Patativas deslumbradas

Fulminante, sob intervenção de Janja, que levou o recado de Lula, a ministra Anielle Franco demitiu a assessora boquirrota que barbarizou na final do campeonato brasileiro.

A moça não rasgou o sutiã, mas levantou a bandeira do Flamengo para sacar racismo de algibeira chamando de “branca” a torcida do São Paulo. Mal informada, podia chamar de “coxinha” ou “pó de arroz”, como historicamente são tachadas as torcidas de times da elite, digamos, branca (que paga a peso de ouro craques negros como a assessora sem noção). O governo Lula, uma arca de Noé, tem bichos de todas as espécies, desde os abutres do Centrão até as patativas deslumbradas do PT. Estas, como a ministra e sua assessora, recrutadas sob a simbologia do resgate do martírio de Marielle Franco, irmã da ministra.

Lancetada cirurgicamente a mancada, a ministra poupa-se de maiores indagações, que viriam no ritmo da sangria política e jornalística de qualquer escândalo público. Como o deslumbramento da viagem da ministra e assessoria em festivo embarque em avião da FAB, sob o pretexto pífio de que atendia uma função ministerial, de combate ao racismo; neste ponto a assessora demitida foi coerente, pois exerceu sua atribuição ao mostrar racismo contra torcedores rivais assinalando a cor dos outros. Isso sem contar a paupérrima folha de serviços do ministério até agora, cujo orçamento vem sendo consumido mais em viagens que em ações.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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