lê e não gosta porque sabe que o Catatau é um exercício que constrange a mediania. Para estes, o gênio de Leminski criou o mote que ele fez inscrever nos muros da cidade: “Pau no Leminski”.
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