Palavras, palavras, palavras…

É sabido que o sotaque mais xucro grosso e assustador de todo o universo conhecido (e do desconhecido também) é o nosso, oriundo do sudoeste bravio. Esse dicionário é quase perfeito, especialmente para quem não é “nativo” deste chão!

Alemoa: loura
Apinchá: jogar
Atorá: cortar
Avil: isqueiro
Baita: grande
Bostiá: incomodar
Briquiá: trocar, de mano ou não
Cagar a pau: bater
Camassada de pau: apanhar
Campiá: procurar
Catrefa: pessoas que não valem nada
Chumaço: conjunto de alguma coisa
Cóça de laço: apanhar
Crêendios pai: exclamação quando algo dá errado
De revesgueio: de um tal jeito
De vereda: rápido
Fincá: cravar
Fuque: fusca
Garrão: calcanhar
Incebando: enrolando, fazendo cera
Ingrupi: enganar
Ínôzá: amarrar

(já viu palavra com todas as sílabas com acento?)
Intertê: fazer passar o tempo com algo
Inticá: provocar
Intuiado: cheio
Invaretado: nervoso
Japona: jaqueta de nylon
Jóssa: coisa
Judiá: mal tratar
Kakedo: pessoas que não valem nada
Lasarento: xingamento, como filho da p….
Luitá: brigar
Malinducado: mal educado
Paiêro: fumo de palha
Pânca: modo de se portar, por exemplo:
panca de motoqueiro (jeito de motoqueiro)
Pare, home do céu:
parar, o mesmo que ‘se par de bobo’ e ‘deusolivre home’.
Pescociá: olhar para os lados, matar tempo
Pestiado: com alguma doença
Pexada: acidente
Piá pançudo: guri bobo
Podá: ultrapassar, ou cortar, o mesmo que apodá
Pozá: dormir em algum lugar
Pruziá: conversar
Rancho: compra do mês
Relampejando: trovejando
Resbalão: escorregar
Rinso: sabão em pó
Sinalêra: semáforo
Táio: corte
Tchuco: bêbado
Trupicá: tropeçar
Tunda de laço: apanhar
Vortiada: passeio
Ximia: doce de passar no pão
(Ainda ouço alguém falando isso…)

Exemplo de aplicação:

Agora manda esse e-mail pra intertê os teus amigos,aproveita enquanto teu chefe foi dá uma vortiada… Não sei como ele não vê que mesmo intuiado de trabalho você fica incebando o dia inteiro… Pare de campiá desculpa, fica falando que tá pestiado e ainda consegue ingrupi o coitado do chefe…= Mas vai logo, antes que ele volte e fique invaretado de te ver pescociando… Pare de se bostiá, home do céu, não seja malinducado e manda essa jóssa de uma vez!

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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