A pretensão de Orléans e Bragança é mais uma dor de cabeça na lista de percalços que a ala bolsonarista do PL vem criando para Valdemar. No fim do ano passado, o cacique do PL fechou um acordo com Arthur Lira pelo qual o PL apoiaria a reeleição do alagoano para a Câmara. Em troca, Lira apoiaria o nome do indicado do PL para a presidência do Senado em 2025. A entrada do Príncipe na disputa atrapalha os planos de Valdemar porque ameaça desfalcar em algumas dezenas de votos o prometido apoio a Lira. Dos 99 deputados do PL, mais de 40 são da ala bolsonarista, como Orléans e Bragança — e se o desfalque não chegaria a abalar o favoritismo de Lira, ao menos prejudicaria suas pretensões de se o desfalque não chegaria a abalar o favoritismo de Lira, ao menos prejudicaria suas pretensões de ser reeleito por votação retumbante.
A ala bolsonarista do PL insiste ainda em pleitear o comando da CCJ. Ela considera que o controle da comissão, cuja presidência é cobiçada pela ultrabolsonarista deputada Carla Zambelli, seria a melhor forma de dificultar a aprovação de projetos do governo, que passam obrigatoriamente por lá antes de irem a plenário. Ocorre que, para Valdemar, que tem planos de triplicar o número de prefeitos da sigla (hoje eles são 352), a prioridade número um é conquistar a relatoria do Orçamento. Além disso, o cacique do PL, partido detentor da maior bancada na Câmara, já havia fechado com o PT, a segunda maior bancada, um acordo de “rodízio” na presidência da CCJ, que, neste ano, ficaria com o partido do presidente Lula.
Valdemar já está resignado com o fato de que, nos próximos anos, será obrigado a liberar a bancada em votações importantes e terá dificuldade em fazer acordos em bloco — os bolsonaristas seguirão votando como bolsonaristas e só por acaso a engenharia política do cacique coincidirá com as convicções dos apoiadores do ex-presidente.
Jair Bolsonaro continua na Flórida e agora sem data para voltar ao Brasil. Já sua mulher, Michelle, planeja retornar antes do início das aulas da filha, em fevereiro.