…não é do meu hábito apresentar soluções comunitárias, mesmo porque eu, hoje, estou mais preocupado em salvar meu próprio nariz do naufrágio. O meu livro “Catatau”, que vai ser publicado em dezembro, dez anos após tê-lo iniciado, é inclusive uma solução toda minha, pessoal, pras minhas próprias decepções e angústias quanto à cultura letrada. Os outros que encontrem seus paradigmas e modelos e construam suas próprias balsas para não morrerem afogado.
Gosto muito em Curitiba, entretanto, em vista de sua radicalidade natural, dos cartunistas Retamozzo, Mirandinha e Solda. Eles não têm nada a ver com minhas propostas e buscas – pois não há ninguém em Curitiba, quanto a isso, que me fascine – mas me parecem, em sua área de interesse, muito bem atualizados com as novidades e informações do setor. Os cartunistas trabalham com mais de um código. E isso pra mim é fundamental, na criação artística. Além do mais, nossos cartunistas me parecem bem mais atualizados que os nossos escritores nos avanços de sua especialidade.
(Paulo Leminski, 1975)
Sobre Solda
Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido
não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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