Parcas agitadas

As parcas estão agitadas, sem saber se aguardam ou se se escafedem. Agosto está chegando. Para presidentes da República não é um mês afável. O primeiro Presidente da República que nos deixou num agosto foi o Marechal Deodoro da Fonseca que, três anos antes golpeara o líder máximo da Nação.

Foi naquele fatídico 23 de agosto de 1892 o grande herói brasileiro, famoso por matar comunistas de países-irmãos que fazem fronteira conosco. Washington Luís, que governava democraticamente, aos trancos e barrancos, foi golpeado por Vargas e perdeu o lugar. Deixou-nos definitivamente num dia 4 de agosto. O ano, 1957. Já o caudilho Vargas fez o que fez durante seu período ditatorial, e estava a gozar a estabilidade que um regime democrático pode oferecer, quando os caras que não curtem regimes democráticos colocaram o revólver em sua mão. Era a madrugada de 24 de agosto de 1954. Lembram-se de Juscelino Kubitscheck? Era um cara bonachão, possivelmente o chefe de estado mais amado pelo povo, não sei, digo de ouvir dizerem. Ele quem construiu Brasília. Enfrentou duas tentativas de golpe militar. Deixou-nos naquele 22 de agosto de 1976, num acidente de carro, em circunstâncias que muitos acreditam que há controvérsias. As parcas se agitam, indecisas. Agosto está chegando.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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